segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Lição 4 - Alegria, Fruto do Espírito; Inveja, hábito da Velha Natureza


  Lição 4 
22 de Janeiro de 2017

Alegria, Fruto do Espírito; Inveja, hábito da Velha Natureza

TEXTO ÁUREO

VERDADE PRÁTICA

“Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos” (Fp 4.4).


A alegria, fruto do Espírito, não depende de circunstâncias.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Pv 14.30
A inveja faz a alma adoecer
Terça - Gn 30.1
A inveja gera rivalidades e prejudica os relacionamentos
Quarta - Pv 3.31
Não tenhas inveja do homem violento

Quinta - Rm 13.13
Não ande em dissoluções, nem contendas e inveja
Sexta - 1Co 3.3
Não seja um crente invejoso
Sábado - Tg 3.14
Não dê lugar a inveja em seu coração


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
João 16.20-24.
20 Na verdade, na verdade vos digo que vós chorastes e vos lamentareis, e o mundo se alegrará, e vós estareis tristes; mas a vossa tristeza se converterá em alegria.
21 A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque é chegada a sua hora; mas, depois de ter dado à luz a criança, já se não lembra da aflição, pelo prazer de haver nascido um homem no mundo.


22 Assim também vós, agora, na verdade, tendes tristeza; mas outra vez vos verei,e o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria, ninguém vo-la tirará.
23 E, naquele dia, nada me perguntareis. Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar.
24 Até agora, nada pedistes em meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria se cumpra.

Comentário: 

O texto da lição bíblica é um recorte de um dos últimos diálogos de Jesus com seus discípulos. O Mestre vê diante de si o Gólgota, a cruz, os espinhos, o escárnio, a solidão (v.32), e consequentemente a aflição dos discípulos pela sua morte. O tema dos versículos 20-24 (alegria) é uma réplica à tristeza dos discípulos em 16.6: “Antes, porque isso vos tenho dito, o vosso coração se encheu de tristeza”. Entretanto, o desalento dos discípulos receberia o devido consolo: “Não vos deixarei órfãos [...] rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” (Jo 14.16,18). A alegria mencionada por Cristo neste capítulo de João procede do Espírito Santo. Os atributos da alegria espiritual incluem: alegria frutificadora (v.21), alegria interior (v.22), alegria perene (v.22), alegria plena (v.24). A tristeza dos discípulos resultou da morte e paixão de Cristo, mas a alegria, do poder da ressurreição. Na morte do Messias, os homens se alegraram, enquanto os discípulos se entristeceram, no entanto, na sua ressurreição a tristeza destes se converteu em alegria (v.20). Cristo vive! Esta é a razão pela qual o santo gozo do cristão não pode ser abalado.

HINOS SUGERIDOS: 188, 351 e 400 da Harpa Cristã.

OBJETIVO GERAL
Explicar a alegria como fruto do Espírito e a inveja como obra da carne.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
    I. Mostrar que Deus é a fonte da nossa alegria;
    II. Entender que a inveja traz muitos males para o invejoso;
    III. Saber que o crente tem a alegria do Espírito apesar das circunstâncias.


INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor, na lição de hoje veremos a oposição entre um aspecto do fruto do Espírito e uma das obras da carne: alegria x inveja. A alegria do crente existe apesar das circunstâncias. Paulo, mesmo aprisionado e acorrentado, estava cheio de alegria porque, independente do que lhe acontecesse, Jesus estava com ele. Já a inveja e o desejo de querer possuir o que o outro tem, pode levar a outros pecados como adultério e assassinato; e dificilmente a pessoa admitirá o seu pecado. Acabe foi um exemplo. Além de invejar e desejar a propriedade de outra pessoa, ele se recusou a admitir o seu pecado contra Deus, pois estava cego pela inveja e pelo ódio. O rei acabou cometendo um assassinato contra Nabote. Que a alegria seja evidenciada em sua vida e a inveja não encontre oportunidade em seu coração.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, estudaremos a alegria, como fruto do Espírito, e a inveja, como obra da carne. Veremos que a alegria que sentimos, e que é resultado do fruto do Espírito, não depende das circunstâncias. Mesmo enfrentando dificuldades e tribulações, podemos ter alegria em nosso coração. Estudaremos também a respeito da inveja, um sentimento terrível que faz parte da natureza adâmica. Veremos que tal sentimento não agrada a Deus e prejudica o próximo.

