AUXÍLIO AO ALUNO EBD
PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2016
ADULTOS - O FINAL DE TODAS AS COISAS - Esperança e glória para os salvos
COMENTARISTA: ELINALDO RENOVATO DE LIMA
COMENTÁRIO: EV. CARAMURU AFONSO FRANCISCO
ADULTOS - O FINAL DE TODAS AS COISAS - Esperança e glória para os salvos
COMENTARISTA: ELINALDO RENOVATO DE LIMA
COMENTÁRIO: EV. CARAMURU AFONSO FRANCISCO
LIÇÃO Nº 2 – OS
SINAIS QUE ANTECEDEM A VOLTA DE CRISTO
“Tudo nos mostra que Cristo já volta, breve Jesus voltará
!Já deste mundo o mar se revolta, breve Jesus voltará ! Breve virá, breve virá,
breve Jesus voltará ! “ (primeira estrofe e refrão do hino 401 da Harpa Cristã)
INTRODUÇÃO
- Jesus não disse aos
Seus discípulos a data de Sua volta para arrebatar a Sua Igreja, mas deixou bem
claro quais seriam os sinais, os acontecimentos que ocorreriam às vésperas de
Seu retorno. Quando lemos os Evangelhos onde se encontram estes sinais, no
chamado “sermão escatológico” ou “sermão do monte das Oliveiras”, parecemos
estar diante de um jornal, de uma revista desta semana. Os noticiários diários
e semanais são uma comprovação indelével de que Jesus está às portas, de que o
“Rei está voltando” e, por isso, devemos, mais do que nunca, manter as nossas
lâmpadas cheias de azeite, nos santificar cada vez mais, pois não poderemos ser
surpreendidos com o toque da última trombeta.
- Os sinais da volta de Cristo são a prova de
que só não será arrebatado aquele que se recusar a crer na Palavra do Senhor.
Jesus não deixou Seu povo desorientado e à mercê das circunstâncias, mas
avisou, com absoluta clareza, o que iria acontecer sobre a face da Terra nos
tempos imediatamente anteriores à Sua vinda. Ninguém poderá, diante do Senhor,
no juízo final, invocar ignorância ou impossibilidade de perceber a iminência
da volta de Cristo, porquanto dia após dia, hora após hora, minuto após minuto,
os fatos, que hoje são conhecidos no mesmo instante em que ocorrem, estão a
testemunhar em alto e bom som, “…qual forte vendaval, rugindo sobre o mar,
escuta-se a mensagem que do Céu provém. Ouvi a grande nova que alegria traz:
Cristo, em breve, vem” (refrão do hino 157 da Harpa Cristã).
I – O QUE SÃO OS SINAIS DA VOLTA DE JESUS
- Ao falarmos dos sinais da volta de Jesus,
nossas mentes, naturalmente, voltam-se para o início do maior sermão proferido
por Jesus em Seu ministério, o chamado “sermão escatológico”, “sermão
profético” ou “sermão do monte das Oliveiras”, sermão que Jesus proferiu a Seus
discípulos no monte das Oliveiras, na última semana antes da Sua morte na
cruz do Calvário. Este sermão está registrado nos chamados evangelhos sinóticos
(Mateus, Marcos e Lucas): Mt.24,25; Mc.13 e Lc.21:5-36. Sem dúvida alguma, foi
neste sermão que Jesus deixou mais claros os episódios relativos às últimas
coisas e, por isso, nele nos deteremos ao estudarmos a respeito dos sinais da
Sua vinda.
- Como não poderia deixar de ser, conforme já temos visto na
lição 1 deste trimestre, a interpretação do “sermão escatológico” é um dos
grandes pontos polêmicos entre os estudiosos da Bíblia, até porque este texto é
fundamental para a construção das diversas linhas de pensamento a respeito do
assunto, linhas estas que foram indicadas na já mencionada primeira lição. Por
isso, não é de se surpreender que cada estudioso tente extrair destas passagens
base para a sua visão a respeito da escatologia. - No entanto, sem querer aqui
desmerecer outras linhas de pensamento, principalmente aqueles que, embora
divirjam entre si, não alteram a essência doutrinária das Escrituras, devemos
lembrar que o “sermão escatológico” é, antes de mais nada, uma resposta à
indagação dos discípulos a respeito do que estava para acontecer.
- Jesus havia acabado de fazer uma consideração sobre a
oferta da viúva pobre, logo após uma censura aos escribas e fariseus, o que,
juntando com a purificação do templo, dava a indicar uma posição de autoridade
e de, quem sabe, início de uma assunção do trono de Israel. Os discípulos,
então, mostram a Cristo a estrutura do templo de Jerusalém, mostrando-Lhe a
beleza e consistência da edificação, num gesto que bem demonstrava que as
mentes deles estavam voltadas para as coisas desta vida, para o poder político,
para a posição social, tal qual ocorre com muitos crentes na atualidade,
particularmente aqueles que vêem em Jesus apenas uma forma de prosperidade
material.
- Certamente, o templo, nos dias de Jesus, era de uma beleza
singular, pois Herodes, o Grande (o rei da Judéia quando Jesus nasceu), para
agradar os judeus, havia determinado uma total restauração do templo que fora
construído após o retorno do cativeiro da Babilônia. No entanto, para decepção
dos discípulos, Jesus não Se deixou impressionar por aquela beleza, mas, em tom
firme, afirmou que não ficaria pedra sobre pedra daquele templo que não fosse
derribada, deixando o templo e subindo até o monte das Oliveiras. A afirmativa
de Jesus deixou a todos perplexos e, não se contendo, quando já no monte,
perguntaram a Jesus quando isto iria acontecer e que sinais haveria da vinda
dEle e do fim do mundo (Mt.24:3).
- Portanto, o “sermão profético” foi proferido para
responder às indagações dos discípulos a respeito de quando ocorreria a
destruição do templo de Jerusalém, a vinda de Jesus e o fim do mundo, pois,
naturalmente, para judeus como eram os discípulos, o templo só seria destruído
no final dos tempos, com o estabelecimento do reino messiânico tão esperado por
Israel. Desta forma, temos de compreender que o sermão deve ser entendido com
relação à destruição do templo, da volta de Cristo e do fim do mundo, entendido
este como o fim dos atuais céus e terra.
- Os sinais apresentados por Jesus diziam, pois, respeito a
estes três eventos, o que jamais deve ser esquecido quando analisamos o sermão
profético. Um dos erros mais comuns na interpretação desta passagem está,
precisamente, em tentar entender o texto com relação a apenas um dos eventos,
como, por exemplo, é corriqueiro entre os intérpretes que adotam a posição
amilenista, ou seja, a postura segundo a qual não haverá um reino milenial de
Cristo sobre a terra e que este período referido na Bíblia como sendo o milênio
é a própria dispensação da graça (é a posição oficial da Igreja Romana). Estes
identificam o sermão de Jesus como simples profecia da destruição de Jerusalém
no ano 70 d.C., entendimento, porém, que está fora do contexto do sermão.
- Os sinais são, como
se verifica, acontecimentos, ocorrências que têm a missão de deixar a Igreja
alerta e consciente da proximidade da vinda de Jesus. São fatos que não
permitem que o crente se descuide e fique despercebido a respeito da promessa
do Senhor de que voltará para arrebatar a Sua Igreja. São acontecimentos e
ocorrências que não deixam o crente se esquecer das promessas e da fidelidade
de Deus. Têm, portanto, uma função primordial na manutenção da vida desta
esperança em nossos corações.
- Os sinais, ainda,
são uma prova de que Deus está no pleno controle da história da humanidade
e que tudo está acontecendo segundo a Sua vontade, o que fortalece a nossa fé
em Deus, pois sabemos, através destes sinais, que Deus é soberano e fiel e que,
portanto, não faltará com as Suas promessas feitas a nós e que, brevemente,
estaremos com Ele na glória, que é a nossa esperança e razão de viver.
