quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Lição 12: Lança o teu pão sobre as águas


Lição 12: Lança o teu pão sobre as águas
22 de dezembro de 2013
TEXTO ÁUREO
“Lança o teu pão sobre as águas, porque, depois de muitos dias, o acharás” (Ec 11.1).
VERDADE PRÁTICA
Lançar o pão sobre as águas é fazer o bem e ter esperança quanto a um futuro desconhecido.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Eclesiastes 11.1-10.
1 - Lança o teu pão sobre as águas, porque, depois de muitos dias, o acharás.
2 - Reparte com sete e ainda até com oito, porque não sabes que mal haverá sobre a terra.
3 - Estando as nuvens cheias, derramam a chuva sobre a terra, e, caindo a árvore para o sul ou para o norte, no lugar em que a árvore cair, ali ficará.
4 - Quem observa o vento nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará.
5 - Assim como tu não sabes qual o caminho do vento, nem como se formam os ossos no ventre da que está grávida, assim também não sabes as obras de Deus, que faz todas as coisas.
6 - Pela manhã, semeia a tua semente e, à tarde, não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará; Se esta, se aquela ou se ambas igualmente serão boas.
7 - Verdadeiramente suave é a luz, e agradável é aos olhos ver o sol.
8 - Mas, se o homem viver muitos anos e em todos eles se alegrar, também se deve lembrar dos dias das trevas, porque hão de ser muitos. Tudo quanto sucede é vaidade.
9 - Alegra-te, jovem, na tua mocidade, e alegre-se o teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração e pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas essas coisas te trará Deus a juízo.
10 - Afasta, pois, a ira do teu coração e remove da tua carne o mal, porque a adolescência e a juventude são vaidade.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
•          Saber como viver uma vida com propósito.
•          Decidir viver uma vida dinâmica com fé e esperança.
•          Viver a vida com responsabilidade diante de Deus e dos homens.
PALAVRA-CHAVE
Lançar: Jogar, estender, projetar, atirar, etc.
COMENTÁRIO
introdução
Nos capítulos anteriores de Eclesiastes, Salomão destacou os problemas da vida. Esta é apresentada totalmente imprevisível, cheias de altos e baixos, e muitas vezes sem explicação lógica ou racional. É com tal perplexidade que o sábio enxerga as injustiças contra o justo e a prosperidade do perverso. Quanta ambiguidade! O que fazer diante de tudo isso? Ficar inerte? Ou enfrentar a arena da vida? A lição dessa semana abordará a postura que o pregador tomou, diante de Deus, em relação às questões da vida. Veremos que o capítulo 11 de Eclesiastes mostra o Senhor nosso Deus como o centro da nossa vida, pois sem Ele ela torna-se vazia e sem sentido. [Comentário:  Nos capítulos anteriores, o livro de Eclesiastes mostrou a realidade nua e crua da vida. É assim que se observa na análise perplexa que Salomão faz das injustiças sofridas pelo justo e prosperidade que acompanha o perverso. E aí, o que fazer diante de tudo isso? Ficar inerte ou se lançar no horizonte e enfrentar a vida como ela é? Salomão escolhe essa segunda opção e conclama seus ouvintes a fazer o mesmo. Mais reflexivo e agora mais consciente da realidade da vida, sabendo que ela pode se tornar um grande vazio, ele põe Deus no centro de suas reflexões. Irá mostrar que Deus é o ator principal nesse grande cenário da fé e que sem Ele a vida é totalmente sem propósito e vazia. Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!