Comentário:
Quando vivemos a vida cristã plenamente, somos alegres e felizes a despeito das circunstâncias. A alegria é marca de uma vida santa, real, verdadeira! Fomos eleitos na santificação do Espírito (1Pe 1.2). O santo é uma pessoa normal que vive o padrão de vida do reino de Deus. Jesus deixou claro que o verdadeiro motivo da alegria não é o sucesso naquilo que fazemos, mas o fato de os nossos nomes estarem escritos nos céus (Lc 10.17-20). Davi fala da alegria da salvação (Sl 51.11). Houve grande alegria na casa do carcereiro de Filipos quando todos experimentaram a salvação pela fé no Senhor Jesus (At 16.30-34). Interessante este contraste entre a alegria que o Espírito Santo concede ao crente e a inveja. Sem Cristo estamos mortos em nossos delitos e pecados (Ef 2.1). Onde há morte não pode haver alegria! Mas, pela graça, passamos da morte para a vida pela fé em Jesus (Jo 5.24; Ef 2.4-5). Quando cremos em Jesus como Salvador e nos submetemos a ele como Senhor, recebemos o dom do Espírito. Exultamos de alegria no Espírito porque não há bem maior do que a salvação. Logo, devemos entender que, no coração de um regenerado não há espaço para a inveja, algo que só é produzido por aqueles que ainda estão mortos em seus delitos e pecados (Ef 2.1). Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?

PONTO CENTRAL
O crente tem a alegria do Espírito apesar das circunstâncias.

I. FÉ PARA SUBIR O MONTE DO SACRIFÍCIO

1. A alegria do Senhor. A alegria, como fruto do Espírito, não está relacionada às circunstâncias e não depende dos bens materiais. No texto de João 16.20-24, Jesus afirma que daria uma alegria permanente para os seus servos de maneira que nada, nesse mundo, conseguiria tirá-la, nem mesmo a morte. A alegria do Espírito é um estado de graça e de bem-estar espiritual que resulta da comunhão com Deus. Quem tem a alegria do Espírito não tem espaço para o desânimo, a melancolia e a inveja. Deus deseja que todos os seus servos sejam cheios de alegria, “pois a alegria do Senhor é a nossa força” (Ne 8.10). Zacarias profetizou acerca da entrada triunfal de Jesus, em Jerusalém, dizendo que tal ato traria alegria (Zc 9.9); Paulo incitava os crentes a serem alegres em todo o tempo (Fp 4.4) e o salmista incentiva o povo a servir a Deus com alegria (Sl 100.2). A maior alegria do crente está no fato de que seu nome já foi escrito no Livro da Vida e que Jesus em breve voltará. 

Comentário: 
A Bíblia afirma que a alegria é fruto do Espírito Santo (Gl 5.22). Jesus não quer discípulos medíocres, mas discípulos que produzam muito fruto (Jo 15.8). Paulo ensina que, quando desfrutamos da característica desse fruto, representada no grego pela palavra “χαρά” “chara”, ou seja, gozo, passamos a sentir uma maravilhosa sensação de alegria e felicidade por todas as coisas que recebemos de Deus pela Sua infinita graça (Ef 2.8-9). Logicamente viver neste mundo não é nada fácil e não somos alienados para negarmos isso. Neste dias toda sorte de notícias chega até nós de maneira inesperada. A surpresa provocada por tais notícias são, em muitos casos, a causa de um profundo sentimento de tristeza (Jo 16.33). A cada dia fica mais claro que estamos próximos da vinda de Jesus (Ap 22.20), porém sabemos que enquanto isto não ocorre teremos que ser sustentados pelo poder do Espírito Santo, que nos permite viver alegres em meio às tribulações. Esta alegria é incondicional, não depende de situações, ela é sobrenatural e incompreensível aos não regenerados. No contexto de Atos 13.52, eram tempos de perseguição intensa, as pessoas estavam sendo presas, Tiago já havia sido degolado por ser servo do Senhor Jesus (At 12), eles estavam perdendo tudo o que tinham, a pressão aumentando até fora das terras de Israel contra o povo de Deus e mesmo assim, os discípulos se encontravam na condição de transbordantes de alegria e do Espírito Santo. O gozo produzido pelo amadurecimento do fruto do Espírito Santo nos garantirá mais momentos de felicidade do que possa tentar nos entristecer Satanás, através de notícias e informações apelativas. Sigamos firmes, não olhando nem para a direita nem para a esquerda (Tg 1.2).