- Os sinais, por fim,
são uma eloquente manifestação do amor de Deus para com a humanidade e,
assim sendo, são uma demonstração na nossa missão de evangelização do mundo.
Através dos sinais, os crentes têm a cooperação do Senhor no nosso trabalho de
anunciar as boas-novas aos homens, pois temos um modo de mostrar aos incrédulos
o quanto nosso Deus é fiel e soberano e como Sua Palavra é a verdade.
II – OS SINAIS DA VOLTA DE CRISTO REFERENTES A ISRAEL
- Para bem entendermos o sermão profético, não só devemos
observar as três questões que Jesus respondeu com ele, como também lembrar que,
para Deus, há três povos sobre a face da
Terra (cfr. I Co.10:32), a saber:
a) os gentios –
são os homens que pertencem a todas as nações do mundo, nações estas que se
originaram da comunidade única dissolvida com o juízo de Babel (Gn.11:1-9), com
exceção de Israel, que foi formado por Deus a partir da chamada de Abraão. Os
gentios rebelaram-se contra Deus e se mantêm rebelados contra o Senhor. Estão
destinados a sofrerem o juízo da Grande Tribulação e a serem governadas pelo
Anticristo e, por fim, serem encaminhadas à eterna perdição por se recusarem a
servir a Deus.
b) os israelitas
– são os homens que pertencem à nação de Israel, descendência de Abraão, Isaque
e Jacó. Foi a nação escolhida por Deus para ser aquela que demonstraria a
soberania de Deus e o Seu grande amor para todas as demais nações da Terra. Foi
a nação escolhida para ser o instrumento da salvação da humanidade, tanto que o
Messias veio a este mundo por meio dela. Deus tem um pacto com Israel (Ex.19:3-
20:26). Israel está a destinado a ser salvo (Rm.11:26,27), a ter sua
transgressão extinta e ser dado um fim aos seus pecados (Dn.9:24), conforme a
profecia das setenta semanas de Daniel. Israel rejeitou a Jesus e, por causa
disso, foi espalhado entre as nações, mas, desde 1948, ressurgiu como nação,
mas ainda está reservado a ele o sofrimento durante a Grande Tribulação e a
perseguição que lhe será empreendida pelo Anticristo, que chegará a apoiar,
para só então reconhecer a Cristo como Messias e ser completamente restaurado e
por Ele governado no Seu reino milenial.
c) os cristãos –
são os homens que pertencem à Igreja, a “nação santa” (I Pe.2:9), formada por
gente de toda tribo, língua, povo e nação (Ap.5:9), que lavaram as suas vestes
no sangue do Cordeiro (Ap.22:14), ou seja, aceitaram a Cristo como seu Senhor e
Salvador e perseveraram até a morte ou o arrebatamento da Igreja. A Igreja,
formada a partir da morte de Cristo no Calvário, tem por missão a pregação do
Evangelho nesta dispensação, estando destinada ao arrebatamento, que ocorrerá
antes do início da Grande Tribulação, da ira futura que Deus tem reservado para
gentios e israelitas.
- Os sinais anunciados por Cristo, no sermão profético,
portanto, devem ser estudados levando-se em conta, também, a existência destes
três povos, pois só assim poderemos bem definir ao que Jesus está Se referindo
em cada sinal, sem cairmos em armadilhas ou entendimentos que não se sustentam
dentro de uma análise global do que ensinam as Escrituras sobre o assunto.
- Não resta dúvida de que Jesus, em primeiro plano, Se
referiu, em Seu sermão, à afirmação que proferira ainda no templo a respeito da
destruição do templo de Jerusalém. Observemos que os discípulos, em sua
indagação, perguntaram a Jesus quando seriam “estas coisas”, ou seja, quando
aconteceria que cada pedra do templo seria derribada.
- Com relação à
destruição do templo e aos fatos relativos a Israel, é interessante notar que
Jesus somente Se refere a eles a partir do versículo 15 do capítulo 24 de
Mateus, do versículo 14 do capítulo 13 de Marcos e do versículo 20 do
capítulo 21 de Lucas, ou seja, percebemos que a prioridade para a Igreja não
era saber a respeito dos fatos relativos a Israel, pois seriam fatos atinentes
ao tratar de Deus com os israelitas, um tratamento diferente e que nada tem a
ver com o tratamento que Deus tem em relação à Igreja, este novo povo. -
Verdade é que os acontecimentos relativos a Israel nos são importantes, porque
Israel é a figueira (cfr. Mt.24:32), ou seja, através de Israel temos um sinal
eloqüente a respeito da ação de Deus com respeito às últimas coisas, uma vez
que temos conhecimento de que a ação de Deus em relação a Israel prenuncia o
término do período da dispensação da Igreja, que se encerrará com o
arrebatamento da Igreja e o início da Grande Tribulação, mas nunca devemos nos
esquecer que o destino da Igreja é diverso do de Israel.
- Ao cuidar de Israel, Jesus afirma, em primeiro lugar, que o templo de Jerusalém seria destruído,
que ali não ficaria pedra sobre pedra que não fosse derribada. Com efeito, no
ano 70 d.C., ou seja, no limite de uma geração desde o nascimento de Jesus (se
bem considerarmos, veremos que a duração de uma geração é de 70 anos, como se
lê no Sl.90:10), o general romano Tito (que viria, depois, a ser imperador de
Roma, onde reinou de 79 a 81) destruiu Jerusalém e arrasou totalmente o templo,
tendo apenas ficado de pé apenas um muro das imediações do templo, o Muro das
Lamentações, que é, atualmente, o lugar mais sagrado do judaísmo. Onde havia o
templo de Jerusalém, está, na atualidade, erigida a chamada “mesquita de Omar”,
a mesquita de Al-Aqsa (Monte do Templo), o terceiro local mais sagrado do
islamismo, onde os muçulmanos crêem que Maomé foi levado aos céus (falaremos no
templo na lição 5 deste trimestre).
- A destruição do templo de Jerusalém no ano 70 d.C. e,
pouco depois, a completa dispersão dos judeus após a sua derrota frente aos
romanos no ano 135 d.C. é a demonstração de que se interrompera o tempo da
história judaica previsto na profecia de Daniel e se iniciara o “tempo dos
gentios”, de que Jerusalém é um sinal, pois ficará “pisada pelos gentios” até o
reinício da contagem das setenta semanas de Daniel(Lc.21:24b). Desde então, os
romanos, que arrasaram Jerusalém, fundaram uma cidade denominada “Aelia
Capitolina”, onde, a princípio, os judeus sequer podiam entrar. Em seguida, a
cidade voltou a se chamar Jerusalém, mas sempre esteve sob domínio estrangeiro,
seja dos romanos, dos bizantinos, dos árabes, dos turcos seldjúcidas, dos
cristãos cruzados, dos turcos otomanos e, por fim, dos britânicos, até ser
dividida entre judeus e árabes. Embora Israel tenha conquistado Jerusalém
novamente em 1967, na Guerra dos Seis Dias e a tenha declarado sua capital em
1980, esta ocupação e declaração não foram reconhecidas por país algum (nem
mesmo os Estados Unidos, o maior aliado de Israel reconheceu este gesto do
governo de Israel), sendo certo que os judeus não têm o domínio efetivo de toda
a cidade, tanto que, em setembro de 2000, quando o primeiro-ministro de Israel
Ariel Sharon tentou entrar na Esplanada das Mesquitas, onde se localiza a
mesquita de Al-Aqsa, desencadeou a atual onda de violência entre judeus e
palestinos, sem conseguir sequer ali entrar, numa prova de que ainda Jerusalém
é pisada pelos gentios. Recentemente, no ano de 2015, iniciou-se nova
deterioração das relações entre palestinos e israelenses, precisamente pelo
fato de que judeus andam orando no limiar da Esplanada das Mesquitas, clamando
a Deus pela reconstrução do templo judaico naquele lugar.
