quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Revista Jovens 2º Trimestre de 2018 Tema: "A igreja do arrebatamento", O padrão dos Tessalonicenses para Estes últimos Dias.

Capa da Próxima Lição Dos Jovens

Adultos Lição 5: Cristo é superior a Arão e à Ordem Levítica

Subsídios da Lição adultos

TEXTO ÁUREO
“Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão” (Hb 4.14).

VERDADE PRÁTICA
Como Filho de Deus e Sumo Sacerdote, Jesus intercede eficazmente por sua Igreja.

LEITURA DIÁRIA
Segunda — Hb 4.14
Jesus, Sumo Sacerdote qualificado para representar os homens diante de Deus
Terça — Hb 4.15
Jesus, Sumo Sacerdote identificado com a condição humana
Quarta — Hb 5.4
Jesus, Sumo Sacerdote e ministro do santuário
Quinta — Hb 5.7
Jesus, o Sumo Sacerdote de vida santa
Sexta — Hb 5.8, 12.28
Jesus, o Sumo Sacerdote obediente e submisso que nos ensina
Sábado — Hb 5.9-14
Jesus, o Sumo Sacerdote transcendente e necessário

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Hebreus 4.14-16; 5.1-14

Hebreus 4
14 — Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão.
15 — Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
16 — Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.

Hebreus 5

1 — Porque todo sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados,
2 — e possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados, pois também ele mesmo está rodeado de fraqueza.
3 — E, por esta causa, deve ele, tanto pelo povo como também por si mesmo, fazer oferta pelos pecados.
4 — E ninguém toma para si essa honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão.
5 — Assim, também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei.
6 — Como também diz noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque.
7 — O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia.
8 — Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu.
9 — E, sendo ele consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem,
10 — chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.
11 — Do qual muito temos que dizer, de difícil interpretação, porquanto vos fizestes negligentes para ouvir.
12 — Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite e não de sólido mantimento.
13 — Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino.
14 — Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.

HINOS SUGERIDOS
152, 291 e 402 da Harpa Cristã.

OBJETIVO GERAL
Pontuar o sacerdócio do Senhor Jesus como superior à ordem levítica e que, por isso, Ele teve autoridade para inaugurar uma nova ordem.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

I. Demonstrar biblicamente a natureza da superioridade do sacerdócio de Jesus Cristo;
II. Ensinar que o sacerdócio de Cristo foi superior quanto ao serviço;
III. Expressar a importância teológica do sacerdócio do Senhor Jesus.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Hebreus 4.14-16 talvez seja a passagem mais enfática acerca da perfeição do ministério sacerdotal de Jesus Cristo. Ali, o texto apresenta nosso Senhor como um sumo sacerdote capaz de compadecer-se de nossas fraquezas porque Ele havia sido tentado em tudo. Com base nesse fato que o autor aos Hebreus encoraja os cristãos: “Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (v.16). Encoraje sua classe a partir dessa Palavra!
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A doutrina do sacerdócio de Jesus começa a ser exposta a partir de Hebreus 4.14-16. Nessa seção o autor apresenta Jesus como “o grande sumo sacerdote que penetrou os céus”. Jesus, portanto, era um Sumo Sacerdote grandioso, misericordioso e compassivo. Na seção de Hebreus 5.1-10, o autor sacro apresenta de forma detalhada uma discussão sobre as atribuições e qualificações do sacerdócio. A intenção dele é mostrar que o sacerdócio de Jesus superou o sacerdócio arônico e a ordem levítica em grandeza e qualificação. Os sacerdotes humanos eram cobertos de fraquezas e defeitos e, por isso, pouco podiam fazer pelos homens. Todavia, Jesus, como Sumo Sacerdote, era de uma ordem superior e perfeita e, por conta disso, capaz de condoer-se e socorrer os que a Ele recorrem. Por fim, o autor finaliza censurando os crentes pela ignorância deles frente a uma doutrina de tão grande relevância.

PONTO CENTRAL
Jesus Cristo é o sacerdote perfeito que executou o mais perfeito sacrifício pela humanidade.

I. UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO À QUALIFICAÇÃO
1. Por representar melhor os homens diante de Deus. O escritor de Hebreus mostra que o sumo sacerdote do Antigo Pacto era escolhido dentre seus pares (Hb 5.1). Com essa exposição o autor quer chamar a atenção para o mistério da encarnação, quando Deus se humaniza para tratar com os homens. Mesmo porque, como afirma certo teólogo, “é necessário que um homem seja escolhido para representar homens ao tratar dos pecados deles contra Deus”. Jesus, nosso Sumo Sacerdote, é quem nos apresentou diante de Deus. Ao contrário do sacerdócio arônico, que oferecia ofertas e sacrifícios, Jesus ofereceu sua própria vida como oferta a Deus em nosso favor (Hb 4.14-16).

2. Por compreender melhor a condição humana. Para melhor compreender a condição humana, o autor prossegue com sua exposição da função sacerdotal. O sumo sacerdote era alguém tirado de entre o povo e com a capacidade de compreender a condição humana. A palavra “compadecer-se” (Hb 5.2,3) traduz o termo grego metriopatheia, que significa escolher um meio termo a fim de se evitar os extremos. Um sacerdote que trabalhava com as exigências da Lei e, ao mesmo tempo com as fraquezas humanas, necessitava, a todo momento, evitar os extremos. Isso se tornava mais emblemático quando ele precisava fazer sacrifícios pelos pecados alheios e os seus próprios. Ele não poderia ser complacente com o pecado nem tampouco agir com extrema severidade. Na mente do autor sagrado somente Jesus, o Sumo Sacerdote perfeito, pôde cumprir esse requisito.

3. Pela posição que exerceu. Não era sumo sacerdote quem quisesse ser, mas aquele a quem o Senhor chamasse (Hb 5.4). O contexto deixa claro que a palavra “honra” tem o sentido de “cargo” ou “posição” e está relacionada ao ministério sacerdotal ao qual o Senhor delegou a alguém. Ser um ministro do altar era algo extremamente honroso, de grande importância e de muita responsabilidade. Tanto Arão como seus filhos foram escolhidos diretamente por Deus para esse ministério (Êx 28.1; Sl 105.26). Jesus, nosso Sumo Sacerdote, em tudo foi superior e mais honrado do que Arão visto pertencer a uma ordem sacerdotal superior e haver sido enviado do céu para essa missão.

