Lição 12:
Lança o teu pão sobre as águas
22 de
dezembro de 2013
TEXTO ÁUREO
“Lança o teu pão sobre as águas, porque, depois de
muitos dias, o acharás” (Ec 11.1).
VERDADE PRÁTICA
Lançar o pão sobre as águas é fazer o bem e ter
esperança quanto a um futuro desconhecido.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Eclesiastes
11.1-10.
1 - Lança o teu pão sobre as águas, porque, depois
de muitos dias, o acharás.
2 - Reparte com sete e ainda até com oito, porque
não sabes que mal haverá sobre a terra.
3 - Estando as nuvens cheias, derramam a chuva sobre
a terra, e, caindo a árvore para o sul ou para o norte, no lugar em que a
árvore cair, ali ficará.
4 - Quem observa o vento nunca semeará, e o que olha
para as nuvens nunca segará.
5 - Assim como tu não sabes qual o caminho do vento,
nem como se formam os ossos no ventre da que está grávida, assim também não
sabes as obras de Deus, que faz todas as coisas.
6 - Pela manhã, semeia a tua semente e, à tarde, não
retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará; Se esta, se aquela ou
se ambas igualmente serão boas.
7 - Verdadeiramente suave é a luz, e agradável é aos
olhos ver o sol.
8 - Mas, se o homem viver muitos anos e em todos eles
se alegrar, também se deve lembrar dos dias das trevas, porque hão de ser
muitos. Tudo quanto sucede é vaidade.
9 - Alegra-te, jovem, na tua mocidade, e alegre-se o
teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração e
pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas essas coisas te trará
Deus a juízo.
10 - Afasta, pois, a ira do teu coração e remove da
tua carne o mal, porque a adolescência e a juventude são vaidade.
OBJETIVOS
Após esta
aula, o aluno deverá estar apto a:
• Saber como viver uma vida
com propósito.
• Decidir viver uma
vida dinâmica com fé e esperança.
• Viver a vida com
responsabilidade diante de Deus e dos homens.
PALAVRA-CHAVE
Lançar: Jogar,
estender, projetar, atirar, etc.
COMENTÁRIO
introdução
Nos capítulos anteriores
de Eclesiastes, Salomão destacou os problemas da vida. Esta é apresentada
totalmente imprevisível, cheias de altos e baixos, e muitas vezes sem
explicação lógica ou racional. É com tal perplexidade que o sábio enxerga as
injustiças contra o justo e a prosperidade do perverso. Quanta ambiguidade! O
que fazer diante de tudo isso? Ficar inerte? Ou enfrentar a arena da vida? A
lição dessa semana abordará a postura que o pregador tomou, diante de Deus, em
relação às questões da vida. Veremos que o capítulo 11 de Eclesiastes mostra o
Senhor nosso Deus como o centro da nossa vida, pois sem Ele ela torna-se vazia
e sem sentido. [Comentário: Nos
capítulos anteriores, o livro de Eclesiastes mostrou a realidade nua e crua da
vida. É assim que se observa na análise perplexa que Salomão faz das injustiças
sofridas pelo justo e prosperidade que acompanha o perverso. E aí, o que fazer
diante de tudo isso? Ficar inerte ou se lançar no horizonte e enfrentar a vida
como ela é? Salomão escolhe essa segunda opção e conclama seus ouvintes a fazer
o mesmo. Mais reflexivo e agora mais consciente da realidade da vida, sabendo
que ela pode se tornar um grande vazio, ele põe Deus no centro de suas reflexões.
Irá mostrar que Deus é o ator principal nesse grande cenário da fé e que sem
Ele a vida é totalmente sem propósito e vazia. Tenhamos todos uma excelente e
abençoada aula!
I. VIVENDO COM PROPÓSITO
1. Tomando uma atitude. Em
nosso texto áureo, o rei Salomão exorta-nos a tomar uma firme e sábia atitude.
Ele conclama-nos a lançar o nosso pão sobre as águas. A palavra hebraica
traduzida como “lançar” é shalah, que significa enviar, mandar embora, deixar
ir. Noutros termos, o que o sábio está ensinando é: “Não fique aí parado!