2. A fonte da nossa alegria. Deus é a fonte da nossa alegria e de todas as dádivas que recebemos (Tg 1.17). O melhor presente que o Senhor já nos concedeu foi à vinda de Jesus a este mundo e o seu sacrifício, na cruz, para perdão dos nossos pecados (Jo 3.16). Talvez você esteja enfrentando uma situação difícil e, por isso, está com o seu coração triste e pesaroso. Mas creia que o Deus que não poupou o seu próprio Filho dará a você todas as coisas que necessita para sua completa alegria no Espírito Santo (Rm 8.32). Os irmãos do primeiro século, mesmo sofrendo, alegravam-se em Deus, e essa alegria deu-lhes forças para enfrentar toda a sorte de perseguição. Paulo e Silas, depois de serem açoitados e presos, cantavam hinos de louvor a Deus, mostrando que não estavam tristes ou amargurados pelo sofrimento (At 16.24,25). 

Comentário: 
O fruto da alegria é manifestado mediante a ação do Espírito no interior do crente e independe das circunstâncias. Quando Deus é o manancial de nossa alegria, nada consegue reduzi-la! É uma satisfação perene e abundante, uma vez que se origina nEle.
A seguir, consideraremos algumas fontes de alegria espiritual.
1. A salvação. No momento em que uma pessoa recebe o perdão de seus pecados, é como se o peso do mundo inteiro lhe fosse tirado dos ombros. Jesus, ao entrar em nosso coração, traz alegria inefável. Maria se alegrou ao ser escolhida como instrumento de Deus para Cristo vir ao mundo (Lc 1.46-49). 0 próprio nascimento do Salvador foi motivo de celebração (Lc 2.10-14). Em muitos salmos, Davi expressou alegria por sua salvação (Sl 13.5; 31.7; 32.11; 35.9).
2. Os atos poderosos de Deus. Ao longo do Antigo Testamento, observamos o Todo-Poderoso agindo em pessoas que o amavam e o serviam. Deus atuou em nosso benefício, ao preservar a nação de Israel, na qual nasceria o Messias, e ao entregar o seu único Filho como remissão por nossos pecados. Ele operou grandes maravilhas no passado e ainda hoje, pelo poder do Espírito Santo, convence o homem do pecado, leva-o ao arrependimento, honra a pregação da sua Palavra, batiza com o Espírito Santo, supre as necessidades, cura as enfermidades etc. Tudo isso alegra sobremaneira nosso coração.
3. O Espírito Santo. A alegria é produto do Espírito Santo, cuja morada é o interior do crente. Faz parte da própria natureza do Espírito! Esta virtude era característica dos crentes da igreja primitiva. Por quê? Em razão de serem cheios do Espírito. Eles poderiam sentir-se desanimados, ou amedrontados, ou solitários. No entanto, haviam aprendido que, em qualquer situação, a alegria proveniente do Espírito tornava-se em fonte de força, ajudando-os a transpor as adversidades.
4. A Presença de Deus. O próprio Deus é a fonte de toda a alegria (Lc 1.47; Fp 4.4). Na presença do Senhor encontramos esta gloriosa virtude (Sl 16.11). Em João 20.20, lemos que os discípulos alegraram-se ao verem o Senhor. Ir à casa do Senhor é motivo de alegria (Sl 122.1).
5. A bênção de Deus. A bênção de Deus resulta em alegria (Sl 126.3). Confiar em Deus traz contentamento, porque conscientizamo-nos de sua suficiência para suprir todas as nossas necessidades (Fp 4.19). Além disso, alegramo-nos ao vermos nossos irmãos serem abençoados (1Ts 3.9). 

3. A bênção da alegria. Diante dos embates e conflitos da vida, o crente em Jesus Cristo não perde a paz nem a alegria, pois o seu regozijo vem da comunhão com o Pai. Essa comunhão é estabelecida mediante a oração, a leitura da Palavra e o jejum. O crente vive por fé e não por circunstâncias. O profeta Habacuque declarou que ainda que não houvesse provisão, ele se alegraria no Senhor e o exaltaria (Hb 3.17,18). Pertencer ao Senhor e receber da sua alegria é um grande privilégio que nos leva a exaltar e adorar ao Senhor em todo o tempo. 