SÍNTESE DO TÓPICO (I)
O sacerdócio de Cristo é mais qualificado do que o de Arão e o da ordem levítica porque representa melhor o ser humano diante de Deus, pois compreende a condição humana, e também por pertencer ao “sacerdócio do céu”.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Enfatize a superioridade da qualificação do sacerdócio de Cristo em relação ao de Arão e ao da ordem levítica. Utilize o auxílio do esquema abaixo.
CONHEÇA MAIS

Todo o sumo sacerdote

“Duas qualificações são necessárias para um verdadeiro sacerdócio. (1) O sacerdote deve ser compassivo, manso e paciente com aqueles que se desviam por ignorância, por pecado involuntário e por fraqueza (v.2; 4.15; cf. Lv 4; Nm 15.27-29). (2) Deve ser designado por Deus (vv.4-6). Cristo satisfaz ambos requisitos.

[...] Cristo aprendeu pela experiência o sofrimento e o preço que com frequência se paga pela obediência a Deus num mundo corrupto (cf. 12.2; Is 50.4-6; Fp 2.8). Ele se tornou o Salvador e sumo sacerdote perfeito, porque seu sofrimento e morte na cruz ocorreram sem pecado. Por isso, Ele estava qualificado em todos os sentidos (vv.1-6), para nos prover a eterna salvação”. Leia mais em Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, pp.1905,06.

II. UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO AO SERVIÇO
1. Pela realeza e o propósito pelo qual viveu. Em sua exposição sobre o sacerdócio de Cristo, o autor combina o Salmo 2.7 com o 110.4. Essas citações servem para o autor sacro argumentar a favor da filiação divina e da realeza do sacerdócio de Jesus. Respeitados especialistas em Antigo Testamento ressaltam que o tipo de “messias” que os judeus da época de Jesus esperavam era de natureza político-religiosa. Entretanto, os textos dos Salmos mostram que Jesus Cristo não era um messias político nem meramente religioso, mas o Messias aclamado por Deus em Salmos 2.7 e reconhecido pelo Pai como Sumo Sacerdote em Salmos 110.4: o Messias que os cristãos reconhecem como o Filho de Deus, Rei e Sumo Sacerdote do Novo Pacto. Nosso Cristo, mesmo sendo Filho de Deus, não glorificou a si mesmo nem tampouco buscou honra para si, mas exerceu o sacerdócio por meio da vontade do Pai (Fp 2.5-7).

2. Pela vida santa que possuía. A primeira parte do versículo sete do capítulo cinco de Hebreus é usada pelo autor sacro para se referir à vida piedosa de Jesus. Intercessão, compaixão, oração e súplicas são qualidades presentes em um verdadeiro sacerdote. O autor destaca que os fatos por ele levantados aconteceram quando Jesus ainda exercia seu ministério terreno, revelando dessa forma o seu viver santo. Os intérpretes destacam que esses fatos estão relacionados com a oração de Jesus no Getsêmani (Mc 14.33-36), conforme narra os Evangelhos e serve para mostrar que um sacerdote assim, santo, piedoso e compassivo, é capaz de condoer-se das fraquezas humanas e dos que sofriam.

3. Pela submissão que demonstrou. A expressão “foi ouvido quanto ao que temia” (Hb 5.7, ARC) é traduzida na Almeida Revista e Atualizada (ARA) como “tendo sido ouvido por causa da sua piedade”. A razão da diferença nas traduções é a palavra eulabeia usada pelo autor. Essa palavra só aparece duas vezes no Novo Testamento grego e as duas ocorrências encontram-se em Hebreus: uma aqui no capítulo 5 e outra em Hebreus 12.28. Em Hebreus 12.28, tanto a ARC como a ARA traduzem como “reverência”. Não há dúvida que este último sentido deve ser mantido aqui. Eulabeia, portanto, mantém o sentido de um temor piedoso e reverente. O viver temente de Jesus o conduziu a suportar o sofrimento em favor da humanidade e, dessa forma, a completar a obra expiatória em favor de todos.

SÍNTESE DO TÓPICO (II)
A realeza, o propósito pelo qual viveu, a vida santa que possuía e a submissão demonstrada no seu ministério apontam para superioridade do serviço de Cristo.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Filho e sacerdote (5.5,6). O autor cita duas passagens. A primeira estabelece o direito de Jesus, na condição de filho, de ministrar no próprio céu (cf.8.3-6). A segunda, estabelece seu direito de servir na terra como Sumo Sacerdote. A razão pela qual é importante traçar o sacerdórcio de Jesus desde Melquisedeque é discutida no capítulo 7.

Obediência (5.7,8). Obedecer é responder de acordo com o pedido ou o comando de outra pessoa. Ambos os Testamentos deixam claro que a obediência a Deus cresce em direção ao relacionamento pessoal com Ele e é motivado pelo amor. Duas das mais importantes passagens das epístolas examinam a obediência de Cristo. Filipenses 2 focaliza a atitude de humildade e renúncia, expressas na encarnação de Cristo. E sua trajetória até a cruz. Essa passagem, Hebreus 5, discute o significado da obediência de Cristo. Ao aprender a obedecer ele estabeleceu suas credenciais como um verdadeiro ser humano, vivendo da mesma maneira que vivemos, no que diz respeito à obediência a Deus. Assim qualificado, Jesus tornou-se o ‘Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem’” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. RJ: CPAD, 2010, p.859).

III. UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO À IMPORTÂNCIA TEOLÓGICA
1. Uma doutrina transcendente. A última parte da seção de Hebreus 5.11-14 forma um parêntese feito pelo autor para chamar a atenção da importância teológica que possuía essa doutrina — o sacerdócio de Jesus Cristo. A compreensão dessa doutrina era de suma importância para o viver cristão, mas a falta de crescimento por parte dos leitores tornava difícil para o autor torná-la compreendida. Era uma doutrina que transcendia em muito aqueles princípios formadores da fé cristã. Requeria maturidade, o que só teria sido possível se eles exercitassem suas mentes na meditação da Palavra.

