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sábado, 28 de setembro de 2013

Lição 13: O sacrifício que agrada a Deus


Lição 13: O sacrifício que agrada a Deus
29 de setembro de 2013
TEXTO ÁUREO
“Eu te oferecerei voluntariamente sacrifícios; louvarei o teu nome, ó Senhor, porque é bom” (Sl 54.6).
VERDADE PRÁTICA
Ajudando os nossos irmãos, contribuímos para a obra de Deus, e, ao Senhor, oferecemos a mais pura ação de graças.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 4.14-23.
14 - Todavia, fizestes bem em tomar parte na minha aflição.
15 - E bem sabeis também vós, ó filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente.
16 - Porque também, uma e outra vez, me mandastes o necessário a Tessalônica.
17 - Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que aumente a vossa conta.
18 - Mas bastante tenho recebido e tenho abundância; cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus.
19 - O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.
20 - Ora, a nosso Deus e Pai seja dada a glória para todo o sempre. Amém.
21 - Saudai a todos os santos em Cristo Jesus. Os irmãos que estão comigo vos saúdam.
22 - Todos os santos vos saúdam, mas principalmente os que são da casa de César.
23 - A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vós todos. Amém!
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Compreender como foi a participação da igreja de Filipos nas tribulações de Paulo;
Explicar o ato de reminiscência entre Paulo e os filipenses, e
Analisar a oblação e a generosidade dos filipenses.
PALAVRA-CHAVE
Oblação: [Do lat. oblatione.]; 1. Ação pela qual se oferece qualquer coisa a Deus ou aos santos; 2.Oferenda feita a Deus ou aos santos; oblata; 3.Oferecimento a Deus do pão e do vinho, feito pelo sacerdote; 4.Qualquer oferta ou oferecimento. Nesta lição: Oferta sacrifical comestível; na lição é a oferta que os filipenses entregaram ao apóstolo Paulo.
COMENTÁRIO
introdução
[Comentário: Caro leitor, pela misericórdia divina, chegamos ao final de mais um abençoado trimestre. Por treze semanas, com certeza fomos edificados, exortados e consolados através do estudo da missiva paulina aos Filipenses. Vemos em Paulo um exemplo de alguém que entregou-se totalmente ao serviço do Mestre, que colocou sua chamada e ministério sempre em primeiro lugar. Somente com total entrega, pode enfrentar as dificuldades e sacrifícios para que o Evangelho fosse difundido pelo mundo da época. Até mesmo o cárcere serviu-lhe como propulsor para alcançar vidas que, de outra forma, não seriam alcançadas com as boas novas. Mesmo estando no cárcere, ele pregou, ensinou e fez muitos discípulos. Sem dúvida alguma, a vida de Paulo foi repleta de sacrifícios e sofrimentos, todavia ele legou para uma infinidade de crentes através dos séculos até nós a termos uma vida cristã coerente e feliz. Sejamos seus imitadores!] Além de apresentar assuntos de ordem doutrinária, a Epístola aos Filipenses destaca a gratidão e a alegria do apóstolo Paulo. Nela, temos uma das mais belas expressões de amor, confiança e contentamento de toda a Bíblia. Na última lição deste trimestre, veremos Paulo apresentando a assistência que recebera dos filipenses como oferta de amor e sacrifício agradável a Deus. O apóstolo descreve o quanto o seu coração se aqueceu com a demonstração de amor e carinho dos filipenses. No final da epístola, ele revela a sua total confiança na suficiência de Cristo, pois esta lhe concedeu força para desenvolver o seu ardoroso ministério. [Comentário: Na última lição deste trimestre, destacaremos o motivo principal pelo qual Paulo escreveu esta carta aos filipenses: GRATIDÃO. Neste trimestre entramos em contato com uma igreja que sabia adequadamente o significado da palavra sacrifício ou oblação. A Igreja Filipense encarnou exatamente o que Paulo escreveu para os crentes romanos: “Rogo-vos, pois irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Rm 12.1). Os filipenses encarnaram isso até a última consequência. Mente, coração e corpo estavam em plena sintonia para fazer o bem, pois quem faz o bem em Deus, ama, e “quem ama aos outros cumpriu a lei” (Rm 13.8). Aqui, não há sacrifício maior que amar. Deus não o rejeita. Que a igreja de Filipos nos ensine o verdadeiro significado de humildade, serviço e amor. Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!]
I. A PARTICIPAÇÃO DA IGREJA NAS TRIBULAÇÕES DE PAULO (4.14)
1. Os filipenses tomam parte nas aflições do apóstolo. Paulo via a participação dos filipenses em suas tribulações como o agir de Deus para fortalecer o seu coração. A expressão “tomar parte” (v.14) sugere a ideia de “partilhar com, ou coparticipar de”. A igreja de Filipos estava participando das aflições e tribulações com o apóstolo. Ela sentia as agruras de sua prisão. Por outro lado, o apóstolo sentia-se abençoado por Deus pelo fato de ser lembrado com tamanho amor e ternura pela comunidade cristã filipense. [Comentário: aflições, thlipsis; Strong 2347: Pressão, opressão, estresse, angustia, tribulação, adversidade, aflição, espremer, esmagar, apertar, sofrimento. Imagine colocar sua mão em uma pilha de coisas soltas e comprimi-los manualmente. Isso é thlipsis, colocar muita pressão no que está livre e liberto. Thlipsis é como pressionar espiritualmente a bancada. A palavra é usada para o esmagamento de uvas ou azeitonas em uma prensa. Mesmo na perseguição, Paulo goza de uma paz alegre na certeza da vitória de Cristo (Jo 16.33). A versão de João Ferreira de Almeida Revista e Atualizada emprega o termo ‘associando-vos’ para ‘tomar parte’, termo que torna ainda mais clara a participação da Igreja Filipense no ministério de Paulo, como ele mesmo afirma no capítulo 1.7. Os filipenses são participantes da graça com Paulo pelo apoio ao seu ministério, Paulo e os filipenses estão unidos pelo compromisso comum com o evangelho (confira 1.5)].
