sábado, 16 de novembro de 2013

Pré-aula_ Lição 7: Contrapondo a arrogância com a humildade

Lição 7: Contrapondo a arrogância com a humildade



Lição 7: Contrapondo a arrogância com a humildade
17 de novembro de 2013


TEXTO ÁUREO
“A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda” (Pv 16.18).

VERDADE PRÁTICA
A humildade é uma virtude que deve ser zelosamente cultivada, pois a arrogância leva à destruição e à morte eterna.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Provérbios 8.13-21
13 - O temor do Senhor é aborrecer o mal; a soberba, e a arrogância, e o mau caminho, e a boca perversa aborreço.
14 - Meu é o conselho e a verdadeira sabedoria; eu sou o entendimento, minha é a fortaleza.
15 - Por mim, reinam os reis, e os príncipes ordenam justiça.
16 - Por mim governam os príncipes e os nobres; sim, todos os juízes da terra.
17 - Eu amo os que me amam, e os que de madrugada me buscam me acharão.
18 - Riquezas e honra estão comigo; sim, riquezas duráveis e justiça.
19 - Melhor é o meu fruto do que o ouro, sim, do que o ouro refinado; e as minhas novidades, melhores do que a prata escolhida.
20 - Faço andar pelo caminho da justiça, no meio das veredas do juízo.
21 - Para fazer herdar bens permanentes aos que me amam e encher os seus tesouros.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
•          Dissertar sobre a relação entre a humildade e a arrogância.
•          Explicar os contrastes ilustrativos: o sábio e o insensato; o justo e o injusto; o rico e o pobre; o príncipe e o escravo.
•          Cultivar a virtude da humildade e rejeitar a arrogância.

PALAVRA-CHAVE
Humildade: Qualidade de humilde. Virtude caracterizada pela consciência das próprias limitações.
COMENTÁRIO

introdução
A humildade, a honra e a coragem são a base do bom relacionamento entre as pessoas. Mas a arrogância, a desonra e a covardia são a causa de inimizades e conflitos. Nesta lição, veremos a relação entre a humildade e a arrogância à luz de alguns contrastes bastante didáticos e ilustrativos: o sábio e o insensato, o justo e o injusto, o rico e o pobre, o príncipe e o escravo. Em qual grupo você se encontra? É hora de aplicarmos à nossa vida as preciosas lições do livro de Provérbios. [Comentário:  Hoje em dia, a busca pelo poder, a ambição desmedida, o desejo de levar vantagem em tudo, tornaram-se marca registrada da natureza humana. É só olhar à nossa volta. O pecado de orgulho é a força motora de todos os outros pecados. A soberba manobra o coração do adúltero; o orgulho comanda as intenções do mentiroso; a altivez dirige a vida do ladrão. Mas não se engane, atente para o que diz as escrituras, A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda” (Pv 16.18)]. Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!