Glorifique a Deus com a sua atitude”. Podemos aplicar essa palavra também à
obra missionária. Deus é quem envia homens e mulheres como embaixadores de seu
Reino (Jz 6.8; Is 6.8; Jr 1.7), pois com igual determinação e amor, enviou o
seu Filho a realizar a mais sublime das missões: Salvar o mundo (Is 61.1; Jo
3.16). [Comentário: Em
Eclesiastes 11.1 Salomão exorta seus leitores sobre a necessidade de se tomar
uma atitude na vida e os convida a lançar o pão sobre as águas. A palavra
hebraica traduzida como lançar é shalah e mantém o sentido na língua original
de: enviar, mandar embora, deixar ir. O sábio está dizendo: vá, não fique aí
parado! Viva a vida com propósito! Viva a vida com uma atitude. Como sempre, o
autor não aprova a atitude passiva em relação à vida. Ele admite que há muitas
incertezas na vida, mas isso não é razão para se negar a agir de forma
positiva. Não importa o que o homem decida fazer, ele precisa enfrentar sua
tarefa com ousadia, apesar dos riscos, acreditando que isso vai produzir os
resultados desejados no devido tempo. No entanto, ele deve distribuir seus
recursos, e não concentrá-los em um lugar. Se então for pego de surpresa por
algum infortúnio, não vai perder tudo (11.1,2). A própria natureza mostra ao
homem que há muitas coisas sobre as quais ele não tem controle e que não
conhece. Se ele esperar até ter certeza completa para agir, nunca vai agir (v.
3-5). Sua atitude precisa ser positiva. Ele precisa ser diligente e otimista
(v. 6). Assim como o agricultor deve passar o dia trabalhando apesar das
incertezas do tempo, o homem precisa aproveitar ao máximo a oportunidade de
desfrutar da vida enquanto está acesa a luz do dia da vida, pois a longa noite
da morte está se aproximando (v. 7,8) {DONALD C. FLEMING. Comentário Bíblico NVI.
Editora Vida. Eclesiastes. pag. 970}].
2. Evitando a passividade. Não devemos agir com passividade (Ec 11.4). A vida meramente
contemplativa nada resolve. É necessário e urgente fazer o bem. Por isso, o
pregador exorta-nos a demonstrar amor e generosidade ao necessitado. “Lançar o
pão”, portanto, significa ser condescendente com os pobres (Ec 11.1,2).
Significa fazer alguma coisa e não se limitar a contemplar a miséria alheia. É
trazer o pão de longe para alimentar os famintos (Pv 31.14). A igreja
apostólica demonstrou a mesma preocupação (Gl 2.10). [Comentário: Nesta
vida, as circunstâncias nunca serão as ideais, mas devemos seguir em frente, e
obedecer a DEUS, e confiar nele para obtermos os resultados. Se você espera
pelo vento certo ou pelo dia apropriado, pode perder sua oportunidade. Você
pode parecer um tolo, como alguém que lança o pão sobre as águas em movimento,
mas DEUS providenciará para que ele retorne para você. {WIERSBE. Warren W.
Comentário Bíblico. A.T. Editora Central Gospel. pag. 532} Se por um lado devemos assumir uma
atitude diante da vida, por outro lado forçosamente não devemos ser passivos
diante da mesma. Salomão destaca que quem somente observa o vento nunca semeará
(Ec 11.4). Somente observar, contemplar e admirar não é suficiente. Se em um
primeiro plano as palavras do sábio significam que deve haver empreendedorismo quer
através de uma missão comercial, quer através de uma missão espiritual, em um
segundo plano elas demonstram a necessidade da generosidade com o próximo.
“Lançar pão”, portanto, significa ser condescendente com as necessidades dos
pobres e menos favorecidos. E fazer alguma coisa e não somente contemplar o
infortúnio do outro. É trazer o pão de longe para alimentar os famintos (Pv
31.14). Significa ser generoso! Em o Novo Testamento encontramos a preocupação
da igreja para com os menos favorecidos (G12.10).].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Viver
com propósito implica em tomar atitude evitando a passividade.