Comentário: 
Os crentes cheios do Espírito Santo transbordam de alegria mesmo quando enfrentam perseguições (At 13.48-52). Cada crente deve buscar essa plenitude do Espírito; cada célula deve ser cheia do Espírito; a igreja toda deve transbordar de alegria no Espírito Santo em suas celebrações! Deus quer que a água da vida jorre do interior de cada crente e da comunhão dos crentes (Jo 4.14; 7.37-39) no corpo de Cristo para que os famintos e sedentos do mundo sejam saciados. A alegria, como fruto do Espírito, não depende das circunstâncias exteriores. Ela permanece até nas dificuldades, porque é desenvolvida no interior do crente pelo Espírito Santo. Isto foi reconhecido por Paulo ao escrever aos tessalonicenses (1Ts 1.6). Esta virtude é infinitamente melhor que a felicidade oferecida pelo mundo, é o que apóstolo Pedro chamou de “gozo inefável e glorioso” (1Pe 1.8); está à parte de todos os níveis de contentamento puramente humanos. É resultado da fé em Deus (Rm 15.13).


SÍNTESE DO TÓPICO I
A alegria resulta de ter o Espírito Santo.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“O fruto do Espírito é a obra espontânea do Espírito Santo em nós. O Espírito produz esses traços de caráter que são encontrados em Cristo, e que são o resultado do controle de Cristo — não podemos obtê-los tentando consegui-los sem a Sua ajuda. Se quisermos que o fruto do Espírito cresça em nós, devemos unir a nossa vida à dEle (veja Jo 15.4,5). Devemos conhecê-lO, amá-lO, lembrá-lO e imitá-lO. Como resultado, cumpriremos o propósito da lei — amar a Deus e aos homens. Quais dessas qualidades você quer que o Espírito produza em você?” (Manual da Bíblia de Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 2013, p.41,42).


II. INVEJA, O DESGOSTO PELA FELICIDADE ALHEIA

1. Definição. Segundo o Dicionário Bíblico Wycliffe “a palavra grega phthonos, que designa inveja” é utilizada em todo o Novo Testamento. A inveja é uma dor intensa (interior), diante do sucesso do próximo. Dor diante daquilo que é bom para o outro, por isso, Provérbios 14.30 diz que “a inveja é a podridão dos ossos”. O invejoso se amargura e adoece emocionalmente pelo fato de ele não ter o que a outra pessoa tem. A inveja faz com que as pessoas se utilizem de atitudes mesquinhas e malévolas para prejudicar o outro. Definitivamente, a inveja é um sentimento negativo que pertence à natureza adâmica. Esse sentimento perverso tem a sua origem em Satanás, pois ele tentou ser semelhante a Deus (Is 14.12-20). 

Comentário: 
A Enciclopédia liovre Wikpédia define assim: “Inveja ou invídia, é um sentimento de angústia, ou mesmo raiva, perante o que o outro tem e a própria pessoa não tem. Este sentimento gera o desejo de ter exatamente o que a outra pessoa tem (pode ser tanto coisas materias como qualidades inerentes ao ser). A inveja pode ser definida como o sentimento de frustração e rancor gerado perante uma vontade não realizada de possuir os atributos ou qualidades de um outro ser, pois aquele que deseja tais virtudes é incapaz de alcançá-la, seja pela incompetência e limitação física, seja pela intelectual. Além disso, pode ser considerada um sintoma em certos transtornos de personalidade, como na Síndrome de Borderline, no Transtorno de Personalidade Passivo-Agressiva e no Transtorno de Personalidade Narcisista” Curiosamente, Napoleão Bonaparte costumava afirmar que "a inveja é um atestado de inferioridade". Esso tipo de inveja é um pecado e não é uma característica de um Cristão – isso só mostra que ainda estamos sendo controlados pelos nossos próprios desejos (1Co 3.3). Gálatas 5.26 diz: “Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros”.

2. Inveja, fruto da velha natureza. Aprendemos em Gálatas 5.21 que a inveja é obra da carne. Uma pessoa dominada pela carne não mede esforços para degradar as qualidades boas existentes em outras pessoas. Infelizmente, muitos crentes ainda se deixam dominar por esse sentimento e acabam prejudicando a Igreja do Senhor e impedindo até que algumas pessoas se convertam. Que o Senhor livre os nossos corações dessa motivação perversa.