2. O exemplo da igreja após o Pentecostes. A igreja de Filipos vivia a mesma dimensão de serviço da comunidade de Jerusalém nos dias de Pentecostes (At 2.45-47). Com o seu exemplo, os filipenses nos ensinam que “tomar parte”, ou “associar-se”, nas tribulações de nossos irmãos é mostrar-se amorosamente recíproco. Ou seja: devemos nos amar uns aos outros, pois assim também Cristo nos amou. [Comentário: Quando um crente ou a Igreja contribui com o sustento missionário, está participando ativamente das lutas e aflições de irmãos que entregaram suas vidas para levar as boas novas do Evangelho àqueles que, como nós, não tinham qualquer esperança (Hb 10.33). O crente “já passou da morte para a vida” (1Jo 3.14), portanto, vive em comunhão com seus irmãos, sem qualquer animosidade, como evidencia dessa nova vida em Cristo - aquele não ama seu irmão, “permanece na morte” (1Jo 3.14). Associar-se com os irmãos quando estes enfrentam thlipsis, é o exemplo que a Igreja filipense nos legou! Se não o fazemos, isso evidencia que ainda não nascemos de novo!].
3. O padrão de amor para a Igreja. O amor dos filipenses para com o apóstolo Paulo mostra-nos que esse deve ser o padrão de nosso cotidiano: a generosidade no repartir constitui-se em “sacrifícios que agradam a Deus” (Hb 13.16). [Comentário: Sacrifícios de palavras devem ser acompanhados por atos de amor fraternal (Tg 1.27). Em Fp 4.18 Paulo identifica estes atos materiais “como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível”, isso produz frutos a nosso favor e é um agradável e aceitável sacrifício a Deus. A pressão do sofrimento pode afastar de nossas mentes as responsabilidades fundamentais do amor.].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A igreja de Filipos vivia a mesma dimensão de serviço da comunidade de Jerusalém nos dias de Pentecostes.
II. REMINISCÊNCIA: O ATO DE DAR E RECEBER (4.15-17)
1. Paulo relembra o apoio dos filipenses. O versículo 15 destaca a generosidade dos crentes filipenses em relação a Paulo. Mesmo sendo uma igreja iniciante e pobre, assim que tomou conhecimento das necessidades do apóstolo, a comunidade de fé de Filipos o apoiou integralmente (v.16). Com isso, os filipenses tornaram-se cooperadores do apóstolo na expansão do Reino de Deus até aos confins da terra. É por isso que Paulo não podia esquecer do amor que lhe demonstraram os crentes daquela igreja. [Comentário: O apóstolo mantém o tom de gratidão pelo carinho dispensado dos crentes de Filipos ao longo de toda a Epístola. Era uma recíproca permanente. Paulo tinha as suas necessidades materiais supridas pelos filipenses, enquanto estes achavam-se espiritualmente sanados pelo apóstolo dos gentios. Uma relação como esta é o que Deus requer para sua igreja. Um relacionamento baseado no amor, sem interesse egoísta, mas pelo fato de estarmos ligados com o outro irmão pelo amor do Pai. A igreja filipense era uma igreja missionária, que supria as necessidades de Paulo durante suas viagens (1.4,5; 4.15-17). Sustentar os missionários no seu trabalho em prol do evangelho, é obra dignificante e aceita por Deus, “como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível” a Ele (v. 18). Por isso, aquilo que damos para o sustento do missionário fiel, é considerado oferta apresentada a Deus. Tudo que é feito a um dos irmãos, por pequeno que seja, é feito como ao próprio Senhor (Mt 25.40). Essa igreja foi a única que se associou a Paulo desde o início para sustentá-lo (4.15). Enquanto Paulo esteve em Tessalônica, eles enviaram sustento para ele duas vezes (4.16). Enquanto Paulo esteve em Corinto, a igreja de Filipos o socorreu financeiramente (2Co 11.8,9). Quando Paulo foi para Jerusalém depois da sua terceira viagem missionária, aquela igreja levantou ofertas generosas e sacrificais para atender os pobres da Judéia (2Co 8.1-5). Quando Paulo esteve preso em Roma, a igreja de Filipos enviou a ele Epafrodito com donativos e para lhe prestar assistência na prisão (4.18)].
2. O necessário para viver. O versículo 16 revela-nos outro grande fato. Enquanto o apóstolo estava em Tessalônica, a igreja em Filipos continuava a enviar-lhe “o necessário” à sua subsistência. No ato de “dar e receber”, os filipenses participavam do ministério de Paulo, pois não tinham em mente os seus interesses, mas as urgências do Reino de Deus. Por outro lado, Paulo não se deixava cair na tentação do dinheiro. As ofertas que ele recebia eram aplicadas integralmente na Obra Missionária. O apóstolo bem sabia da relação perigosa que há entre o dinheiro e a religião (1Tm 6.10,11). Tal atitude leva-nos a desenvolver uma consciência mais nítida quanto às demandas do Reino. Fujamos, pois, das armadilhas das riquezas deste mundo, pois, como disse o sábio Salomão, “quem ama o dinheiro, jamais dele se farta” (Ec 5.10). [Comentário: Os obreiros do Senhor devem aprender com Paulo uma verdade pastoral: Todo ministro de Deus deve ser transparente, comedido e consciente quanto à economia do Reino. Assim como o Deus da graça chamou os fiéis da terra para serem irrepreensíveis, Ele igualmente comissionou homens para administrar o seu rebanho com lisura, amor e muita boa vontade (1Pe 5.2,3). Essas qualidades pastorais são indispensáveis na experiência ministerial dos líderes cristãos nos dias de hoje. A figura do pastor inspira cuidado, proteção, disciplina e orientação. Jesus retratou seu próprio cuidado pela Igreja (Jo 10.1-18) e o gracioso interesse de Deus pelos pecadores (Lc 15.3-7) como ações de pastoreio. Os apóstolos designaram sobre as igrejas locais tutores designados de presbíteros) At 14.23; Tt 1.5), que deviam cuidar do povo como os pastores cuidam das ovelhas (At 20.28-31; 1Pe 5.1-4), conduzindo-os mediante seu exemplo (1Pe 5.3) longe de tudo o que é nocivo para tudo o que é bom].