I. O SÁBIO VERSUS O INSENSATO
1. Sabedoria e humildade. A sabedoria é entendida como a aplicação correta do conhecimento em nosso dia a dia. Em Provérbios, ela é vista como um antídoto contra a arrogância. Daí a insistência do sábio em que se busque adquirir a sabedoria (Pv 16.16). A sabedoria retratada em Provérbios demonstra ser eficaz contra a arrogância e a soberba, pois quem é sábio age com humildade (Pv 11.2). Em o Novo Testamento, o apóstolo Paulo sabia dessa verdade e, por isso, orou para que o Senhor concedesse aos crentes “espírito de sabedoria e de revelação” (Ef 1.17). [Comentário: Quando Jesus pregou o sermão que define o caráter do verdadeiro discípulo, suas palavras iniciais foram diretas ao coração: "Bem aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus" (Mt 5.3). Ele continuou a pregar durante mais três capítulos, mas muitos ouvintes não o ouviram porque nunca passaram da linha de partida. Mesmo hoje, a maior parte da mensagem do evangelho cai em ouvidos surdos de homens e mulheres arrogantes que não querem mesmo reconhecer a posição de Jesus como Senhor. Mas Jesus não reduziu os padrões. Ele não abriu uma porta extra para entrarem os arrogantes ou os "quase" humildes. Ele manteve intacto o seu requisito fundamental porque ele reflete a exigência eterna de Deus. Deus nunca aceitou o homem cheio de orgulho que pensava fazer as coisas a seu próprio modo. Ao contrário de toda a sabedoria dos homens carnais, tendentes a adquirir poder e posição, Deus aceita exclusivamente os humildes. Uma geração depois de Uzias, o profeta Miquéias pegou perfeitamente a ideia quando ele citou as palavras de Deus: "Ele te declarou, ó homem, o que é bom e o que é que o Senhor pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus" (Mq 6.8). As Escrituras deixam perfeitamente claro que não há outra maneira de caminhar com Deus. Ou andamos humildemente com nosso Deus, ou não andamos de modo nenhum com ele! Jesus andou no meio de homens carnais e enfrentou tremendo desafio. Como poderia ele capturar seus corações para moldá-los como os servos humildes que o Pai busca? Não foi uma tarefa fácil. Ele falava frequentemente de humildade, e mostrava em sua vida de serviço o que significa elevar os outros acima de nós mesmos. Quem poderia exemplificar melhor a humildade voluntária do que o próprio Deus, que deixou sua habitação celestial para servir e mesmo morrer pelos homens pecadores? (Esta é a essência do apelo irresistível de Paulo em Filipenses 2.3-8)].
2. Insensatez, arrogância e altivez. Na visão de Provérbios, o arrogante é uma pessoa insensata e desprovida de qualquer lucidez e bom senso. Verdadeiramente, o arrogante está pronto a fazer o mal, pois age com soberba e altivez (Pv 6.18). É uma pessoa inexperiente, sem domínio próprio (Pv 25.28), ingênuo (Pv 27.12), sem bom-senso (Pv 27.7) e que se comporta como um animal ou um bêbado (Pv 26.3,9). Por isso, o insensato não pode ser designado para um serviço (Pv 26.6,10). Ele é fanfarrão, preguiçoso e incorrigível (Pv 25.14; 26.11,13-26; 27.22). Sua presença é um perigo, pois além de falso e maldizente é ignorante (Pv 26.18-22). Ele não age com a razão e não sabe controlar a própria vontade, sendo, portanto, uma abominação para o Senhor (Pv 16.5). [Comentário:  Arrogância (Dicionário Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, João Rea - CPAD) : A palavra gregaphysiosis (2Co 12.20) ocorre em uma lista de pecados relacionados ao ato de falar, e refere-se especificamente a estar dominado pela "presunção" ou "arrogância". Está escrito que a boca dos falsos mestres pronuncia "coisas mui arrogantes" (2Pe 3.18; Jd 16), onde a palavra grega hyperogkos(literalmente, superinchado) significa algo "bombástico" ou "arrogante". A palavra grega alazoneia (presunção em palavras ou soberba) se refere à pretensão e arrogância do alazon ("soberbo", Rm 1.30; 2Tm 3.2), o jactancioso que usa as palavras em seu próprio benefício e promete o que não pode cumprir. Ela descreve o homem que ignora a soberania de Deus, que tenta controlar a sua vida atual (1Jo 2.16) e modelar o seu próprio futuro. A palavra grega hyperephania (orgulhoso e arrogante em pensamentos) descreve o homem que exalta a si próprio acima dos outros, não através de atos exteriores de bazófia, mas com uma atitude interior do coração, que ergue um altar a si próprio em seu íntimo onde realiza o seu próprio culto ("orgulho", Rm 1.30; 2Tm 3.2; Lc 1.51; Tg 4.6; 1Pe 5.5; cf. Mc 7.22). Arrogância, orgulho (em hebraico zed, ou "insolente, altivo"), como no Salmos 19.13 quando se fala sobre "pecados de presunção" que nascem de uma orgulhosa autoconfiança, e assim tais rebeldes deveriam ser rigorosamente castigados. A palavra zed é encontrada em Salmos 86.14; 119.21,51,69,78,85,122; Provérbios 21.24; Isaías 13.11; Jeremias 43.2; Malaquias 3.15; 4.1 significando muitas vezes "orgulho, impiedade, insolência". Arrogância (heb., zadon, "orgulho, presunção"), personificada pela Babilônia que agiu com arrogância contra Deus ao queimar seu Templo e levar seu povo prisioneiro (Jr 50.31,32). Presunção (em hebraico b'yadrama, "com arrogância"), que em Números 15.30 significa "desafiar", ou rebelar-se abertamente contra Deus. Tal pessoa deveria ser eliminada (Gn 17.14) sem a possibilidade de perdão porque havia desprezado a Palavra do Senhor (Nm 15.31)].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A alegria do Senhor, a que Paulo se refere, se manifesta em meio às preocupações e as aflições da vida