- De qualquer modo, os fatos acontecidos com Israel estão a
demonstrar, claramente, que se aproxima sobremaneira a volta de Cristo. Como
dissemos, Jesus disse que Jerusalém será pisada pelos gentios até que o tempo
dos gentios se complete, ou seja, até o final da nossa atual dispensação. Ora,
Jerusalém já se encontra sob governo de Israel, ainda que de forma não
consentida, embora que sob ocupação considerada ilegal pela comunidade
internacional. Esta situação, à evidência, é uma situação que está a anunciar
que, brevemente, Israel terá efetivo domínio sobre Jerusalém. Desde a
destruição do templo no ano 70 d.C., nunca Jerusalém esteve tão próxima de
voltar a estar sob controle de Israel como agora. Assim sendo, é este um
evidente sinal de que o tempo dos gentios está chegando ao fim. Os árabes, ou
seja, os palestinos também declararam Jerusalém como a capital de seu futuro
Estado e há, na comunidade internacional, muitos a defender que se tenha uma
capital compartilhada ou que se retorne à situação prevista na partilha feita
pela ONU em 1947, em que Jerusalém ficaria dividida em duas cidades, cada uma
sendo a capital de um Estado (um judeu, Israel e outro, árabe, a Palestina).
- Com relação a Israel, também, Jesus, no Seu sermão,
refere-Se a ele como se fosse uma nação estabelecida no seu território, o que,
se era uma realidade quando foi proferido o sermão, no ano 30 d.C., não o seria
mais depois do ano 70 d.C. Jesus fala, no Seu sermão, a respeito da abominação
da desolação mencionada pelo profeta Daniel e da fuga de populações que
estariam habitando a Judeia (Mt.24:15,16). Ora, Jesus fala, portanto, de Israel
como uma nação que estaria estabelecida na Palestina, em Canaã. Após a
dispersão ocorrida com a derrota final frente aos romanos, no ano 135 d.C.,
jamais Israel voltou a ser uma nação estabelecida em seu território. Assim, a
profecia de Jesus a respeito da Sua volta se apresentava, sempre, como algo
distante e sem qualquer possibilidade de concretização, até porque jamais uma
nação havia recuperado seu território após uma dispersão em toda a história da
humanidade.
- No entanto, após
quase dois mil anos de exílio em todas as nações da terra, a comunidade
judaica, a partir do século XIX, iniciou a imigrar para a Palestina, uma
tendência tímida que passou a ser tenazmente defendida e tomou o corpo de um
movimento organizado com o surgimento do chamado “movimento sionista”, liderado
por Theodor Herzl e surgido a partir de 1895. Foi este movimento sionista, que
defendia a criação de um Estado judeu na Palestina, que desencadeou toda a
imigração judaica a partir de então e que levou, após a Segunda Guerra Mundial,
à idéia da criação de um Estado judeu na Palestina, como compensação pelo
holocausto provocado pelos nazistas em que seis milhões de judeus foram
exterminados. Mesmo contra os árabes, que se opunham à criação do Estado de
Israel, em 29 de novembro de 1947, a ONU (Organização das Nações Unidas)
aprovou a partilha da Palestina em dois Estados (reunião presidida pelo
brasileiro Oswaldo Aranha) e, em 14 de maio de 1948, quando os britânicos
deixaram de governar a região, onde estavam desde o término da Primeira Guerra
Mundial, Israel, contra todos os árabes e sem o apoio de quem quer que seja (os
Estados Unidos endossariam a declaração do Estado no final deste dia), o
israelense David Ben Gurion, que se tornaria futuramente presidente de Israel,
declarou o surgimento do Estado de Israel, Estado que existe até hoje e que
ainda ocupa territórios árabes conquistados nas guerras que se seguiram desde
então, cumprindo-se, assim, a profecia bíblica registrada em Is.66:8: “Quem
jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer
uma terra em um só dia? Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de
parto e já deu à luz seus filhos.” Vemos, portanto, que Israel já existe como
uma nação novamente estabelecida na Palestina, e isto desde 1948, mais um fato
a demonstrar que Jesus está às portas ! OBS: “…O único país que conseguiu a
façanha de nascer adulto em apenas um dia foi Israel. Talvez, a data de seu
nascimento tenha sido 29/11/1.947, todavia os judeus proclamaram a sua
independência apenas no dia em que o exército britânico deixou a Palestina. Não
sabemos qual das duas datas seria mais importante. O importante é que Israel
nasceu, seja em 29 de novembro de 1.947, seja em 14 de maio de 1.948. O que, na
verdade, lamentamos é que não tenhamos atentado para esse fato, que, sem
dúvida, é o mais importante para a história da Igreja.(…). Façamos uma profunda
reflexão sobre cada ano que suceda essa data até que Ele volte. O certo é que o
relógio da Igreja e dos gentios foi zerado no dia 14/05/1.948. Para a contagem
regressiva da geração a que Cristo Se referiu que não passaria sem que veja a
Sua volta.…” (Ailton Muniz de CARVALHO. O Messias está voltando. 2. ed., p.77).
- Se bem observarmos, ainda, as palavras de Jesus no Seu
sermão profético, veremos que Ele Se refere, também, “a “abominação da
desolação” mencionada pelo profeta Daniel. Ora, em Sua profecia, Jesus não só Se refere a Israel como uma nação
estabelecida em seu território, mas também fala do templo. Ora, sabemos que
o templo está destruído e assim permanece. Falta, portanto, a reconstrução do
templo de Jerusalém e que o mesmo seja profanado, como foi profetizado por
Daniel. Desde já, porém, vemos, claramente, que, ao contrário do que alguns
intérpretes amilenistas insistem em dizer, não se trata aqui da profanação do
templo de Jerusalém pelo rei Antíoco Epifânio, que ocorreu no tempo dos
macabeus, mais de 100 anos antes de Cristo, já que Jesus Se refere a este
episódio como algo futuro e não passado, como também não podemos entender que
seja aqui relatado o gesto de Tito em ter colocado estandartes romanos ou,
mesmo, ídolos no templo de Jerusalém, pois, ainda que o general romano possa
ter feito isto, fez sobre os escombros do templo, ou seja, templo não mais
havia, de modo que não se pode aqui entender cumprida a profecia de Daniel a
respeito, que fala de um templo erigido, não de ruínas de um templo. Ademais,
quanto Tito invadiu Jerusalém, não era ainda imperador romano, mas, sim, seu
pai Vespasiano, de modo que jamais poderia ter querido assumir um caráter
divino para si, pois só o imperador era divinizado entre os romanos, jamais
seus generais. OBS: Neste particular, reproduzimos aqui trecho de Flávio
Josefo, que foi testemunha ocular destes acontecimentos: “…477. Depois que os
revoltosos se retiraram para a cidade, os romanos colocaram suas bandeiras em
frente à porta do templo, do lado do oriente, quando ainda aquele lugar sarado
e todos os edifícios dos arredores ardiam e depois de ter oferecido sacrifícios
a Deus, declararam Tito imperador, com grandes aclamações de alegria.(…)
509.Tito foi de Cesaréia a Berita, cidade da Fenícia e colônia dos romanos. Lá
ficou muito tempo e quis celebrar com magnificência ainda maior o dia natalício
do imperador, seu pai.…” (Flávio JOSEFO. História dos hebreus. Trad. de Vicente
Pedroso. v.3, p.185, 194). Com relação à profanação ocorrida no tempo do rei
Antíoco Epifânio, questão que será melhor tratada na lição 5 deste trimestre,
transcrevemos o seguinte esclarecimento: “…No décimo quinto dia do mês de
Kislev (novembro/dezembro), no ano de 168 a.C., o santuário do Templo foi
profanado pelo inimigo. Uma estátua gigantesca de Zeus Olimpo foi colocada num
pedestal atrás do Altar do Sacrifício. Os pátios do Templo, onde anteriormente
os Levitas elevavam suas vozes em reverente salmodia hebraica, tornavam-se
agora palco de bacanais lúbricas.…”(Nathan AUSUBEL.Chanukah. In: A JUDAICA,
v.5, p.146). “…[Antíoco, observação nossa] Mandou também construir um altar no
templo e lá fez sacrificar porcos, o que era uma das coisas mais contrárias à
nossa religião. (…) determinou que não se passasse um dia, que lá não se
imolassem porcos.…” (Flávio JOSEFO. Antiguidades judaicas: XII, 7, 465. In:
História dos hebreus. Trad. de Vicente Pedroso. v.3, p.25). - Vemos, pois, que,
ao olharmos para Israel, vemos que praticamente coisa alguma resta para ser
cumprido com relação à volta de Cristo, até porque, como veremos em lições
futuras, as questões atinentes ao fim da prevalência gentílica sobre Jerusalém
e à reconstrução do templo judaico são fatos que não necessitam ocorrer antes
da volta de Cristo para arrebatar a Sua Igreja.