3. “Não procuro dádivas”. Para o apóstolo, a oferta que lhe enviara a igreja em Filipos tinha um caráter espiritual, pois ele não andava a procura de “dádivas” (v.17). Quem vive do ministério deve aprender este princípio áureo: o ministro de Deus não pode e não deve permitir que o dinheiro o escravize. No final de tudo, o autêntico despenseiro de Cristo deve falar com verdade: “Não procuro dádivas”! Sua real motivação tem de ser o benefício da igreja de Cristo. Assim agia Paulo. Ele dava oportunidade aos filipenses, a fim de que exercessem a generosidade, tornando-os seus cooperadores na expansão do Reino de Deus (v.17 cf. Hb 13.16). [Comentário: Em virtude de seu papel, Paulo trata os presbíteros também como “pastores” (Ef 4.11). O Pastor que serve fielmente será recompensado (Hb 13.17; 1Pe 5.4; 1Tm 4.7,8). Hoje, cruzamos uma tormenta na ética pastoral, fica evidente a falta de lideranças fortes, éticas, coerentes e que sejam réplicas do modelo de liderança pastoral de Paulo. Oremos para que o Eterno conceda à sua Igreja homens compromissados, com um caráter cristão maduro e estável e uma bem ordenada vida pessoal (1Tm 3.1-7; Tt 1.5-9) e que realmente entendam o cuidado amoroso de Deus Pai pelos seus filhos, que somente Ele pode suprir todas as nossas necessidades (materiais e espirituais), à medida que as apresentarmos diante dEle. O suprimento das nossas necessidades vem "por Cristo Jesus". Somente em união com Cristo e na comunhão com Ele é que podemos experimentar o provimento da parte de Deus (Gn 28.15; 50.20; Êx 33.14; Dt 2.7; 32.7-14; 33.27; Js 1.9; 1 Sm 7.12; 1 Rs 17.6,16; 2 Cr 20.17; Sl 18.35; 23; 121; Is 25.4; 32.2; 40.11; 41.10; 43.1,2; 46.3,4; Jl 2.21-27; Ml 3.10; Mt 6.25-34; 14.20; 23.37; Lc 6.38; 12.7; 22.35; Jo 10.27,28; 17.11; Rm 8.28,31-39; 2 Tm 1.12; 4.18; 1 Pe 5.7)].
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Paulo não caiu na tentação do dinheiro. As ofertas que ele recebia eram aplicadas integralmente na Obra Missionária.
III. A OBLAÇÃO DE AMOR E SAUDAÇÕES FINAIS (4.18-23)
1. A oblação no Antigo Testamento. A palavra “oblação” está relacionada à linguagem proveniente do sistema sacrifical levítico. O termo remete-nos a estas expressões: “cheiro de suavidade” e “sacrifício agradável e aprazível” (v.18). E estas, por sua vez, estão relacionadas às “ofertas de consagração” a Deus identificadas como “holocaustos” (Lv 1.3-17), “oferta de manjares” (Lv 2; 6.14-23), oferta de libação e oferta pacífica (Nm 15.1-10). Portanto, quando falamos de oblação, referimo-nos a uma oferta sacrifical comestível — azeite, flor de farinha etc. Uma parte era queimada para memorial e a outra direcionada ao consumo dos sacerdotes (Lv 2.1-3). [Comentário: Em relação à origem dos sacrifícios, existem duas opiniões: (1) que eles têm sua origem nos homens, e que Israel apenas reorganizou e adaptou os costumes de outras religiões, quando inaugurou, seu sistema sacrificial; e (2) que os sacrifícios foram instituídos por Adão e seus descendentes em resposta a uma revelação de Deus. É possível que o primeiro ato sacrificial em Gênesis tenha ocorrido quando Deus vestiu Adão e Eva com peles para cobrir sua nudez (Gn 3.21). O segundo sacrifício mencionado foi o de Caim, que veio com uma oferta do ‘fruto da terra’, isto é, daquilo que havia produzido, expressando sua satisfação e orgulho. Entretanto, seu irmão Abel ‘trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura’ como forma de expressar a contrição de seu coração, o arrependimento e a necessidade da expiação de seus pecados (Gn 4.3,4). [Também é possível que a razão do sacrifício de Abel ter sido agradável a Deus, em contraste com sua rejeição ao sacrifício de Caim, tenha sido o fato de Abel ter trazido o que tinha de melhor (‘primogênitos’ e ‘sua gordura’) enquanto Caim simplesmente obedeceu aos procedimentos estabelecidos — Ed.] Em Romanos 1.21, Paulo refere-se à revelação e ao conhecimento inicial que os patriarcas tinham a respeito de Deus, e explica a apostasia e o pecado dos homens do seguinte modo: ‘Tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças’. Depois do Dilúvio, ‘edificou Noé um altar ao Senhor; e tomou de todo animal limpo e de toda ave limpa e ofereceu holocaustos sobre o altar’ (Gn 8.20). Muito tempo antes de Moisés, os patriarcas Abrão (Gn 12.8; 13.18; 15.9-17; 22.2ss), Isaque (Gn 26.25), e Jacó (Gn 33.20; 35.3) também ofereceram verdadeiros sacrifícios. Um grande avanço na organização e na diferenciação dos sacrifícios ocorreu com a entrega da lei no Monte Sinai. Um estudo dos diferentes sacrifícios indicados revela seu desenvolvimento final, visando atender às necessidades do indivíduo e da comunidade” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009, p.1723)].