II. O JUSTO VERSUS O INJUSTO
1. Justiça e humildade. Em Provérbios, a humildade e a justiça são inseparáveis. Ali, o princípio de vida proposto pelo sábio é simples: quem é justo deve agir com humildade, quem é humilde deve agir com justiça. Salomão, ainda bem jovem, pediu humildemente sabedoria a Deus para governar Israel com justiça (1Rs 3.7-10). Ele queria que a justiça alcançasse todo o seu reino (Pv 1.1-3). A pessoa humilde e justa sabe que a justiça vem diretamente de Deus (Pv 29.26). Por isso, ela deve ser amorosa e sabiamente exercitada. [Comentário:  Na sociedade de nossos dias, essas duas palavras, humildade e justiça, não são muito indicadas para aqueles que querem “se dar bem na vida”, “progredir”. A pessoa que tem comportamento humilde, preferindo o bem dos outros em detrimento do seu próprio bem ou, aquele que busca promover justiça, que luta para que reine a verdade nos seus relacionamentos sociais e profissionais corre grande risco de acabar prejudicado. Viver os preceitos divinos, defendendo e promovendo a justiça, não significa que precisamos fazer papel de bobo perante os outros! O crente deve sim promover um comportamento humilde e justo, suas palavras e ações devem ter autoridade tal que ecoem no mais íntimo do coração das pessoas. Seguir a humildade e justiça é fundamental para uma vida cristã autêntica, que dá evidência da glória de Deus em nós. No sermão do monte, Cristo nos afirma que se vivermos dessa forma em relação à forma que o mundo vive, teremos uma grande recompensa, que no meu entendimento, é a melhor de todas. “Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos” (Mt 5.5,6). Que promessa maravilhosa! Que incentivo para buscarmos verdadeiramente a humildade e a justiça! Passarmos pór esta vida tendo a plena certeza que herdaremos a terra e que seremos eternamente saciados. Qualquer um de nós possui sonhos e aspirações, desejo de galgar sucessos nesta vida, e isso não é errado, os bens materiais são importantes para nossa vida enquanto estivermos debaixo do sol, lembrando que somos mordomos e aquilo que o Senhor entregou em nossas mãos pertence a ele, mas essas coisas devem ocupar um segundo plano em nossas vidas. O primordial aqui, enquanto neste mundo vivermos, deve ser construir nossas vidas sobre os princípios eternos de Cristo, isso sim é viver plenamente!].
2. Injustiça e arrogância. A insensatez e a arrogância são categorias morais que aparecem associadas à prática da injustiça. Nenhum arrogante agirá com humildade e tampouco o injusto procederá com justiça. O arrogante possui uma escala de valores distorcida e não se dá conta dos malefícios das suas ações. O pior é que ele não possui humildade para reconhecer o fato. A palavra hebraica para “arrogante” é gabahh, que significa orgulhoso, alto e exaltado. Por outro lado, o termo hebraico traduzido como “humildade” vem da raiz de um vocábulo que significa afligir, oprimir e humilhar. Na prática, a Bíblia nos mostra que quem se sente acima dos outros pode ser tentado a pisá-los, oprimí-los e humilhá-los, e essas são atitudes impensáveis para um servo de Deus. [Comentário:  Arrogância(CHAMPLIN, R.N. O Novo e o Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo - CPAD) - Os homens, de modo geral, caracterizam-se por esse atributo negativo, mas especialmente os ímpios, destituídos de toda espiritualidade. Eles se transformam em pequenos deuses e se esquecem de sua mortalidade (Sl 9.20). O julgamento de Deus pode trazê-los de volta a uma estimativa ponderada sobre as coisas. Os ímpios são arrogantes; perseguidores dos pobres e jactanciosos. A glória deles está na sua vergonha; são gananciosos; eles renunciaram ao Senhor e aos Seus caminhos; são orgulhosos; não buscam a Deus; são ateus práticos, se não mesmo teóricos. Seus caminhos são ofensivos e espalham destruição; eles são soberbos e resistem à justiça e ao julgamento de Deus; pensam que nem Deus nem os homens podem impedi-los de continuar em seus caminhos de destruição; supõem que nunca se levantará adversário que os faça parar. A boca deles é cheia de maldição, engano e opressão; eles falam o que é errado e o que é iníquo e põem por obras o erro e a iniquidade. Preparam armadilhas para apanhar os que de nada suspeitam; armam embustes e esperam, ocultos, para assassinar; escondem-se em lugares secretos como o leão esperando por uma vítima, e assim apanham o pobre para tirar-lhe a vida; esmagam vítimas inocentes. Pensam que Deus não vê nem se lembra da iniquidade deles; acreditam que Deus está escondido, ou se mostra indiferente para com o que eles fazem; e, de fato, estão certos de que a retribuição divina nunca ocorrerá].

SINOPSE DO TÓPICO (II)
Segundo o livro dos Provérbios, do justo se espera justiça e humildade, mas do injusto, injustiça e arrogância.

III. O RICO VERSUS O POBRE
1. Riqueza e arrogância. Uma primeira leitura de Provérbios deixa claro que Deus condena tanto a riqueza adquirida por meios injustos, como a pobreza gerada pela preguiça. Por isso, a riqueza pode ser fruto da justiça, e a pobreza, às vezes, resultado da indolência e do ócio (Pv 28.19,20; 29.3). Ninguém, portanto, deve ser elogiado meramente por ser pobre nem tampouco estigmatizado por ser rico. Salomão, contudo, sabe que os muitos bens do rico podem levá-lo à prepotência e à arrogância (Pv 18.23).[Comentário:  A arrogância. Este é outro dos pecados que Deus abomina. Figura entre as sete coisas que são odiadas em 6.16 ss., sob o título olhos altivos (vs. 17). O orgulho, ou soberba, e a arrogância são ideias aparentadas e derivam-se de palavras hebraicas similares, gerah e gaon, as quais falam do orgulho em todas as suas expressões. Ver sobre Orgulho, no Dicionário, quanto a detalhes. O orgulho, como já dissemos, é um dos principais pecados, considerado por alguns estudiosos como um dos pecados mortais, se é que é legítimo fazer distinções entre pecados mortais e veniais, como diz a Igreja Católica Romana. Ver na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia o artigo intitulado Sete Pecados Mortais.].
2. Pobreza e humildade. Devemos considerar, também, que há um tipo de pobreza que é resultado de um determinado contexto sócio-histórico (Pv 28.6). Em Provérbios é evidente que os sábios demonstram uma preferência pelo pobre. Este, mesmo não tendo uma vida econômica confortável, age com integridade e justiça (Pv 28.11). Tal pobre é identificado como sábio, pois ele sabe que os valores divinos são melhores que as riquezas (Pv 22.1; 23.5). [Comentário:  Riquezas e honra estão comigo. As verdadeiras riquezas e a honra estão com a Senhora Sabedoria em sua casa, em contraste com as riquezas do mundo, como prata, ouro e joias. As riquezas da sabedoria são permanentes, em contraste com as riquezas do mundo. Essa ideia tem sido cristianizada para falar das recompensas ganhas após o sepulcro, no pós-vida. Mas o autor sagrado está falando sobre uma longa vida, plena de honrarias, prosperidade e bem-estar, agora mesmo na terra, a herança de Israel. Em vez de “justiça”, algumas traduções dizem “prosperidade, çedhaqah, que pode significar isso ou “boa sorte, dada por Deus ao homem” (Charles Fritsch, in loc.). “A retidão é associada às riquezas duráveis, em contraste com as riquezas deste mundo, que perecem, são mal ganhas e logo se perdem” (Fausset, in loc.). Cf. Mt 6.33. Em Cristo existem riquezas duráveis (Ef 3.8; 1Co 1.30). Quanto às riquezas permanentes, ver também (Pv 14.24; 15.6; 22.4). Na sua casa há prosperidade e riqueza, e a sua justiça permanece para sempre (Sl 112.3)].

