sábado, 2 de novembro de 2013

Pré-aula_Lição 5: O cuidado com aquilo que falamos

Lição 5: O cuidado com aquilo que falamos


Lição 5: O cuidado com aquilo que falamos
3 de novembro de 2013


TEXTO ÁUREO
“Favo de mel são as palavras suaves: doces para a alma e saúde para os ossos” (Pv 16.24).

VERDADE PRÁTICA
As nossas palavras revelam muito do que somos, pois a boca fala do que o coração está cheio.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Provérbios 6.16-19; 15.1,2,23; 16.21.24.
Provérbios 6
16 - Estas seis coisas aborrece o Senhor, e a sétima a sua alma abomina:
17 - olhos altivos, e língua mentirosa, e mãos que derramam sangue inocente,
18 - e coração que maquina pensamentos viciosos, e pés que se apressam a correr para o mal,
19 - e testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos.
Provérbios 15
1 - A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.
2 - A língua dos sábios adorna a sabedoria, mas a boca dos tolos derrama a estultícia.
23 - O homem se alegra na resposta da sua boca, e a palavra, a seu tempo, quão boa é!
Provérbios 16
21 - O sábio de coração será chamado prudente, e a doçura dos lábios aumentará o ensino.
24 - Favo de mel são as palavras suaves: doces para a alma e saúde para os ossos.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
•          Conhecer as consequências das palavras;
•          Explicar os símbolos usados por Salomão e Tiago, e
•          Ter cuidado com o bom uso da língua.

PALAVRA-CHAVE
Língua: Órgão muscular, situado na boca e na faringe, responsável pelo paladar e auxilia na mastigação e na deglutição, e também na produção de sons, fala.
COMENTÁRIO

introdução
Provérbios e Tiago contêm as mais belas exposições sobre uma capacidade que apenas os seres humanos possuem: a fala. Na lição de hoje, analisaremos o que as Escrituras revelam sobre esse fascinante dom. Num primeiro momento, estudaremos como o falar é tratado pelos autores sagrados. Em seguida, veremos os conselhos que Salomão e Tiago dão àqueles que verbalizam pensamentos, princípios e preceitos. O objetivo é mostrar como a literatura sapiencial bíblica toca num ponto sensível da vida humana, muitas vezes esquecido pelos cristãos: a devida e correta utilização das palavras. [Comentário:  Palavras sábias trazem saúde. Provérbios revela o que a sabedoria de Deus (sua Palavra) ensina ao nosso coração: as verdades e promessas devem influenciar o nosso discurso, e esse ensinamento deve ser transmitido aos nossos lábios. A Palavra em nosso coração deve ensinar ou controlar o nosso falar e a nossa conduta. A “doçura” e a “saúde” promovidas por tal modo de falar são desejáveis, quer em nossos relacionamentos humanos, quer no derramamento da graça divina em nossa vida diária. Isso leva o crente a uma vida vitoriosa, através de um reconhecimento constante da força e do poder de Deus pela língua e a conduta]. Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!

I. O PODER DAS PALAVRAS
1. Palavras que matam. É evidente que, dependendo do contexto em que são faladas e por quem são pronunciadas, podem ferir ou até mesmo matar (Pv 18.21a). Este exemplo pode ser observado na vida conjugal, quando uma palavra ofensiva, ou injuriosa, dita por um cônjuge, ofende e magoa o outro. Se não houver perdão de ambas as partes, o relacionamento poderá deteriorar-se (Pv 15.1). [Comentário:  O Rei Salomão disse que as palavras detém o poder da vida e da morte. Isto é, palavras vivificam. Palavras matam. Matam aos poucos. Palavras matam aos poucos quando causam constrangimento: quem ouve quer se esconder ou desaparecer de vez, deixando claro que melhor seria se as tais palavras não tivessem sido pronunciadas. Palavras matam aos poucos quando ferem: quem ouve sente uma dor como se alguém tivesse arrancado um pedaço seu, um pedaço da esperança, da confiança, da beleza. Palavras matam aos poucos quando ofendem: quem ouve tem seu caráter questionado. Palavras matam aos poucos quando geram distanciamento: quem ouve vai perdendo o prazer de estar perto de quem fala. Palavras matam aos poucos quando desestimulam: quem ouve vai perdendo o pique, vai deixando de acreditar que vale a pena continuar lutando. Palavras matam aos poucos quando desestabilizam processos: quem ouve começa a duvidar se está fazendo a coisa a certa, se vai chegar a algum lugar, se os outros estão igualmente comprometidos. Palavras matam aos poucos quando impedem ou fazem morrer processos: quem ouve abandona tudo. Palavras matam aos poucos quando promovem discórdias: quem ouve começa a se afastar de um e de outro, até ficar ilhado].
2. Palavras que vivificam. A palavra hebraica dabar significa palavra, fala, declaração, discurso, dito, promessa, ordem. Os temas contemplados pelo uso desses termos são, na maioria das vezes, valores morais e éticos. Salomão tem consciência da importância das palavras e, por isso, afirma: “O sábio de coração será chamado prudente, e a doçura dos lábios aumentará o ensino” (Pv 16.21). [Comentário:  Quando estamos diante de alguém irado, uma resposta branda facilitará a reconciliação e a paz (cf. 1 Sm 25.21-34), ao passo que palavras duras despertam ainda mais a ira e a hostilidade (ver Cl 4.5,6). Os conselheiros se alegrariam em dar respostas adequadas, porque uma palavra dita a seu tempo é boa (v. 23). Um bom conselho, quem o menospreza? Só o tolo o enfatuado. O soberbo e o presunçoso também são visados nesta série de conselhos, como vemos no verso 24, onde o entendido acha o seu caminho para cima, porque para baixo está o Sheol. Olhe para cima e viva. Porque em cima está o Senhor.].