I. VIVENDO COM PROPÓSITO
1. Tomando uma atitude. Em nosso texto áureo, o rei Salomão exorta-nos a tomar uma firme e sábia atitude. Ele conclama-nos a lançar o nosso pão sobre as águas. A palavra hebraica traduzida como “lançar” é shalah, que significa enviar, mandar embora, deixar ir. Noutros termos, o que o sábio está ensinando é: “Não fique aí parado! Glorifique a Deus com a sua atitude”. Podemos aplicar essa palavra também à obra missionária. Deus é quem envia homens e mulheres como embaixadores de seu Reino (Jz 6.8; Is 6.8; Jr 1.7), pois com igual determinação e amor, enviou o seu Filho a realizar a mais sublime das missões: Salvar o mundo (Is 61.1; Jo 3.16). [Comentário:  Em Eclesiastes 11.1 Salomão exorta seus leitores sobre a necessidade de se tomar uma atitude na vida e os convida a lançar o pão sobre as águas. A palavra hebraica traduzida como lançar é shalah e mantém o sentido na língua original de: enviar, mandar embora, deixar ir. O sábio está dizendo: vá, não fique aí parado! Viva a vida com propósito! Viva a vida com uma atitude. Como sempre, o autor não aprova a atitude passiva em relação à vida. Ele admite que há muitas incertezas na vida, mas isso não é razão para se negar a agir de forma positiva. Não importa o que o homem decida fazer, ele precisa enfrentar sua tarefa com ousadia, apesar dos riscos, acreditando que isso vai produzir os resultados desejados no devido tempo. No entanto, ele deve distribuir seus recursos, e não concentrá-los em um lugar. Se então for pego de surpresa por algum infortúnio, não vai perder tudo (11.1,2). A própria natureza mostra ao homem que há muitas coisas sobre as quais ele não tem controle e que não conhece. Se ele esperar até ter certeza completa para agir, nunca vai agir (v. 3-5). Sua atitude precisa ser positiva. Ele precisa ser diligente e otimista (v. 6). Assim como o agricultor deve passar o dia trabalhando apesar das incertezas do tempo, o homem precisa aproveitar ao máximo a oportunidade de desfrutar da vida enquanto está acesa a luz do dia da vida, pois a longa noite da morte está se aproximando (v. 7,8) {DONALD C. FLEMING. Comentário Bíblico NVI. Editora Vida. Eclesiastes. pag. 970}].
2. Evitando a passividade. Não devemos agir com passividade (Ec 11.4). A vida meramente contemplativa nada resolve. É necessário e urgente fazer o bem. Por isso, o pregador exorta-nos a demonstrar amor e generosidade ao necessitado. “Lançar o pão”, portanto, significa ser condescendente com os pobres (Ec 11.1,2). Significa fazer alguma coisa e não se limitar a contemplar a miséria alheia. É trazer o pão de longe para alimentar os famintos (Pv 31.14). A igreja apostólica demonstrou a mesma preocupação (Gl 2.10). [Comentário:  Nesta vida, as circunstâncias nunca serão as ideais, mas devemos seguir em frente, e obedecer a DEUS, e confiar nele para obtermos os resultados. Se você espera pelo vento certo ou pelo dia apropriado, pode perder sua oportunidade. Você pode parecer um tolo, como alguém que lança o pão sobre as águas em movimento, mas DEUS providenciará para que ele retorne para você. {WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico. A.T. Editora Central Gospel. pag. 532} Se por um lado devemos assumir uma atitude diante da vida, por outro lado forçosamente não devemos ser passivos diante da mesma. Salomão destaca que quem somente observa o vento nunca semeará (Ec 11.4). Somente observar, contemplar e admirar não é suficiente. Se em um primeiro plano as palavras do sábio significam que deve haver empreendedorismo quer através de uma missão comercial, quer através de uma missão espiritual, em um segundo plano elas demonstram a necessidade da generosidade com o próximo. “Lançar pão”, portanto, significa ser condescendente com as necessidades dos pobres e menos favorecidos. E fazer alguma coisa e não somente contemplar o infortúnio do outro. É trazer o pão de longe para alimentar os famintos (Pv 31.14). Significa ser generoso! Em o Novo Testamento encontramos a preocupação da igreja para com os menos favorecidos (G12.10).].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Viver com propósito implica em tomar atitude evitando a passividade.