2. Uma doutrina essencial. Se por um lado essa doutrina era por natureza transcendente, por outro, formava o âmago da fé cristã. A sua compreensão traz substância à nossa fé. Não era de admirar que os hebreus estavam indolentes, desanimados e fracos. Não possuíam uma fé substancial (Hb 5.13,14). Quando não se tem maturidade suficiente na vida cristã fica difícil e, às vezes, impossível de se fazer escolhas acertadas.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
A doutrina da superioridade sacerdotal de Cristo é transcendental aos princípios formadores da fé cristã e essencial à nossa fé.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Resumo do capítulo [5]. O sumo sacerdote ocupava uma posição única na religião de Israel, um cargo acessível tão somente a um descendente de Arão. Por isso, o escritor se mostra cauteloso ao enumerar as qualificações de Cristo para esse papel na fé, no Novo Testamento. O sumo sacerdote é tomado dentre os homens. Sua comissão de representar a outros homens diante de Deus exige que Ele seja uma pessoa sensível às necessidades dos seres humanos (v.4). Cristo foi ordenado por seu Pai ao sacerdócio (vv.5,6). Cristo também cumpre as qualificações de sensibilidade diante da fraqueza humana. Como homem, Jesus aprendeu a obediência pelas cousas que sofreu (vv.7,8). Devidamente qualificado, foi nomeado sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque e se transformou na fonte de nossa salvação (vv.9,10). Isto posto, o autor lança mais uma advertência devido à aparente incapacidade de seus leitores de perceberem até mesmo as mais elementares verdades do cristianismo. Para caminhar em direção à maturidade, devem se valer das verdades que têm ensinado, como guia a distinguir o bem do mal. Para ser considerada alimento sólido e não leite, a verdade deve ser explicitada na prática (vv.11-14)” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. RJ: CPAD, 2010, p.859).

CONCLUSÃO
O final do capítulo quatro de Hebreus e todo o capítulo cinco trazem aspectos relevantes sobre o sistema sacerdotal nos dias bíblicos. Vimos que o autor apresentou, primeiramente, as qualificações que eram exigidas para um sacerdote e depois as contrastou com o Sumo Sacerdote perfeito, Jesus. O Filho de Deus viveu toda a nossa condição humana e, como sacerdote perfeito, está habilitado para interceder por nós. Esta é uma doutrina que todos devemos conhecer bem.

PARA REFLETIR

A respeito de Cristo é superior a Arão e à Ordem Levítica, responda:

Ao contrário do sacerdócio arônico, o que Jesus ofereceu?
Jesus ofereceu sua própria vida como oferta a Deus em nosso favor (Hb 4.14-16).

Por que Jesus, nosso Sumo Sacerdote, em tudo foi superior e mais honrado do que Arão?
Jesus, nosso sumo sacerdote, em tudo foi superior e mais honrado do que Arão visto pertencer a uma ordem sacerdotal superior e haver sido enviado do céu para essa missão.

Como foi estabelecido o sacerdócio de Jesus?
Jesus foi aclamado por Deus como Messias davídico (Sl 2.7) e como sumo sacerdote (Sl 110.4). Portanto, o sacerdócio de Jesus se dá em razão da sua filiação divina.

Quais as qualidades presentes em um verdadeiro sacerdote?
Intercessão, compaixão, oração e súplicas são qualidades presentes em um verdadeiro sacerdote.

Como seria possível chegar à maturidade cristã?
Exercitando a mente na meditação da Palavra.

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO


Cristo é superior a Arão e à Ordem Levítica
ESBOÇO DA LIÇÃO

1. Introdução

Texto Bíblico: Hebreus 4.14-16; 5.1-14

2. I. Um sacerdócio superior quanto à Qualificação

• 1. Por representar melhor os homens diante de Deus.

• 2. Por compreender melhor a condição humana.

• 3. Pela posição que exerceu.

3. II. Um sacerdócio superior quanto ao Serviço

• 1. Pela realeza e o propósito pelo qual viveu.

• 2. Pela vida santa que possuía.

• 3. Pela submissão que demonstrou.

4. III. Um sacerdócio superior quanto à importância Teológica

• 1. Uma doutrina transcendente.

• 2. Uma doutrina essencial.

5. Conclusão

Nesta altura, chegamos numa seção crucial da Carta aos Hebreus: A Supremacia do Sumo Sacerdócio de Cristo. O início dessa seção resgata o fato de que o Senhor Jesus, por intermédio de seu sacerdócio supremo, torna aberto o caminho para todas as pessoas aproximarem-se ao trono da Graça de Deus com confiança. Ora, nosso Senhor compartilhou a nossa humanidade e, por isso, ninguém melhor que Ele para compreender nossas fraquezas e debilidades. Por isso, precisamos de um mediador perfeito, “porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos” (1Tm 2.5,6). Por todos esses motivos, o Senhor Jesus (1) representa mais eficazmente todos os seres humanos do que os sacerdotes do Antigo Testamento; (2) compreende melhor a condição humana, pois a viveu em sua plenitude — Ele é verdadeiro Homem; (3) sua posição, junto ao Pai, o coloca em melhor posição para interceder por nós (1Jo 2.1).

Dentre muitos outros motivos, esses três levantados acima atestam claramente que o nosso Senhor é o Sumo Sacerdote por excelência. Nele, devemos depositar a nossa confiança!

Sugestão Pedagógica
Uma boa sugestão é que você explique a classe a estrutura da ordem sacerdotal e levítica de Israel. Nesse sentido, vale a pena ler o capítulo 16 do livro de Levítico que descreve uma das principais cerimônias que o sumo sacerdote celebrava: o Dia da Expiação. Os capítulos 15 e 16.1-6 de 1 Crônicas também merecem atenção, pois eles destacam a organização dos levitas feita pelo rei Davi. Faça essa leitura com o auxílio da Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD. Boa aula!