II. VIVENDO COM DINAMISMO
1. A imobilidade da árvore caída (vivendo do passado). Em relação ao texto de Eclesiastes 11.3, o escritor
Derek Kidner destaca a metáfora da nuvem como um fenômeno meteorológico
portador de leis próprias em desacordo com as leis e o tempo dos homens. Ele
igualmente destaca o relato da árvore caída: ela não pediu licença para tombar
e não houve homem que a impedisse de cair. Aqui, a vida mostra-se de forma
imprevisível. Ela não é composta apenas de bons momentos, mas também de
períodos desagradáveis. Então, o que fazer? Ficar aprisionado pela experiência
passada sobre a qual nada mais se pode fazer, ou enfrentar o futuro com fé e coragem? [Comentário: Os
processos naturais da natureza, dirigidos pela Vontade Divina, continuam
cumprindo seu dever. Esses processos nunca cessam; eles continuam repetindo
suas tarefas determinadas. As nuvens são formadas mediante evaporação do mar;
elas cobrem a superfície inteira do globo terrestre, depositando suas águas; os
rios assim formados precipitam-se para os mares; a evaporação é contínua; a formação
das nuvens é contínua; a chuva é contínua; a natureza obedece aos decretos
divinos. E, então, se uma árvore cair (o que também acontece por decreto
divino), isso poderá parecer uma orientação arbitrária, na direção sul ou
norte, mas até a direção da queda de uma árvore está determinada. Quando a
árvore bater no chão, jazerá exatamente onde caiu, o que serve de outra
indicação da determinação divina. É ridículo dizer que podem chegar homens para
movimentar aquela árvore, isso só estragaria a analogia. O ponto do versículo é
que todas as coisas foram ordenadas de antemão, e não há mero acaso. Mas já que
não sabemos como as coisas ficarão, se boas ou más, ou quando acontecerão,
continuemos a fazer a parte que nos cabe: trabalhar com diligência e esperar
pelo melhor. Não tenhamos medo dos ventos, é preciso semear e colher tudo
quanto pudermos. Carma? Alguns estudiosos supõem que a árvore que cai e fica
onde caiu seja uma declaração misteriosa acerca de como um homem
inevitavelmente colhe aquilo que tiver semeado. Sua vida é como a queda de uma
árvore: o que ele tiver feito levará a árvore a permanecer exatamente onde
cair. A fortuna de um homem consiste em continuamente encontrar-se consigo
mesmo. {CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por
versículo. Editora Hagnos. pag. 2737.} A parte ‘a’ do versículo 3 talvez sugira a generosidade de Deus como
uma nova motivação para a vida altruísta (cf. Mt 5.44-45). Caindo a árvore
[...] aí ficará (3b) sugere claramente o elemento do destino inescapável. Mas o
contexto do capítulo inteiro sugere que aqui Qoheleth esteja falando dos
resultados inevitáveis das escolhas humanas. O tipo de vida que você leva
determina o tipo de pessoa que você será. O julgamento final de Deus e a
realidade da vida na fase adulta e da velhice levam a pessoa a tomar as
decisões corretas já desde a juventude (cf. capítulo 9 e 12.1). {EARL C. WOLF.
Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 3. pag. 462}.].
2. O movimento do vento e das nuvens (vivendo o presente). Em Provérbios, Salomão usa frequentemente a
linguagem metafórica para compartilhar as suas ideias. Uma metáfora que revela
bem esse recurso é a da formiga e do preguiçoso (Pv 6.6). Em Eclesiastes,
encontramos o mesmo princípio na metáfora do vento (Ec 11.4). Não são poucos os
intérpretes da Bíblia que observam, nesse texto, a ideia de movimento e
imprevisibilidade da vida. O vento movimenta-se o tempo todo e as nuvens
mostram-se imprevisíveis. Eis a metáfora da vida! Olhá-la e queixar-se dela sem
tomar uma firme e sábia decisão diante dos seus obstáculos equivalem a esperar
que o vento e as nuvens passem. Dessa forma, o ser humano assiste a existência
passar sem nada realizar de concreto. Quem tem fé não age assim. [Comentário: Estando
as nuvens cheias, derramam aguaceiros sobre a terra... (v. 3). Para quem este
aguaceiro? Para todos, bons e maus, como nos ensina Jesus em Mateus 5.45. Deus
se apresenta sempre como Deus da humanidade. Até na terra deserta chove para
que as bestas da terra tenham capim para comer. A natureza é pródiga para com
todos e tudo. Nós, porém, nos trancamos em nosso egoísmo e em nossa gula, e
qualquer bem que poderíamos fazer não fazemos. As lutas das igrejas com as suas
finanças, o que são senão a avareza, a ganância dos seus membros, que só pensam
em si, sem se lembrarem dos pobres e sofredores? Tudo jaz à base da falta de
simpatia pelo próximo. {Antônio Neves de Mesquita. Provérbios. Editora JUERP}.Muitos intérpretes da Bíblia observam que a
ideia aqui é a de movimento e imprevisibilidade. O vento está se movimentando o
tempo todo e as nuvens são imprevisíveis em seu movimento. E uma metáfora da
vida que está em constante movimento e que não pode deixar de ser vivida por
causa da sua imprevisibilidade! E o tempo presente no qual se vive e que exige
uma tomada de decisão diante dos desafios que ele impõe. Ficar olhando para a
vida e se queixar sem tomar uma atitude frente aos seus desafios assemelha-se
àquele que apenas olha o vento e as nuvens. Ver a vida passar e passa batido
pela vida!].