II. VIVENDO COM DINAMISMO
1. A imobilidade da árvore caída (vivendo do passado). Em relação ao texto de Eclesiastes 11.3, o escritor Derek Kidner destaca a metáfora da nuvem como um fenômeno meteorológico portador de leis próprias em desacordo com as leis e o tempo dos homens. Ele igualmente destaca o relato da árvore caída: ela não pediu licença para tombar e não houve homem que a impedisse de cair. Aqui, a vida mostra-se de forma imprevisível. Ela não é composta apenas de bons momentos, mas também de períodos desagradáveis. Então, o que fazer? Ficar aprisionado pela experiência passada sobre a qual nada mais se pode fazer, ou enfrentar o futuro com fé e coragem? [Comentário:  Os processos naturais da natureza, dirigidos pela Vontade Divina, continuam cumprindo seu dever. Esses processos nunca cessam; eles continuam repetindo suas tarefas determinadas. As nuvens são formadas mediante evaporação do mar; elas cobrem a superfície inteira do globo terrestre, depositando suas águas; os rios assim formados precipitam-se para os mares; a evaporação é contínua; a formação das nuvens é contínua; a chuva é contínua; a natureza obedece aos decretos divinos. E, então, se uma árvore cair (o que também acontece por decreto divino), isso poderá parecer uma orientação arbitrária, na direção sul ou norte, mas até a direção da queda de uma árvore está determinada. Quando a árvore bater no chão, jazerá exatamente onde caiu, o que serve de outra indicação da determinação divina. É ridículo dizer que podem chegar homens para movimentar aquela árvore, isso só estragaria a analogia. O ponto do versículo é que todas as coisas foram ordenadas de antemão, e não há mero acaso. Mas já que não sabemos como as coisas ficarão, se boas ou más, ou quando acontecerão, continuemos a fazer a parte que nos cabe: trabalhar com diligência e esperar pelo melhor. Não tenhamos medo dos ventos, é preciso semear e colher tudo quanto pudermos. Carma? Alguns estudiosos supõem que a árvore que cai e fica onde caiu seja uma declaração misteriosa acerca de como um homem inevitavelmente colhe aquilo que tiver semeado. Sua vida é como a queda de uma árvore: o que ele tiver feito levará a árvore a permanecer exatamente onde cair. A fortuna de um homem consiste em continuamente encontrar-se consigo mesmo. {CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2737.} A parte ‘a’ do versículo 3 talvez sugira a generosidade de Deus como uma nova motivação para a vida altruísta (cf. Mt 5.44-45). Caindo a árvore [...] aí ficará (3b) sugere claramente o elemento do destino inescapável. Mas o contexto do capítulo inteiro sugere que aqui Qoheleth esteja falando dos resultados inevitáveis das escolhas humanas. O tipo de vida que você leva determina o tipo de pessoa que você será. O julgamento final de Deus e a realidade da vida na fase adulta e da velhice levam a pessoa a tomar as decisões corretas já desde a juventude (cf. capítulo 9 e 12.1). {EARL C. WOLF. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 3. pag. 462}.].
2. O movimento do vento e das nuvens (vivendo o presente). Em Provérbios, Salomão usa frequentemente a linguagem metafórica para compartilhar as suas ideias. Uma metáfora que revela bem esse recurso é a da formiga e do preguiçoso (Pv 6.6). Em Eclesiastes, encontramos o mesmo princípio na metáfora do vento (Ec 11.4). Não são poucos os intérpretes da Bíblia que observam, nesse texto, a ideia de movimento e imprevisibilidade da vida. O vento movimenta-se o tempo todo e as nuvens mostram-se imprevisíveis. Eis a metáfora da vida! Olhá-la e queixar-se dela sem tomar uma firme e sábia decisão diante dos seus obstáculos equivalem a esperar que o vento e as nuvens passem. Dessa forma, o ser humano assiste a existência passar sem nada realizar de concreto. Quem tem fé não age assim. [Comentário:  Estando as nuvens cheias, derramam aguaceiros sobre a terra... (v. 3). Para quem este aguaceiro? Para todos, bons e maus, como nos ensina Jesus em Mateus 5.45. Deus se apresenta sempre como Deus da humanidade. Até na terra deserta chove para que as bestas da terra tenham capim para comer. A natureza é pródiga para com todos e tudo. Nós, porém, nos trancamos em nosso egoísmo e em nossa gula, e qualquer bem que poderíamos fazer não fazemos. As lutas das igrejas com as suas finanças, o que são senão a avareza, a ganância dos seus membros, que só pensam em si, sem se lembrarem dos pobres e sofredores? Tudo jaz à base da falta de simpatia pelo próximo. {Antônio Neves de Mesquita. Provérbios. Editora JUERP}.Muitos intérpretes da Bíblia observam que a ideia aqui é a de movimento e imprevisibilidade. O vento está se movimentando o tempo todo e as nuvens são imprevisíveis em seu movimento. E uma metáfora da vida que está em constante movimento e que não pode deixar de ser vivida por causa da sua imprevisibilidade! E o tempo presente no qual se vive e que exige uma tomada de decisão diante dos desafios que ele impõe. Ficar olhando para a vida e se queixar sem tomar uma atitude frente aos seus desafios assemelha-se àquele que apenas olha o vento e as nuvens. Ver a vida passar e passa batido pela vida!].