SINOPSE DO TÓPICO (III)
Uma leitura de Provérbios deixa claro que Deus condena tanto a riqueza adquirida por meios injustos, quanto à pobreza gerada pela preguiça.

IV. O PRÍNCIPE VERSUS O ESCRAVO
1. Realeza: arrogância e humildade. Quando o livro de Provérbios foi escrito, a nação de Israel era uma monarquia. Nesta, a figura do rei recebe destaque especial. Em Israel, isso não seria diferente. Salomão era rei e sabia que, para governar, precisava da sabedoria divina, a fim de discernir entre o bem e o mal (1Rs 3.1-10). A sabedoria (Pv 17.7) e a sobriedade (Pv 31.4) são elementos indispensáveis ao rei para exercer a justiça e promover o bem-estar social de seu povo (Pv 29.4). O governante que teme a Deus dará mais atenção ao pobre e ao humilde. Agindo assim, será abençoado perpetuamente (Pv 29.14). Mas o que não teme ao Senhor procederá arrogante e perversamente (Pv 29.2). [Comentário:  A sabedoria retrocede ao tempo da criação, tendo sido um instrumento da criação. Naturalmente, a sabedoria já estava com Deus antes da criação, e fazia parte da doutrina judaica padrão que a lei incorporava essa sabedoria, que não começou com a lei de Moisés. Isso significa que a lei de Moisés foi um reflexo da eterna sabedoria de Deus. A sabedoria já existia antes da criação, sendo mencionada por cinco vezes nesta passagem: vss. 22 (duas vezes), 23, 25 e 26. A sabedoria estava presente quando Deus criou todas as coisas: vss. 24,27-29. Por sete vezes, o quando é declarado. Era apenas natural que uma passagem como a presente se refira ao Verbo (ver João 1.1), como que para descrever o Filho preexistente. Essa teoria é maculada, entretanto, pela palavra criar (de acordo com certas versões; e, talvez, por isso, em nossa versão portuguesa tenhamos o verbo “possuir”) no vs. 22: “O Senhor me possuía no início de sua obra”; temos o comentário da Scofield Reference Bible: “Essa sabedoria é mais do que uma personificação de um dos atributos de Deus, ou da vontade de Deus como a melhor vontade para o homem, é antes um prefigurar distinto de Cristo, como algo firme na mente divina. Cf. Pv 8.22-26 com João 1.1-3 e Cl 1.17. Só pode estar em pauta o Eterno Filho de Deus” (in loc.)].
2. Escravidão: humildade e realeza. A verdade de Provérbios 17.2 se cumpriu quando Jeroboão, servo de Salomão, tornou-se príncipe das dez tribos do Norte de Israel (1Rs 12.16-25). Mas um sentido metafórico e interessante para destacarmos nesse texto é que as pessoas provenientes de uma condição humilde, quando agem com prudência, sobressaem-se aos arrogantes. Os que, porém, desprezam a humildade, quando chegam ao topo agem como os soberbos. Um ditado popular descreve isso com precisão: “Dê poder ao homem e você saberá o seu verdadeiro caráter”. Tudo é uma questão de princípios, de atitudes e de caráter. Para que este se forme no indivíduo não depende da sua classe social, mas dos valores que lhe são germinados desde a mais tenra idade. Tudo é uma questão de princípios e de atitudes! Que o pobre, ao tornar-se rico, não se esqueça de sua origem. Os seus valores lhe dirão o que ele se tornará: uma pessoa arrogante e egoísta ou alguém compassivo e generoso. [Comentário:  Um privilégio herdado pode ser facilmente perdido para aqueles que, mediante a diligência, se mostram dignos de desfrutar do mesmo (Pv 11.29). Muitos ainda confundem humildade com a falta de bens e recursos materiais. Porém, humildade não tem nada a ver com os bens materiais que uma pessoa possui. Ser humilde é ser consciente das fraquezas, falhas, erros, imperfeições. Humildade também não é complexo de inferioridade. Muitos não têm uma auto-estima saudável e acabam adoecendo e confundido humildade com baixa autoestima. Quando uma pessoa não tem uma visão correta de si mesma, ela corre o perigo de desenvolver um complexo de inferioridade ou de se tornar uma pessoa altiva, arrogante, soberba. Deus pode e quer curar a forma como nos vemos.].

SINOPSE DO TÓPICO (IV)
A monarquia caracteriza-se pela prepotência e a exuberância do seu reino. Mas o governante que teme ao Senhor dará maior atenção ao pobre e ao humilde.