III – OS SINAIS DA VOLTA DE CRISTO REFERENTES À IGREJA
- Vistos quais são os
sinais da volta de Cristo com relação a Israel, resta-nos ver os sinais com
relação à Igreja e aos gentios, que são os outros dois povos que existem sobre
a face da Terra na ótica divina
- Com relação à
Igreja, Jesus aponta três sinais importantes, a saber: a apostasia, a
perseguição crescente e a pregação do Evangelho em todas as nações.
- O sermão profético de Jesus começa com o Senhor Se referindo,
precisamente, aos fatos relacionados com os cristãos e com os gentios, pois
estamos na dispensação da Igreja, também conhecida como dispensação dos gentios
(“o tempo dos gentios”, como se vêm em Lc.21:24b). Daí porque Jesus, em sua
primeira parte do sermão, preocupar-se com os fatos atinentes aos cristãos e
aos gentios, pois, com relação a Israel, como que o relógio está parado,
aguardando o início da septuagésima semana da profecia de Daniel.
- A primeira afirmação de Cristo a respeito dos sinais da
Sua volta, com relação à Sua vinda (que é o segundo questionamento feito pelos
discípulos), é a de que deveriam os crentes ser cautelosos e estar vigilantes
para que não fossem enganados (Mt.24:4; Mc.13:5 e Lc.21:8). A característica básica dos últimos dias,
dos dias que antecedem a volta de Cristo é o aparecimento de falsos mestres,
profetas e cristos, que perturbarão a Igreja e enganarão a muitos. A
apostasia será um sinal evidente da iminência da vinda de Jesus para o
arrebatamento da Igreja. O aumento do pecado tem produzido o esfriamento do
amor de muitos que, pela perda do amor de Deus em seus corações, acabam por se
desviar dos caminhos do Senhor, gerando toda uma série de escândalos, traições
e decepções no meio do povo de Deus.
- Se bem verificarmos, nunca houve uma intensidade tão
grande de heresias, falsas doutrinas e desvios doutrinários como nos dias em
que vivemos. A partir do século XIX, surgiram numerosos movimentos heréticos,
seitas e falsas crenças no meio dos cristãos(os mórmons, as Testemunhas de Jeová e os sabatistas, por exemplo,
surgiram todos naquele século), tendo, também, aparecido filosofias,
doutrinas que procuram, com base na razão, também desacreditar e contrariar a
Palavra de Deus(o evolucionismo de Darwin, o materialismo de Marx, entre
outros, todos daquele século e que se tornaram o pensamento predominante dos
cientistas e filósofos do século XX). Ao mesmo tempo em que isto aconteceu,
muitos deixaram as crenças e valores cristãos e preferiram adotar para si
religiões que, muitas vezes, estavam em pleno declínio ou jamais tinham tido
qualquer ressonância no Ocidente, como é o caso do hinduísmo, do budismo, do
confucionismo e, mesmo, do islamismo, que, aliás, é a religião que mais cresce
sobre a face da Terra na atualidade, em especial no Ocidente, com destaque para
os Estados Unidos, algo que, inclusive, já começa a ocorrer até mesmo aqui no
Brasil. Não bastasse isso, as últimas décadas do século XX e este início do
século XXI viram o surgimento de doutrinas como a confissão positiva, a
teologia da prosperidade além de graves distorções do pentecostalismo (“nova
unção”, “culto aos anjos” etc.), tudo a indicar que Jesus está às portas!
- Mas, além deste sinal, temos também, no sermão de Jesus, o
anúncio de que haveria grande perseguição sobre a Igreja. Por causa do nome de
Jesus, diz-nos o nosso Salvador, haveriam os cristãos de ser atormentados,
mortos e odiados de todas as nações. Muitos identificam esta passagem com a
cruel perseguição sofrida pelos cristãos em Jerusalém (At.8:1) e nos três
primeiros séculos da nossa era, que começou ainda nos tempos apostólicos
(Ap.1:9; 2:10), interpretação muito cara aos amilenistas (mormente os
vinculados à Igreja Romana). No entanto, a perseguição aos cristãos sinceros e
autênticos, longe de acabar com o Édito de Milão em 314 d.C., quando
Constantino permitiu a prática do culto cristão no Império Romano, ali apenas
se iniciou, pois a Igreja Romana, ao se paganizar e, de certa forma, substituir
o Império Romano, passou a perseguir tenazmente os fiéis que não aceitaram a
mistura com o mundo, de que é prova evidente e eloquente a Inquisição, que
surgiria séculos mais tarde.
- No entanto, nunca se viveu um período de perseguição aos
cristãos como o que nós estamos a viver na atualidade. Poderão muitos objetar
isto, dizendo que, principalmente depois de 1989, com a queda dos muros de
Berlim e o desaparecimento da União Soviética e de quase todos os regimes
comunistas do mundo, não há que se falar mais em perseguição contra os
cristãos, a ponto, mesmo, de haver aqueles que identificam o nosso período como
“os dias do grande Avivamento do tempo do fim”, pregando um período de um
grande avivamento, nunca antes visto sobre a face da Terra, com uma Igreja
próspera e poderosa.
- Lamentavelmente, esta visão de uma Igreja poderosa e que
prevalece sobre o adversário não é a Igreja que será arrebatada por Jesus, nem
a Igreja que viverá no tempo imediatamente anterior à volta de Cristo. Jesus foi
bem claro, no Seu sermão profético, que, próximo à Sua vinda, os crentes serão
atormentados, mortos, entregues a concílios e sinagogas, apresentados perante
as autoridades e odiados pelas nações (Mt.24:9; Mc.13:9 e Lc.21:12,13). É
precisamente isto que tem acontecido! Senão vejamos. OBS: “…Não havia
estatísticas dois mil anos atrás, mas pelos números populacionais de hoje, é
possível afirmar que os seguidores de Jesus nunca foram tão perseguidos. A
situação é especialmente difícil no Oriente Médio, o berço das maiores
religiões do mundo. A crescente perseguição é alimentada principalmente pelo
extremismo islâmico. A grande mídia muitas vezes minimiza os fatos,
classificando de “limpeza étnica”, mas o fato é que a cristofobia é real.
Afinal, 80% dos atos de perseguição religiosa no mundo são contra cristãos,
aponta a International Society for Human Rights, uma ONG da Alemanha. De acordo
com o Center for the Study of Global Christianity, do Seminário Gordon Conwell,
dos EUA, mais de 100.000 cristãos são assassinados por ano, ou seja, 11
cristãos por hora. A escalada dos ataques contra cristãos nos últimos anos vem
sendo divulgadas por todas as organizações que monitoram a perseguição
religiosa. Na Inglaterra, David Alton, um renomado defensor da liberdade
religiosa, divulgou números alarmantes. ‘Algumas avaliações afirmam que cerca
de 200 milhões de cristãos em mais de 60 países ao redor do mundo enfrentam
algum grau de restrição, discriminação ou pura e simples perseguição”, disse
ele ao jornal The Guardian. Os tipos de perseguição variam, indo desde
assassinato e estupro, passando por tortura e chegando até discriminação e
exclusão social. Considerando que existem cerca de 2 bilhões de cristãos no
mundo, pode-se dizer que um em cada dez cristãos do mundo enfrenta problemas
por causa da sua fé.…” (ARAGÃO, Jarbas. Perseguição aos cristãos é hoje a maior
da história. Disponível em:
https://noticias.gospelprime.com.br/perseguicao-cristaos-maior-historia/ Acesso
em 09 nov. 2015).