SINOPSE DO TÓPICO (I)
Segundo a Bíblia, dependendo da motivação de quem pronuncia, as palavras podem matar ou vivificar

II. CUIDADOS COM A LÍNGUA
1. Evitando a tagarelice. Há um provérbio muito popular que diz: “Quem fala o que quer, ouve o que não quer”. Este ditado revela a maneira imprudente de se falar, algo bem próprio do tagarela. Este personagem está presente na tradução do hebraico batah: pessoa que fala irrefletida e impensadamente. Não basta dizer: “Pronto, falei!”. É preciso medir as consequências do que se fala. E a melhor forma de fazer isso é compreender que na “multidão de palavras não falta transgressão, mas o que modera os seus lábios é prudente” (Pv 10.19). Salomão tinha essa consciência (Pv 13.3).[Comentário:  "O que guarda a sua boca e sua língua, guarda das angústias a sua alma". (Pv 21.19). Com razão disse Tiago: "Todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, esse homem é perfeito, e capaz de refrear todo o corpo". Quem nunca fez uma fofoca? Quem nunca disse mal de alguém? Quem nunca praguejou, ainda que de forma clássica? Quem nunca murmurou? Quem nunca proferiu uma mentira, ainda que comercial ou emergencial? Quem nunca discutiu e na discussão feriu com palavras? Quem nunca disse algo que não deveria ter dito? Estes são os pecados sociais da língua. Domar a língua é um processo diário e que exige muito auto controle, disciplina e compromisso com a prática dos princípios bíblicos que devem nortear nossa vida. Quando o cristão mostra equilíbrio no falar, significa que o Espírito Santo está construindo nele o caráter de Cristo. Pedro disse que Jesus nos deixou o exemplo, para que seguíssemos as sua pegadas. Ter a mente de Cristo (1Co 2.16) também é falar como Cristo falou e agir como Ele agiu. Nós falamos aquilo que pensamos. "A boca fala do que está cheio o coração" (Mt 12.34). Quem afirmou isto foi o Mestre por excelência, Jesus.].
2. Evitando a maledicência. O livro de Provérbios também apresenta conselhos sobre a maledicência. Ali, a palavra aparece como sendo a sétima abominação, isto é, o ponto máximo de uma lista de atitudes que o Senhor odeia (Pv 6.16-19). O Senhor “abomina” (do hebraico to’ebah) a maledicência ou a contenda entre irmãos. No original, “abominar” significa “sentir nojo de” e pode se referir a coisas de natureza física, ritual ou ética. Deus se enoja de intrigas entre irmãos. É a mesma palavra usada para descrever coisas abomináveis ao Senhor, tais como a idolatria (Dt 7.25), o homossexualismo (Lv 18.22-30) e os sacrifícios humanos (Lv 18.21)![Comentário:  Do latim maledicentia.ae: característica ou particularidade da pessoa maledicente; seus sinônimos são: difamação, fuxico, mexerico e mordacidade. Ato ou aptidão para falar mal dos outros; cuja intenção é denegrir; difamação. Fala injuriosa ou maldosa: comentário cheio de maledicência. Seis coisas Deus aborrece e a sétima ele abomina. O que semeia contendas entre os irmãos aparece aqui como o pior de todos. Não é apenas um clímax de Provérbios, em que a escala vai aumentando. Todavia, o que semeia contendas entre irmãos, a que desune a família hebraica ou cristã, deve ser mesmo um abominável, porque da intriga ou contenda nasce tudo que há de pior. Começa por separar o que deveria estar unido e junto; cria o mal-estar onde deveria haver amor; prepara para outros desenvolvimentos, que podem levar muito longe, ao crime até, se Deus não intervir. Quantas contendas entre irmãos nas igrejas, por causa de um semeador de intrigas! Este provérbio devia ser, em Israel, uma espécie de cartilha, um manual que todo israelita saberia de cor, transpondo para o grupo dos provérbios, como o encontramos aqui. Seria uma espécie de trocadilho, que se proferiria ocasionalmente. Pensa-se, seria uma forma didática para uso nas escolas, onde o mestre perguntaria ao aluno: Quais são os sete pecados mortais? O aluno responderia na ponta da língua. Para nós são bastante claros, pois todos temos ciência dos seus efeitos, de um modo ou de outro.].

SINOPSE DO TÓPICO (II)
O conselho bíblico para cuidarmos da nossa língua começa por evitarmos a tagarelice e a maledicência.

III. O BOM USO DA LÍNGUA
1. Quando a língua edifica o próximo. Como servos de Deus, somos desafiados a usar nossas palavras como um meio para ajudar nossos irmãos, através de exortações, bons conselhos e também através do ensino da Palavra de Deus e de seus princípios (1Co 14.26). [Comentário:  A sabedoria aqui preconizada é mais de natureza moral do que intelectual; é a sabedoria para viver honestamente, pois esta é a verdadeira. Sabedoria que não ajuda a viver não é sabedoria. Esta sabedoria é melhor do que o ouro, o mais excelente que a prata (v. 16). Os dois metais mais valiosos na antiguidade não se comparavam com o saber viver, por isso é que o caminho dos retos é desviar-se do mal (v. 17). Esta é a sabedoria.].
2. Nossa língua adorando a Deus. O melhor uso que se pode fazer da palavra é quando a empregamos para dirigir-nos a Deus em adoração. Todo crente fiel sabe disso, ou deveria saber (Pv 10.32). O Senhor se agrada dos sacrifícios de louvor (Hb 13.15). Esse é o segredo para uma vida frutífera e agradável ao Senhor (Ef 5.19,20). Não nos esqueçamos, pois, da maior vocação de nossa língua: louvar e exaltar a Deus. [Comentário:  A língua não é inerentemente má. Lembremos que ela apenas exterioriza o que procede do coração. Na verdade, é o coração mesmo que deve ser guardado mesmo antes de controlarmos a língua. Há algumas coisas que podemos e devemos colocar em prática, exercitar a língua: Devemos louvar e adorar a Deus. "Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome" (Hb 13.15). Devemos orar. "Orai sem cessar" (1Ts 5.17). Devemos confessar Cristo na presença dos incrédulos. "Porque qualquer que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos" (Mc 8.38). Devemos confessar nossos pecados e buscar o perdão. "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel, e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1Jo 1.9). Devemos edificar nossos irmãos. "Assim, pois, seguimos as cousas da paz e também as da edificação de uns para com os outros" (Rm 14.19). Devemos abençoar os outros, até mesmo nossos inimigos. "Abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis" (Rm 12.14). Devemos sempre falar a verdade. " seja o vosso sim sim e o vosso não não, para não cairdes em juízo" (Tg 5.12). Lembremo-nos sempre que nossas línguas são dons de Deus para serem usadas em sua honra e glória.].