2. A oblação e a generosidade dos filipenses. Paulo encara como verdadeira oblação a assistência que lhe ofereciam os filipenses. Tais ofertas eram-lhe como um “cheiro suave, como sacrifício agradável a Deus” (v.18). Assim, tendo em vista a generosidade praticada pelos filipenses, Paulo declara com plena convicção: “O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus” (v.19). A expressão “o meu Deus” aponta para aquEle que haveria de suprir não somente as suas necessidades, como também as dos filipenses e também as nossas. Aleluia! [Comentário: Como sacerdotes de Deus (Ap 1.6), os crentes oferecem sacrifício de louvor e serviço dedicado aos outros. O fruto dos lábios aponta para o fato de que, como o fruto de Deus traz a vida, o Espírito Santo criará uma nova e viva adoração a Deus, vinda de nossos lábios e de todo o nosso ser].
3. Doxologia. Os versículos 20 a 23 trazem a saudação final do apóstolo à igreja em Filipos. E, como podemos observar, Paulo não poderia concluir a sua carta de forma mais adequada: “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vós todos. Amém!” (v.23). Ele denota, assim, que todo o enfoque da carta é Cristo, e que nós, seus seguidores, temos de nos lembrar e viver por sua graça, pois “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados” (2Co 5.19). [Comentário: “Ora, a nosso Deus e Pai seja dada a glória para todo o sempre. Amém” (4.20) - Este hino de louvor é uma amostra da adoração dos santos. Os santos não são pessoas para serem adorados, são pessoas que adoram. Culto define os redimidos, e Paulo começou a parte final de Filipenses com uma doxologia. Duas palavras gregas, doxa (glória) e logos (palavra) traduzidas como doxologia, uma palavra sobre a glória, uma explosão de louvor e adoração que honra e atribui glória a Deus. Doxologias nas Escrituras são respostas ajustadas à verdade doutrinária. Este fluído da alegria exuberante de Paulo sobre as verdades magníficas que foram inspiradas por Deus e expostas nesta carta. A verdadeira adoração flui da verdade divina! Paulo identificou o objeto de sua doxologia primeiro como nosso Deus, o único Deus vivo e verdadeiro (Jo 5.44;17.3; Rm 16.27; 1Tm 1.17; Jd 25). É o ato habitual de adorar a Deus que define os crentes, pois eles Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne (Fp 3.3). Não devemos esquecer jamais que o objeto da redenção era fazer verdadeiros adoradores (Jo 4. 23; Ap 5.9; 7.9,10)].
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O ministro de Deus não pode e não deve permitir que o dinheiro o escravize, pois sua real motivação tem de ser o benefício da igreja de Cristo.
CONCLUSÃO
Após estudarmos esta tão rica epístola, o nosso desejo é que você ame cada vez mais o Senhor Jesus, e dedique-se a ser uma “oblação de amor” a Ele. O Senhor é o meio providenciado pelo Pai, a fim de reconciliar o mundo com Deus. Exalte o Eterno, pois você foi reconciliado com Ele em Cristo Jesus. A exemplo da igreja em Filipos, não esqueça: “a alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8.10). [Comentário: Assim, chegamos ao fim da Epístola do apóstolo Paulo aos Filipenses. É importante recordar que o tema geral deste trimestre objetivou aprendermos a humildade de Jesus como exemplo para a igreja contemporânea. Em cada lição víamos a humildade do Meigo Nazareno desdobrando-se na comunidade cristã antiga. A nota dominante em toda a carta é a alegria triunfante. Paulo, embora privado de sua liberdade, estava muito feliz, e incentivava e ainda incentiva seus leitores para sempre se regozijarem em Cristo. A alegria apresentada em Filipenses envolve uma ardente expectativa da iminente volta de Cristo. Ao longo da carta, Paulo demonstra a importância dos relacionamentos que deve haver entre os irmãos, trazendo a visão dos efeitos que esta união vital dos membros traz à Igreja. Ao fim da epistola, Paulo diz: “Tudo posso naquele que me fortalece” (4.13). Não é uma declaração de pensamento positivo. O que Paulo estava dizendo é que foi capacitado por Deus para passar por qualquer situação, fosse de abundância ou escassez, de humilhação ou honra, de fartura ou fome. Certamente, o obreiro de Deus precisa estar pronto para tudo isso e não apenas alegrando-se com as riquezas ou abundância. Assim é a Carta aos Filipenses, uma carta ética e prática em sua ênfase e centrada em Jesus. Para Paulo, Cristo era mais do que um exemplo, Ele era a sua própria vida!].
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere
Meu coração te ofereço, Senhor, pronto e sincero (Calvino)
Campina Grande-PB
Setembro de 2013.
EXERCÍCIOS
1. Como o apóstolo Paulo via a participação dos filipenses em suas tribulações?
R. Paulo via a participação dos filipenses em suas tribulações como o agir de Deus para fortalecer o seu coração.
2. O que sugere a expressão “tomar parte”?
R. A expressão “tomar parte” (v.14) sugere a ideia de “partilhar com, ou coparticipar de”.
3. Qual o conselho do sábio Salomão em relação ao dinheiro?
R. “Quem ama o dinheiro, jamais dele se farta” (Ec 5.10).
4. O que são ofertas de oblação?
R. Oferta sacrifical comestível — azeite, flor de farinha etc. Uma parte era queimada para memorial e a outra direcionada ao consumo dos sacerdotes (Lv 2.1-3).