- Em primeiro lugar,
é oportuno observar que a derrocada do
comunismo em nada diminuiu a perseguição violenta aos crentes. Ainda
persistem alguns regimes comunistas (China, Coreia do Norte, Cuba e Vietnã),
onde continua férrea a proibição de evangelização e de adoração a Deus. Nestes
países comunistas remanescentes, em nada melhorou o tratamento dos governos com
relação aos crentes, mas, bem ao contrário, talvez com a exceção do Vietnã, em
todos os demais a perseguição tem aumentado e, o que é pior, com a conivência e
omissão dos demais governos, principalmente no que concerne à China, cuja
importância comercial tem feito todos os países mais importantes do mundo serem
extremamente condescendentes com suas brutalidades e atentados aos direitos
humanos. Assim, durante a Guerra Fria, era comum que o chamado “bloco
capitalista”, de algum modo, ajudasse ou intercedesse pelos crentes
perseguidos, o que hoje, entretanto, não mais ocorre. - Ainda quanto a este
ponto, temos visto que a violência contra os cristãos nos países muçulmanos tem
aumentado assustadoramente desde a derrocada do comunismo e, em especial, após
os ataques terroristas nos Estados Unidos em 2001. As notícias de execução de
cristãos têm se multiplicado desde então, em vários países do mundo, seja na
África (a Nigéria tem sido um palco de execuções de cristãos, com absoluta
conivência dos demais países, pois a Nigéria é um importante produtor de
petróleo, onde tem atuado o terrível grupo terrorista Boko Haram ou, ainda, o
grupo Al Shabab, que tem assolado os cristãos em países como a Somália e o
Quênia), seja na Ásia (na Indonésia, dezenas de cristãos são executados, com a
conivência de seu governo, algo que se repete na Índia, no Paquistão, no Irã,
sem falar nos países árabes, onde a atuação do Estado Islâmico, que já ocupa
vastas áreas da Síria e do Iraque ocupado, tem demonstrado publicamente quanto têm
sofrido os cristãos, que têm sido decapitados aos montes), seja na Europa
Central e Oriental (as igrejas ortodoxas orientais não têm sido nada tolerantes
com os cristãos sinceros e autênticos que têm procurado pregar o Evangelho nos
antigos países comunistas).
- Em segundo lugar, se, por um lado, a violência física não tem
diminuído, os crentes têm sofrido cada vez mais intensa violência moral sobre
si. Os valores e crenças concordes com a Palavra de Deus têm sido cada vez
mais alvo de ataques e de intolerância por parte dos meios de comunicação de
massa e dos governos. A cada dia, leis contrárias aos princípios bíblicos têm
sido aprovadas em países ditos cristãos, assim como condutas típicas de crentes
sinceros e autênticos alvo de perseguição e de intimidação. Em muitos países,
não se pode mais pregar o Evangelho abertamente, a despeito da liberdade de
crença, de culto ou de expressão, como se dá nos países da União Europeia.
Atitudes como a recusa ao ecumenismo ou ao sincretismo são consideradas ilegais,
discriminatórias e, não raras vezes, ocasionam penas e aborrecimentos a quem os
praticar. A mídia, a todo instante, tacha de intolerantes, fundamentalistas e
ameaçadores todos aqueles que adotam conceitos e princípios rigorosamente
dentro do que ensina a Bíblia Sagrada. Todo o sistema educacional entra em
confronto com os princípios e valores genuínos da Palavra de Deus, dificultando
ao máximo a educação cristã que se procura dar aos filhos no lar e,
literalmente, criando situações de tensão, de conflito e de tormento contínuos
para quem se propõe servir a Deus. E isto, repetimos, em países que se dizem
cristãos, que dizem servir a Jesus. Por isso, Jesus afirmou que os crentes
sinceros e autênticos encontrariam problemas inclusive perante estruturas religiosas
(Mc.13:9), pois, muitas vezes, como a história tem comprovado, os servos do
Senhor são perseguidos pelas próprias lideranças religiosas que, há muito,
deixaram de servir a Deus, preferindo misturar-se com o mundo e se servir das
estruturas religiosas para defender interesses alheios ao Evangelho. Por acaso,
não tem sido este o registro das biografias de grandes homens de Deus ao longo
da história da Igreja (Francisco de Assis, Huss, Lutero, Calvino, Daniel Berg,
Gunnar Vingren etc.) ?
- Em terceiro lugar, não
são poucos os crentes que são confrontados com o sistema legal de seus países e
com as autoridades por causa da sua fé. Vez por outra, medidas têm sido
tomadas no nítido propósito de dificultar a adoração a Deus por parte dos
crentes. Medidas como leis a respeito de poluição sonora, a respeito de
tributos, de arrecadação de fundos e muitas outras têm como alvo, direto ou
indireto, o funcionamento das igrejas locais e do trabalho de evangelização,
criando embaraços cada vez mais intrincados para quem quer, simplesmente,
desfrutar do direito, quase sempre garantido pelas Constituições políticas, de
livremente cultuar ao seu Deus. São pessoas que, a exemplo dos membros da corte
do rei Dario, procuram sempre criar leis que levam sempre os crentes fiéis à
ilegalidade, pois, como crentes que somos, sabemos que mais importa obedecer a
Deus do que aos homens (At.5:29b).
- Em quarto lugar, vemos que, como efeito de toda esta violência física e moral, deste enfrentamento
involuntário, mas inevitável com as autoridades, os crentes passam a ser
odiados por todas as pessoas. Com efeito, os crentes passam a ser uma
companhia indesejável, pois são diferentes do restante da população, têm uma
outra maneira de viver, insistem em adotar valores e crenças que as demais
pessoas aprenderam, pela educação distorcida e pela pressão da mídia e dos
governos, a considerar como sendo condutas discriminatórias, erradas e
ultrapassadas. Não é de admirar, portanto, que todos passem a odiar os crentes,
a desejar o seu fim, criando-se preconceitos e estereótipos que trazem ainda
mais problemas para os crentes, que se sentirão, cada vez mais deslocados do
mundo onde estão, mas ao qual não pertencem. O aumento do pecado, além do mais,
criará ainda mais angústia aos crentes, que se sentirão cada vez mais em
aperto. Alguém já disse, com acerto, que, no dia do arrebatamento, Jesus virá
buscar a Sua Igreja, entre outros motivos, porque a situação de angústia e de
aperto será tanta que não haverá mais como achar um lugar para a Igreja aqui neste
mundo, daí porque ser ela levada para a glória.
- Como podemos ver, portanto, este estado de coisas, que se
intensifica, de uma forma jamais vista antes, está a provar que também este
sinal, relativo à Igreja, está se cumprindo literalmente, de modo que só
havemos de esperar o limite da suportabilidade da “nação santa” neste mundo
adverso e opositor. Não nos iludamos, porém, com estes falsos profetas que, a
exemplo do que ocorreu nos dias do rei Acabe ou do profeta Jeremias, venham
dizer que viveremos um período de absoluta prosperidade, inclusive material,
nos dias imediatamente anteriores ao arrebatamento da Igreja, porque isto é
mais uma ilusão, mais um engodo forjado pelo adversário de nossas almas. Os
dias em que vivemos são trabalhosos, são difíceis e seremos cada vez mais
prensados contra a parede, mas não desanimemos, pois, como Jesus venceu o
mundo, nós também venceremos !