SINOPSE
DO TÓPICO (II)
O
texto de Eclesiastes 1.3-5 remonta a ideia de movimento e imprevisibilidade da
vida.
III. VIVENDO COM FÉ E ESPERANÇA
1. Plantando a semente. Outra
metáfora usada por Salomão é a do plantio (11.6). Essa figura descreve a
atividade do agricultor. Ela ensina a arte de semear a vida. E isso requer
ação! É preciso plantar a semente, pois é na existência que geralmente colhemos
o que plantamos (Gl 6.7). Muitas vezes, a vida é dura, seca e arenosa para
semear. Assim, a metáfora pode significar uma trajetória de trabalho árduo e
difícil diante dos grandes obstáculos e desafios da existência humana. Nessa
estrada, muitos até desistem de semear e terminam vencidos pelas dificuldades
intransponíveis que ela lhes impõe. [Comentário: O
destaque aqui é a arte de semear! Assim como é preciso “lançar” também é
necessário “semear”. Lançar e semear requer ação! E preciso plantar a semente,
pois só colhe quem planta! (2 Co 9.6; Cl 6.7). Muitas vezes o solo da vida é
duro, seco e arenoso e por isso semear se torna um trabalho árduo e difícil.
Muitos desistem de semear porque as condições não são favoráveis. Desistem logo
diante das primeiras dificuldades que a vida lhes impõe. Lawrence Richards
sintetiza: “Embora ninguém possa controlar o futuro (v. 3), é melhor se
preparar para ele, tão cuidadosamente quanto possível”. {GONÇALVES. José,.
Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso Sabedoria bíblica para quem quer
vencer na vida. Editora CPAD. pag. 142-143}. Semeia pela manhã a tua semente: Um agricultor tem de ser ativo pela
manhã e à noite, semeando e efetuando os atos normais envolvidos na
agricultura. O que o agricultor fizer pode dar certo; todas as suas esperanças
podem estar de acordo com aquilo que Deus já determinou, mas também podem
discordar. Seja como for, ele continua trabalhando e esperando pelo melhor. O
labor humano é vão (Ec 1.3), mas precisamos continuar cumprindo a nossa parte,
deixando todas as coisas nas mãos de Deus. {CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento
Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2737}. Neste versículo, o conselho do autor é não
evitar comprometer-se com as coisas, é realizá-las, mas deixar que Deus
determine o sucesso ou o fracasso do empreendimento. {EarI D. Radmacher:
Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento
com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 1004}. Se isto não é uma lição de confiança na
providência divina, então não sabemos mais nada. Noutro lugar discutimos os
males da ganância humana: a usura, o egoísmo, e aqui temos como o corolário.
Lições de confiança em Deus, que tudo governa, tudo administra e com tal
precisão, que a nossa terra, que dá uma volta sobre si mesma em 24 horas, nunca
se atrasou um minuto. Prontamente está, pela manhã, no mesmo ponto do espaço.
Quem lhe deu corda para andar sempre sem parar? Quem fez este mecanismo de tão
perfeita execução? Oh! meus leitores! Se vocês comparassem coisas com coisas,
iriam ver que somos os maus da terra e do mundo, aos quais, nada obstante, Deus
deu tanto saber, tanta felicidade e meios para gozá-la. {Antônio Neves de
Mesquita. Provérbios. Editora JUERP.}].