CONCLUSÃO

Na presente lição, vimos os contrastes entre o sábio e o insensato, entre o justo e o injusto, entre o rico e o pobre e entre o príncipe e o escravo. Estudamos também que a humildade ou a arrogância distinguirão uma pessoa da outra. A Bíblia nos orienta a cultivarmos a virtude da humildade e a rejeitarmos a arrogância, pois “Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes” (Tg 4.6). [Comentário:  O Salmo 15 pode muito bem concluir esta lição: “Quem, Senhor, habitará no teu tabernáculo? Quem há de morar no teu santo monte? Davi elenca, de forma poética, as virtudes daquele que vai morar, na eternidade, com Jesus”. Sejamos, pois, humildes, para que alcancemos a sabedoria e, com ela, a vida eterna, a eterna companhia do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.].
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),



VOCABULÁRIO
Versus: Contra; em comparação com; em relação a; alternativamente a.
Estigmatizado: Que ou aquele que se estigmatizou; marcado ou cicatrizado de uma ferida.
Sócio-Histórico: Relativo aos fatos ou circunstâncias sociais que fazem a história de uma sociedade.
Audazes: Quem realiza ações difíceis, afronta obstáculos e situações difíceis.
Exuberância: Fartura ou superabundância.
EXERCÍCIOS
1. Segundo a lição, como a sabedoria é vista no livro de Provérbios?
R. Como um antídoto contra a arrogância.
2. Quem é o arrogante na visão do livro de Provérbios?
R. O arrogante é uma pessoa insensata e desprovida de qualquer lucidez e bom senso.
3. Qual o princípio de vida proposto pelo sábio?
R. Quem é justo deve agir com humildade, quem é humilde deve agir com justiça.
4. Como os Provérbios condenam a “riqueza” e a “pobreza”?
R. Deus condena tanto a riqueza adquirida por meios injustos, como a pobreza gerada pela preguiça.
5. De acordo com a lição, a quem um governante temente a Deus dará mais atenção em seu governo?
R. Ao pobre e ao humilde.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
OBRAS CONSULTADAS:
-. Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2013 - CPAD - Jovens e Adultos; Comentarista: Pr. Elienai Cabral; CPAD; -. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001, Dinâmica do Reino – Confissão de Fé; p. 1239;
 -. Bíblia de Estudo Defesa da Fé: Questões reais; Respostas precisas; Fé Solidificada. 
1 ed., RJ: CPAD, 2010.
Autorizo a todos que quiserem fazer uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente, que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente, a gentileza de um e-mail indicando qual o texto.

sábado, 9 de novembro de 2013

Pré-aula_Lição 6: O exemplo pessoal na educação dos filhos

Lição 6: O exemplo pessoal na educação dos filhos



Lição 6: O exemplo pessoal na educação dos filhos
 
10 de novembro de 2013


TEXTO ÁUREO
“O justo anda na sua sinceridade; bem-aventurados serão os seus filhos depois dele” (Pv 20.7).

VERDADE PRÁTICA
A melhor forma de se educar um filho é através do exemplo, pois as palavras passam, mas o exemplo permanece.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Provérbios 4.1-9
1 - Ouvi, filhos, a correção do pai e estai atentos para conhecerdes a prudência.
2 - Pois dou-vos boa doutrina; não deixeis a minha lei.
3 - Porque eu era filho de meu pai, tenro e único em estima diante de minha mãe.
4 - E ele ensinava-me e dizia-me: Retenha as minhas palavras o teu coração; guarda os meus mandamentos e vive.
5 - Adquire a sabedoria, adquire a inteligência e não te esqueças nem te apartes das palavras da minha boca.
6 - Não desampares a sabedoria, e ela te guardará; ama-a, e ela te conservará.
7 - A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo o que possuis, adquire o conhecimento.
8 - Exalta-a, e ela te exaltará; e, abraçando-a tu, ela te honrará.
9 - Dará á tua cabeça um diadema de graça e uma coroa de glória te entregará.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
          Reconhecer a importância de se colocar limites aos filhos;
          Saber do valor do exemplo na educação dos filhos, e
          Promover a educação integral da criança.

PALAVRA-CHAVE
Influência: Ação ou efeito de influir, isto é, fazer fluir, correr para dentro de.
COMENTÁRIO

introdução
Nas lições anteriores, vimos que a expressão “ouve filho meu” soa como um refrão no livro de Provérbios. É o apelo de um pai amoroso, ensinando ao filho as regras do bom viver. É a partir de um conjunto de valores, já padronizado, que o pai assim o faz. Entretanto, sua preocupação não é despejar sobre o filho um código de regras, mas ensinar valores que o prepararão para a vida. Para isto, ele utilizará o exemplo, mostrando que a atitude fala muitas vezes mais alto que as palavras!. [Comentário:  Dando sequência ao estudo do livro de Provérbios, estudaremos hoje o que este livro nos fala sobre a educação dos filhos. Salomão tinha aprendido de seu pai sobre os caminhos de Deus, e agora instrui quanto a isso os seus próprios filhos. Deus quer que os ensinos sobre a verdadeira piedade e o conhecimento dos seus caminhos sejam ministrados primeiramente pelos pais e pelos exemplos ocorridos no lar (Dt 6.7). A palavra grega paideia, "treinamento infantil", "instrução", "alimentação", abrange todo o cultivo da mente e da moral de uma criança, e o emprego de ordens e admoestações, censura e castigo, com a finalidade de atingir este objetivo (Ef 6.4). Quando aplicada a adultos, ela fala daquilo que desenvolve a alma, corrigindo erros e controlando paixões através da "instrução" na justiça (2Tm 3.16). Quando aplicada a crianças, tem o sentido de treinamento infantil ou "castigo" (Hb 12.5,7,11; Pv 3.11,12; 15.5). A educação judaica era primeiramente religiosa e, até a época do Novo Testamento, dava-se em casa. Era dever do pai instruir seu filho sobre as tradições religiosas (Ex 12.26,27; Dt 4.9; 6.7).Continua sendo nosso o dever de passar aos nossos filhos os valores que o prepararão para a vida; como diz um adágio popular: “a palavra convence, o exemplo arrasta”]. Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!