5. Como Paulo conclui a Carta aos Filipenses?
R. “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vós todos. Amém!” (v.23).
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
OBRAS CONSULTADAS:
-. Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2013 - CPAD - Jovens e Adultos; Comentarista: Pr. Elienai Cabral; CPAD;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001, Dinâmica do Reino – Confissão de Fé; p. 1239;
 -. Filipenses - Epístolas Paulinas - E.P. myer pearlman -
http://pt.scribd.com/doc/146430796/E-P-Myer-Pearlman
-. ZUCK, R. B. Teologia do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2008;
-. RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007.
-. PEARLMAN, M. Epístolas Paulinas: Semeando as Doutrinas Cristãs. 1 ed., RJ: CPAD, 1998.
-. Stobaeus, Florilegium 5.43.

Autorizo a todos que quiserem fazer uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente, que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente, a gentileza de um e-mail indicando qual o texto que está utilizando e com que finalidade (estudo pessoal, na igreja, postagem em outro site, impressão, etc.).
Francisco de Assis Barbosa

sábado, 21 de setembro de 2013

Lição 12: A reciprocidade do Amor Cristão


Lição 12: A reciprocidade do Amor Cristão
22 de setembro de 2013
TEXTO ÁUREO
“Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13). – “que me fortalece: literalmente, “que é meu fortalecedor” (grego ‘en to endynamounti me’), isto é, Cristo. Com este emprego do particípio presente de endynamoun cf. o aoristo participial em 1 Timóteo 1.12, “dou graças àquele que me fortaleceu (to endymmosanti me, ‘aquele que me deu poder’), Cristo Jesus nosso Senhor.
VERDADE PRÁTICA
A igreja de Cristo deve zelar pelo bem-estar dos que a servem, a fim de que não haja necessitados entre os filhos de Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 4.10-13.
10 - Ora, muito me regozijei no Senhor por, finalmente, reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade.
11 - Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
12 - Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade.
13 - Posso todas as coisas naquele que me fortalece.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Saber que as dádivas dos filipenses era resultado da providência divina;
Compreender que o cristão tem o contentamento de Cristo em qualquer situação, e
Explicar a respeito da principal fonte de contentamento do cristão.
PALAVRA-CHAVE
Generosidade: Virtude daquele que se dispõe a sacrificar os próprios interesses em benefício de outrem; magnanimidade, ato generoso; bondade.
COMENTÁRIO
introdução
Na lição de hoje, aprenderemos a importância da generosidade da igreja para com aqueles que a servem. Dependente das ofertas dos irmãos para sobreviver no cárcere romano, Paulo expressava uma profunda gratidão à igreja de Filipos pelos recursos enviados por intermédio de Epafrodito (4.10-20). O apóstolo estava agradecido aos filipenses pelo amor que lhe haviam demonstrado. Ele, porém, destaca que sempre confiou à providência divina o seu sustento, e que sua alegria maior estava não nas ofertas recebidas, e sim no fato de os filipenses terem se lembrado dele. [Comentário: O tema proposto para esta aula é a generosidade da igreja para com aqueles que a servem. Os crentes de Filipos demonstraram sua generosidade para com Paulo quando ele se encontrava encarcerado em Roma, enviando os recursos necessários para que Paulo sobrevivesse na prisão (4.10-20). Nossa Igreja está inserida num contexto marcado pelo egoísmo, contudo, o crente, como pessoa nascida novamente, possui o amor de Cristo derramado em seu coração, e este amor o leva a ajudar aqueles que necessitam de socorro. Aliás, esta é a marca distintiva do verdadeiro crente (1Jo 2.9,11). São nossas ofertas de amor para aqueles que são chamados por Deus para realizarem a obra do Evangelho revelam a graça do Todo-Poderoso em nossas vidas. Ofertamos não para recebermos algo em troca, mas o fazemos de coração porque já temos experimentado das dádivas divinas. Que não venhamos nos esquecer que “mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35). Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!]
I. AS OFERTAS DOS FILIPENSES COMO PROVIDÊNCIA DIVINA
1. Paulo agradece aos filipenses. A igreja em Filipos já vinha contribuindo com o ministério de Paulo desde o seu início (v.15). Agora, o apóstolo fora surpreendido pela segunda oferta enviada a ele, exatamente quando estava preso em Roma. Por isso, agradece e regozija-se pela lembrança dos irmãos (v.10). Ele declara ainda que a oferta dos filipenses era o fruto da providência divina em seu ministério, pois confiava plenamente em Deus, em qualquer situação. [Comentário:Muito me regozijo”: o aoristo echaren (“eu me regozijo”) se refere ao momento em que Paulo recebera a oferta, mas a alegria persistia até o momento descrito pelo versículo 10. “Renovastes o vosso cuidado a meu favor”: grego anethalete to hyper emou phronein, literalmente, “florecestes outra vez (intransitivo) com respeito ao vosso cuidado para comigo” ou “fizestes com que vosso cuidado por mim florescesse outra vez” (transitivo). Este é o único exemplo no Novo Testamento de anathallein (ou na verdade de thallein ou qualquer derivado). “Mas vos faltava oportunidade”: grego ekaireisthe, imperfeito de akaireisthainão ter kairos (oportunidade)”; esta é a única ocorrência deste raro verbo, na Bíblia em grego. Paulo alegremente relembra o apoio que os filipenses lhe ofereceram. Relembra os dias anteriores, quando o evangelho foi proclamado pela primeira vez em Filipos (At 16.4). Quando o apóstolo passou pela Macedônia até a Acaia, em sua segunda viagem missionária, a igreja em Filipos foi a única a sustentar seus esforços. Na linguagem emprestada do mundo comercial, o apóstolo considerou sua parceria como uma questão de ‘dar e receber’].