2. Germinando a semente. A
metáfora também nos ensina que, embora semeemos a terra, não podemos fazer a
semente germinar (Ec 11.6). Salomão observa a vida como um grande campo de
solos variáveis. Ao agricultor, pois, resta saber em qual valerá a pena semear,
pois a semente não germinará em qualquer terreno. Muitos fatores devem ser
levados em conta na germinação da semente: a qualidade do solo, o clima, etc. É
urgente que o agricultor persevere nesse empreendimento, mas que igualmente
tenha fé e esperança de que a semente germinará. De nada adianta observar o
caos em que se encontra a sociedade e não tomar nenhuma atitude. Façamos a
nossa parte como agricultores do Reino de Deus: semear a genuína Palavra de
Deus no coração de toda a criatura humana (Lc 8.5-15) e auxiliar o próximo
necessitado (2Co 8-9). [Comentário: A
atividade de semear, plantar é uma operação de risco e exige fé de quem semeia
ou planta. Pode ser que a semente plantada não germine e tudo que o semeador
semeou tenha sido em vão. Mas era um risco que ele precisava correr. Não há
dúvida de que Salomão via a vida como um grande campo e com ele uma grande
variedade de solos. Com certeza havia muitos solos nos quais fosse não atrativo
semear, mas o agricultor só saberia que a semente germinaria se semeasse. O que
dependeria também do clima. Era, portanto, preciso fé, perseverança e
esperança. Uma bela metáfora da lei da sementeira espiritual. De nada adianta
ficarmos observando o caos social e não tomarmos nenhuma atitude. É necessário
que façamos a nossa parte semeando a genuína Palavra de Deus nesse solo duro e
pedregoso (Lc 8.5-15). “Levante-se, plante a sua semente em diversos lugares”,
escreve Ed René Kivitz, “diversifique, pois você não sabe quase nada: “assim
como você não conhece o caminho do vento, nem como o corpo é formado no ventre
de uma mulher, também não pode compreender as obras de Deus, o Criador de todas
as coisas” (11.5). Por isso, mexa-se, movimente-se, recicle, aprenda, cresça, trabalhe!
O Eclesiastes nos chama para o trabalho sem ilusões: ainda que o aleatório
atravesse o curso das coisas e faça uma bagunça nas expectativas e
probabilidades, trabalhe”. {GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso Sabedoria
bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD. pag. 143-144}. O autor está lidando com fenômenos que
escapam à nossa Inteligência e observação. Quem sabe o caminho do vento? Jesus
mesmo advertiu Nicodemos afirmando que o vento sopra e não sabemos de onde vem
nem para onde vai (Jo 3.8); no entanto, faz a sua ronda pela terra de acordo
com as determinações do seu Autor. É o mesmo que dizer que muitas coisas que
constituem o cerne da vida escapam à nossa direção, e nem por isso deixam de
cumprir a sua missão. De acordo com essa diretriz, não vamos alterar a ordem
dos fatos que não controlamos, mas continuemos a rodar o filme da vida como se
tudo estivesse debaixo de nosso controle. Igualmente, não sabemos como se
formam os ossos (da criança) no ventre materno; todavia, isso em nada influi no
nascimento de crianças, pois tudo está dentro do cronograma divino, em que nada
falha. Parece-nos que o autor está dando, ou pretendendo dar, lições aos que
desejam governar os tempos e as estações e calcular o que vai acontecer com o
seu dinheiro, com as coisas que estão nas suas mãos, esquecendo-se que tudo é
obra de Deus, que faz todas as coisas. É maravilhoso notar a ordem da criação:
as flores, os passarinhos chilreando, os pombinhos esvoaçando, as minhocas se
enroscando debaixo das pedras, cada qual cumprindo a sua tarefa. Parece que os
seres humanos são rebeldes à natureza, e nem recordam que Deus faz todas as
coisas. Um pouco de fé não faria mal a ninguém. {Antônio Neves de
Mesquita. Provérbios. Editora JUERP}.].
SINOPSE
DO TÓPICO (III)
Devemos
plantar sementes para vida, germinando a Palavra de Deus e cuidando do próximo
necessitado.
IV. VIVENDO COM RESPONSABILIDADE
1. Fazendo escolhas responsáveis. Eclesiastes 11.9 é uma séria admoestação aos jovens.
Eles são convidados a viver a vida, mas devem se portar, em todas as ocasiões,
como pessoas responsáveis e tementes a Deus. Assim, reconhecerão o Pai Celeste
como a sua satisfação maior. [Comentário: A sua
exortação a um viver com propósito alcança agora de uma forma específica àqueles
estão no alvorecer da vida, os jovens. Mas como vem fazendo durante todo o
livro de Eclesiastes, Salomão não nega o lado alegre da vida: “Alegra-te, jovem,
na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda
pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos” (Ec
11.9). O jovem é convidado a viver a vida com intensidade e responsabilidade.