Comentário: 
Tiago 3.15 diz: “Mas, se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade.Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica”. O cristão verdadeiro não se deixa levar pela inveja e não age com maldade. A inveja não deve ser confundida da com a cobiça. São dois sentimento negativos, que no decorrer do tempo passaram a ser confundidos. No Antigo Testamento, a palavra traduzida na Versão Almeida Revista e Corrigida por “inveja” é a palavra “qana’” (קנא), com sua derivada “q’inah” (קנאח), cujo significado é o mesmo do português, ainda que também tenha um componente de “zelo” e de “ciúme”, um “ardor que causa ira”. No Novo Testamento, são duas as palavras traduzidas na Versão Almeida Revista e Corrigida por “inveja”. A primeira é “phthonos” (φθόνος), como se vê em Mt.27:18; Mc.15:10; Rm.1:29; Fp.1:15; Tt.3:3. A segunda é “zelos” (ζήλος), como se vê em At.5:17; 7:9; 13:45; 17:5; Rm.13:13; I Co.3:3; Tg.3:14,16. Em Mc.7:22, a palavra “inveja” é tradução do grego “poneros ophthalmos” (πονηρος όφθαλμός), que, literalmente, é “mau olhar”. Aqui, também, vemos as duas ideias presentes no vocábulo hebraico, ou seja, o de um “ciúme, um ardor que causa ira”, como também o de um “mau olhar”.A inveja pode ser definida como uma vontade frustrada de possuir os atributos ou qualidades de um outro ser, pois aquele que deseja tais virtudes é incapaz de alcançá-la, seja pela incompetência e limitação física, seja pela intelectual No Éden, a serpente despertou em Eva o desejo de ser como Deus (Gn 3.1-5). Porem, em vez de “ter os olhos abertos”, como havia afirmado Satanás ao tentar a mulher, na verdade, o pecado fez com que a mente do ser humano fosse entenebrecida, que ele fosse cego pelo príncipe deste mundo (2Co 4.4), de tal maneira que o homem, no pecado, passou apenas a enxergar a si próprio, a querer apenas o seu imediato bem-estar, numa cegueira tal que não o fez perceber que, neste individualismo, neste egoísmo, não só não estaria levando em conta o próximo, mas, o que é mais grave ainda, estaria contribuindo para a sua própria destruição, visto que, numa ação egoística, ninguém é favorecido, nem mesmo aquele que age desta forma.

3. Os efeitos da inveja. A inveja jamais trará bons resultados, pois é nociva e destruidora. Esse sentimento leva as pessoas a cometerem toda a sorte de maldade. Tomemos como exemplo os irmãos de José. Foi por inveja que eles o venderam como escravo aos mercadores (Gn 37.28). Alguns dos conflitos existentes entre Raquel e Lia também surgiram por causa da inveja de Raquel (Gn 30.1). A inveja que Saul passou a alimentar em relação a Davi levou-o a adoecer mental e espiritualmente (1Sm 18.7,8). Fez também com que ele perseguisse e desejasse matar a Davi (1Sm 18.10,11). Quantos não estão sendo também perseguidos e até “mortos” pela inveja. Ela separa os irmãos, destrói as famílias e igrejas. Em o Novo Testamento, vemos que o Filho de Deus foi preso e levado a Pilatos por inveja dos sacerdotes (Mt 27.18). Paulo alertou a Timóteo e a Tito a respeito desse sentimento nefasto (1Tm 6.4; Tt 3.3). A inveja é obra da carne e somente encontra guarida nos corações daqueles que ainda são dominados pela velha natureza e não pelo Espírito Santo.