SINOPSE DO TÓPICO (III)
A língua deve ser usada para edificar o próximo com bons conselhos, exortações e ensino da Palavra de Deus; e exaltar ao Altíssimo adorando-O em Espírito e em Verdade.

IV. SALOMÃO E TIAGO
1. Uma palavra ao aluno. Abundante no livro de Provérbios, a expressão hebraica shama Beni ocorre 21 vezes com o sentido de “ouvi filho meu”. Não há dúvida de que o emprego de tal linguagem revela o amor de uma pessoa mais experiente, dirigindo-se a outra ainda imatura. É alguém sábio e experimentado na vida, passando tudo o que sabe e o que vivenciou ao seu aprendiz (Pv 1.8,10,15; 3.1,21; 5.1,20; 7.1). São mais de trezentos conselhos como regra do bom viver. Segui-los significa achar o bem, e não segui-los é encontrar-se com o mal. [Comentário:  Provérbios é um livro destinado a quem deseja ser sábio nas coisas mais práticas e básicas da vida. Nossa maneira de falar nos identifica, revelando o nosso verdadeiro eu, pois a boca fala do que o coração está cheio (Mt 12.34). É do coração, ou seja, do íntimo do ser humano que procedem os males. Certa vez, Pedro foi identificado como alguém que esteve com Jesus somente pelo seu linguajar (Mt 26.73). Sua fala evidencia que você é um cristão?].
2. Uma palavra aos mestres. Se por um lado Salomão se dirigiu ao discípulo (do hebraico: filho, aluno), por outro lado Tiago falou àqueles que querem ser mestres. Os que pregam e ensinam a Palavra de Deus têm de falar somente o que convém à sã doutrina (Tt 2.1). Em sua epístola, Tiago utiliza símbolos extraídos do cotidiano, mas carregados de significado: a) Freios: Assim como o freio controla o animal, deve o crente refrear e controlar a sua língua; b) Leme: Se o leme conduz o navio ao porto desejado, deve o crente dirigir o seu falar para enaltecer a Deus; c) Fogo: Uma língua sem freios e fora de controle queima como fogo. Por isso, mantenhamos a nossa língua sob o domínio do Espírito Santo; d) Mundo: A língua pode se tornar um universo de coisas ruins. Então, o que fazer? Transformá-la num manancial de coisas boas; e) Veneno: O perigo reside em alguém possuir uma língua grande e ferina e, portanto, venenosa. f) Fonte: Como fonte, a língua deve jorrar coisas próprias à edificação; g) Árvore: A boca do crente, por conseguinte, deve produzir bons frutos. Portanto, usemos as nossas palavras para a glória de Deus (Tg 3.1-12). [Comentário:  Tiago aconselha: o controle dos maus impulsos é bom (e Paulo concorda com Tiago, 1Co 9.24-27), mas os impulsos mais difíceis de controlar são os da língua. Mantenha pura a fala, e o resto será fácil; eis a marca do cristão maduro (Tg 3.3-4). Tiago ilustra sua tese, “controle sua língua e você será capaz de controlar todo o seu ser”, mediante uma série de analogias. Primeiro ele pensa em cavalos, que são maiores e mais velozes do que os seres humanos. No entanto, quando pomos freios na boca dos cavalos nós os controlamos: não só a cabeça, mas o animal inteiro é forçado a ir para onde o cavaleiro desejar. Uma segunda analogia é tirada dos navios. Os navios constituíam uma das maiores estruturas que os primitivos cristãos conheceram. Se até um barquinho de pesca impressionava, quanto mais um navio mercante em pleno oceano? Mais impressionantes, todavia, eram as forças que o compelem, os ventos capazes de vergar árvores e espalhar as nuvens. Entretanto, a despeito de todo seu tamanho e peso, um leme pequenino, do formato de uma língua (pequenino pelo menos quando comparado ao tamanho do navio, ou ao poder do vento), movimentado pelo piloto, podia mudar a direção do navio. São dois exemplos impressionantes, ou analogias do adágio: “controle a língua e você controlará tudo”. De certo modo, Tiago mudou um pouco sua argumentação, enquanto elaborava suas ilustrações. Ele havia começado dizendo: “Se você puder controlar a língua, você será um gigante espiritual capaz de controlar o resto do corpo”].

SINOPSE DO TÓPICO (IV)
Ao ensinar os provérbios, Salomão tem em mente ensinar os discípulos, enquanto Tiago aconselha os mestres.

CONCLUSÃO

Vimos nesta lição os conselhos dos sábios sobre o bom uso da língua. A linguagem, como algo peculiar ao ser humano, é muito preciosa para ser usada iniquamente. Não permitamos, pois, que a nossa língua seja instrumento de um dos pecados que Deus mais abomina: a disseminação de contendas entre os irmãos. À luz da Palavra de Deus, somos encorajados a andar em união, harmonia e paz. Portanto, com a nossa língua abençoemos o nosso semelhante, pois assim fazendo, bendiremos também ao Senhor nosso Deus. [Comentário:  Salomão tem muito a dizer sobre a língua! Convém dizer as palavras não tem vida própria. Uma tendência bíblica, que é o de dar vida às abstrações e personificá-las tem levado muitos ao equívoco de pensar que as palavras tem existência independente de Deus e do homem. Não, não tem! A Palavra de Deus é poderosa porque foi Deus quem a disse ou que mandou falar, mas não porque tenham vida independente do próprio Deus (Sl 107.20; Is 9.8). Da mesma forma as palavras humanas não tem poder em si mesmas (Sl 85.11; 107.42; Jó 5.16; 11.14; 19.10).  Por outro lado, dependendo do contexto onde são faladas e por quem são faladas e ainda por quem as ouve, as palavras podem machucar, ferir ou até mesmo matar.].
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),