2. Reciprocidade entre o apóstolo e a igreja. Paulo amava a igreja em Filipos. Esta cidade foi a primeira da Europa a receber a mensagem do Evangelho. Ali, Paulo enfrentou perseguições, prisão e muito sofrimento. Porém, agora a igreja, firmada em Cristo, demonstra sua gratidão ao apóstolo cuidando dele e ajudando-o em suas necessidades (vv.10,11,15-18). [Comentário: A contentar-me em toda e qualquer situação: grego en hois eimi autarkes einai. A ênfase estóica sobre autarkeia, no sentido de ‘auto-suficiência’, tem raízes em Sócrates; quando alguém lhe perguntou quem era a pessoa mais rica, Sócrates replicou: “Aquele que está contente com o pouco, visto que a alegria (autarkeia) é a riqueza da natureza[Stobaeus, Florilegium 5.43]. Paulo afirma que “Em todas as maneiras aprendi” (gr. memyemai, “eu me iniciei em” - deste verbo myein deriva-se mysterion, “mistério”), indicando sua maturidade espiritual alcançada através do exercício da total dependência do Eterno. Paulo acumulava vasta experiência em passar com menos do que o suficiente, em algumas ocasiões, e ter mais do que o suficiente, noutras ocasiões. Isso pouca diferença lhe fazia. Só podemos imaginar o que é que Paulo considerava abundância — tudo que estivesse acima do mínimo necessário quanto à alimentação e vestuário, sem dúvida alguma. Sendo um homem educado em ambiente elevado, sua conversão significou a entrada num novo modo de vida. Ser cidadão de Tarso significava ser pessoa de grandes posses materiais. Entretanto, por amor de Cristo, Paulo havia dado “também por perda todas as coisas” (3.8), inclusive (podemos ter certeza) sua herança material; o apóstolo aprendeu, dali em diante, a sobreviver com o que pudesse ganhar mediante seu ofício de meio-ex- pediente, de “fazer tendas” (conferir: 1Ts 2.9; 2Ts 3.8; At 18.3; 20.34). É em Cristo que está a razão de sua fortaleza, em qualquer situação que a vida se lhe apresente. “que me fortalece”: literalmente, “que é meu fortalecedor” (grego en to endynamounti me), isto é, Cristo. Com este emprego do particípio presente de endynamoun :“dou graças àquele que me fortaleceu (to endymmosanti me, ‘aquele que me deu poder’), Cristo Jesus nosso Senhor.” (1Tm 1.12)].
3. A igreja deve cuidar dos seus obreiros. Nenhum obreiro deve fazer de sua missão um meio de ganhar dinheiro. Todavia, a igreja precisa prover sustento digno àqueles que a servem. Paulo muito sofreu com a falta de sensibilidade da igreja em Corinto (v.15). Por outro lado, a igreja em Filipos procurou ajudar o apóstolo. A Palavra de Deus nos exorta quanto ao sustento daqueles que labutam na seara do Senhor: “Não amordaces o boi, quando pisa o trigo” (1Tm 5.18 — ARA). No mesmo versículo, o apóstolo completa que “digno é o obreiro do seu salário”. Por isso, a igreja deve apoiar devidamente àqueles que são verdadeiramente obreiros, ajudando-os em suas necessidades (1Tm 5.17). [Comentário: Paulo cita o Antigo Testamento (Dt 25.4) e o Novo Testamento (Lc 10.7) para reforçar sua tese sobre a importância da Igreja assumir o sustento completo dos pastores e ministros que dedicavam tempo integral à obra. Fica evidente também que, já nessa época, os textos canônicos dos evangelhos, bem como outros que viriam formar o Novo Testamento, e que circulavam nas comunidades cristãs juntamente com o Antigo Testamento, eram reconhecidos com toda a autoridade de Escrituras Sagradas.].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Nenhum obreiro deve fazer de sua missão um meio de ganhar dinheiro, todavia a igreja precisa oferecer sustento digno àqueles que a servem.
II. O CONTENTAMENTO EM CRISTO EM QUALQUER SITUAÇÃO
1. O contentamento de Paulo. O apóstolo aprendeu a contentar-se em toda e qualquer situação. Seu contentamento estava alicerçado no fato de que Deus cuida dos seus servos e ensina-os a viver de forma confiante. Aos coríntios, Paulo escreveu: “não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus” (2Co 3.5). Paulo deu o crédito de sua força e contentamento a Deus. Muitos se gabam de sua robustez, coragem e até espiritualidade, esquecendo-se de que a nossa capacidade vem do Senhor. Para agirmos de forma adequada em meio às provações e privações é preciso reconhecer que dependemos integralmente do Senhor. [Comentário: Quem poderia assumir a tremenda responsabilidade de ser o aroma de Cristo no mundo (2Co 2.16)? Ninguém jamais seria adequado para esta tarefa. Os recursos humanos são pobres e insuficientes. Entretanto, Paulo argumenta que Cristo equipa os que creem com recursos divinos e, então, torna-os capazes de ser ministros da nova aliança. A confiança de Paulo não é autoconfiança, mas uma confiança na capacidade do Espírito Santo, que dá poder à vida e ao ministério na realidade do Novo Testamento! A satisfação das necessidades materiais de Paulo não era motivo nem a medida de sua alegria. Os filósofos estoicos usavam o termo contentar’ para descrever uma pessoa que era autossuficiente em todas as circunstancias. Em contrapartida, apesar de um termo estoico, Paulo repudia expressamente a mera autossuficiência (2Co 3.5; 9.9). Sua suficiência está em Cristo, cuja paz e propósito ele desfruta apesar das circunstancias que a vida lhe apresenta!].