Comentário: 
A Inveja se trata de um pecado que dá origem a outros pecados. Existem pecados que, por sua própria natureza, levam as pessoas a cometer outros pecados. Por isso, a inveja é tratada como um “pecado capital” ou “pecado grave”, ou seja, nunca vem sozinha, traz consigo outros pecados. É, por isso, aliás, que o salmista afirma que “um abismo chama outro abismo” (Sl 42.17). A primeira vez que as Escrituras se referem a esse sentimento quando Caim teve o seu semblante caído e se irou porque seu sacrifício não foi aceito mas, sim, o de seu irmão Abel (Gn 4.5,6). Ele se entristeceu não foi pela não aceitação por parte de Deus de sua oferta, mas foi pelo fato de que seu irmão obteve sucesso perante Deus. O sucesso de Abel despertou amarga inveja em Caim, em consequência, este matou seu irmão (Gn 4.8); nesse caso, a inveja levou à prática do homicídio. Na primeira ocorrência do termo “inveja” na Versão ARC, em Gn 30.1, quando Raquel nutriu inveja por sua irmã Leia, que engravidou e deu filhos a Jacó, enquanto ela possuía a madre estéril. Neste caso, a inveja levou Raquel a murmurar e a se revoltar contra Deus (Gn 30.2). Não obstante a murmuração e revolta, Raquel ofereceu sua serva Bila para que deitasse com Jacó e concebesse filhos, dessa forma, nasceu Dã, de quem surgiria a apostasia no meio do povo de Israel (Gn 49.16-18; Jz 8). “O coração em paz dá vida ao corpo, mas a inveja apodrece os ossos” (Pv 14.30). O “coração em paz” é o mesmo que a alma livre, tratada, curada. Nada mais saudável para o corpo do que uma alma livre de qualquer ferida. Observe o nível de enfermidade que a inveja projeta: podridão nos ossos. Ou seja, uma pessoa dominada pela inveja tem sua vida totalmente transtornada – inclusive sua saúde física. Não é a toa que a Bíblia descreve que no exato momento quando a inveja dominou a alma de Caim, o rosto dele mudou (Gn 4.5). Apenas o Espírito Santo pode exercer Sua Obra no crente. É Ele que nos convence do pecado, inclusive da inveja (Jo 16.8; 1Jo 4.4); O crente deve alimentar-se com a Palavra de Deus, deve ter seu momento devocional (Sl 119.9); Deve lembrar-se da cruz de Cristo, ela implica em abrir mão de coisas difíceis, ainda que sejam desejos, sentimentos ou ainda bens materiais que possam ocupar o lugar que pertence a Deus (Lc 9.23); Se formos adoradores fieis a Deus, firmados em seu Templo, fecharemos a porta para a infidelidade, e para diversas malignidades (At 5.1-5) 


SÍNTESE DO TÓPICO II
A inveja pode facilmente levar a outros pecados e demonstra falta de confiança em Deus.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
“Cobiçar é desejar a propriedade de outras pessoas. Não devemos fixar nossos desejos em nada que pertença a outra pessoa. Não apenas esses desejos nos fariam infelizes, como também pode nos levar a cometer outros pecados, como adultério e roubo. Invejar os outros é um exercício inútil, porque Deus pode propiciar tudo o que realmente necessitamos, mesmo se não nos der sempre tudo o que queremos. Para deixar de cobiçar, precisamos praticar o contentamento com o que temos. O apóstolo Paulo enfatiza a importância do contentamento em Filipenses 4.11. É uma questão de perspectiva. Em vez de pensar no que não temos, devemos agradecer a Deus pelo que Ele nos deu, e nos esforçar para ficar satisfeitos. Afinal, o nosso bem mais importante é gratuito e está disponível a todos — a vida eterna, que só é dada por Cristo” (Manual da Bíblia de Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 2013, p.462).


CONHEÇA MAIS
Gozo
A palavra grega chara, que traduzimos por ‘gozo’ ou alegria, inclui a ideia de um deleite ativo. Paulo fala em regozijar-se na verdade (1Co 13.6). O termo também está estreitamente ligado à esperança. Paulo fala em regozijar-se na esperança (Rm 12.12). É a expectativa positiva de que Deus está operando na vida dos nossos irmãos na fé, uma celebração da nossa futura vitória total em Cristo. A alegria é o âmago da adoração. Os deveres pesados são transformados em deleite, o ministério é elevado a um plano mais alto e a operação dos dons torna-se cintilante com essa alegria. Para conhecer mais, leia Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal, CPAD, p.489.


III. A ALEGRIA DO ESPÍRITO É PARA SER VIVIDA

1. A alegria no viver. Não tenha medo de sorrir e de desfrutar da felicidade que Cristo nos oferece. Não se esqueça de que Jesus veio ao mundo para nos dar vida abundante, mesmo enfrentando tribulações (Jo 10.10). O Senhor Jesus disse que, no mundo, teríamos aflições, mas Ele nos exortou a ter bom ânimo (Jo 16.33). Jesus deseja que tenhamos vitória sobre as aflições e tristezas.

Comentário: 
Quem tem a Cristo, mesmo em momentos difíceis, experimenta a alegria do Espírito Santo. A alegria do regenerado não está atrelada às coisas passageiras, aos bens materiais, entretenimento e às informações midiáticas que só tentam nos afastar do verdadeiro propósito do Senhor para nossas vidas. O intento do Criador é nos apresentar uma alegria constante e permanente, que só conhece aquele que desenvolve esta característica do fruto do Espírito (At 13,52). A principal característica humana que nos difere dos outros animais é o raciocínio. O homem foi dotado por Deus de entendimento para que pudesse adorar ao Criador de forma racional (Rm 12.2). A razão humana capacita o homem a glorificar a Deus e receber dEle aquilo que for necessário para uma vida plena. Enquanto o homem sem Deus sofre com muitas dores, o servo fiel vive cercado pelas misericórdias do Senhor (Sl 32.10). Tais misericórdias proporcionarão ao justo uma vida de gozo, isto é, alegria e louvores perpétuos ao Todo Poderoso (Sl 32.11). Louvar a Deus é reconhecer de coração as bênçãos que recebemos através de Sua infinita bondade. Logo, ser alegre é uma característica de todo aquele que vive uma vida em Cristo.