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O texto de Eclesiastes 1.3-5 remonta a ideia de movimento e imprevisibilidade da vida.
III. VIVENDO COM FÉ E ESPERANÇA
1. Plantando a semente. Outra metáfora usada por Salomão é a do plantio (11.6). Essa figura descreve a atividade do agricultor. Ela ensina a arte de semear a vida. E isso requer ação! É preciso plantar a semente, pois é na existência que geralmente colhemos o que plantamos (Gl 6.7). Muitas vezes, a vida é dura, seca e arenosa para semear. Assim, a metáfora pode significar uma trajetória de trabalho árduo e difícil diante dos grandes obstáculos e desafios da existência humana. Nessa estrada, muitos até desistem de semear e terminam vencidos pelas dificuldades intransponíveis que ela lhes impõe. [Comentário:  O destaque aqui é a arte de semear! Assim como é preciso “lançar” também é necessário “semear”. Lançar e semear requer ação! E preciso plantar a semente, pois só colhe quem planta! (2 Co 9.6; Cl 6.7). Muitas vezes o solo da vida é duro, seco e arenoso e por isso semear se torna um trabalho árduo e difícil. Muitos desistem de semear porque as condições não são favoráveis. Desistem logo diante das primeiras dificuldades que a vida lhes impõe. Lawrence Richards sintetiza: “Embora ninguém possa controlar o futuro (v. 3), é melhor se preparar para ele, tão cuidadosamente quanto possível”. {GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD. pag. 142-143}. Semeia pela manhã a tua semente: Um agricultor tem de ser ativo pela manhã e à noite, semeando e efetuando os atos normais envolvidos na agricultura. O que o agricultor fizer pode dar certo; todas as suas esperanças podem estar de acordo com aquilo que Deus já determinou, mas também podem discordar. Seja como for, ele continua trabalhando e esperando pelo melhor. O labor humano é vão (Ec 1.3), mas precisamos continuar cumprindo a nossa parte, deixando todas as coisas nas mãos de Deus. {CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2737}. Neste versículo, o conselho do autor é não evitar comprometer-se com as coisas, é realizá-las, mas deixar que Deus determine o sucesso ou o fracasso do empreendimento. {EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 1004}. Se isto não é uma lição de confiança na providência divina, então não sabemos mais nada. Noutro lugar discutimos os males da ganância humana: a usura, o egoísmo, e aqui temos como o corolário. Lições de confiança em Deus, que tudo governa, tudo administra e com tal precisão, que a nossa terra, que dá uma volta sobre si mesma em 24 horas, nunca se atrasou um minuto. Prontamente está, pela manhã, no mesmo ponto do espaço. Quem lhe deu corda para andar sempre sem parar? Quem fez este mecanismo de tão perfeita execução? Oh! meus leitores! Se vocês comparassem coisas com coisas, iriam ver que somos os maus da terra e do mundo, aos quais, nada obstante, Deus deu tanto saber, tanta felicidade e meios para gozá-la. {Antônio Neves de Mesquita. Provérbios. Editora JUERP.}].