2. “Sei estar abatido” (v.12). Paulo inicia o versículo doze dizendo: “Sei estar abatido e também ter abundância”. Ele estava convicto do cuidado de Deus. Por isso, aceitava as privações sem se envergonhar ou mesmo entristecer-se. Precisamos acreditar na provisão divina e aprender a contentar-nos em toda e qualquer situação. Talvez você esteja passando por dificuldades. Não permita, porém, que elas o abatam. Confie no cuidado e na bondade do Pai Celeste. Ele é o nosso provedor. Para que o Evangelho chegasse aos confins da terra, muitos homens e mulheres, às vezes sem qualquer sustento oficial, deixaram suas famílias e saíram pregando a Palavra de Deus e fundando igrejas. Esses pioneiros não desistiram, e os resultados ainda podem ser vistos. Hoje, as igrejas, em sua maioria, possuem recursos para enviar obreiros e missionários a outras nações e ali sustentá-los, e devem fazê-lo. Cumpramos, pois, o nosso dever conforme a Bíblia nos recomenda. [Comentário: Permitamos que esta escritura seja um guia para compreendermos a vontade de Deus no aspecto da prosperidade. Ela nos diz sim (podemos ter riquezas), e não (não confie nelas). Com a mente em Cristo, nós nunca seremos nobres se as nossas vidas funcionarem de acordo com a Palavra de Deus, então, através de Cristo, podemos experimentar ou a riqueza financeira ou dificuldades temporárias, mas ainda estaremos firmes em nosso viver, por confiarmos somente nele. Se a economia se dissolvesse amanhã, o povo de Deus não seria considerado inoperante, pois Deus é a nossa fonte. Ele pode nos manter em momentos de escassez, bem como em momentos de abundancia. Ele alimentou Elias enviando corvos para lhe levar comida de manhã e à noite (1Rs 17.2-6). Deus pode fazer isso agora. Hoje ele é o mesmo de antes. (1Tm 6.17; Dt 8.18) Extraído de Dinâmica do Reino - Prosperidade. Bíblia de Estude Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001, p. 1239.].
3. O contentamento desfaz os extremismos. Apesar de o exemplo paulino e de a Bíblia ensinar-nos acerca do contentamento, é necessário abordar o perigo da adoção dos extremismos nessa questão. Muitos servos de Deus são obrigados, pela falta de compromisso de suas igrejas, a abandonar a obra de Deus. Para que isso não aconteça, sejamos fiéis no sustento daqueles que estão servindo a causa do Mestre (1Tm 5.18). Os obreiros, por sua parte, não podem deixar-se dominar pela avareza e pela ganância. Paulo nos dá uma importante lição quando afirma: “Aprendi a contentar-me com o que tenho” (v.11). O culto ao Senhor não pode ser transformado em uma fonte de renda. É o próprio apóstolo Paulo quem ensina a nos apartar daqueles que não se conformam “com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com a doutrina que é segundo a piedade”. Isto porque, os tais apreciam “contendas de homens corruptos de entendimento e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho” (1Tm 6.5). O ensino paulino demonstra que a piedade, com contentamento, já é, por si mesma, um “grande ganho” (1Tm 6.6). [Comentário: O contentamento é a maior aceitação de si mesmo. Para um cristão, encontrar o contentamento não deveria exigir muito esforço. Jesus pagou o preço pelos nossos pecados e garantiu um futuro seguro aos crentes de eternidade na sua presença, livre de toda dor e sofrimento (Ef 2.8,9; Ap 21.4). O sofrimento de hoje deveria ser visto à luz da eternidade a ser vivida com o Salvador (Ap 21.7). Deus providenciou uma maneira de você ser resgatado da eternidade no inferno, portanto, ele é capaz de atender às suas necessidades neste mundo (Fp 4.13,19). Ainda assim, atingir esse estado de contentamento não é tarefa fácil. A Bíblia ensina claramente que a riqueza vem de Deus e retornará para ele. A riqueza deveria levar louvor a Deus. ãs vezes Deus resolve abençoar seus filhos com riqueza (Gn 13.2; 26.12-14; 1Rs 3.13; Jó 42.12) Deus espera que seus filhos usem a riqueza que recebem dele para abençoarem outros e levarem glória a ele. Na parábola dos talentos, Jesus prometeu uma abundancia a todos os que tomam posse do seu Reino e vida eterna a todos os que confiam NE (Mt 25.14-30).].
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O crente pode contentar-se em toda e qualquer situação, pois seu contentamento está no fato de que Deus cuida dos seus servos e ensina-os a viver de forma confiante.
III. A PRINCIPAL FONTE DO CONTENTAMENTO (4.13)
1. Cristo é quem fortalece. Paulo nos ensina, com a declaração do versículo 13, que sua suficiência sempre esteve em Cristo. O que fez com que Paulo suportasse tantas adversidades? Havia algum segredo? Não! O que fez do apóstolo um vencedor foi a sua fé em Jesus Cristo, aquele que tudo pode. A força do seu ministério era o Senhor. Você quer forças para vencer os obstáculos em seu ministério? Confie plenamente no Senhor! [Comentário: Todo crente sincero, em razão de sua união vital com Cristo, por meio do Espírito Santo, recebeu um poder divino chamado dunamis, que no original grego significa ‘força maravilhosa’ ou ‘poder miraculoso’. Esse poder é confiado pelo Senhor aos seus filhos em Cristo, com o objetivo de ajudá-los a superar todos os problemas e situações difíceis da caminhada cristã, segundo a vontade de Deus. Algo como a garantia de Deus que o crente pode pagar o preço de andar retamente em um mundo distorcido pelo pecado, sem temer qualquer prejuízo real no presente e, especialmente no futuro].
2. Cristo é a razão do contentamento. Nossa alegria e força vêm do Senhor Jesus. Segundo Matthew Henry, “temos necessidade de obter forças de Cristo, para sermos capacitados a realizar não somente as obrigações puramente cristãs. Precisamos da força dEle para nos ensinar a como ficar contente em cada condição”. Busque ao Senhor e permita que a alegria divina preencha a sua alma (Ne 8.10). [Comentário: Confiando no poder de Cristo e seguindo seu exemplo (2.5; 3.10), Paulo pode enfrentar todas as circunstancias com contentamento. Ele quer imprimir em seus leitores a mesma lição (versículos 6-7,19). A comunhão íntima e permanente com o Espírito Santo, isto é, com o Cristo Vivo, é o segredo de toda a força e contentamento do apóstolo Paulo (v.12; 2Co 12.9, 10; Jo 15.5; Ef 3.16,17)].