2. Alegria no servir. Servir a Deus e ao próximo é um privilégio, por isso, o fazemos com alegria (Sl 100.2). Muitos querem ser servidos, mas precisamos seguir o exemplo do Mestre. Ele declarou que não veio ao mundo para ser servido, mas para servir (Mc 10.45). Jesus serviu aos seus discípulos, aos pobres e necessitados. Sua alegria e desprendimento para o serviço era resultado da sua comunhão com o Pai. O Todo-Poderoso também se alegrou com as obras do Filho (Mt 3.16,17). 

Comentário: 
Desde que nos tornamos cristãos, fomos também dotados por Deus de uma grande variedade de dons espirituais. Entretanto, graças a essa diversidade e por meio dela, todos podem cooperar para o bem de todos. Seja qual for a espécie de serviço que se deva prestar na igreja, que seja feito de coração com fidelidade pelos que são qualificados por Deus quer seja a profecia, o ensino, a exortação, a administração, as contribuições materiais, a visitação aos enfermos, quer a realização de qualquer outra classe do ministério. Para ilustrar suas palavras, Paulo usa a figura do corpo humano, como já fizera em 1Co 12.12-27. Cada parte do corpo tem sua função característica a desempenhar e contudo, num corpo sadio, todas as partes funcionam harmoniosa e interdependentemente para o bem do corpo todo. Assim deve ser na igreja que é o corpo de Cristo
 O amor, sendo o único contexto em que os dons espirituais podem cumprir o propósito de Deus, deve ser o princípio predominante em todas as manifestações espirituais. Daí, Paulo exortar os coríntios: "Segui a caridade e procurai com zelo os dons espirituais" (14.1). Os crentes devem, com muito zelo, buscar as coisas do Espírito, para que, assim equipados, possam ajudar, consolar e abençoar o próximo neste mundo. Às vezes, ainda que inconscientemente, deixamos de servir o nosso próximo porque de alguma forma não compreendemos que o que estamos fazendo na realidade é feito para o Senhor (Mt 25.35-40). Quando estendemos a mão ao nosso próximo estamos estendendo a mão aquele a quem Deus ama, então precisamos estar dispostos a ser instrumentos de Deus na vida de quem Ele colocar em nosso caminho. Precisamos fazer isso com alegria porque temos o privilégio de ser as mãos, os pés, a boca do Senhor na vida de outra pessoa. A palavra no ensina “E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens” (Cl 3.23).

3. Alegria no contribuir. Você tem entregue seus dízimos e ofertas com alegria? Contribuir para a expansão do Reino de Deus é uma alegria e um privilégio. Paulo ensinou aos coríntios a contribuírem não com tristeza ou por obrigação, mas com alegria, pois Deus ama ao que oferta com contentamento (2Co 9.7). O que agrada ao Pai não é o valor da nossa contribuição, mas a disposição do nosso coração (Lc 21.1-4). Nossas ofertas e dízimos são uma forma de louvor e gratidão a Deus por tudo que Ele fez, tem feito e fará em nosso favor. Não entregue suas ofertas para ser visto pelos homens ou para barganhar com Deus, buscando ser abençoado de alguma forma. Entregue a Deus o seu melhor com alegria, pois você já foi e é abençoado por Deus. O Senhor merece o nosso melhor. 