2. Germinando a semente. A metáfora também nos ensina que, embora semeemos a terra, não podemos fazer a semente germinar (Ec 11.6). Salomão observa a vida como um grande campo de solos variáveis. Ao agricultor, pois, resta saber em qual valerá a pena semear, pois a semente não germinará em qualquer terreno. Muitos fatores devem ser levados em conta na germinação da semente: a qualidade do solo, o clima, etc. É urgente que o agricultor persevere nesse empreendimento, mas que igualmente tenha fé e esperança de que a semente germinará. De nada adianta observar o caos em que se encontra a sociedade e não tomar nenhuma atitude. Façamos a nossa parte como agricultores do Reino de Deus: semear a genuína Palavra de Deus no coração de toda a criatura humana (Lc 8.5-15) e auxiliar o próximo necessitado (2Co 8-9). [Comentário:  A atividade de semear, plantar é uma operação de risco e exige fé de quem semeia ou planta. Pode ser que a semente plantada não germine e tudo que o semeador semeou tenha sido em vão. Mas era um risco que ele precisava correr. Não há dúvida de que Salomão via a vida como um grande campo e com ele uma grande variedade de solos. Com certeza havia muitos solos nos quais fosse não atrativo semear, mas o agricultor só saberia que a semente germinaria se semeasse. O que dependeria também do clima. Era, portanto, preciso fé, perseverança e esperança. Uma bela metáfora da lei da sementeira espiritual. De nada adianta ficarmos observando o caos social e não tomarmos nenhuma atitude. É necessário que façamos a nossa parte semeando a genuína Palavra de Deus nesse solo duro e pedregoso (Lc 8.5-15). “Levante-se, plante a sua semente em diversos lugares”, escreve Ed René Kivitz, “diversifique, pois você não sabe quase nada: “assim como você não conhece o caminho do vento, nem como o corpo é formado no ventre de uma mulher, também não pode compreender as obras de Deus, o Criador de todas as coisas” (11.5). Por isso, mexa-se, movimente-se, recicle, aprenda, cresça, trabalhe! O Eclesiastes nos chama para o trabalho sem ilusões: ainda que o aleatório atravesse o curso das coisas e faça uma bagunça nas expectativas e probabilidades, trabalhe”. {GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD. pag. 143-144}. O autor está lidando com fenômenos que escapam à nossa Inteligência e observação. Quem sabe o caminho do vento? Jesus mesmo advertiu Nicodemos afirmando que o vento sopra e não sabemos de onde vem nem para onde vai (Jo 3.8); no entanto, faz a sua ronda pela terra de acordo com as determinações do seu Autor. É o mesmo que dizer que muitas coisas que constituem o cerne da vida escapam à nossa direção, e nem por isso deixam de cumprir a sua missão. De acordo com essa diretriz, não vamos alterar a ordem dos fatos que não controlamos, mas continuemos a rodar o filme da vida como se tudo estivesse debaixo de nosso controle. Igualmente, não sabemos como se formam os ossos (da criança) no ventre materno; todavia, isso em nada influi no nascimento de crianças, pois tudo está dentro do cronograma divino, em que nada falha. Parece-nos que o autor está dando, ou pretendendo dar, lições aos que desejam governar os tempos e as estações e calcular o que vai acontecer com o seu dinheiro, com as coisas que estão nas suas mãos, esquecendo-se que tudo é obra de Deus, que faz todas as coisas. É maravilhoso notar a ordem da criação: as flores, os passarinhos chilreando, os pombinhos esvoaçando, as minhocas se enroscando debaixo das pedras, cada qual cumprindo a sua tarefa. Parece que os seres humanos são rebeldes à natureza, e nem recordam que Deus faz todas as coisas. Um pouco de fé não faria mal a ninguém. {Antônio Neves de Mesquita. Provérbios. Editora JUERP}.].
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Devemos plantar sementes para vida, germinando a Palavra de Deus e cuidando do próximo necessitado.