3. O cumprimento da missão como fonte de contentamento. Uma vez que o objetivo de Paulo era pregar o Evangelho em toda parte, nada lhe era mais importante que ganhar almas para o Reino de Deus. Nenhuma dificuldade financeira roubaria a visão missionária do apóstolo. Ele não se angustiava pela privação material e social. Pelo contrário, a alegria do Senhor era a sua força. Paulo regozijava-se com a suficiência que tinha de Cristo. O descontentamento é como uma planta má que faz brotar a avareza (Hb 13.5,6), o roubo (Lc 3.14) e a preocupação com as coisas materiais (Mt 6.25-34). Por isso, contente-se em Cristo! Ele tomará conta de nós. [Comentário: No versículo 17, Paulo reitera a pureza de seus motivos em sua expressão de gratidão aos cristãos de Filipos. Não está procurando ‘dádivas’ ou agradecendo de alguma maneira que venha a ser a base para favores futuros. Sua motivação visa o benefício deles. Sua descrição da recompensa que terão por associarem-se a ele na obra de Deus é expressa em termos financeiros. Sua participação no Evangelho produzirá juros ou dividendos (literalmente ‘fruto’), o que resultará no ‘aumento da conta’ deles” ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 4 ed., RJ: CPAD, 2004. p.510. É importante observar que a ênfase não é tanto sobre a realização quanto na disposição de permitir que o poder de Deus sustente a dificuldade e a escassez, e acentuar o deleite da abundancia e da prosperidade. Tal fé, é um estimulante para crer em toda a suficiência de Cristo ao encarar todas as circunstancias da vida].
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Cristo é a razão do contentamento, nossa alegria e força vêm dEle.
CONCLUSÃO
Aprendemos na lição de hoje, que a igreja de Cristo deve zelar pelo bem-estar dos seus obreiros, a fim de que não venham a passar privações. Todavia, a real motivação para servirmos à igreja de Deus jamais devem ser as recompensas materiais. Confiemos na provisão divina, pois assim seremos felizes em toda e qualquer situação. Nosso contentamento em meio às adversidades é resultado da nossa fé e comunhão com o Senhor Jesus. Que estejamos na dependência do Senhor, para que Ele nos conceda alegria e força a fim de vencermos as vicissitudes e tribulações da vida. [Comentário: Já aprendi a contentar-me em toda e qualquer situação”, diz Paulo, palavras que John Bunyan expandiria no cântico do menino pastor: Estou contente com o que tenho, Seja pouco ou seja muito, E é alegria o que mais almejo, Senhor, Porque ela indica os que salvaste. Nesta peregrinação concede-me Medida total de alegria: Provação agora, bênção depois, Eis a bem-aventurança das gerações. “Contentando-vos com o que tendes” (Hb 13.5) — eis, pelo que parece, o preceito geral da igreja primitiva. Esta atitude opõe-se de frente à ambição, contra a qual Jesus (cf. Lc 12.15) e seus discípulos pronunciaram solenes advertências, descrevendo a “pessoa avarenta” como “idólatra” (Ef 5.5). A palavra traduzida por contentar-me (gr. autarkes) era comum no estoicismo denotando o ideal da pessoa totalmente auto-suficiente. Paulo a emprega a fim de expressar sua independência das circunstâncias externas. Estava sempre consciente de sua total dependência de Deus. O apóstolo era mais “suficiente em Deus” que auto-suficiente: “a nossa capacidade vem de Deus”! (2Co 5.5).].
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere
Meu coração te ofereço, Senhor, pronto e sincero (Calvino)
Campina Grande-PB
Setembro de 2013.
EXERCÍCIOS
1. O que o apóstolo Paulo declara acerca da oferta dos filipenses?
R. Ele declara ainda que a oferta dos filipenses era o fruto da providência divina em seu ministério, pois confiava plenamente em Deus, em qualquer situação.
2. Por que a igreja deve apoiar devidamente àqueles que são verdadeiramente obreiros, ajudando-os em suas necessidades?
R. Porque é bíblico. A Palavra de Deus nos exorta quanto ao sustento daqueles que labutam na seara do Senhor: “Não amordaces o boi, quando pisa o trigo” (1Tm 5.18 — ARA). No mesmo versículo, o apóstolo completa que “digno é o obreiro do seu salário”.
3. Em que o contentamento de Paulo estava alicerçado?
R. Seu contentamento estava alicerçado no fato de que Deus cuida dos seus servos e ensina-os a viver de forma confiante.
4. O que Paulo nos ensina na sua declaração do versículo 13?
R. Paulo nos ensina, com a declaração do versículo 13, que sua suficiência sempre esteve em Cristo.
5. Qual tem sido a fonte do seu contentamento?
R. Resposta pessoal.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
OBRAS CONSULTADAS:
-. Lições Bíblicas do 3º Trimestre de 2013 - CPAD - Jovens e Adultos; Comentarista: Pr. Elienai Cabral; CPAD;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001, Dinâmica do Reino – Confissão de Fé; p. 1239;
 -. Filipenses - Epístolas Paulinas - E.P. myer pearlman -
http://pt.scribd.com/doc/146430796/E-P-Myer-Pearlman
-. ZUCK, R. B. Teologia do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2008;
-. RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007.
-. PEARLMAN, M. Epístolas Paulinas: Semeando as Doutrinas Cristãs. 1 ed., RJ: CPAD, 1998.
-. Stobaeus, Florilegium 5.43.

Autorizo a todos que quiserem fazer uso dos subsídios colocados neste Blog. Solicito, tão somente, que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Agradeceria, igualmente, a gentileza de um e-mail indicando qual o texto que está utilizando e com que finalidade (estudo pessoal, na igreja, postagem em outro site, impressão, etc.).
Francisco de Assis Barbosa
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