I. A IMPORTÂNCIA DOS LIMITES
1. Satisfazendo necessidades, não vontades. Um princípio utilizado no treinamento de líderes, e que tem se mostrado bastante eficaz, é a máxima de que “liderar é satisfazer necessidades, não vontades”. No universo educacional, o princípio torna- se ainda mais forte e verdadeiro. Todo pai deve saber que o filho, especialmente se ainda é criança, deseja que suas vontades sejam imediatamente satisfeitas. Mas de que realmente a criança necessita? Embora queira comer só doces, ela precisa de uma alimentação balanceada para ter um crescimento saudável. É para isso que aponta a sabedoria de Provérbios 29.15. Portanto, estabeleçamos limites às crianças, não apenas quanto à alimentação, mas principalmente acerca dos valores morais e espirituais. [Comentário:  Os pais devem ensinar seus filhos a como se conduzir neste mundo, a como exercer o papel que Deus reservou à humanidade e, nesta tarefa de ensino e instrução, assemelham-se a Deus, Ele próprio chamado de Pai, precisamente porque é o Criador e o Instruidor dos homens (Hb.12:7-9). Neste quesito, notemos o que Salomão afirma em Provérbios 29.15: “a vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe”. A criança entregue a si mesma vive sem restrições, tem permissão para se comportar mal e não é corrigida. Esse filho leva vergonha aos pais. Como é difícil encontrar o equilíbrio. Muitas vezes os pais não são constantes ou deixam de disciplinar ou são severos demais na punição. É necessário muita oração, paciência e perseverança para ser pais com a mistura exata de amor e de disciplina. Mas o esforço vale a pena].
2. Presença versus Agressão. Os educadores descrevem como referências negativas, na educação da criança, a figura do “pai ausente” e a da “mãe superprotetora”. O pai ausente é omisso na educação de seus filhos. Evitando o diálogo, vale-se de métodos agressivos para impor-lhes a sua autoridade. Ele fala sempre aos gritos. O autor dos Provérbios, porém, exorta-nos a ensinar a criança no caminho em que deve andar, mas não aos gritos, nem utilizando-se de violência (Pv 22.6). A mãe superprotetora, por seu turno, temendo produzir algum trauma na formação da criança, acaba por não corrigi-la. Não é isso o que as Escrituras ensinam: o pai e mãe são os responsáveis pela disciplina dos filhos, e não podem fugir a esse dever (Pv 13.24). [Comentário:  Deus disciplina seus filhos, e os pais terrenos também devem fazê-lo. O pai amoroso inflige desconforto temporário aos filhos para afastá-los de futuras tragédias que, inevitávelmente, acompanham a vida sem disciplina. Observe o objetivo divino ao nos por em disciplina: para que possamos desfrutar de sua santidade e aprender a viver sábia e retamente (Hb 12.10-11). Os pais devem disciplinar os filhos pelos mesmos motivos. Não obstante isso, os pais têm abdicado deste dever que lhes foi dado pelo próprio Deus e deixado que seus filhos sejam instruídos por babás, ou pelas creches, pelos avós, pelas escolas e pior, pela TV, e já sabemos dos funestos resultados para essa criança, com o total desencaminhamento de nossas crianças, adolescentes e jovens, inclusive entre os filhos de pais crentes. A correção é uma função e uma responsabilidade do pai para com os seus filhos (Pv 23.13; 29.17; Jr 2.30; Hb 12.9) e de DEUS para com o seu povo (Jó 5.17; Pv 3.12; Hb 12.7,9). Tanto os termos em hebraico como em grego para disciplina e correção, sugerem um significado duplo: instruir, guiar, argumentar; e, também, punir, castigar, reprovar. A correção é visível em todo o processo de criação dos filhos, como sugere o termo grego mais comum paideuo, "educar um filho", envolvendo tanto a orientação positiva, como a disciplina negativa, no caso de má conduta. A expressão que mostra que a Palavra de Deus é útil para a correção (2 Tm 3.16), ressalta o seu valor na melhoria de vida e do caráter do crente. O termo grego aqui significa "restauração a um estado de retidão"].

SINOPSE DO TÓPICO (I)
Os pais devem satisfazer as necessidades dos seus filhos, não vontades; devem educá-los, não agredi-los

