Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone:
3084 1524
LIÇÃO 07 – AS BODAS DO CORDEIRO - 1º TRIMESTRE DE 2016 (Mt 22.1-14)
INTRODUÇÃO
Logo após o arrebatamento dos salvos e o Tribunal de Cristo
seguir-se-á a tão esperada “Bodas do Cordeiro”. Nesta lição destacaremos alguns
fatos sobre o casamento judaico que ilustra este grande evento escatológico.
Pontuaremos também informações detalhadas a respeito desta gloriosa celebração,
que a Igreja aguarda anelante.
I – O CASAMENTO
JUDAICO UMA FIGURA DAS BODAS DO CORDEIRO
As Escrituras, tanto no Antigo como no Novo Testamento,
utilizam-se do casamento para simbolizar a glória espiritual final e a alegria
dos fiéis servos de Deus. Em muitos trechos do Novo Testamento a relação entre
Cristo e a igreja é revelada pelo uso de figuras do noivo e da noiva (Jo 3.29;
Rm 7.4; 2Co 11.2; Ef 5.25-33; Ap 19.7,8; 21.1-22.7). Abaixo destacaremos
algumas informações sobre isto:
CASAMENTO JUDAICO
O pai escolhe a
esposa para o filho (Gn 24.1-4; 38.6)
Assume-se o compromisso
de noivado (Dt 20.7; Mt 1.18)
O pagamento do dote
para obter a noiva (Gn 34.12; Êx 22.12; I Sm 18.25)
O noivo sai com um
cortejo para buscar a noiva em sua residencia a fim de trazê-la para si (Mt
25.6)
O tempo da celebração
do casamento de sete dias (Jz 14.12,15,17,18)
Acontecia um banquete
em comemoração (Gn 29.22)
BODAS DO CORDEIRO
Em Cristo, fomos
eleitos por Deus (Jo 6.37; Ef 1.4)
A igreja é chamada de
Noiva e Cristo é chamado de noivo (2 Co 11.2; Ef 5.25-32; Ap 19.6-8) Cristo
pagou o preço para obter sua noiva (At 20.28; I Co 6.19,20; Ef 5.25; I Pe
1.18,19).
O noivo sairá com o
cortejo angelical para buscar a noiva a fim de trazê-la para a casa do Pai (Jo
14.1-3)
O tempo das bodas no
céu durará sete anos (Nm 14.34; Ez 4.6; Jo 4.9). Acontecerá um grande banquete
em comemoração (Ap 19.9).
II - INFORMAÇÕES
DETALHADAS SOBRE AS BODAS DO CORDEIRO
“As Bodas do Cordeiro é a consumação da união mística entre
Cristo e a sua Igreja. Será uma celebração tão elevada e inefável, que não
encontrará precedente algum quer no tempo, quer no espaço; começará com o
arrebatamento dos santos, e há de continuar por toda a eternidade. Nas Bodas do
Cordeiro, a Igreja apossar-se-á de toda a sua herança como a Noiva de Cristo, e
Cristo a possuirá, concretizando, assim, de maneira amorosa e eterna, o alvo
maior do Plano Redentivo: Deus entre o seu povo, e o seu povo a desfrutar-lhe
de todos os benefícios advindos desta comunhão” (ANDRADE, sd, p. 35). Abaixo
destacaremos mais algumas informações sobre este importante evento:
2.1 Quando ocorrerá.
“Esse casamento parece seguir os acontecimentos do Tribunal de Cristo, visto
que, quando surge, a igreja aparece adornada com “os atos de justiça dos santos” (Ap 19.8), que só podem referir-se
às coisas que foram aceitas no tribunal de Cristo. Desse modo, as bodas devem
ocorrer entre o tribunal e a segunda fase da segunda vinda de Cristo a terra.
Uma evidência disso é que, ao descer o Senhor, as bodas já ocorreram, como se
vê, comparando Ap 19.7-9, com 19.11-14. Assim, enquanto os juízos divinos caem
sobre a terra, durante a Grande Tribulação, haverá festa no céu. (PENTECOST,
sd, p. 248 – acréscimo nosso).