- O terceiro sinal
relacionado com a Igreja diz respeito à pregação do Evangelho a todas as
nações. “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho
a todas as gentes, e então virá o fim”(Mt.24:14). Este é o sinal que ainda não
ocorreu e cuja ocorrência, como Jesus nos diz, fará com que termine a atual
dispensação. Deus é um Ser justo e, portanto, não poderia arrebatar a Igreja
antes que todas as nações tenham a oportunidade de aceitar a Cristo como seu
Senhor e Salvador. Se o fizesse, Deus seria injusto e faria acepção de pessoas.
Por isso, é fundamental que todas as nações tenham a real oportunidade de ouvir
a pregação do Evangelho e, somente por isso, ainda não terminou a nossa
dispensação. Este é o “tempo dos gentios”, a oportunidade que Deus abriu aos
homens não judeus de aceitarem a Cristo e alcançarem a salvação.
- Este é o sinal que
falta e incumbe à Igreja cumprir a sua tarefa sobre a face da Terra que outra
não é senão pregar o evangelho a toda a criatura (Mt.16:15). Embora saibamos
que, quando todas as nações do mundo forem evangelizadas, virá o fim desta
dispensação (estamos, ainda, na solução da segunda indagação dos discípulos:
quando será a Sua vinda ?), não temos como precisar quando isto acontecerá,
isto porque não há condições de controlarmos toda a ação missionária da Igreja.
A Igreja é o corpo de Cristo, é um organismo espiritual e somente Deus sabe
quando todas as nações serão evangelizadas. Sabemos que, ao contrário do que
acontecia até o século XVIII, quando passou a ser colonizada a Oceania, o
evangelho nunca pôde atingir todas as nações do mundo, pois havia nações cuja
existência era desconhecida, vez que não se sabia da existência seja das
Américas, seja da Oceania. Isto, porém, acabou, todo o mundo foi descoberto e
hoje se encontra interligado pelo desenvolvimento tecnológico existente. Assim,
a evangelização pôde alcançar todo o mundo e, o que é importante, a partir do
início do século XX, com o movimento pentecostal, obteve um progresso sem
igual. Hoje, há missionários em todo o mundo, com condições de atingir todas as
nações, e isto por parte das organizações existentes, sem se falar naqueles
anônimos que, sem pertencer a qualquer instituição, denominação ou entidade
organizada, a exemplo dos crentes cirinenses e cipriotas que iniciaram a
pregação aos gentios em Antioquia (At.12:20,21). É por isto, aliás, que nunca
saberemos quando o evangelho atingirá todas as nações. O que é certo, contudo,
é que este é o sinal que está faltando e tudo nos mostra que não falta muito
tempo para que isto aconteça. OBS: Um outro exemplo de falta de controle da
pregação do Evangelho nos vem do exemplo dado pela Igreja chinesa. Com o
abrandamento do governo chinês, logo após a abertura comercial para o Ocidente,
quando se pensava que os 500 mil cristãos chineses antes do início do comunismo
estariam reduzidos a pouco mais de 10%, vimos que os cristãos eram o dobro do
número anterior, ou seja, sem qualquer ajuda do Ocidente, os crentes chineses
dobraram de número, com ação do Espírito Santo !
IV – OS SINAIS DA VOLTA DE CRISTO REFERENTES AOS GENTIOS :
SINAIS POLÍTICOS
- Vejamos, agora, os sinais da volta de Cristo com relação
aos gentios, ou seja, com relação às nações que formaram a comunidade política
única que foi desfeita com o juízo de Babel. Estes sinais podem ser divididos
em três grupos, a saber: sociais, políticos e físicos. Entendemos que, dentro da
perspectiva dos povos, os sinais relativos aos gentios são os fatores humanos,
ou seja, os políticos e os sociais, já que os fatores físicos dizem respeito à
natureza e, assim, atingem os três povos (cristãos, judeus e gentios). Desta
forma, iremos estudar, separadamente, os sinais políticos e os sinais sociais,
reservando para um tópico à parte os sinais físicos ou naturais.
- Quando falamos nas nações oriundas da comunidade política
única, logicamente que falamos em fatores políticos, pois as nações que
surgiram do juízo de Babel foram nações que se reuniram por causa da língua que
cada um passou a falar, tendo havido, de imediato, o surgimento, em cada nação
assim surgida, de alguma espécie de governo, de liderança, pois, ao contrário
do que afirmam os anarquistas, nunca houve, no plano divino estabelecido para o
homem, lugar para a total falta de governo ou de ordem. O homem, como mordomo
de Deus para toda a criação, tinha de cuidar de uma natureza estabelecida com
ordem e hierarquia, que haveria, também, de haver entre os próprios seres
humanos, ainda que não possamos confundir aqui ordem e governo com exploração
do homem pelo homem, o que, à evidência, é efeito da natureza pecaminosa do
homem e algo que jamais foi querido ou aprovado por Deus.
- Se em toda nação formada a partir do juízo de Babel há a
formação natural de governos e de líderes, é natural que analisemos a ação de
Deus ao longo da história e o Seu controle sobre a humanidade, a partir da
própria evolução e desenvolvimento do poder político entre as nações. Por isso,
o estudo da história das nações (a chamada “história geral” ) tem se feito
através da sucessão dos acontecimentos em torno do desenvolvimento e progresso
do poder político na chamada “comunidade internacional”, o que também se deve
dar no que respeita ao estudo da doutrina das últimas coisas, pois é através
deste papel do poder político entre as nações que veremos a ação de Deus no
cumprimento de Sua Palavra, já que esta comunidade internacional é resultado de
uma intervenção direta de Deus na história humana. - Ao verificarmos a própria
escatologia bíblica, vemos que este é um dos caminhos para podermos discernir o
que está para acontecer nas Escrituras. Daniel foi usado por Deus em matéria
escatológica, precisamente a partir da interpretação do sonho do rei
Nabucodonosor, motivado pela curiosidade daquele monarca, que então dominava
parte significativa do mundo de então, sobre qual seria o futuro da história
humana (cfr. Dn.2:29). A partir daí, vemos que, assim como Deus estabeleceu
sobre Israel setenta semanas de anos para o fim dos pecados, também estabeleceu
para os gentios uma sucessão de quatro impérios até que venha, tanto para
gentios quanto para israelitas, o reino do Messias, o milênio. A exemplo do que
ocorre com Israel, também os gentios estão com o tempo como que interrompido,
pois a nossa atual dispensação, que é chamado de “o tempo dos gentios”, é uma
oportunidade às nações para que venham a integrar um novo povo, a Igreja. Mas,
brevemente, este “tempo” findará e, assim, o quarto império, que é o Império
Romano (como veremos na lição 6 deste trimestre) retomará todo o seu vigor e,
assim, recomeçará o tempo de tratamento de Deus para com estes que rejeitaram a
Sua soberania.
- Evidentemente que, como deverá ressurgir um império para o
término do tempo dos gentios, tem-se que a história do desenvolvimento do poder
político na comunidade internacional é um indicador seguro da doutrina das
últimas coisas e, portanto, quando Jesus deu sinais políticos para a Sua volta,
lembrou Seus discípulos de que este seria um sinal deveras importante a ser
observado pela Igreja. Por isso, não podemos admitir que um crente seja uma
pessoa completamente alienada dos acontecimentos do dia-a-dia da política
internacional, pois isto é um imperativo na vida de cada crente, pois, a partir
destes acontecimentos, poderemos sentir a vinda de Jesus cada vez mais próxima.
A conturbação provocada pelo reerguimento de uma força imperial irá,
inevitavelmente, trazer grande conturbação na distribuição e luta pelo poder.
- Com respeito à Sua volta, Jesus disse aos Seus discípulos
que, antes do arrebatamento da Igreja,
haveria guerras e rumores de guerras e que se levantaria nação contra nação e
reino contra reino. Alguns críticos da Palavra de Deus costumam apontar
estes sinais como sendo algo óbvio e, mesmo, chegam a dizer que esta é uma
prova de que Cristo seria um fraudulento, um falso profeta, pois, afirmam, que
a história da humanidade sempre teve guerras, que as guerras sempre foram uma
constante na história dos povos e que, quando Jesus disse que haveria guerras e
rumores de guerras, estava falando de algo que sempre acontece e que, portanto,
não serviria seja para provar a Sua soberania sobre a história da humanidade,
seja para indicar aos Seus discípulos a proximidade de Sua vinda.