II. ENSINANDO ATRAVÉS DO EXEMPLO (VALORES)
1. Ética da personalidade. Hoje, mais do que nunca, necessitamos educar nossas crianças, tomando por base os valores morais e espirituais da Bíblia Sagrada. A ética ensinada pelas escolas seculares e pela mídia é relativista e permissiva. O que conta não é o ser e sim o ter. Com isso, nossos filhos ficam completamente desprotegidos diante das armadilhas deste mundo, por não terem ainda a noção do certo e do errado, conforme destaca Salomão em Provérbios 7.6,7. Nessa passagem, deparamo-nos com a triste figura do jovem simples e desprotegido diante da sedução do mundo. Algumas questões precisam ser elucidadas nesse texto. A palavra “simples”, traduzida do hebraico pethy, refere-se a uma pessoa tola e ingênua. O termo hebraico leb traduzido por “coração”, “ser interior” ou “juízo”, é usado para descrever o caráter moral do indivíduo. O que faltou ao jovem de Provérbios 7 foi exatamente a noção de valores morais bem demarcados. O resultado não poderia ser outro: ele caiu nas garras do pecado. Não permitamos, pois, que o mesmo ocorra com os nossos filhos. Vamos instruí-los enquanto é tempo. [Comentário:  A importância do papel dos pais, como visto supra, já explica porque o livro de Provérbios, cujo objetivo é ensinar como saber viver sobre a face da Terra, dedica-se a este tema largamente. É evidente que, tendo os pais sido escolhidos por Deus para que fossem os mestres de seus filhos, o saber viver abarcasse a questão da educação dos filhos. Os pais não criam os filhos para si. Eles os educam para o mundo. É na prática da vida que os filhos provarão se os pais foram ou não competentes na sublime missão de educá-los. É fundamental que o filho siga o que lhe for ensinado pelos seus pais e este ‘seguir’ só é possível mediante o exemplo (a palavra convence, mas o exemplo arrasta), pois as palavras apresentam maior peso quando acompanhadas por gestos e atitudes. Quando Salomão escreve a respeito da necessidade de não consentirmos com os pecadores, mostra que os pecadores convidam o filho a cometer as mesmas atitudes que eles cometem, façam o mesmo que eles fazem (Pv 1.10-16), isso denota que o aprendizado vem pelo exemplo, pela imitação do que é feito e não pelo guardar no intelecto aquilo que se falou apenas.].
2. Ética do caráter. A ética coloca os valores no lugar onde eles devem estar. A ideia, aqui, é educar a pessoa, tomando por base os valores ensinados na Bíblia. O mais importante não são os sentimentos, mas o comportamento. Não é a sensibilidade, mas o compromisso com a atitude correta a se tomar. É exatamente isso que Salomão diz ter herdado do seu pai e o mesmo objetiva transmitir ao seu “filho” (Pv 4.3,4). [Comentário: Salomão tinha aprendido de seu pai sobre os caminhos de Deus, e agora instrui quanto a isso os seus próprios filhos. Deus quer que os ensinos sobre a verdadeira piedade e o conhecimento dos seus caminhos sejam ministrados primeiramente pelos pais e pelos exemplos ocorridos no lar (Dt 6.7). Há muitos pais que até indicam o caminho a seguir, mas não o trilham juntamente com o seu filho. O resultado é que de nada aproveitará esta instrução, pois é o caminhar junto com ele que o fará se lembrar dele e não a mera indicação, o mero dizer. O que ficará na mente do filho é o caminho trilhado pelo pai e se o pai andar por caminho que ao homem parece direito, mas cujo fim é a morte (Pv.14:12; 16:25) , será por ele que o filho percorrerá, por mais que o pai indique que o caminho da salvação seja outro. Os sábios continuam a tradição de sabedoria passando às gerações seguintes a sabedoria que aprenderam de seus pais. Idade e experiência não são autoridades absolutas, mas são fatores importantes e devem ser tidas em alto grau (Lv 19.32)].

SINOPSE DO TÓPICO (II)
O caráter cristão é formado a partir de uma educação que toma por base os valores ensinados na Bíblia.

III. EDUCAÇÃO INTEGRAL
1. Desenvolvimento mental. Provérbios mostra o quanto é importante os mais jovens serem treinados para que tenham o discernimento adequado para a vida. Por isso, Salomão mostra os frutos desse treinamento: sabedoria, disciplina, sensatez, justiça, direito, retidão, habilidade, prudência, conhecimento e reflexão. Todo esse aprendizado valia-se de uma técnica apurada de memorização, visando preparar integralmente o jovem à vida. Por conseguinte, inclinemos o coração ao entendimento (Pv 2.2). Atemos a benignidade ao pescoço, escrevemo-la na tábua do coração (Pv 3.3) e guardemos a instrução no lugar mais íntimo do ser (Pv 4.21).[Comentário:  O Antigo Testamento tem no coração a base da razão e da vontade. A moderna distinção popular entre conhecimento do coração e conhecimento da mente não tem aplicação aqui. O contraste usual do Antigo Testamento é entre obediência formal ou externa, à qual falta um verdadeiro assentimento da vontade, e a disposição, a obediência de todo o coração. Os termos hebraicos para benignidade e fidelidade indicam claramente que a sabedoria está avançando dentro da aliança com Deus. A instrução é um ensino prático para a vida, baseada no caráter de Deus revelado em sua Palavra. O firme propósito de Deus é que sua Palavra esteja no coração do seu povo (cf. Sl 119.11; Jr 31.33). Paulo declara explicitamente: "A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria" (Cl 3.16; cf. 2 Tm 3.15-17). Esse preceito somente pode ser cumprido se, diária e continuamente, examinarmos as Escrituras (Sl 119.97-100; Jo 8.31,32). Uma maneira de fazer isso é ler o NT todo duas vezes por ano, e o AT uma vez por ano (cf. Is 29.13; ver Tg 1.21)].
2. Desenvolvimento moral. A preocupação do sábio com o desenvolvimento moral e espiritual do aprendiz é claramente demonstrada em sua insistência em educá-lo, tomando por base a justiça, o direito e a retidão. Isso pode ser visto, quando Salomão destaca a prática da justiça (Pv 22.22,23), os bons princípios (Pv 22.28; 23.10,11), a instrução e a disciplina (Pv 23.13; 14.22-25), a prudência nas relações sociais (Pv 23.6-8) e o exercício da misericórdia (Pv 24.11,12). [Comentário:  Uma das mais veementes admoestações aos pais em Provérbios é para disciplinarem os filhos para que possam ser libertos da morte física. A disciplina capacita a criança a desfrutar de uma vida plena e feliz. Não há dúvida de que restará uma grande alegria no coração de mães e pais quando os filhos adultos escolhem a vereda da sabedoria. Esse filho deve ser louvado por suas escolhas sábias. Não é interessante que para a maioria de nós, pais, é muito mais fácil reclamarmos sem parar quando o filho se mostra insensato, mas, por outro lado, deixamos de elogiar quando o filho anda com sabedoria? Uma forma vital de expressar amor a Deus é cuidar do bem-estar espiritual dos filhos e esforçarmo-nos para levá-los a um real relacionamento com o Senhor. O ensino da Palavra de Deus aos filhos deve ser uma tarefa altamente prioritária dos pais (Sl 103.13; Lc 1.17; 2Tm 3.3). O ensino das coisas de Deus deve partir do lar, e nisso, tanto o pai como a mãe deve participar. Cultuar a Deus no lar não é uma opção; pelo contrário, é um mandamento direto do Senhor (Êx 20.12; Lv 20.9; Pv 1.8; 6.20; 2Tm 1.5). O propósito da instrução bíblica pelos pais é ensinar os filhos a temer ao Senhor, a andar em todos os seus caminhos, a amá-lo e ser-lhe grato e a servi-lo de todo o coração e alma (Dt 10.12; Ef 6.4). O crente deve proporcionar sabiamente aos seus filhos uma educação teocêntrica, em que tudo se relacione com Deus e às suas coisas (Dt 4.9; 11.19; 32.46; Gn 18.19; Êx 10.2; 12.26,27; 13.14-16; Is 38.19)].