VOCABULÁRIO
Nau: Designação genérica que até o século XV se aplicava a navios de grande porte.
Leme: Peça plana, localizada na parte submersa da popa de uma embarcação, gira em um eixo e determina a direção em que aponta a proa do navio.
Personificá-las: Expressar, tornar viva e concreta uma ideia através de pessoas.
Ápice: Extremo superior; ponto máximo, culminância, apogeu.
Desvelo: Ato ou efeito de desvelar-se. Isto é, agir com diligência; zelar, cuidar, empenhar-se.
EXERCÍCIOS
1. Dependendo do contexto em que são faladas, e por quem são pronunciadas, o que as palavras podem fazer? Dê um exemplo.
R. Podem matar uma pessoa. Por exemplo, na vida conjugal quando o cônjuge ofende e magoa o outro através das palavras.
2. Segundo a tradução do termo hebraico batah, o que significa tagarela?
R. Pessoa que fala irrefletida e impensadamente.
3. Qual atitude o Senhor abomina segundo o livro de Provérbios?
R. A maledicência ou a contenda entre irmãos.
4. Como servos de Deus, o que somos desafiados a fazer com nossas palavras?
R. Usá-las como um meio para ajudar nossos irmãos.
5. Se por um lado, em Provérbios, Salomão se referiu aos discípulos, a quem Tiago se dirigiu?
R. Aos mestres, aqueles que labutam no ensino.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
OBRAS CONSULTADAS:
-. Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2013 - CPAD - Jovens e Adultos; Comentarista: Pr. Elienai Cabral; CPAD; -. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001, Dinâmica do Reino – Confissão de Fé; p. 1239;
 -. Bíblia de Estudo Defesa da Fé: Questões reais; Respostas precisas; Fé Solidificada. 
1 ed., RJ: CPAD, 2010.
-.
 http://pastorjosegoncalves.blogspot.com.br/2013/10/sabios-conselhos-para-um-viver-vitorioso.html. -. HUGHES, R. K. Disciplinas do Homem Cristão. 3 ed., RJ: CPAD, 2004.
-. SEAMANDS, S. Feridas que Curam: Levando Nossos Sofrimentos à Cruz. 1 ed., RJ: CPAD, 2006.

Autorizo a todos que quiserem fazer uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente, que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente, a gentileza de um e-mail indicando qual o texto.

Lição 4: Lidando de forma correta com o dinheiro


Lição 4: Lidando de forma correta com o dinheiro
27 de outubro de 2013


TEXTO ÁUREO
Compra a verdade e não a vendas; sim, a sabedoria, e a disciplina, e a prudência(Pv 23.23)

VERDADE PRÁTICA
Quando o dinheiro não é dominado como servo, mas domina como senhor, transforma-se num grande e terrível tirano.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Provérbios 6.1-5.
1 - Filho meu, se ficaste por fiador do teu companheiro, se deste a tua mão ao estranho,
2 - enredaste-te com as palavras da tua boca, prendeste-te com as palavras da tua boca.
3 - Faze, pois, isto agora, filho meu, e livra- te, pois já caíste nas mãos do teu companheiro: vai, humilha-te e importuna o teu companheiro;
4 - não dês sono aos teus olhos, nem repouso às tuas pálpebras;
5 - livra-te, como a gazela, da mão do caçador e, como a ave, da mão do passarinheiro.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
•          Definir fiador, empréstimo, usura e suborno.
•          Decidir usar corretamente o dinheiro.
•          Buscar o equilíbrio financeiro.

PALAVRA-CHAVE
Dinheiro: Meio de pagamento, na forma de moedas e cédulas, emitido e controlado pelo governo de cada país [Na sociedade ocidental moderna o dinheiro é essencialmente um símbolo – uma abstração. Atualmente as notas são o tipo mais comum de dinheiro utilizado. No entanto bens como ouro e prata mantêm muitas das características essenciais do dinheiro].

SUBSÍDIO EXTRA
Mamom - Moedas e Dinheiro - Riquezas - Salário - CHAMPLIN, R.N. O Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo. (CPAD). Foi nos dias de Isaías, após a rápida introdução das manufaturas, que certos israelitas ímpios adicionaram Mamom ao seu panteão pagão, que não tardou a igualar-se ao degenerado Baal. Depois que os habitantes de Jerusalém se negaram a arrepender-se, apesar dos repetidos apelos dos profetas, a cidade foi deixada vazia por setenta anos. Há uma excelente descrição da riqueza móvel de Tiro, em Ez 27.12-25, descrição essa que também se aplica a Israel. O trecho de Ap 18.11-13 provê outra excelente lista de riquezas, onde o único item que não aparece nas listas do Antigo Testamento é a seda. Contudo, alguns estudiosos debatem se Ez 16.10 menciona ou não a seda. Nossa versão portuguesa a menciona, seguindo versões em outras línguas. Mas a seda chinesa só apareceu na Ásia Menor por volta do século I a.C.