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Pré-aula Adultos Lição 05: Cristo é superior a Arão e à ordem levítica

Ev. Marcio Mainardes 

Pré-aula Adultos Lição 05: Cristo é superior a Arão e à ordem levítica

Pré-aula Adultos Lição 05: Cristo é superior a Arão e à ordem levítica

Pré-aula Adultos Lição 05: Cristo é superior a Arão e à ordem levítica

Adultos Lição 05: Cristo é superior a Arão e à ordem levítica

Revista: Adultos

Professoras e professores, observem estas orientações:
1 – Antes de abordar o tema da aula, é interessante que vocês mantenham uma conversa informal e rápida com os alunos:
- Cumprimentem os alunos.

- Dirijam-se aos alunos, chamando-os pelo nome, para tanto é importante uma lista nominal para que vocês possam memorizar.
- Perguntem como passaram a semana.
- Escutem atentamente o que eles falam.
- Observem se há alguém necessitando de uma conversa e/ou oração.
- Verifiquem se há alunos novatos e/ou visitantes e apresentem cada um.
2 - Este momento não é uma mera formalidade, mas uma necessidade. Ao escutá-los, vocês estão criando vínculo com os alunos, eles entendem que vocês também se importam com eles.
Outro fator importante para estabelecer vínculos com os alunos é através das redes sociais, adicionem os alunos e mantenham comunicação com eles.
3 - Após a chamada, solicitem ao secretário da classe a relação dos alunos ausentes e procurem manter contato com eles durante a semana, através de telefone ou email ou pelas redes sociais,deixando uma mensagem “in box” dizendo que sentiu falta dele(a) na EBD).
Os alunos se sentirão queridos, cuidados, perceberão que vocês sentem falta deles. Dessa forma, vocês estarão estabelecendo vínculos afetivos com seus alunos.
4 – Escolham um momento da aula, para mencionar os nomes dos alunos aniversariantes, parabenizando-os, dando-lhes um abraço, oferecendo um versículo.
5 – Fazendo o que foi exposto acima, somando-se a um professor motivado, associando a uma boa preparação de aula, com participação dos alunos, vocês terão bons resultados! Experimentem!
6 - Agora, vocês iniciam o estudo da lição. Vejam estas sugestões:
- Apresentem o título da lição: Cristo é superior a Arão e à ordem levítica.
- Em seguida, trabalhem o conteúdo da lição.
Ao trabalhar o conteúdo da lição, vocês devem oportunizar a participação do aluno, envolvendo-o através de exemplos e situações próprias de sua idade. Dessa forma, vocês estão contextualizando o tema com a vida do aluno, além de promover uma aprendizagem mais significativa.
- Para concluir, utilizem a dinâmica “Entrando no Tabernáculo”.
Tenham uma excelente e produtiva aula!

Atenção! Professores da classe dos novos convertidos:
Vocês encontram sugestões para a revista Discipulando do 1o. ao 4o. ciclo, no marcador "Discipulando", deste blog.
Para a revista 1 e 2 do Discipulado, vocês encontram no marcador "Subsídio Pedagógico Discipulado 1" e "Subsídio Pedagógico Discipulado 2", do currículo antigo. Façam bom proveito!

Dinâmica: Entrando no Tabernáculo!
Objetivo: Estudar a obra redentora de Jesus, que é superior à dos sacrifícios levíticos.
Material:
Bíblia
01 figura do Tabernáculo
01 cartolina
01 tubo de cola
Palavras digitadas:
O Pátio – Corpo
O Lugar Santo – Alma
O Santo dos Santos – Espírito
0bservação: organizem um cartaz utilizando a cartolina e as palavras digitadas.
Procedimento:
1 - Falem: Nós somos comparados a um Tabernáculo(mostrem a figura do tabernáculo).
- Leiam, 2 Coríntios 5:1:
“Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus”.
- Falem: Então, o que pode representar as partes do Tabernáculo em relação ao corpo humano?
Para melhor compreensão, apresentem o cartaz:
O Pátio – parte externa: representa nosso corpo
O Lugar Santo – parte interna: representa a alma
O Santo dos Santos – parte mais interna: representa o Espírito
- Falem: Somos Tabernáculo de Deus, pois temos o Espírito Santo que habita e está em nós e gozamos da comunhão e presença do Senhor. Para termos este privilégio, nós entramos pela porta que é Jesus.
- Leiam: João 10:9:
“Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens”.
2 - Peçam para que os alunos formem 01 círculo.
3 - Falem: Vamos dar um passo a frente, simbolizando nossa entrada pela porta no Tabernáculo – lugar de adoração ao Senhor.
4 - Falem: Este círculo representa nosso estado ou situação dentro do Tabernáculo. Podemos estar no Pátio, no Lugar Santo ou no Santo dos Santos.
5 – Para entrar no Pátio: este é o segundo passo(todos devem dar um passo para frente)
- Falem:
É lugar de adoração a Deus com santidade, separado do mundo.
Havia o Altar do Holocausto: Jesus ofereceu o sacrifício único, perfeito e completo, morrendo por nós, perdoando nossos pecados.
Havia também a Pia de Bronze: representa a limpeza de ação e pensamentos.
- Agora, realizem uma leitura do salmo 15:
“SENHOR, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte?
Aquele que anda sinceramente, e pratica a justiça, e fala a verdade no seu coração.
Aquele que não difama com a sua língua, nem faz mal ao seu próximo, nem aceita nenhum opróbrio contra o seu próximo;
A cujos olhos o réprobo é desprezado; mas honra os que temem ao Senhor; aquele que jura com dano seu, e contudo não muda.
Aquele que não dá o seu dinheiro com usura, nem recebe peitas contra o inocente. Quem faz isto nunca será abalado”.
6 - Para chegar no Lugar Santo: é necessário o terceiro passo((todos devem dar um passo para frente)
- Falem:
Nele lugar, encontramos o Castiçal de Ouro: representa Jesus, a luz do mundo.
Leiam João 8:12:
“Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida”.
- Já andamos na luz que é Jesus. Temos o Espírito Santo que habita em nós, aqui simbolizado pelo azeite que alimentava a chama do castiçal.
Leiam Ef 5.18b:“...Enchei-vos do Espírito”.
- Falem: Havia também uma mesa com os Pães da Proposição, que nos remete a Cristo, o pão da vida. Precisamos nos alimentar diariamente de sua Palavra.
Leiam João 6:48: “Eu sou o pão da vida”.
- Falem: Havia o Altar do Incenso – lugar de oração e adoração ao Senhor. Devemos fazer o que está escrito no salmo 141.2: “Suba a minha oração perante a tua face como incenso, e seja o levantar das minhas mãos como o sacrifício da tarde”.
7 - Finalmente para chegar no Santos dos Santos – é o quarto passo((todos devem dar um passo para frente)
Nele havia a Arca da Aliança, que simbolizava a presença de Deus. Este lugar era específico para o sumo sacerdote, que entrava 01 vez ao ano.
Mas, hoje entramos no santuário através da obra redentora de Jesus. O Véu que separava a entrada foi rasgado.
- Leiam Hebreus 10:19-23:
“Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus,
Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne,
E tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus,
Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa,
Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu.”
- Para concluir, falem: Devemos desejar a presença de Deus no Santo dos Santos. Começando primeiro pelo pátio, depois pelo Lugar Santo e por fim no Santo dos Santos - lugar de comunhão na presença do Senhor. Isto só é possível pela obra redentora de Jesus, o sumo sacerdote perfeito.