Comentário: 
Na Bíblia, no livro de Gênesis, está registrada a história de dois irmãos chamados Caim e Abel, ambos fizeram uma oferta a Deus. Caim ofereceu os frutos da terra e Abel ofereceu as primícias do seu rebanho, o Senhor atentou e alegrou-se da oferta de Abel. O que podemos aprender com essa história, já que ambos tentaram servir e agradar ao Senhor? Podemos aprender que toda vez que desejamos servir ou ofertar algo ao Senhor precisamos oferecer o melhor, aquilo que é o primeiro lugar, o mais valioso. Quando procedemos assim estamos declarando com nossa vida que Ele é o primeiro e que o melhor que podemos ter já temos: Ele, o Senhor. Trabalhar para o Senhor não é dar a sobra do seu tempo e sim o melhor do seu tempo, ou seja, as primícias. Essa foi a grande diferença das ofertas de Caim e Abel; Abel ofereceu-lhe o que tinha de melhor e de mais valioso, diferentemente das frutas de Caim. Quando decidimos servi-lo devemos trabalhar com ardor, entusiasmo e alegria assim como servimos em nosso lar e aos nossos familiares. Quando estamos trabalhando para conseguir algo para nossa família nos esforçamos ao máximo e o fazemos com expectativa e alegria. Com esse mesmo ardor, vontade e alegria devemos servir a Deus. Às vezes nos preocupamos com o tipo de serviço que poderemos fazer, mas o que realmente importa é como fazermos o serviço do Senhor. Esteja pronto para servir em qualquer momento, em qualquer lugar, de coração e sem pedir nada em troca. Não existe segredo para servir ao Senhor, basta amá-lo de todo coração e, principalmente, colocar em prática esse amor .


SÍNTESE DO TÓPICO III
Viver a alegria do Espírito em sua plenitude é uma dádiva da vida do crente.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“O contentamento é um dom de Deus

Você está satisfeito, a despeito das circunstâncias que enfrente? Paulo sabia como ficar contente, quer tivesse abundância ou estivesse em necessidade. O segredo era buscar a força e a resistência no poder de Deus. Você tem grandes necessidades ou está descontente porque não tem o que deseja? Aprenda a confiar nas promessas de Deus e no poder de Cristo para ajudar você a ficar satisfeito e contente. Se você sempre quer mais, peça que Deus remova esse desejo e lhe ensine o contentamento em cada circunstância. Ele suprirá todas as suas necessidades, mas de uma maneira que Ele sabe que é melhor para você. [...] Paulo estava contente e satisfeito, porque podia ver a vida do ponto de vista de Deus. Ele se concentrava no que deveria fazer e não no que achava que deveria ter. Paulo tinhas as prioridades corretas e era grato por tudo o que Deus lhe dera. Ele havia se separado do que não era essencial, para que pudesse se concentrar no que é eterno” (Manual da Bíblia de Aplicação Pessoal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2013, pp.163,164).

CONCLUSÃO
Que a alegria, como fruto do Espírito, seja derramada em nossos corações, mesmo enfrentando lutas e tribulações e que jamais venhamos permitir que a inveja tenha lugar em nossos corações. Que amemos a Deus e ao próximo, alegrando-nos com o seu sucesso.

 Comentário: 
Vimos aqui um contraste entre a alegria cristã propciada pelo Espírito Santo e a inveja, oriunda da velha natureza. O cristão é uma nova criatura, no entanto, ele trava em si uma guerra contínua e naturalmente, poderá haver situações onde aflorem sentimentos como a inveja. Ter inveja indica que não estamos satisfeitos com o que Deus tem nos dado. A Bíblia nos diz que devemos estar satisfeitos com o que temos, pois Deus nunca vai nos deixar ou abandonar (Hb 13.5). Para combater o sentimento de inveja, precisamos nos tornar mais como Jesus e menos como nós mesmos. Podemos fazer isso ao estabelecer um relacionamento pessoal com Deus. Podemos conhecê-lO mais através de estudos bíblicos, oração e de ir à igreja. À medida que aprendemos a servir a outras pessoas ao invés de nós mesmos, nossos corações começam a mudar. “Não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2). “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,

PARA REFLETIR

A respeito da alegria, fruto do Espírito e da inveja; hábito da velha natureza, responda:
Segundo a lição, o que é a alegria do Espírito?
A alegria do Espírito é um estado de graça e de bem-estar espiritual que resulta da comunhão com Deus.
Qual é a fonte de nossa real alegria?
Deus é a fonte da nossa alegria e de todas as dádivas que recebemos.
Defina inveja.
A inveja é uma dor intensa (interior), diante do sucesso do próximo; “a inveja é a podridão dos ossos”. Definitivamente, a inveja é um sentimento negativo que pertence à natureza adâmica.
A inveja é resultado do quê?
A inveja é fruto da velha natureza.
Como deve ser a nossa contribuição?
Devemos contribuir não com tristeza ou por obrigação, mas com alegria, pois Deus ama ao que oferta com contentamento.

fonte:http://auxilioebd.blogspot.com.br
adaptado por auxilio ao aluno ebd.

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