Salário: Nossa palavra salário é uma transliteração da palavra latina para sal. Soldados romanos recebiam parte de seus proventos em sal. O cloreto de sódio (sal) tornou-se um importante item comercial. Ver o artigo geral sobre Sal. Primeiros Usos:A forma mais antiga do “salário” era o item de troca ou de comércio através do qual uma pessoa adquiria outros itens. O trabalho era vendido por objetos de valor, sejam agrícolas ou outros. O preço pago pelo trabalho era um salário. O trabalho é uma propriedade a ser vendida, seja em pares (para ganhar muitos itens), seja de uma só vez, para ser usado ao longo de um período específico de tempo. Trocas de uma coisa por outra constituíam a forma mais primitiva de salário. Produtos específicos pagavam por serviços: Ver Gn 29.15,20. 31.7,8,41. “Salários” para soldados ou trabalhadores são mencionados em Ageu 1.6; Ez 29.18,19; Jo 4.36, e tais pagamentos eram feitos em produtos, não em moedas, uma invenção posterior. Metais preciosos em peso, contudo, constituíam uma forma muito antiga de pagar salários. Embora já existissem moedas na Ásia Menor (entre os lidianos), em períodos tão remotos quanto 700 a.C. O Oriente Próximo não adotou tal prática até cerca de 300 a.C. Informações Bíblicas: A legislação mosaica era muito rígida em favor ao pagamento justo pelo trabalho e pela honestidade na troca de itens. Isso era controlado pela casta dos sacerdotes, que eram os guardiões da lei (Lv 19.13; Dt 25.14,15). Censura grave era invocada contra aqueles que abusavam da lei (Jó 24.11); a retenção de salários pagos era considerada um crime sério (Jr 22.13; Ml 3.5). Tg 5.4 informa- nos sobre os maus patrões de seus dias. A barganha era uma forma de determinar a quantidade do salário, e um empregador poderia ser mais ou menos generoso, conforme suas qualidades espirituais e morais (Gn 30.28; Mt. 20.1-16). A lei reduzia a exploração: os salários eram pagos diariamente, antes do pôr-do-sol (Lv 19.13; Dt 24.14,15). Mas, como nos tempos modernos, na história remota passada, era comum a exploração de trabalhadores. O homem que tivesse dinheiro não tinha dificuldade em explorar aquele que não tivesse. O “escravo do salário” tem sempre sido uma constante na história humana. Ver Jr 22.13; Ml 3.5. A medida de um homem é sua generosidade, outro nome que se pode dar à lei do amor, mas não são muitos os que seguem essa lei nas sociedades em que o dinheiro é deus e a maioria dos homens é escrava desse deus. Um antigo padrão bíblico para trabalhadores diaristas era o denário, Mt 20.2; ou o dracma, que alguns calculam tivesse o valor de uns 16 centavos de dólar americano, mas todos as suposições dessa natureza são inúteis. Podemos assegurar-nos que o salário padrão, onde existisse, era suficiente apenas para sustentar a vida.

COMENTÁRIO

introdução
Guerras, assassinatos, fomes e violência. Tanto no passado como no presente, podemos afirmar que boa parte desses males tem como causa primária o amor ao dinheiro. De fato, é o que as Escrituras afirmam em 1 Timóteo 6.10. Já vimos que ser rico e possuir bens não é errado, pois “a bênção do Senhor é que enriquece” (Pv 10.22). Todavia, amar o dinheiro significa torná-lo nosso senhor em vez de nosso servo. Isto traz um grande mal, pois na condição de senhor o dinheiro torna-se um tirano cruel. Por isso, nesta lição, aprenderemos como usar o dinheiro de forma que ele venha a glorificar a Deus. [Comentário:  A moeda, como hoje a conhecemos, é o resultado de uma longa evolução. No início não havia moeda. Praticava-se o escambo, simples troca de mercadoria por mercadoria, sem equivalência de valor. Os termos usados pelos romanos e judeus para gado e para dinheiro mostram o lugar central que o gado possuía nos sistemas romanos e israelitas de permuta. A palavra latina pecunia (dinheiro) vem de pecus(gado), enquanto a palavra hebraica comum para gado, miqneh, pode significar "preço de compra" ou "posse (adquirida por meio de compra)", como acontece em Gêneses 17.12,13; 23.18; Levítico 25.16. Naturalmente, outras mercadorias e animais, como ovelhas e cabras, também eram usados nas permutas. Hirão foi pago em azeite e trigo por sua ajuda na edificação do Templo (1 Rs 5.11). A moeda só foi inventada no século VII A.C.. A primeira referência veterotestamentária às moedas aparece em Esdras 2.69, onde se lê sobre as “dracmas”, que eram dários persas de ouro. O Novo Testamento faz alusão a diversas moedas de ouro, de prata e de cobre. Em parte alguma da Bíblia as riquezas materiais são consideradas como más por si mesmas. De fato, Israel recebeu ordens para honrar ao Senhor com os seus ‘bens’ (Pv 3.9), e os dízimos eram uma parte integral da adoração. Não obstante, as riquezas materiais com frequência se tomavam motivo de tentação, pelo que o salmista sabiamente aconselhou: “... se as vossas riquezas prosperam, não ponhais nelas o coração” (Sl 62.10). O amor ao dinheiro desperta o lado mais primitivo do ser humano. O homem pode ser capaz de mentir, aplicar golpes, dissimular, roubar e até matar. Gananciosos constroem impérios sem atentar na pobreza estabelecida ao seu redor. O apego ao dinheiro é o elemento responsável pelas tragédias humanas. À luz do ensino de Provérbios, devemos munir-nos da sabedoria divina em relação ao dinheiro para não cometermos as mesmas injustiças que os homens sem Deus cometem.]. Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!