Por Sulamita Macedo.

Texto Pedagógico
Inclusão na Escola Bíblica Dominical

A Educação Inclusiva está fundamentada no direito ao acesso a escola para todos e no respeito às diferenças. O olhar para o aluno com deficiência deve ser de um sujeito capaz de responder as exigências do meio de acordo com as condições que lhe são oferecidas e com a maneira particular que lhe é específica.
            O evangelho anunciado por Jesus era inclusivo. Jesus demonstrou amor pelos portadores de deficiência, curando-os, pregando a salvação e ensinando os valores do reino.  A igreja precisa divulgar o evangelho para todos, incluindo os deficientes, cumprindo o ide de Jesus: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”(Marcos 16:15 – grifo nosso).

A inclusão de pessoas portadoras de deficiência pode e deve ser praticada nas classes de Escola Dominical.  Que atitudes devem ser observadas para a inclusão do aluno com deficiência na EBD? Observe estes itens:
- Não rejeitar o aluno com deficiência;
- Acolher e integrar o aluno, procurando socializa-lo com os demais colegas;
- Falar para os alunos que nós somos diferentes um dos outros e falar sobre mais uma diferença – a deficiência;
- Não se desesperar ao tomar conhecimento de que há na classe um aluno com deficiência;
- Fala com a família do aluno com deficiência sobre o comportamento dele, como reagir em situações inesperadas e aprendizagem;
- Procurar ajuda com quem já possui experiência nesta área;
- Ler sobre a deficiência do aluno e como ele aprende;
- Não ficar preso ao diagnóstico, a deficiência, ao problema;
- Entender que o aluno com deficiência intelectual aprende de forma diferente, mas aprende;
- Observar como o aluno aprende e fazer as intervenções, adaptando as atividades da aula;
- Organizar o planejamento de aula, com atividades para todos os alunos, inclusive para o portador de necessidade educativa especial.
Atentem agora para as atitudes que não podem ser aceitas por parte do professor, coordenador etc.:
- Rejeitar o aluno;
- Aceitar o aluno e fazer de conta que ele é invisível;
- Deixar que os outros alunos coloquem apelidos ou fazer imitações relacionadas a deficiência;
- Superproteger o aluno com deficiência;
- Não planejar atividades para o tipo de deficiência;
- Falar que o aluno deficiente não aprende, que ele não sabe.
Um aluno com deficiência física aprende como outro aluno sem deficiência, se ele não tiver comprometimento mental. A dificuldade do aluno será certamente a locomoção e a coordenação motora. Para melhor atender ao cadeirante é importante que a acessibilidade esteja adequada, para que não haja barreiras arquitetônicas que dificultem ou impeçam seu acesso às dependências da igreja.
Caso o aluno tenha deficiência intelectual, ele também aprenderá da forma que lhe é possível. Conteúdo abstrato é um fator de dificuldade para quem tem comprometimento cognitivo. O professor deve exemplificar o assunto com situações do cotidiano para favorecer a compreensão.
O aluno com deficiência auditiva se comunica com gestos ou Libras(Língua Brasileira de Sinais) ou  pela leitura labial do interlocutor. Se ele for oralizado, o professor deverá falar de frente para o aluno e articular bem as palavras.
O aluno com deficiência visual total ou parcial requer do professor o cuidado de detalhar o conteúdo e falar o que está contido nos recursos visuais, como mapa, cartaz, filme etc. O ideal seria o uso do Sistema Braille que serve para a escrita e leitura, uma linguagem em código, aceita mundialmente.
Como o professor deve agir, caso deseje exibir um filme e em sua classe há portadores de deficiência auditiva e visual?  O filme requer o uso da visão e da audição, há uma recomendação a ser observada quanto à presença de alunos com necessidades especiais, no caso dos deficientes auditivos(surdos) e dos deficientes visuais(cegos), para que eles sejam incluídos no processo da aula.
Com alunos surdos na sala, o ideal é escolher filmes legendados, se ele for alfabetizado na segunda língua(Português). Se for alfabetizado em Libras(primeira língua), é interessante a presença de um intérprete. Mesmo que o surdo seja oralizado, fazer uso da leitura labial no filme é quase impossível, pois os atores não falam de frente para o ouvinte e de forma pausada.
Com a presença de alunos cegos ou de baixa visão, fazer um resumo oral ou em Braille do que vai ser exibido, detalhando imagens mais importantes de forma que ele entenda.
A igreja além de evangelizar os deficientes, também deve se organizar para discipular aqueles que aceitam a Cristo. A Escola Dominical é o espaço ideal para o ensino da Palavra de Deus, pois o recém-convertido participará de uma classe específica. Os professores devem estar preparados para receber e ensinar os alunos que tenham ou não deficiência. Mãos a obra!
Por Sulamita Macedo.

fonte:http://atitudedeaprendiz.blogspot.com.br

Pré-aula Jovens | Lição 5 - Os Primeiros Discípulos

Jovens Lição 5 - Os Primeiros Discípulos

Subsídios: Jovens lição 05

1º Trimestre de 2018

INTRODUÇÃO
I - CHAMADOS PARA SEREM PESCADORES DE HOMENS
II - O DISCIPULADO COMO ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO
III - A EFICÁCIA DO ENSINO DO MESTRE (Mt 7.24-29)
CONCLUSÃO

Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:

Mostrar como se deu o chamado dos primeiros discípulos;
Apresentar o discipulado como estratégia de crescimento;
Discutir a eficácia do ensino do Mestre.