IV. VIVENDO COM RESPONSABILIDADE
1. Fazendo escolhas responsáveis. Eclesiastes 11.9 é uma séria admoestação aos jovens. Eles são convidados a viver a vida, mas devem se portar, em todas as ocasiões, como pessoas responsáveis e tementes a Deus. Assim, reconhecerão o Pai Celeste como a sua satisfação maior. [Comentário:  A sua exortação a um viver com propósito alcança agora de uma forma específica àqueles estão no alvorecer da vida, os jovens. Mas como vem fazendo durante todo o livro de Eclesiastes, Salomão não nega o lado alegre da vida: “Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos” (Ec 11.9). O jovem é convidado a viver a vida com intensidade e responsabilidade. Isso inclui fazer de Deus e das coisas que o agradam o centro de satisfação de sua vida, pois tudo o que Deus fez foi para o nosso aprazimento (1 Tm 6.17). Que podemos dizer agora aos jovens tão plenos de entusiasmo? Devemos dizer-lhes as mesmas coisas que dizemos aos homens maduros. Vocês têm a juventude, usem-na nos pequenos prazeres da vida, animem o coração com as coisas que parecem boas; cumpram o que seus olhos pedem, obtendo coisas boas e agradáveis. Mas Deus implantou no entretecido da própria existência Seus inevitáveis julgamentos contra os excessos. Por outra parte, provavelmente vocês sofrerão grandes reversões, independentemente de viverem em meio a excessos ou de maneira moderada. Contudo, se vocês quiserem tirar proveito dos pequenos prazeres da vida, isso é o melhor que poderão fazer. Além disso, tentem tirar da mente, enquanto vocês são jovens, o fato da negridão do nada que fatalmente virá. Essa condição em breve chegará. O triste filósofo novamente enfatizou seu lema de vida: os prazeres moderados, com os quais um homem poderá apimentar sua vida, para aliviar um pouco suas misérias. Dou notas expositivas completas sobre esse aparente epicurismo, em Eclesiastes 2.24-25. A verdadeira posição do autor, entretanto, era a do niilismo: não existem valores reais e duradouros na existência humana. Portanto, temos aqui um pacote entristecedor, como sempre: Epicurismo (um valor falso), misturado ao Pessimismo (a verdade real das coisas) e ao Niilismo (a verdadeira avaliação da vida). {CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2738.} Se Salomão foi o autor de Eclesiastes e escreveu-o no fim de sua vida, então a mensagem fica ainda mais clara. Ele fala aos jovens (Pv 1.8; 2.1; 3.1), incentivando-os a aprender as lições que ele aprendera no decorrer de sua vida extraordinária. Este versículo não é um estímulo a viver em pecado satisfazendo os desejos sexuais (Nm 15.39), como se supõe na interpretação do conselho anda pelos caminhos do teu coração. Pelo contrário, exorta o jovem a divertir-se, mas sem esquecer que DEUS julgará o seu modo de proceder (Ec 3.17; 12.14)].
2. Assumindo as consequências. Há uma razão para vivermos de maneira alegre, mas ao mesmo tempo de forma responsável e santa. Nossas ações trazem consequências. Tal como o sábio disse no versículo 10. Viver a vida com intensidade não é agir de forma desregrada e pecaminosa, mas experimentar o seu verdadeiro sentido: glorificar a Deus. Portanto, jovem, viva a vida com intensidade, mas não se esqueça: glorifique a Deus com o seu testemunho, pois de tudo o Senhor nos pedirá conta. Vivendo assim, quando a velhice chegar, não teremos o que lamentar. [Comentário:  Esse viver alegre, mas de forma responsável tem uma razão de ser — nossas ações têm consequências. E isso o que o sábio diz: “sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas. Afasta, pois, do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, porque a juventude e a primavera da vida são vaidade” (Ec 11.9,10, ARA). Viver a vida com intensidade está longe do viver desregrado, onde é dado vazão aos instintos numa espécie de “vale tudo”. Não, não é isso! É viver sabendo que nossas ações gerarão consequências. Consequências que quem vive na primavera da vida não costuma lembrar nem medir. Viva a vida, mas viva para Deus e dessa forma não lamentará quando chegar a velhice. Deus vai pedir contas do modo como os olhos se alegram e de como o coração se regozija. Nada ficará por julgar. O capítulo 11 de Eclesiastes é um convite à ação. É uma resposta contra a mesmice. É um convite a um mergulho na fé que assume riscos, já que o mundo à nossa frente é um terreno desconhecido. É, portanto, um “lançar-se” e “semear”. É também um “alegrar-se” com as maravilhas com as quais a vida nos presenteou. Mas também é um “afastar-se”. Afastar-se daquilo que promete produzir adrenalina, mas que ao final prova ser extremamente amargoso. A expressão no hebraico para juventude significa “alvorecer da vida”. A vida tem o seu alvorecer (a juventude), bem como a sua noite (a idade avançada). Ambas as fases são igualmente melancólicas e vãs, mas a juventude parece ser melhor que a idade provecta. O termo hebraico, shakaruth - juventude, ocorre somente aqui, em todo o Antigo Testamento.