I. O CUIDADO COM AS FIANÇAS E EMPRÉSTIMOS
1. O Fiador. O Dicionário Aurélio define o fiador como “aquele que fia ou abona alguém, responsabilizando-se pelo cumprimento de obrigações do abonado; aquele que presta fiança”. O crente deve ter cuidado ao afiançar ou avalizar alguém, pois como diz o sábio, poderá sofrer “severamente aquele que fica por fiador do estranho” (Pv 11.15). Tenha cuidado com o cartão de crédito e com o famoso “cheque emprestado”. Este último se não houver fundos para cobri-lo, na data da apresentação, você será cadastrado na lista de emitentes de cheques sem fundos. Siga a recomendação do sábio, evite esse tipo de problema e esteja “seguro” (Pv 11.15). [Comentário:  “Se ficaste por fiador do teu companheiro” (6.1) - este versículo é uma advertência para que ninguém seja "fiador" de um amigo (11.15; 17.18; 22.26). O fiador é aquele que dá garantias de que o devedor irá cumprir sua palavra e pagar suas dívidas, caso contrário, ele mesmo arcará com esse ônus. Assim, ser fiador significa aceitar a responsabilidade pela dívida doutra pessoa, se esta deixa de pagá-la. Esse ato torna a situação financeira do cossignatário dependente dos atos do amigo e fica sujeita a fatos que escapam ao seu controle. O fiador empenha sua palavra, sua honra e seus bens, garantindo ao credor que o devedor saldará seus compromissos a tempo e a hora. O problema é que são muitos os exemplos daqueles que sofreram grandes prejuízos por serem fiadores. Há pessoas que perdem tudo o que adquiriram ao longo da vida para pagar dívidas alheias. Não podemos comprometer o sustento e a estabilidade de nossa família para assegurar os negócios arriscados de outra pessoa. Ser fiador é andar num caminho escorregadio cujo final é o desgosto. A Bíblia nos adverte a fugirmos dele (Pv 22.26,27).].
2. Empréstimo. O Dicionário Aurélio auxilia-nos também na definição do termo emprestar: “Confiar a alguém (certa soma de dinheiro, ou certa coisa), gratuitamente ou não, para que faça uso delas durante certo tempo, restituindo depois ao dono”. Sobre isso, o conselho encontrado em Provérbios é atualíssimo: “Não estejas entre os que dão as mãos e entre os que ficam por fiadores de dívidas. Se não tens com que pagar, por que tirariam a tua cama de debaixo de ti?” (Pv 22.26,27). Não há nada de errado em emprestar, ou tomar emprestado, desde que se cumpra o compromisso firmado. Comprou? Pague! Tomou emprestado? Devolva! Quem compra e não paga, toma emprestado e não devolve, age desonestamente para com a pessoa que lhe deu crédito e desonra o nome do Senhor. [Comentário:  Não é pecado emprestar ou tomar emprestado, mas é preciso avaliar bem a situação para que não haja prejuízos de ambas as partes. Quem empresta, não pode fazê-lo com usura, ou seja, cobrando juros exorbitantes (Dt 23.19,20; Sl 15.5). Deus reprova severamente essa prática. Podemos verificar isso em diversas passagens bíblicas (Ex 22.25; Lv 25.37; Ez 18.13). Numa linguagem mais brasileira, a usura é conhecida como agiotagem, que é uma prática criminosa prevista na Constituição Federal e no Código Penal Brasileiro. Na realidade, o ideal para o cristão não é emprestar, e, sim, dar (Sl 37.21b; Lc 6.34); e quem toma emprestado, não pode desonrar o seu compromisso, pois se assim o faz, será tido como desonesto e ainda colocará o seu próximo em apuros. Quem toma emprestado e não paga é considerado ímpio, alguém que tem um desvio de caráter que precisa ser corrigido (Sl 37.1a).].

SINOPSE DO TÓPICO (I)
O cristão deve ter prudência ao decidir ser um fiador ou efetuar um empréstimo.

II. O CUIDADO COM O LUCRO FÁCIL
1. Evitando a usura. A prática de emprestar dinheiro a juros é bem antiga. Para Milton C. Ficher, erudito em Antigo Testamento, a legislação de Deuteronômio 23.19,20 já proibia a prática de se “emprestar com usura” (“juros” na ARA). Mas não apenas dinheiro, também comida e “qualquer coisa que se empreste à usura”. Os termos hebraicos neshek e nashak aludem a qualquer tipo de cobrança abusiva feita por ocasião do pagamento da dívida. O princípio de não cobrar juros aos seus irmãos devia ser observado pela nação israelita. Sobre isso e acerca de quem habitaria o tabernáculo do Altíssimo, Davi advertiu solenemente (Sl 15.5). A legislação brasileira prevê que o crime de usura, ou agiotagem, ocorre quando os juros cobrados por particulares forem maiores que os praticados pelo Mercado Financeiro e permitido por lei. Portanto, agiotagem é crime! É pecado![Comentário:  Existem referências à proibição da usura já no Código de Hamurabi. Porém, maiores explanações sobre o tema remetem a Aristóteles – tido como o primeiro economista da história –, o qual condenava a usura na sua obra “Política”. Partindo-se de um conceito mais moderno, a usura, em síntese, é entendida como a cobrança de remuneração abusiva pelo uso do capital, ou seja, quando da cobrança de um empréstimo pecuniário (ou seja, em dinheiro), são cobrados juros excessivamente altos, o que lesa o devedor. É prática repudiada socialmente, sendo considerada conduta criminosa por diversos ordenamentos jurídicos1 , inclusive o brasileiro (Lei da Usura). A usura está intimamente ligada à cobrança excessiva de juros e, por isso, constitui crime no Direito Penal brasileiro; aquele que pratica a usura é popularmente conhecido como agiota2 . Tal expressão se refere não somente ao particular, mas também às pessoas jurídicas que especulam indevidamente e ultrapassam o máximo da taxa de juros prevista legalmente, praticando crime contra o sistema financeiro nacional (Lei nº 7.492/86).Incontroverso o fato de que a usura é pecado para o Cristão, pois, na medida em que se assemelha ao roubo, vai de encontro às leis de natureza divina. A usura estaria ligada, ainda, à avareza e à preguiça, condutas estas que, segundo a Bíblia, são claramente contrárias ao que se espera de um bom cristão].
2. Evitando o suborno. De acordo com os léxicos, subornar é “dar dinheiro ou outros valores a, para conseguir coisa oposta à justiça, ao dever ou à moral”. Subornar é corromper para ganhar vantagens. A imprensa veicula constantemente exemplos de pessoas que receberam suborno quando deveriam zelar pelo cumprimento de suas obrigações. A Palavra de Deus afirma que aquele que aceita suborno secretamente perverte o caminho da justiça (Pv 17.23). O cristão não pode aceitar suborno nem muito menos pagá-lo, pois ele anda na luz e precisa honrar a Deus em todas as áreas de sua vida. A prática do suborno é uma perigosa armadilha. O que se apresenta como lucro hoje, amanhã se revelará numa perda irreparável. Por isso, atentemos ao conselho de Provérbios (Pv 17.23 — ARA).[Comentário:  Em Pv 17.23 está escrito: “O perverso aceita o suborno às escondidas para perverter os caminhos da justiça” (Bíblia Viva). Infelizmente, boa parte da sociedade brasileira vive a cultura do suborno. Vemos constantemente autoridades dos três poderes, recebendo vultosas quantias para favorecerem ricos desonestos ou amigos e familiares seus. Vemos também corrupção em menor escala como, por exemplo, no meio policial, no ambiente hospitalar, num estabelecimento comercial que está sendo submetido a uma auditoria, até mesmo dentro de um transporte coletivo na hora de se pagar a passagem. Oferecer e receber suborno é pecado, pois está escrito em Dt 16.19 “Não torcerás o juízo, não farás acepção de pessoas, nem tomarás suborno, porquanto o suborno cega os olhos dos sábios e perverte as palavras dos justos”(cf. Ex 23.8; Sl 15.5; 26.9,10; Ec 7.7).].