2.2 Local das Bodas.
“Só pode ser o céu. Visto que se segue ao tribunal de Cristo, demonstrado como
acontecimento celestial, e visto que, quando o Senhor retomar, a igreja virá
nos ares (Ap 19.14), as bodas devem ocorrer no céu. Nenhum outro local seria
adequado a um povo celestial (Fp 3.20)” (PENTECOST, sd, p. 248).
2.3 Os participantes
das Bodas. Participarão das Bodas do Cordeiro todos os santos ressuscitados
e os vivos transformados por ocasião do arrebatamento (I Ts 4.16,17). A Noiva
será formada pelos crentes de todas as épocas porque os santos do NT deverão
participar das promessas juntamente com os santos do AT (Rm 4.16; Hb 11.39).
2.4 Quanto tempo
durará. A Bíblia nos informa que entre os judeus, as bodas eram celebradas
durante sete dias com grande alegria (Jz 14.12,15,17,18). As bodas de Jacó
duraram sete dias (Gn 29.27,28). “Na simbologia profética das Escrituras
Sagradas, isso aponta para as bodas do Cordeiro durante “sete anos”: Em termos proféticos um dia equivale um ano (Nm 14.34;
Ez 4.6; Jo 4.9). Naquele dia Cristo se unirá a Igreja para nunca mais se
separar dela (I Ts 4.17). Estaremos com ele no Tribunal; nas Bodas; na Ceia; na
sua Manifestação; no Milênio; no Juízo Final; na Nova Terra; finalmente na
eternidade!” (SILVA, 1998, p. 46 – acréscimo nosso).
III – O QUE
ACONTECERÁ DEPOIS DO ARREBATAMENTO
3.1 O casamento.
A palavra bodas é traduzida como uma “celebração
de casamento” (FERREIRA, 2004, p. 308). A Bíblia nos mostra que, enquanto a
Igreja estiver aqui na terra, ela será chamada de Noiva de Cristo (II Co 11.2).
Contudo, na ocasião pós arrebatamento dar-se-á o casamento, quando enfim, ele
será chamada de esposa do Cordeiro (Ap 19.7; 21.9). Assim vemos que “o
simbolismo do casamento judaico foi maravilhosamente cumprido no relacionamento
de Cristo com sua igreja. O pacto do
casamento é implementado no momento em que os membros da igreja são
redimidos (Lc 22.20; Hb 9.15). Cristo, o
noivo, busca a sua noiva no arrebatamento (I Ts 4.16,17). Segue-se, então,
a terceira fase, isto e, a Ceia do
Casamento (Ap 19.8)” (PFEIFFER apud WALWOORD, 2007, p. 320 – acréscimo
nosso).
3.2 A ceia. A
palavra “ceia” significa “refeição”. Neste caso diz respeito ao
banquete que segue o casamento (Gn 29.22; Jz 14.10). A sunamita, a esposa de
Salomão, foi por ele introduzida nas recâmaras do palácio (Ct 1.4). Em seguida,
amorosamente ele também a conduziu a sala do banquete (Ct 2.4). De igual forma
o Senhor ao levar a sua noiva para as mansões celestes (Jo 14.1-3), irá
promover a grande ceia, conforme as palavras de Jesus: “Porque vos digo que a não comerei mais até que ela se cumpra no reino
de Deus” (Lc 22.16; 27-30). “Será um banquete como nunca houve; será o
cumprimento das parábolas, das profecias, e da tipologia do relacionamento
entre Cristo e a sua Igreja. É mais uma razão para todo este regozijo. As bodas
do Cordeiro trarão grande honra e glória ao Deus Pai, pois é a culminação de
seu grande plano de redenção” (HORTON, 2011, p. 203).
3.3 Grande celebração.
Em Apocalipse 19.6,7 vemos a descrição da visão de João a cerca desse glorioso
evento, informando-nos que ele será repleto de júbilo, adoração e alegria. “Os
salvos chegados de todas as partes da terra e de todos os tempos saudar-se-ão
alegremente. Conheceremos os santos do Antigo e do Novo Testamento e
reencontraremos aqueles que dentre nós foram antes estar com Jesus (Mt 8.11; I
Ts 4.13,14) . Os salvos estarão livres de todas as lutas, angústias, pecado e
mal. Uma só vez mirar a augusta e divina face de Jesus compensará todas as
lutas e tristezas sofridas neste lado da vida. Como não será a recepção por
Deus e por todos os santos anjos, do cortejo chegado da Terra, composto por
miríades de fiéis, tendo à frente o Senhor Jesus que os salvou por sua graça”
(GILBERTO, 2007, p. 15 -acréscimo nosso).