- No entanto, estes homens, inimigos declarados da Palavra
de Deus, não têm razão. É, sim, verdade que as guerras sempre foram uma
constante na história da humanidade, que todo período histórico teve guerras e
que não seria, mesmo, um sinal de fácil identificação nem de demonstração da
qualidade profética de Jesus este sinal, se tomado de forma isolada. Aliás, a
Bíblia é a primeira a afirmar que o único período em que não haverá guerra no
mundo será, precisamente, o do reino milenial de Cristo (Is.2:4). Contudo,
quando Jesus Se refere a este sinal, fala em “guerras e rumores de guerras”, ou
seja, de uma tensão continuada e sem qualquer interrupção, o que não havia na
história da humanidade até o século XVIII.
- A partir do século
XVIII, porém, o número de conflitos armados tem aumentado a cada ano. Como
se não bastasse o aumento numérico, tivemos, no século XX, duas guerras
mundiais(Primeira Guerra Mundial: 1914-1918; Segunda Guerra Mundial:
1939-1945), algo que nunca havia acontecido antes em toda a história da
humanidade. Também nunca o poderio militar de alguma nação chegou a um nível de
poder destruir diversas vezes todo o planeta, como tivemos durante a chamada
Guerra Fria(1945-1989), o período em que Estados Unidos e União Soviética
rivalizaram pelo controle do planeta e onde havia um constante rumor de uma
nova e final guerra, que seria catastrófica. Surgiu, assim, o primeiro “rumor
de guerra”, que existia constantemente, ao lado das várias guerras que foram
desencadeadas sob o pano de fundo desta Guerra Fria (as principais são as
guerras árabe-israelenses, a Guerra da Coréia, a Guerra do Vietnã), sem se
falar nas guerras civis e revoluções que tumultuaram dezenas de países neste
período. Com o término da Guerra Fria, chegou-se a dizer que se iniciara uma
“nova ordem mundial”, onde o risco de destruição do planeta havia sido afastado
definitivamente, mas, depois do fim da Guerra Fria, muito pelo contrário, o que
o mundo assistiu foram conflitos extremamente violentos e cruéis como a
Primeira Guerra do Golfo Pérsico, Guerra dos Bálcãs (região da ex-Iugoslávia),
em plena Europa, onde ocorreram verdadeiros genocídios (extermínio de povos
inteiros), conflitos igualmente sangrentos em países africanos e, a partir de
2001, o surgimento do novo “rumor de guerra”, representado pelo terrorismo
internacional, que fez voltar, em grau muito mais intenso que o da Guerra Fria,
o medo sem trégua e sem direção que domina todo o mundo atualmente. Esta
sensação de insegurança, este medo sempre presente, e que aumenta cada vez que
há um grande atentado terrorista, ao lado das guerras que continuam, é um
acontecimento novo na história, algo que nunca havia ocorrido antes e que
demonstra, claramente, o cumprimento da profecia constante do sermão do monte
das Oliveiras. Jesus está voltando!
- O levantamento de
nações contra nações e reinos contra reinos tem sido cada vez mais intenso nos
nossos dias. Como dissemos, com o fim da Guerra Fria, muitos achavam que
partíamos para uma “nova ordem mundial”, para alianças entre os países, de tal
maneira que as disputas nacionais, étnicas e locais perderiam terreno e quase
que desapareceriam. No entanto, não é o que vemos. Apesar do movimento de
globalização, que tem fortalecido as organizações internacionais e a formação
de blocos econômicopolíticos, o fato é que as disputas nacionais, as
reivindicações de nações contra nações, os ódios raciais não só não estão
ausentes, como estão aumentando no cenário internacional. É o cumprimento exato
das palavras de Jesus. Jesus está voltando!
V – OS SINAIS DA VOLTA DE CRISTO REFERENTES AOS GENTIOS:
SINAIS SOCIAIS
- Ao mesmo tempo em que Jesus falou dos sinais políticos,
não se esqueceu, também, de indicar os fatores sociais que seriam verificados
nos dias que antecedem à Sua vinda, numa clara demonstração de que o Senhor não
Se preocupa apenas com as elites, com as cúpulas, com os príncipes dos diversos
países, mas que também têm absoluto controle sobre o dia-a-dia, o cotidiano dos
mais humildes, dos mais simples. Jesus é o Senhor dos senhores, o Rei dos reis,
Aquele que tem pleno controle sobre tudo e sobre todos.
- O primeiro sinal
social trazido por Jesus no sermão profético é a fome. “Haverá fome”, diz o
Senhor. Atualmente, segundo as estatísticas das Nações Unidas, 7(sete) pessoas
na Terra morrem de fome a cada minuto, uma quantidade absurda e que revela a
grande indignidade a que os sistemas mundanos levam o ser humano. A tragédia da
fome sobre a face da Terra, aliás, tem sido objeto de alerta por parte do atual
presidente brasileiro. Todos os programas e propostas trazidos pela ONU ou por
seus organismos têm sempre esbarrado no desinteresse dos governos e dos grandes
conglomerados econômicos, que não prezam pela dignidade do homem, mas, sim,
apenas pela acumulação indiscriminada e ilimitada de riquezas. A fome é a
demonstração mais clara de que os sistemas econômicos privilegiam a posse de
riquezas, não a pessoa humana e que, portanto, estão todos dominados pelo
pecado, pelo sistema iníquo estabelecido no mundo. A fome só aumenta e
aumentará cada vez mais, pois a ganância do homem não tem limite (Pv.30:15), o
pecado se intensifica e Jesus está às portas. OBS: ONU qualifica de
"escandalosa" a fome de 840 milhões de pessoas (IG - Último
Segundo/Agência EFE 01/03/2004 - FE 07/03/2004) O relator especial da ONU para
o Direito à Alimentação, Jean Ziegler, qualifica de "escandaloso" que
840 milhões de pessoas padeçam de fome e má nutrição no mundo apesar de haver
suficiente comida para todos, e qualifica de "injusto" o sistema de
comércio que prejudica aos países pobres. Em um relatório divulgado nesta
segunda-feira e que será apresentado na reunião da Comissão de Direitos Humanos
da ONU, Ziegler faz um apelo aos Estados a prestar "atenção urgente ao
fato que os progressos na redução da fome e a má nutrição estão virtualmente
paralisados", apesar de "o mundo produzir mais que a suficiente
comida para alimentar ao conjunto da população". Em suas conclusões, o
sociólogo e ex-parlamentar socialista suíço destaca a "necessidade urgente
de corrigir os desequilíbrios e desigualdades no sistema mundial de comércio
que podem carrear profundos efeitos negativos no direito à alimentação".
Nesse sentido, Ziegler aponta no documento que "atualmente o comércio
agrícola está longe de ser livre e ainda mais longe de ser justo", e
denúncia que os enormes subsídios que destinam os países industrializados, que
ascenderam a 311 bilhões de dólares em 2001 nos ricos Estados da Organização
para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). "Apesar de
predicar os benefícios da liberalização do comércio na agricultura, a União
Européia, Estados Unidos, Japão e outros países industrializados ainda protegem
fortemente sua agricultura com o objetivo de garantir a produção de alimentos
básicos", observa o relator da ONU. Como conseqüência dessa política
protecionista dos Estados ricos, "vários países em desenvolvimento
dependem mais dos alimentos importados e estão sujeitos a uma injusta
concorrência dos produtos de países desenvolvidos vendidos a preços abaixo dos
custos de produção", critica Ziegler. Ele observa que esse fenômeno de
dumping gera o "deslocamento da produção local de alimentos de base e da
sobrevivência da agricultura" nos países em desenvolvimento e, em
conseqüência, tem "implicações importantes para a consecução do direito à
alimentação". Assim, o relator da ONU explica que "os 49 países menos
avançados deixaram de ser exportadores de alimentos nos últimos trinta anos
para converter-se em importadores" como resultado dessas políticas. Além
disso, Ziegler assinala que o custo das importações de alimentos aumentou entre
45 e 70 por cento em relação às suas exportações de mercadorias por isso esses
países ficaram "não só impossibilitados de produzir seus próprios
alimentos, mas além disso incapazes de garantir as receitas para comprar
comida" por isso são ainda "mais vulneráveis à insegurança
alimentícia". O relatório, que será examinado na reunião do dia 15 de
março a 23 de abril da Comissão de Direitos Humanos da ONU, indica também que os
países que liberalizaram seu mercado agrícola "nem sempre tiveram uma
experiência positiva". Como exemplo põe o caso do México e assinala que,
depois de seu ingresso no Tratado de Livre Comércio para América do Norte
(Nafta), os tradicionais produtores de milho ficaram "extremamente
vulneráveis à concorrência do milho subsidiado dos Estados Unidos" que
provocou graves problemas de sobrevivência para milhares de agricultores.