Palavra-chave: Discipulado.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio abaixo:
“Depois do relato da tentação de Jesus, Mateus comenta que Ele ficou sabendo que João estava preso e então retorna para a Galileia, deixa Nazaré e passa habitar em Cafarnaum. Toma essa decisão, mais uma vez para cumprimento das profecias sobre o início de seu ministério. Inicia sua missão pregando o Reino dos céus e arregimentando pessoas para auxiliá-lo em sua missão.
a) O discípulo era formado aos pés do seu mestre
Na época da Igreja Primitiva, a decisão sobre a escolha e a decisão de se submeter como discípulo de um mestre era importantíssima, pois impactava praticamente para vida toda. No entanto, a escolha não era do discípulo, mas sim do mestre. O discípulo estava diretamente relacionado com seu mestre e, por isso, a escolha do discípulo era de grande responsabilidade, uma vez que seria o sucessor do mestre para discipular as futuras gerações. O Guia Cristão de Leitura (2013, p. 69) traz algumas informações importantes sobre essa relação, em especial no mundo judaico:

Discípulo era um termo comum no século I para uma pessoa que era um seguidor compromissado de um líder religioso, filosófico ou político. No mundo judaico, o termo era particularmente usado para os estudantes de um rabi, o mestre religioso. Nos Evangelhos, João Batista e os fariseus tinham grupos de discípulos (Mc 2.18; Mt 22.15,16). Esses discípulos, com frequência, eram os alunos mais promissores que passaram pelo sistema de educação judaica — os que já tinham memorizado as Escrituras hebraicas e demonstraram o potencial para aprender os ensinamentos específicos dos rabis sobre a Lei e os profetas, a fim de que pudesse ensinar isso a outros. Portanto, era uma grande honra e responsabilidade ser chamado por um rabi para ser seu discípulo. Os discípulos aprenderam os ensinamentos de seu rabi vivendo com ele e seguindo-o aonde quer que vá. Uma frase daquele tempo descrevia os discípulos como aqueles que ‘ficavam cobertos pela poeira do rabi’, porque, literalmente, seguiam de muito perto seus mestres.

Note na citação que o discípulo para ser chamado já deveria ter algumas qualificações prévias, como ter memorizado as Escrituras hebraicas, além de possuir potencial para se tornar um mestre no futuro. Além da familiaridade com o seu mestre, pois a partir da escolha deveriam ter uma vida em comum por um longo período. Um vasto material evangélico atribui o título de mestre a Jesus, em especial, o Evangelho de Mateus, que como foi visto dá ênfase a essa figura de Jesus ao destacar seus ensinos por meios dos cinco famosos discursos atribuídos a Ele. Porém, Haight (2003, p. 88) assegura que “[...] havia diferentes tipos e mestre no tempo de Jesus”. Ele compara Jesus com dois tipos de mestres de sua era: a) o mestre judeu, semelhante a um filósofo cínico popular; b) um sábio da tradição da Sabedoria de Salomão.

Jesus é retratado como originário das classes mais inferiores de sua sociedade. Como carpinteiro estava situado em um patamar abaixo do de camponês, que já era marginalizado na cultura da época. Como galileu, tinha influência da helenização cultural e social. A helenização havia começado com Alexandre, o Grande. Ele, um macedônio, que conquistou a Grécia, superou o grande Império Persa e estendeu seu reinado por uma vasta região. O seu império foi tão grandioso que impôs sobre os conquistados a cultura grega, que permaneceu influente mesmo depois dos gregos serem derrotados pelos romanos. Os judeus como os judeu-cristãos também foram influenciados por essa cultura. O próprio Novo Testamento foi escrito em grego, em sua maioria no grego popular. Isso acabou por facilitar a oportuna disseminação do Evangelho.

Haight (2003, p. 88) afirma que Jesus “[...] assumiu um papel semelhante ao de um filósofo cínico popular”. A palavra cínico hoje tem uma conotação negativa, mas na época o filósofo cínico era popular e atuava como um erudito itinerante. Ele tinha como estilo de vida vivenciar a mensagem na prática. Tinha a pobreza como possibilidade de liberdade interior e reagia contra a opressão sobre os pobres. Inclusive as orientações de Jesus aos seus discípulos que serão estudadas na sequência eram semelhantes ao seu estilo de vida: “As ações por eles prescritas e sua indumentária são muito semelhantes às do cínico: manto, bornal e cajado. Eram pregadores pobres e itinerantes” (HAIGHT, 2003, p. 90). Jesus opôs-se às estruturas oficiais das autoridades religiosas devido ao seu comportamento hipócrita, como veremos em capítulos posteriores, o que resultou na sua própria morte. Haight (2003, p.91) destaca que Jesus e seus discípulos, apesar da semelhança com os cínicos gregos, “[...] começou como um variante judaico local do cinismo”, já que o movimento de Jesus estava muito mais “preocupado com a moral e a ação do que com as crenças. Embora não objetivasse a reforma social, estava preocupado com os papéis na sociedade e tinha tendência igualitária”.

No entanto, o que mais qualifica a característica de Jesus como Mestre está relacionado com a figura do sábio profético judeu, principalmente nos escritos de Mateus. Nele estão presentes as riquezas da tradição judaica, “[...] especialmente o material profético, apocalíptico e sapiencial, embora ocasionalmente até das tradições legais” (HAIGHT, 2003, p. 92). Jesus faz uso dos temas proféticos, mas incorporados ao horizonte sapiencial, em especial nos usos das parábolas, que faziam dEle uma autêntica autoridade da sabedoria de Deus. Por isso, seus ensinos eram admirados e sua didática difundida cada vez mais pelas multidões que o seguia. Assim como os textos sapienciais que utilizavam da personificação da sabedoria, Jesus como Mestre era um supremo modelo de personificação da sabedoria. Portanto, por mais que haja semelhanças com os tipos de mestres de sua época, o jeito de ser Mestre de Jesus era diferenciado, acima de tudo, pela autoridade divina em sua vida.