SINOPSE DO TÓPICO (III)
A educação cristã do jovem crente deve ser pensada numa perspectiva integral. Isto é, desenvolvendo a vida moral e espiritual.
CONCLUSÃO

Num momento em que os modelos educacionais experimentam uma grave crise de valores, é urgente estudarmos o livro de Provérbios, a fim de extrairmos preciosas lições à educação dos nossos jovens, adolescentes e crianças. Não podemos consentir que a cultura deste século inocule, em nossos filhos, o veneno de um ensino permissivo e contrário aos valores da Bíblia Sagrada. Preservemos o que os nossos pais na fé construíram e, com muito sacrifício, deixaram-nos como legado espiritual e moral. [Comentário: Vivemos dias difíceis, em qualquer área da vida secular há oposição ao Sagrado e à tudo que se baseia em princípios cristãos. A educação secular não é exceção e, via de regra, ridiculariza o ‘religioso’. A família moderna vem sofrendo grandes transformações e as famílias cristãs também são afetadas. Basta olharmos à nossa volta, aqui mesmo onde nos congregamos, e observarmos os casais ainda muito jovens, sem o compromisso do casamento, tornando-se pais no seio da Igreja. A educação certamente falhou; talvez ela tenha sido terceirizada. Todas as ações dos pais para com os filhos têm como base o amor. Mas amar não significa abonar os atos errados dos filhos. O maior ato de amor dos pais para com os filhos é corrigir quando eles estiverem errados; adverti-los quando forem repreensíveis. Amar não significa fechar os olhos para o erro; mas com mansidão corrigi-lo. Nossos filhos não são como os do “mundo”, nem nós, pais como os do “mundo”. “A base da paternidade competente está em ser capaz de colocar-se por trás dos olhos de seu filho, vendo o que ele vê e sentindo o que ele sente.].
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),



VOCABULÁRIO
Elucidativo: Que elucida; explicativo.
Atroam: Ato ou efeito de atroar; barulham, estrondam.
Inocule: Introduza, insira ou entre.
EXERCÍCIOS
1. Quais os principais limites que os pais devem estabelecer às crianças?
R. Os valores morais e espirituais.
2. Explique as referências negativas na educação da criança para “o pai ausente” e a “mãe superprotetora”.
R. O “pai ausente” é omisso na educação dos filhos. Sem diálogo, usa métodos agressivos para impor-lhe a sua autoridade. A “mãe superprotetora”, temendo produzir algum trauma na formação da criança, acaba por não corrigi-la.
3. Com base em que devemos educar as nossas crianças?
R. Nos valores ensinados pela Bíblia.
4. O que o livro de Provérbios destaca como importante para o ensino aos jovens?
R. Que eles sejam treinados para terem o discernimento adequado para a vida.
5. Você tem se preocupado com a educação dos seus filhos?
R. Resposta pessoal.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
OBRAS CONSULTADAS:
-. Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2013 - CPAD - Jovens e Adultos; Comentarista: Pr. Elienai Cabral; CPAD; -. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital); 
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001, Dinâmica do Reino – Confissão de Fé; p. 1239; 
 -. Bíblia de Estudo Defesa da Fé: Questões reais; Respostas precisas; Fé Solidificada. 
1 ed., RJ: CPAD, 2010.
-.
 http://pastorjosegoncalves.blogspot.com.br/2013/10/sabios-conselhos-para-um-viver-vitorioso.html. -. HENRY, M. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a Cantares de Salomão. 1 ed., RJ: CPAD, 2010; 
-. WRIGHT, H. N. Tornando-se Grandes Pais: 12 Segredos para criar filhos responsáveis. 1 ed., RJ: CPAD, 2009; 
-. TAYLOR, K. N. Estudos Devocionais para Crianças. 1 ed., RJ: CPAD, 2008.
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