Assinala que os países em desenvolvimento foram "persuadidos a liberalizar
unilateralmente seus setores agrícolas, com base em programas do Fundo
Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, ao invés dos acordos da
Organização Mundial do Comércio (OMC), para perceber que os prometidos
benefícios da liberalização agrícola não se materializaram". Ao contrário,
adverte que entre os grandes beneficiários da liberalização estão algumas
grandes empresas multinacionais que "monopolizam a cadeia
alimentícia", desde a produção até a venda por atacado, passando pelo
processamento e a distribuição, até o ponto de "limitar a escolha para os
agricultores e os consumidores". "Esse tipo de concentrações de poder
de monopólio representa um perigo que não beneficia em absoluto nem aos
pequenos produtores nem aos consumidores", indica o relatório.
(http://www.google.com/search?q=cache:c-
9EryGN3DUJ:www.farolbrasil.com.br/arquivos/re_fome_escandalosa.htm+fome,+ONU&hl=pt-BR.
Acesso em 09 set. 2004)”
- O segundo sinal
social trazido por Jesus são as pestes. “Haverá pestes”, diz o Senhor. Como
consequência até da fome e da subnutrição, as doenças tendem a aumentar na
população mais humilde. Mas, além destas doenças, o que temos visto é que,
apesar do enorme avanço tecnológico e científico que vivemos, as endemias só
têm aumentado e, o que é mais grave, de forma cada vez mais intensa e letal. A
aids persiste matando milhões de pessoas todos os anos, pessoas que não estão
mais circunscritas aos antigos “grupos de risco” (hemofílicos, promíscuos), sem
que se consiga cura. Doenças antigas, que se tinham por erradicadas ou sob
controle, como a tuberculose, o cólera, a febre amarela, reiniciaram a matar,
em proporções assustadoras. Que falar, então, das doenças relacionadas ao
sedentarismo e à nova maneira de ser do homem urbano, como as doenças do
coração e a obesidade, que tem atacado, principalmente, crianças, adolescentes
e jovens. Não bastasse isso, os sistemas de saúde em todos os países do mundo
têm sido extremamente combatidos e contestados, visto que se trata de um
segmento que não é lucrativo, a não ser em certos nichos de excelência,
voltados para a elite multimilionária da sociedade mundial. A intensidade e a
gravidade destas enfermidades na atualidade desmontam, também, os argumentos
dos inimigos da Palavra de Deus que procuram sempre dizer que houve pestes ao
longo da história da humanidade e que Jesus, então, em nada estaria alertando
Seus discípulos.
- O terceiro sinal
social trazido por Jesus é a dissolução familiar. Jesus comparou os dias
imediatamente anteriores aos dias de Sua vinda aos dias de Noé (Mt.24:38;
Lc.17:27), onde não se dava valor algum à família, pois, naquela época, os
homens e mulheres “casavam e davam-se em casamento”, ou seja, pouco se
importavam com a formação de famílias, vivendo em uma grande promiscuidade e
imoralidade. Assim também, disse o Senhor, haveria de ocorrer na proximidade de
Sua vinda. Ora, que tempo da história humana tem vilipendiado tanto a família
como o nosso tempo ? Praticamente já não há país algum do mundo que impeça o
divórcio ilimitado e imotivado. A cada dia que passa aumenta o número de países
e legislações que desprestigiam o casamento, dando os mesmos efeitos do
casamento a todo e qualquer tipo de união, inclusive as chamadas uniões
homossexuais. O adultério e a fornicação são práticas comuns, corriqueiras e
até incentivadas e estimuladas. Jesus está voltando ! OBS: Para termos ideia de
quanto este sinal está se cumprindo, basta-nos verificar o triunfo nos Estados
Unidos a respeito da união homossexual, reconhecido pela Suprema Corte daquele
país, isto num país de formação evangélica. A própria Igreja Romana, conhecida
por seu posicionamento contrário a este tipo de união, tem demonstrado, com o
Papa Francisco, uma tentativa de “diminuição da repulsa” a pontos caros da
doutrina católica, como a proibição de uniões homossexuais e o divórcio.
VI – OS SINAIS DA VOLTA DE CRISTO REFERENTES À NATUREZA
- Jesus também indicou um sinal de Sua vinda que não é, como
os demais, um sinal relacionado com os seres humanos, mas um sinal físico, ou
seja, um sinal da natureza, pois, como nunca devemos nos esquecer, a natureza
também é um dos meios pelos quais Deus Se revela (Rm.1:20). O sinal apontado por Jesus é o terremoto.
Os inimigos da Palavra do Senhor também se referem com desdém a este sinal,
dizendo que terremotos sempre ocorreram ao longo da história. Todavia, os
próprios sismólogos (são os estudiosos dos tremores de terra) são claros em
afirmar que a intensidade e o número dos terremotos têm aumentado
consideravelmente a cada ano e que há uma intensa atividade sísmica no planeta.
Todos temos percebido isto, pois não há semana em que não se noticia a
ocorrência de um terremoto forte em algum lugar do planeta. Jesus não disse que
haveria terremotos perto de Sua vinda, mas que haveria terremotos em vários
lugares, algo que nunca havia sido detectado antes. Os terremotos têm aumentado
em número e em intensidade. Recentemente, em 2015, tivemos terremotos
devastadores no Nepal e no Afeganistão e Paquistão, sem falar que, até mesmo no
Brasil, há notícia de frequentes tremores de terra. Portanto, ao vermos
terremotos em vários lugares, cada vez mais frequentes e fortes, ouçamos o que
a terra tremendo está falando: “Jesus está voltando!”.
- Além dos terremotos
propriamente ditos, devemos aqui, também, mencionar a maior ocorrência de
maremotos, que são violentas movimentações das águas salgadas, motivadas por
tremores de terras submersas nos mares e oceanos. Os registros das navegações
têm, também, observado uma maior atividade sísmica no fundo dos oceanos e
mares. Outrossim, também relacionado com este sinal, temos a atividade intensa
dos vulcões, que também estão ligados aos abalos sísmicos. Ainda está bem forte
na memória os “tsunamis” que atingiram grande parte da Ásia em 2004 e no Japão,
em 2011.
- Portanto, como podemos ver, amplamente reais e verdadeiras
são as palavras do poeta sacro Herbert Nordlund, na primeira estrofe e refrão
do hino 401 da Harpa Cristã: “Tudo nos mostra que Cristo já volta, Breve Jesus
voltará! Já deste mundo o mar se revolta; breve Jesus voltará. Breve virá,
breve virá, breve Jesus voltará”. E o mesmo poeta sacro nos lança uma
advertência na segunda estrofe deste mesmo hino: “Cristão, acorda, Sua vinda é
certa: breve Jesus voltará! Pra recebê-l’O estás bem alerta? Breve Jesus
voltará”. Que a nossa resposta à indagação de Nordlund possa ser um sonoro sim!
Ev. Dr. Caramuru Afonso Franco
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