IV – O PERFIL DA
NOIVA DO CORDEIRO
4.1 Virgem. Na
ótica judaica, a pureza sexual era fator preponderante para o matrimônio. A
virgindade da moça era um dos critérios para estar apta para casar, pois como
no princípio o ato conjugal só deveria ser consumado no casamento (Gn 2.24,25;
24.16; Lc 1.27). Dessa noite nupcial se conservava o tecido manchado de sangue
que provava a virgindade da noiva e que servia de prova em caso de calúnia do
marido (Dt 22.13-21). A virgindade da noiva, nos aponta quão elevada deve ser a
pureza moral e espiritual daqueles que servem a Cristo (I Ts 4.3; Hb 12.14).
Biblicamente, o pecado, a idolatria e a amizade com o mundo, se constitui num
adultério espiritual (Os 1-3; Jr 2-3; Ez 16; 23; Tg 4.4). Portanto, a Igreja
deve viver como a virgem prometida ao seu futuro esposo (2 Co 11.2),
pertencendo somente a Cristo de acordo com o pacto de casamento. Ele buscou sua
noiva com amor e a santificou para que possa estar livre de qualquer mácula
quando Ele mesmo a apresentar a si próprio com todo esplendor (Ef 5.23,27).
4.2 Vestida de linho.
As vestes de linho neste caso, indicam as boas obras realizadas pelos salvos
(Ap 19.8). “O linho fino é a manifestação dessa justiça entretecida que é
desenvolvida diariamente no viver cristão” (BEACON, p. 488). É bom lembrar que
embora as obras não tenham valor nenhuma para salvação (Rm 3.20; Gl 2.16; II Pe
1.5-8), elas tem muito valor depois da salvação (Ef 2.10). As igrejas da Ásia,
com exceção de Laodicéia, receberam elogios de Jesus por suas boas obras (Ap
2.2,3,9,13,19; 3.4; 8-10).
4.3 Adornada.
Toda a noiva era adornada para esta ocasião especial (Sl 45.14,15). Desde as
vestes nupciais até enfeites eram colocados para ela comparecer perante o seu
noivo. A Bíblia diz que, Abraão enviou por meio do seu servo Eliezer, joias de
prata, de ouro e vestidos para dá-los a esposa de Isaque (Gn 24.53). Ester, de
igual forma, foi presentada com adornos para poder comparecer diante de Assuero
(Et 2.9,12). De igual forma, Cristo adornou a sua Igreja com: (a) vestes de salvação (Cl 3.9,10); (b) o fruto do Espírito (Gl 5.22); e, (c) os dons do Espírito (Rm 12.6-8; I
Co 12.8-10).
CONCLUSÃO
Assim como os noivos
aguardam ansiosamente o dia do casamento. De igual forma, a Igreja que é a
Noiva anseia encontra-se com Cristo o Noivo a fim de estar ao seu lado para
sempre. As Bodas do Cordeiro se constitui no clímax de todas as benesses que os
salvos receberão do Senhor, por isso é bem aventurado quem dela participa (Ap
19.9).
REFERÊNCIAS
·
ANDRADE, Corrêa de. Dicionário de
Escatologia Bíblica. CPAD.
·
GILBERTO, Antonio. O Calendário da
profecia. CPAD.
·
HORTON, Stanley M. Apocalipse – as
coisas que brevemente devem acontecer. CPAD.
· HOWARD, R.E et al. Comentário Bíblico. CPAD.
·
PENTECOST, J. Dwight. Manual de
Escatologia – Uma análise detalhada dos eventos futuros. VIDA.
·
SILVA, Severino Pedro da. Apocalipse
versículo por versículo. CPAD.
0 comentários:
Postar um comentário