Isso inclui fazer de Deus e das coisas que o agradam o centro de satisfação de
sua vida, pois tudo o que Deus fez foi para o nosso aprazimento (1 Tm 6.17).
Que podemos dizer agora aos jovens tão plenos de entusiasmo? Devemos dizer-lhes
as mesmas coisas que dizemos aos homens maduros. Vocês têm a juventude, usem-na
nos pequenos prazeres da vida, animem o coração com as coisas que parecem boas;
cumpram o que seus olhos pedem, obtendo coisas boas e agradáveis. Mas Deus
implantou no entretecido da própria existência Seus inevitáveis julgamentos
contra os excessos. Por outra parte, provavelmente vocês sofrerão grandes
reversões, independentemente de viverem em meio a excessos ou de maneira
moderada. Contudo, se vocês quiserem tirar proveito dos pequenos prazeres da
vida, isso é o melhor que poderão fazer. Além disso, tentem tirar da mente,
enquanto vocês são jovens, o fato da negridão do nada que fatalmente virá. Essa
condição em breve chegará. O triste filósofo novamente enfatizou seu lema de
vida: os prazeres moderados, com os quais um homem poderá apimentar sua vida,
para aliviar um pouco suas misérias. Dou notas expositivas completas sobre esse
aparente epicurismo, em Eclesiastes 2.24-25. A verdadeira posição do autor,
entretanto, era a do niilismo: não existem valores reais e duradouros na
existência humana. Portanto, temos aqui um pacote entristecedor, como sempre:
Epicurismo (um valor falso), misturado ao Pessimismo (a verdade real das
coisas) e ao Niilismo (a verdadeira avaliação da vida). {CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos.
pag. 2738.} Se Salomão foi o
autor de Eclesiastes e escreveu-o no fim de sua vida, então a mensagem fica
ainda mais clara. Ele fala aos jovens (Pv 1.8; 2.1; 3.1), incentivando-os a
aprender as lições que ele aprendera no decorrer de sua vida extraordinária.
Este versículo não é um estímulo a viver em pecado satisfazendo os desejos
sexuais (Nm 15.39), como se supõe na interpretação do conselho anda pelos
caminhos do teu coração. Pelo contrário, exorta o jovem a divertir-se, mas sem
esquecer que DEUS julgará o seu modo de proceder (Ec 3.17; 12.14)].
2. Assumindo as consequências. Há uma razão para vivermos de maneira alegre, mas ao mesmo tempo de
forma responsável e santa. Nossas ações trazem consequências. Tal como o sábio
disse no versículo 10. Viver a vida com intensidade não é agir de forma
desregrada e pecaminosa, mas experimentar o seu verdadeiro sentido: glorificar
a Deus. Portanto, jovem, viva a vida com intensidade, mas não se esqueça:
glorifique a Deus com o seu testemunho, pois de tudo o Senhor nos pedirá conta.
Vivendo assim, quando a velhice chegar, não teremos o que lamentar. [Comentário: Esse
viver alegre, mas de forma responsável tem uma razão de ser — nossas ações têm
consequências. E isso o que o sábio diz: “sabe, porém, que de todas estas
coisas Deus te pedirá contas. Afasta, pois, do teu coração o desgosto e remove
da tua carne a dor, porque a juventude e a primavera da vida são vaidade” (Ec
11.9,10, ARA). Viver a vida com intensidade está longe do viver desregrado,
onde é dado vazão aos instintos numa espécie de “vale tudo”. Não, não é isso! É
viver sabendo que nossas ações gerarão consequências. Consequências que quem vive
na primavera da vida não costuma lembrar nem medir. Viva a vida, mas viva para
Deus e dessa forma não lamentará quando chegar a velhice. Deus vai pedir contas
do modo como os olhos se alegram e de como o coração se regozija. Nada ficará
por julgar. O capítulo 11 de Eclesiastes é um convite à ação. É uma resposta
contra a mesmice. É um convite a um mergulho na fé que assume riscos, já que o
mundo à nossa frente é um terreno desconhecido. É, portanto, um “lançar-se” e
“semear”. É também um “alegrar-se” com as maravilhas com as quais a vida nos
presenteou. Mas também é um “afastar-se”. Afastar-se daquilo que promete
produzir adrenalina, mas que ao final prova ser extremamente amargoso. A
expressão no hebraico para juventude significa “alvorecer da vida”. A vida tem
o seu alvorecer (a juventude), bem como a sua noite (a idade avançada). Ambas
as fases são igualmente melancólicas e vãs, mas a juventude parece ser melhor
que a idade provecta. O termo hebraico, shakaruth - juventude, ocorre somente
aqui, em todo o Antigo Testamento.