Na leitura da escolha dos primeiros discípulos por Jesus pode se ter a impressão que Ele não teve o devido cuidado na escolha, pois o texto descreve a escolha a partir de um encontro casual e repentino durante uma caminhada junto ao mar. Por essa razão, a necessidade de analisar essa perícope de Mateus em conjunto com os demais evangelhos, pois as informações se complementam. Cada um dos evangelistas teve o seu objetivo na hora de escrever os evangelhos, com destinatários específicos e informações que seguiam também as necessidades específicas. Na próxima seção, abordaremos como se deu a escolha dos discípulos por Jesus.

b) A escolha dos discípulos
Os textos bíblicos apresentam em seu corpo escrito marcos de sinalização ou chaves de leitura que bem identificados direcionam para uma interpretação adequada e intenção do autor. No caso do Evangelho de Mateus, Couto (2014, p. 16-18) destaca dois marcos“que se reclamam, imbricam e esclarecem mutuamente”. O primeiro deles se encontra em Mt 4.17 que marca o início do ministério de Jesus, logo após a prisão de João Batista. O segundo marco se encontra em Mt 16.21, logo após a profissão de fé de Pedro, que aponta um novo início na atividade pública de Jesus, bem como um novo cenário, da Galileia marginal para Judeia e Jerusalém, centro da religião judaica. Esse marco “pretende agora mostrar aos seus discípulos atónitos que o Reino de Deus se compagina com sofrimento, morte e ressurreição”. Jesus escolhe definitivamente seus discípulos quando resolve iniciar seu ministério. Portanto, dois momentos importantes no relato da vida e obra de Jesus. Aqui iremos analisar o primeiro marco.

O relato da escolha dos discípulos em Mateus deixa dúvida se Jesus conhecia os discípulos, antes de chamá-los para o seguirem, como era o costume. Todavia, quando o chamado dos primeiros discípulos é analisado em conjunto com todos os evangelhos é possível perceber que Jesus já os conhecia. Diferente do que aparenta na leitura isolada de Mateus. O evangelho segundo escreveu João nos dá mais detalhes (Jo 1.35-51). André, o primeiro discípulo a ser chamado, na realidade, já havia abandonado o negócio de pescaria da família para ser discípulo de João Batista e deve ter visto Jesus pela primeira vez quando Ele foi batizado por João. Quando André ouve João dizer que Jesus é o Cordeiro de Deus, ele segue a Cristo até ser chamado para sua morava e passa o dia com Ele. No dia seguinte, André encontrou com seu irmão Simão, que passou a ser mais conhecido por seu nome grego (Pedro), também seguidor de João, e o leva para conhecer Jesus (Jo 1.35-51). No outro dia, Jesus também chama Filipe, que junto com André e Pedro moravam na pequena cidade de Betsaida (Jo 1.44). Filipe, a exemplo de André, também traz mais um discípulo para Jesus, seu amigo Natanael. Os novos amigos e discípulos de Jesus permanecem juntos durante vários dias (Jo 2.12). A própria atitude de João conduziu alguns de seus discípulos para seguirem Jesus: a) suas palavras durante o batismo de Jesus; b) suas palavras quando informado que depois de seu pronunciamento no batismo de Jesus muitos passaram a segui-lo (Jo 3.26-29): “é necessário que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30).

O lugar do chamado dos primeiros discípulos é motivo de controvérsia entre alguns estudiosos dos evangelhos. A narrativa dos evangelhos pode dar impressões diferentes, por exemplo: no Evangelho de João, tem-se a sensação de que os discípulos foram chamados na Judeia, onde João pregava e em Mateus, o local definido é a Galileia. Os comentaristas geralmente falam de dois chamados, o primeiro, na Judeia e o segundo e definitivo, pouco depois, na Galileia quando Jesus iniciou seu ministério, após saber da prisão de João Batista. André, Pedro e os irmãos Tiago e João, que faziam parte do grupo dos primeiros discípulos de Jesus, trabalhavam juntos no negócio de pesca em Betsaida. Posteriormente, com o crescimento do negócio eles se mudam para Cafarnaum. Provavelmente, Tiago e João pertenciam a uma família (zebedeus) com certo poder aquisitivo, pois ter um barco em Cafarnaum era privilégios de poucos, como informa Pagola:


Os habitantes de Cafarnaum são gente modesta. Muitos são camponeses que vivem do produto dos campos e das vinhas das redondezas, mas a maioria vive da pesca. Entre os camponeses, alguns levam uma vida mais folgada; entre os pescadores, alguns são donos do próprio barco. [...] Cafarnaum é, sobretudo, uma aldeia de pescadores cuja vida concentra-se nos espaços livres que restam entre as modestas moradias e os quebra-mares e os cais rudimentares da margem. É certamente onde mais se movimenta Jesus. Os pescadores de Cafarnaum são, junto com os de Betsaida, os que mais trabalham na zona norte do lago, a mais rica em cardumes de peixes. [...] Ao que parece, Jesus simpatiza imediatamente com essas famílias de pescadores. Elas lhe oferecem seus barcos para deslocar-se pelo lago e para falar às pessoas sentadas na margem. (PAGOLA, 2013, p. 111)

Pedro, Tiago e João se tornariam os três discípulos mais íntimos de Jesus. Eles estiveram com Jesus quando da ressurreição da filha de Jairo (Mt 9.23-26), na transfiguração de Jesus (Mc 9.2) e com Jesus no Getsêmani (Mc 14.33).