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
Viver com responsabilidade é fazer escolhas responsáveis na vida assumindo as suas consequências.
CONCLUSÃO
O capítulo 11 de Eclesiastes é um convite à ação. É uma resposta à mesmice. É um convite a mergulharmos na fé e agir de acordo com a vontade de Deus, não temendo as dificuldades que virão pela frente. É lançar-se para semear. É alegrar-se com as maravilhas que o Senhor nos presenteou. Mas significa igualmente afastar-se do pecado e da iniquidade, pois, no final, teremos de dar conta de todos os nossos atos perante Deus. Então, glorifiquemos ao Senhor com a nossa existência. [Comentário:  Salomão foi moço. Se foi ele que escreveu este livro ou parte dele, lembrou-se do seu tempo, talvez meio desperdiçado. Pouco sabemos da sua criação, da sua juventude. Os relatos de 1º Reis nada nos contam da mocidade de Salomão, a não ser que, sendo Davi já velho, Natã e Bate-Seba cuidaram de passar o trono ao moço (1º Reis 1.11). De qualquer modo, este livro, que respira ao fôlego de Salomão, nos dá muitas lições para a mocidade. Regozija-te. É um corolário dado por Eclesiastes à doutrina do tempo. Convém recordar que os prazeres concedidos à juventude não são pessoais ou para uso exclusivo da pessoa. Eles têm relações profundas com o bem-estar da raça, a que todos nós pertencemos. Portanto, será sempre recomendável recordar o que há de bom para interessar a todos. Nada de egoísmo, dá personalismo, pois isso ofende a Deus, que trata a todos como membros de uma família e dá os bens para gozo particular, sim, mas visando o bem de todos. Os que abusam dos prazeres terminam amargurados da vida, e quantas vezes amaldiçoando os mesmos prazeres, pelo abuso que deles fizeram. Usar, sim; abusar, não. São uma espécie de mordomia concedida pelo bondoso Criador, e não temos o direito de esbanjar esses dons de nossa natureza física, que constituem nossa alegria e felicidade, quando bem usados].
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),

VOCABULÁRIO
Ambiguidade: Característica ou condição do que é ambíguo; dois sentidos diferentes.
Inerte: Sem atividade ou movimentos próprios.
Condescendente: Indulgente, complacente, transigente.
Fenômeno meteorológico: Série de variáveis que existe na atmosfera como temperaturas, pressão atmosférica, etc.
Contingente: O que é incerto, duvidoso, acidental.
Aprazimento: Sensação ou emoção agradável.
EXERCÍCIOS
1. O que o sábio quer ensinar ao usar a palavra hebraica shalah, isto é, lançar?
R. Enviar, mandar embora, deixar ir.
2. Como o escritor Derek Kidner destaca a metáfora da nuvem?
R. Como um fenômeno meteorológico portador de leis e o tempo dos homens.
3. Como agricultores do Reino de Deus, o que nos cabe fazer? Cite as respectivas referências bíblicas.
R. Semear a genuína Palavra de Deus no coração de toda a criatura humana e auxiliar o próximo necessitado (Lc 8.5-15; 2Co 8-9).
4. Qual a razão para vivermos a vida de maneira alegre, mas ao mesmo tempo responsável e santa?
R. Nossas ações trazem consequências.
5. Como você tem vivido a sua vida?
R. Resposta pessoal.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS
OBRAS CONSULTADAS:
-. Lições Bíblicas do 4º Trimestre de 2013 - CPAD - Jovens e Adultos;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Defesa da Fé: Questões reais; Respostas precisas; Fé Solidificada. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
-.
ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2 ed., RJ: CPAD, 2004.


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