SINOPSE
DO TÓPICO (IV)
Viver
com responsabilidade é fazer escolhas responsáveis na vida assumindo as suas
consequências.
CONCLUSÃO
O capítulo 11 de
Eclesiastes é um convite à ação. É uma resposta à mesmice. É um convite a mergulharmos
na fé e agir de acordo com a vontade de Deus, não temendo as dificuldades que
virão pela frente. É lançar-se para semear. É alegrar-se com as maravilhas que
o Senhor nos presenteou. Mas significa igualmente afastar-se do pecado e da
iniquidade, pois, no final, teremos de dar conta de todos os nossos atos
perante Deus. Então, glorifiquemos ao Senhor com a nossa existência. [Comentário: Salomão
foi moço. Se foi ele que escreveu este livro ou parte dele, lembrou-se do seu
tempo, talvez meio desperdiçado. Pouco sabemos da sua criação, da sua
juventude. Os relatos de 1º Reis nada nos contam da mocidade de Salomão,
a não ser que, sendo Davi já velho, Natã e Bate-Seba cuidaram de passar o trono
ao moço (1º Reis 1.11). De qualquer modo, este livro, que
respira ao fôlego de Salomão, nos dá muitas lições para a mocidade.
Regozija-te. É um corolário dado por Eclesiastes à doutrina do tempo. Convém
recordar que os prazeres concedidos à juventude não são pessoais ou para uso
exclusivo da pessoa. Eles têm relações profundas com o bem-estar da raça, a que
todos nós pertencemos. Portanto, será sempre recomendável recordar o que há de
bom para interessar a todos. Nada de egoísmo, dá personalismo, pois isso ofende
a Deus, que trata a todos como membros de uma família e dá os bens para gozo
particular, sim, mas visando o bem de todos. Os que abusam dos prazeres
terminam amargurados da vida, e quantas vezes amaldiçoando os mesmos prazeres,
pelo abuso que deles fizeram. Usar, sim; abusar, não. São uma espécie de
mordomia concedida pelo bondoso Criador, e não temos o direito de esbanjar
esses dons de nossa natureza física, que constituem nossa alegria e felicidade,
quando bem usados].
NaquEle que me garante: "Pela graça sois
salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),
VOCABULÁRIO
Ambiguidade:
Característica ou condição do que é ambíguo; dois sentidos diferentes.
Inerte: Sem atividade ou
movimentos próprios.
Condescendente:
Indulgente, complacente, transigente.
Fenômeno meteorológico:
Série de variáveis que existe na atmosfera como temperaturas, pressão
atmosférica, etc.
Contingente: O que é
incerto, duvidoso, acidental.
Aprazimento: Sensação ou
emoção agradável.
EXERCÍCIOS
1. O que o sábio quer ensinar
ao usar a palavra hebraica shalah, isto é, lançar?
R. Enviar,
mandar embora, deixar ir.
2. Como o escritor Derek
Kidner destaca a metáfora da nuvem?
R. Como
um fenômeno meteorológico portador de leis e o tempo dos homens.
3. Como agricultores do Reino
de Deus, o que nos cabe fazer? Cite as respectivas referências bíblicas.
R. Semear
a genuína Palavra de Deus no coração de toda a criatura humana e auxiliar o
próximo necessitado (Lc 8.5-15; 2Co 8-9).
4. Qual a razão para vivermos
a vida de maneira alegre, mas ao mesmo tempo responsável e santa?
R. Nossas
ações trazem consequências.
5. Como você tem vivido a sua
vida?
R. Resposta
pessoal.
NOTAS
BIBLIOGRÁFICAS
OBRAS
CONSULTADAS:
-. Lições Bíblicas do 4º Trimestre de 2013 - CPAD - Jovens e Adultos;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Defesa da Fé: Questões reais; Respostas precisas; Fé Solidificada. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
-. ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2 ed., RJ: CPAD, 2004.
-. Lições Bíblicas do 4º Trimestre de 2013 - CPAD - Jovens e Adultos;
-. Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital);
-. Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001;
-. Bíblia de Estudo Defesa da Fé: Questões reais; Respostas precisas; Fé Solidificada. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
-. ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2 ed., RJ: CPAD, 2004.
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