SINOPSE DO TÓPICO (II)
A Bíblia rechaça a prática do lucro fácil que advém da usura e do suborno.

III. O USO CORRETO DO DINHEIRO
1. Para promover valores espirituais. Um dos melhores conselhos sobre a promoção dos valores espirituais pode ser encontrado em Provérbios: “Compra a verdade e não a vendas; sim, a sabedoria, e a disciplina, e a prudência” (Pv 23.23). Aquilo que é eterno custa caro e, por isso, poucos têm interesse nesse investimento. Para Judas foi mais fácil vender Jesus do que se desfazer de sua cobiça. O mesmo aconteceu com os irmãos de José. Venderam-no para o Egito por um punhado de dinheiro (Gn 37.1-36). Hoje, muitos crentes estão negociando a sua herança espiritual e moral, trocando-a por coisas pecaminosas. Por que não investir o dinheiro naquilo que promove a sabedoria, a instrução e o conhecimento? Cuidado! Não desperdice o seu salário com futilidades. Adquira somente o que glorifica a Deus e honra o Evangelho de Cristo. [Comentário:  Em parte alguma da Bíblia as riquezas materiais são consideradas como más por si mesmas. De fato, Israel recebeu ordens para honrar ao Senhor com os seus “bens” (Pv 3.9), e os dízimos eram uma parte integral da adoração. Não obstante, as riquezas materiais com frequência se tomavam motivo de tentação, pelo que o salmista sabiamente aconselhou: “... se as vossas riquezas prosperam, não ponhais nelas o coração” (Sl 62.10). A atitude de Jó para com a totalidade da vida também se aplica ao seu aspecto econômico: “Nu saí do ventre de minha mãe, e nu voltarei; o Senhor o deu, e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor!” (Jó 1.21).].
2. Para promover o bem-estar social. Para o pobre, o dinheiro mal dá para suprir as necessidades mais elementares e básicas. Felizmente, o dinheiro não é o único valor que realmente conta, pois “melhor é o pobre que anda na sua sinceridade do que o de caminhos perversos, ainda que seja rico” (Pv 28.6).
Entretanto, há muitos crentes com dinheiro, e muito dinheiro, mas que não o utilizam para honrar a Deus e ajudar ao próximo. Eles não trazem os seus dízimos à Casa do Senhor, não ofertam, não contribuem com a obra missionária, não investem em obras sociais e nem do bem-estar da própria família cuidam. A estes as Escrituras chamam de insensatos (Pv 17.16 — ARA). Os tais ainda não leram o conselho do sábio: “Porque as riquezas não duram para sempre; e duraria a coroa de geração em geração?” (Pv 27.24). Quando morrerem, outros irão usufruir o que eles deixarem! [Comentário: Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal “a palavra traduzida por ‘avareza’ (pleonexia) literalmente significa a sede de possuir mais”. A ganância, o desejo excessivo de possuir mais e mais tem levado muitos a se envolverem em negócios ilícitos, como por exemplo, a prática da agiotagem, suborno, corrupção. A agiotagem é uma prática perversa e bem antiga. A Palavra de Deus proíbe tal prática desumana (Dt 23.19,20). Segundo o Código Penal Brasileiro, agiotagem é crime. Devemos ajudar aqueles que estejam realmente sofrendo, sem meios para atender às necessidades básicas da vida (Êx 22.14; Lv 25.35; Mt 5.42). Quanto aos pobres, não devemos emprestar e sim dar-lhes (cf. Mt 14.21; Mc 10.21; ver Pv 19.17).].

SINOPSE DO TÓPICO (III)
O conselho bíblico diz que o uso do dinheiro deve promover valores espirituais e o bem estar social.

IV. BUSCANDO O EQUILÍBRIO FINANCEIRO
1. Buscando a suficiência. Em Provérbios 30.8,9, o sábio ensina o sentido de ter uma vida financeira suficiente, isto é, nem pobreza nem riqueza. Esse ponto de equilíbrio define bem o que é ter uma vida próspera na perspectiva bíblica. É ter a suficiência, como ensinou o apóstolo Paulo (Fp 4.19). Essa suficiência mantém nossa vida equilibrada. Ela não permite o muito tornar-se excesso nem o pouco virar escassez. Atentemos ao conselho do sábio![Comentário:  O sábio Agur afirma que as pessoas que têm um excesso de possessões materiais logo se esquecem de sua dependência do Senhor, então, ele faz um pedido: “...dá-me o pão que me for necessário” (Pv 30.8). Seu pedido visa a uma suficiência que evita ambos os extremos: da pobreza e das riquezas desnecessárias. Agur está mais preocupado com o caráter do que com a riqueza e vida fácil. Ele reconheceu sua fragilidade e pediu situações que o capacitassem a manter os olhos fitos em Deus. Adquirir fortuna de modo ilícito (agiotagem, suborno) é como construir a casa sobre a areia; cedo ou tarde ela vai ruir (Mt 7.24-27). É bom lembrar que a areia não é o solo ideal para se estabelecer nenhum tipo de fundamento; a rocha sim é segura, capaz de sustentar uma construção.].
2. Buscando o que é virtuoso. Para o sábio, há coisas que superam o valor do dinheiro: “Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento. Porque melhor é a sua mercadoria do que a mercadoria de prata, e a sua renda do que o ouro mais fino. Mais preciosa é do que os rubins; e tudo o que podes desejar não se pode comparar a ela” (Pv 3.13-15). A sabedoria, como bem espiritual, em muito supera o dinheiro, pois para o sábio, a riqueza do verdadeiro saber não se compara com a mais bela e cobiçada joia. É incomparável o seu valor (Pv 8.11). Diz ainda Salomão: “Mais digno de ser escolhido é o bom nome do que as muitas riquezas; e a graça é melhor do que a riqueza e o ouro” (Pv 22.1). [Comentário:  Uma sociedade materialista exige que estejamos sempre prontos a adquirir mais. “Dá-me o pão que me for necessário” é um grito de alento do coração. Reconhecer que podemos confiar que Deus nos dará a nossa porção diária e que ela será suficiente é um alívio (Mt 6.8). O homem natural não ancora sua confiança em Deus, mas tão somente naquilo que ele pode amealhar. O crente por sua vez, sabe que Deus é Provedor e que não deixará lhe faltar nada. Assim, há espaço para buscarmos o que é virtuoso - a sabedoria que traz verdadeira felicidade (Pv 3.13-15). Felicidade essa que ultrapassa o valor de joias ou de qualquer outro bem. A sabedoria traz consigo vida longa, reputação, felicidade e as bênçãos advindas da obediência. A sabedoria é um atributo de Deus, o que é diferente de sabedoria como entendimento e como escolha de decisões corretas. A sabedoria convida a todos os homens a escolherem o seu caminho de vida, ela disponível a todos, mas é adquirida apenas por aqueles que a amam e que a procuram (Pv 8.17, 21)].

SINOPSE DO TÓPICO (IV)
Uma vida financeiramente equilibrada se caracteriza quando o muito não se torna excesso nem o pouco, escassez

CONCLUSÃO

A presente lição mostrou que, embora o dinheiro seja algo essencial à vida, não é o mais importante. Há outros valores mais importantes do que ele. É necessário, portanto, buscarmos um viver equilibrado como resultado da obediência aos princípios da Palavra de Deus. Em Cristo, o centro de toda revelação bíblica, temos toda a suficiência de que precisamos. Aleluia![Comentário:  Quanto mais ganhos materiais, mais a pessoa se encontra cercada por coisas que a esvaziam. O homem não pode levar nada consigo quando partir desta vida. Desta forma, todo o seu trabalho é inútil. Deus deu ao homem suas bênçãos de forma material, e é dever do homem gozar destas bênçãos e estar contente com elas em moderação. A expressão “bens” representa propriamente as coisas materiais que nos servem para a satisfação de nossas necessidades e a Bíblia Sagrada faz questão de nos mostrar que elas são dádivas de Deus para nós. Para os israelitas, Deus prometia “abundância de bens” na Terra Prometida se houvesse fidelidade a Ele e à Sua lei (Dt 28.11). A rainha de Sabá entendeu que Salomão tinha abundância de bens e que lhe havia sido dada pelo próprio Deus (1Rs 10.7,10). Neemias, também, reconheceu que Deus cumpriu a Sua promessa ao povo de Israel, dando-lhes abundância de bens, embora tal atitude não tenha sido correspondida pelo povo (Ne 9.35). O próprio Satanás reconheceu que foi Deus quem deu os bens a Jó (Jó 1.10). Isto posto, prova-se que Deus é o dono de todas as coisas e dá a quem quer, quando quer e como quer. No entanto, e aqui reside o grande perigo, o homem, no pecado, entende que pode viver sem Deus e, por isso, acaba por achar que tudo quanto possui é fruto de seu próprio esforço, é resultado de suas próprias forças e, diante dos bens terrenos, esquece-se d’Aquele que é a fonte de tudo quanto foi adquirido, esquece-se do Deus que dá aos homens todos os bens terrenos. É neste ponto, quando há a desconsideração de que Deus é o dono de tudo e que é o principal responsável por aquilo que adquirimos por força do nosso trabalho que surge o “materialismo”, que é a redução de tudo ao “material”, que é a exclusão de Deus de nossas mentes, de nossa apreciação da realidade. Por intermédio de uma vida imediatista, muitos crentes arrazoados num entendimento materialista, em momentos de perdas significativas, têm dificuldades de confiar em Deus. Tenhamos uma visão Cristocêntrica acerca do dinheiro e sua administração!].
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),



VOCABULÁRIO
Agiotagem: Empréstimo de dinheiro a juros superiores à taxa legal; usura.
Mercado Financeiro: Segundo a Economia, é um complexo mecanismo que organiza os processos de compras e vendas em comércio (mercadorias, valores imobiliários, câmbio e outros bens).
EXERCÍCIOS
1. Defina o termo fiador.
R. Aquele que fia ou abona alguém, responsabilizando-se pelo cumprimento de obrigações do abonado; aquele que presta fiança.
2. Por que devemos ter cuidado com o cartão de crédito e com o cheque emprestado?
R. Porque se não houver fundos para cobrir os valores a pessoa será enquadrada na lista de emitentes de cheques sem fundo.
3. Em relação à cobrança abusiva de juros, qual princípio deveria ser observado pela nação israelita?
R. O princípio de não cobrar juros aos seus irmãos.
4. O dinheiro é realmente o único valor que conta? Por quê?
R. O dinheiro não é o único valor que realmente conta, pois “melhor é o pobre que anda na sua sinceridade do que o de caminhos perversos, ainda que seja rico” (Pv 28.6).
5. Para o sábio, a sabedoria era um bem espiritual muito superior ao dinheiro. Por quê?
R. Porque, para o sábio, a riqueza do verdadeiro saber não se compara com a mais bela e cobiçada joia.

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
OBRAS CONSULTADAS:
-. Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2013 - CPAD - Jovens e Adultos; Comentarista: Pr. Elienai Cabral; CPAD; -. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001, Dinâmica do Reino – Confissão de Fé; p. 1239;
 -. Bíblia de Estudo Defesa da Fé: Questões reais; Respostas precisas; Fé Solidificada. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
-. Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009. 
-. BARNHILL, J. A. Antes que as Dívidas nos Separem: Respostas e cura para os conflitos financeiros em seu casamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2003. -. Manual Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3 ed., RJ: CPAD, 2005. -. PALMER, M. D. (Ed.) Panorama do Pensamento Cristão. 1 ed., RJ: CPAD, 2001.

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