Portanto, diferente do que parece à primeira leitura do livro de Mateus, com o auxílio das informações dos demais evangelhos é possível perceber que Jesus teve contato e certa preparação dos primeiros discípulos antes de chamá-los para segui-lo de forma definitiva, no início de seu ministério, em busca de cumprir sua missão. Quando Jesus os chama e eles o seguem imediatamente não era uma decisão tão “cega” assim. Eles já conheciam Jesus e tinham o testemunho de seu precursor, João Batista, de que Ele era o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29).


c) O discípulo necessita fazer renúncias

O que caracteriza um verdadeiro discípulo de Jesus é disposição para segui-lo, independente das circunstâncias. Essa disposição faz com que compartilhe da mesma visão de Cristo e comprometimento com o evangelho. O chamado dos discípulos e a resposta imediata deles mostra como se dá a verdadeira conversão, a mudança de mentalidade e de um coração voltado para o Reino dos céus. O texto informa que ao serem chamados deixaram logo ou de imediato a rede e barco para seguir a Jesus. E o plano de vida deles, como ficaria? Como citado anteriormente, provavelmente eles estavam prosperando nos negócios, saíram de uma pequena cidade (Betsaida) para Cafarnaum, um dos centros da vida política e comercial da Galileia, que tinha um importante comércio de peixes, e estavam em plena atividade. Mas o chamado falou mais forte do que seus projetos pessoais e familiares.

Segundo Robertson (2016, p. 60) “eles já tinham se tornado discípulos de Jesus (Jo 1.35-42), mas agora o chamado é para deixar o trabalho secular e seguir a Jesus nas suas viagens e atividades ministeriais”. No caso destes discípulos, além de deixarem a vida profissional eles deixaram suas obrigações familiares que eram relevantes dentro da cultura judaica, pois “ter filhos era, entre outras coisas, uma apólice de seguro para o cuidado na velhice de alguém”. No entanto, nada se fala sobre a conversa que os filhos tiveram com o pai, mas que simplesmente abandoaram tudo para seguir a Jesus. O modelo de chamado de Mateus é de um abandono do estilo de vida e familiares para seguir a Jesus. Apesar, que outros textos dão a entender que não abandoaram seus familiares por completo (Mt 8.14, 15; 20.20). Evidente que essa era uma necessidade da época e das circunstâncias que os cercava.

Jesus estava no início de seu ministério e muito havia por fazer, e os discípulos tinham um chamado específico. Não podemos generalizar que esse modelo serve para todos, em todos os lugares e em todas as épocas. Porém, uma coisa é certa, todas as pessoas que se propõe a seguir Jesus terão que fazer renúncias e mudar o estilo de vida. Outra aplicação que pode ser tirada da narrativa é que os discípulos foram chamados enquanto estavam ocupados. Infelizmente, na atualidade algumas pessoas por negligência ou falta de disposição para o trabalho não têm uma vida profissional e tentam se infiltrar no ministério. Esses procuram se justificar com argumentações como “Deus está fechando as portas da vida profissional”, “Deus está exigindo que eu siga a vida de ministério integral”. Pessoas que colocam em sua boca palavras como se fosse Deus falando, mas na realidade é uma maneira de persuadir outras pessoas a dar guarida aos seus projetos pessoais ou mesmo, apoio financeiro.

Jesus nunca forçou ninguém a segui-lo, mas seus discípulos aos serem convidados renunciaram seus estilos de vida e o seguiram. Portanto, quando as pessoas se manifestarem com chamadas específicas devem ter o discernimento da vontade de Deus para não sacrificarem família por falta de percepção do verdadeiro chamado de Deus. Depois de Deus, a família é o bem mais importante na vida do ser humano. Deus preserva a família. 

A estratégia de Jesus continua atualizada

Ainda hoje as pessoas pensam que a responsabilidade e a maior eficácia na propagação do evangelho se dá por meio dos grandes líderes e pregadores. Elas não percebem o trabalho dos “bastidores”, os irmãos e irmãs simples que convidam e evangelizam as pessoas para participarem de eventos e reuniões. O trabalho dessas pessoas anônimas tem o resultado quando as almas convidadas estão reunidas e o pregador lança a rede. Todavia, esse trabalho em conjunto e a eficácia do discipulado evidenciado no início do ministério de Jesus, e da Igreja Primitiva tem se perdido na história da igreja hodierna. A maioria dos membros das igrejas está acomodada com a rotina de atividades eclesiásticas, convencidas de que a responsabilidade para a evangelização é dos obreiros e pregadores do púlpito. Pouco se convida para participação nos cultos, dificilmente se reúnem nas casas, poucos valorizam o trabalho do discipulado, alguns até o contesta dizendo que não é bíblico. Infelizmente, muitos desconhecem a própria história do Evangelho.

Jesus disse que veio para os doentes e não para os sãos. A igreja deve atuar como um hospital, um local para receber os doentes. Para tal, precisa de pessoas capacitadas e preparadas para receber e tratá-los adequadamente. Isso somente se dá por meio de um sistema organizado de capacitação e treinamento. Algumas igrejas priorizam a evangelização e até conseguem várias conversões, mas infelizmente por falta de cuidado muitos se perdem. Por isso, há necessidade do trabalho conjunto e completo, um evangeliza e outro discípula para conservação da fé do novo convertido (Mt 28.19-20, 2 Tm 2.2).

A conversão é uma obra espiritual realizada pelo Espírito Santo, que convence do pecado, da justiça e do juízo, mas fazer discípulos é responsabilidade de cada cristão. A estratégia utilizada por Jesus continua atual. Ele convidava as pessoas que o ouviam e testemunhavam do poder de Deus para propagar nas ruas, nas casas e outros locais de forma simples e objetiva, e as pessoas eram alcançadas. A tarefa da igreja somente estará completa quando o novo crente for integrado à vida da igreja e for capacitado para ganhar novos discípulos (2 Tm 2.2). A igreja pentecostal primitiva evangelizava, fazia missões, discipulava, ensinava sistematicamente a Bíblia, socorria aos necessitados. Ela crescia a cada dia pelo dinamismo de suas atividades e essa estratégia continua dando resultados. Hoje é lamentável o comportamento da maioria das congregações, acomodada às suas estruturas e rotina, sem se preocuparem e se envolverem com as atividades do discipulado. Ás vezes, excelentes “obstetras”, mas como péssimos “pediatras”, pois não cuidam dos novos convertidos (crianças espirituais). Será que Deus vai cobrar isso da liderança e dos membros da igreja?”

*Este subsídio foi adaptado de NEVES, Natalino das. Seu Reino Não Terá Fim: Vida e obra de Jesus segundo o Evangelho de Mateus. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017,   pp. 56-67.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens