quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Lição 01 escatologia o estudo das ultimas coisas 1 trimestre de 2016

Texto: (Mt 24.4-5; 11-13; I Ts 1.10)

INTRODUÇÃO
A lição deste primeiro trimestre de 2016 tem como título: “O Final de Todas as Coisas – Esperança e glória para os salvos”, onde teremos a oportunidade de estudar treze lições baseadas em uma das disciplinas da Teologia Sistemática – a Escatologia. Nesta primeira lição, introduziremos o assunto trazendo importantes informações sobre a Escatologia, tais como: definição, conteúdo, propósito; importância; quais povos são contemplados com a doutrina das últimas coisas; qual o método de interpretação mais fiel as Escrituras; quais aplicações práticas que temos com a Escatologia; e, por fim, veremos um resumo dos eventos escatológicos que estaremos estudando pormenorizadamente.

I – SOBRE A ESCATOLOGIA

1.1 Definição. Escatologia é a área da teologia sistemática que trata das últimas coisas. “O termo deriva de uma combinação das palavras gregas “eschatos”, que significa: “último; fim”, e “logos”, que significa: “palavra” (o sufixo português “logia” significa “estudo, ciência ou doutrina”). A escatologia lida com realidades extremamente pessoais, como a morte, a condição imediatamente posterior ao arrebatamento e a glorificação. Ela também aborda, contudo, questões mais cósmicas e gerais, como a segunda vinda de Cristo, o Milênio, o Juízo Final, recompensas e castigos eternos, novos céus e nova terra. A escatologia é tanto pessoal como universal, tanto individual quanto cósmica” (LAHAYE, 2010, pp. 167,168).

1.2 Conteúdo. A escatologia é essencialmente profética, ou seja, trata exclusivamente de predizer eventos futuros que já se cumpriram, estão se cumprindo ou irão se cumprir (Ap 1.19). “Cerca de vinte e cinco por cento da revelação divina têm natureza preditiva. Esse fato demonstra a importância do assunto. As teologias mais antigas negligenciavam o assunto; mas, nos tempos modernos, à medida que os eventos se aproximam, se desperta um interesse cada vez maior sobre a questão” (CHAMPLIN, 2004, p. 437 – acréscimo nosso).

1.3 Propósito. A Escatologia tem o propósito de revelar a soberania de Deus na história e sua presciência acerca dos eventos que estão porvir. “Na esfera da profecia, a capacidade divina é claramente vista como alguma coisa que transcende as limitações humanas. Deus parece ter prazer em seu poder de predizer o futuro; ao menos, esse poder é evidentemente usado, a fim de despertar a mente humana para as maravilhas do seu Ser. A parte da revelação divina, o homem nada sabe do que vai acontecer. Para Deus, o fim é conhecido desde o princípio” (CHAFER, 2003, p. 621).

1.4 Importância. Sem sombra de dúvida a importância da Escatologia se dá pelo fato de mostrar o que acontecerá no futuro com a humanidade. O homem é por natureza curioso com o porvir, podemos observar isso estampado na pergunta dos apóstolos, feita ao Senhor Jesus Cristo: “Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” (Mt 24.3). A mesma ansiedade também tinha os crentes de Tessalônica (I Ts 4.1-10). A Bíblia é o único livro que satisfaz plenamente os anseios do homem em todos os aspectos, até quanto ao que virá a acontecer no futuro.

II – O ALCANCE DA ESCATOLOGIA BÍBLICA
“A Escatologia Bíblica está relacionada com os três grupos de povos em que Deus mesmo divide a raça humana. Os povos da terra considerados sob o ponto de vista humano estão divididos nos mais diversos grupos étnicos, mas Deus, considerando a humanidade sob o ponto de vista divino, divide-a em três segmentos que são: Os judeus (Israel), os gentios, e a Igreja de Deus (1 Co 10.32): (a) A Igreja. Para com a Igreja, a descida do Senhor aos ares para ressuscitar os que dormem e transformar os crentes vivos é apresentada como constante expectação e esperança (1 Co 15.51,52; F1 3.20; 1 Ts 4.14-17; 1 Tm 6.14; Tt 2,13; Ap 22.20); (b) Os judeus (Israel). Para o povo escolhido, a vinda do Senhor é predicada para cumprir as profecias que dizem respeito ao seu ressurgimento nacional, a sua conversão, e estabelecimento em paz e poder sob o Pacto Davídico (Am 9.11,12; At 15.14-17); e, (c) Os gentios. A Bíblia nos mostra que para os gentios, isto é, as nações em geral, Jesus virá como o Rei dos reis e Senhor dos senhores, e Juiz, para julgá-las, e, após isso, reinar sobre elas com justiça (Sl 2.6-10; 96.13)” (GILBERTO, 2007, p. 09 - acréscimo nosso).

III – INTERPRETANDO A ESCATOLOGIA
A forma mais coerente de interpretação da Escatologia é a forma literal. O literalismo “é a interpretação bíblica que leva em conta o que, realmente, está escrito, sem quaisquer subterfúgios alegóricos. É a abordagem do texto em sua forma mais óbvia e concreta” (ANDRADE, 2006, p. 255). Esta forma de interpretação das Escrituras Sagradas são mais aceitas no meio cristão, por vários motivos, eis alguns: (a) Este sistema de interpretação é a maneira aceita em todas as línguas, povos e nações; (b) As Escrituras Sagradas só fazem sentido se interpretadas de forma literal; (c) Esta forma de interpretação respeita as parábolas, sonhos e simbologia – bem presente nos livros de Daniel, Ezequiel e principalmente, no Apocalipse; (d) No sentido literal de interpretação é possível fazer comparações com outros textos das Santas Escrituras; (e) Esta forma de interpretação considera todo o contexto e não só uma parte do texto isolado das demais; (f) O Senhor Jesus, os profetas e apóstolos, utilizaram esta forma de interpretação das Escrituras.

IV – A IMPORTÂNCIA PRÁTICA DA ESCATOLO
4.1 Esperança. Nada proporciona mais consolo a alma do fiel que saber que um dia Deus “aniquilará a morte para sempre, e assim enxugará o Senhor DEUS as lágrimas de todos os rostos, e tirará o opróbrio do seu povo de toda a terra [...]” (Is 25.8). Confira ainda (Ap 21.4). “Na natureza da fé cristã, uma firme esperança quanto à escatologia é essencial. Um cristianismo sem futuro não seria autêntico. Em contraste, entretanto, com a escatologia das religiões pagãs, que pintam um quadro sombrio do futuro, a esperança do cristianismo é límpida e brilhante, e oferece ao cristão a verdade fundamental de que, para ele, a próxima vida é melhor que a presente (Rm 12.12; 15.4; II Co 1.7; Cl 1.5; Tt 2.13)” (WALWOORD, 2002, p. 08 – acréscimo nosso).

4.2 Vigilância e santidade. A Escatologia exorta-nos a vigilância e a santificação. “O verbo vigiar significa ficar acordado, alerta, dar total atenção, para evitar que por negligência ou indolência algumas calamidades destrutivas atinjam a vida de alguém (Mt 24.42; 25.13; Ap 16.15), ou ainda para evitar que alguém negue ou abandone a Cristo (Mt 26.41) ou caia em pecado (1 Ts 5.6; 1 Co 16.13; 1 Pe 5.8; Ap 3.2)” (WYCLIFFE, 2010, p. 2018). De igual forma a santificação é condições indispensável para estarmos aptos à entrada nos céus (Mt 5.8; Mc 13.33,35; Lc 21.36; Hb 12.14; I Jo 3.2). A santificação é um ato divino, que também inclui a participação humana (Jo 17.19; Ap 22.11).

4.3 Serviço e recompensa. O NT promete que os crentes fiéis receberão galardão em reconhecimento dos seus serviços em prol do Reino de Deus. Biblicamente esse evento é denominado de Tribunal de Cristo. A certeza dessa volta iminente e da recompensa pelos nossos serviços nos impele a trabalhar com afinco e incansavelmente na obra do Senhor (Rm 14.10; I Co 15.58; II Co 5.10; Hb 6.10,11).

V – QUAIS OS TEMAS ESTUDADOS NA ESCATOLOGIA
Em que ordem às últimas coisas devem acontecer? Apresentamos abaixo uma sequencia geral acompanhada de passagens bíblicas, para que, estudando-as, tenhamos em mente todo o cenário escatológico. Seria muito útil ao estudioso dessas doutrinas, examinar com cuidado, em meditação, cada referência mencionada na relação abaixo:
EVENTOS ESCATOLÓGICOS SEGUNDO A CRONOLOGIA BÍBLICA

O Arrebatamento da Igreja
Nos ares; antes da Grande Tribulação (I Ts 4.16,17; 1.10). Esse rapto dos salvos desencadeara uma serie de eventos.
O Tribunal de Cristo
Este julgamento não tem como propósito condenar nenhum crente ao inferno, mas recompensar os que procederam de forma firme, constante e abundante na obra do Senhor (Rm 14.10).
A Grande Tribulação
Na Terra, por sete anos (Dn 9.25-27); e as Bodas do Cordeiro, no Céu (Ap 19.1-9).
A Vinda em glória de Jesus na Terra
Em poder e glória, para a batalha do Armagedom (Zc 14.1-4; Jl 3.2; Ap 16.13-16).
O fim do Império do Anticristo
Na segunda fase da segunda vinda, Cristo aniquilará o iníquo (Ap 19.19-21).
O julgamento das nações
Nesta ocasião, Cristo Jesus, julgará as nações que socorreram ou não a nação de Israel durante o período da Grande Tribulação (Jl 3.12-14; Mt 25.31-46).
O Milênio
Após a prisão de Satanás, o reinado de Cristo será implantado na terra durante mil anos literais (Ap 20.1-6).
A revolta do diabo e seu julgamento
Após o Milênio, o Inimigo será solto por pouco tempo, pois logo ele – em última instância – e suas hostes serão julgados (Ap 20.7-10; Jo 16.8-11; Rm 16.20).
O juízo final
A este julgamento serão submetidos os mortos ressuscitados, na consumação de todas as coisas (Ap 20.11-15).
Novos céus e nova terra
Nesse momento a terra será completamente restaurada de todo mal decorrente do pecado e da influência de Satanás (Ap 21-22; 2 Pe 3.7).


CONCLUSÃO   
Deus, em seu infinito conhecimento, deixou-nos em Sua Palavra o registro dos acontecimentos futuros a fim de que entendamos que Ele é soberano sobre a história e que, no tempo certo, tudo convergirá para que o seu eterno propósito seja estabelecido por meio de Jesus Cristo, Seu Filho. Tal esperança nos trás consolo de que um dia o mal terá seu fim, e o bem será estabelecido para sempre. Maranata! Ora, vem Senhor Jesus!

REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
GILBERTO, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
CHAFER, Lewis Sperry. Teologia Sistemática. CPAD.
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Profecia Bíblica. CPAD.
WALWOORD, John F. Todas as profecias da Bíblia. VIDA.



Fonte: http://www.ieadpe.org.br/index.php/departamentos/escola-dominical/1056-licao-01-escatologia-o-estudo-das-ultimas-coisas-1-trimestre-de-2016

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Lição 1: Escatologia, o Estudo das Últimas Coisas

29 DE DEZEMBRO DE 2015

Lição 1: Escatologia, o Estudo das Últimas Coisas



Lição 1: Escatologia, o Estudo das Últimas Coisas
3 de Janeiro de 2016

TEXTO ÁUREO
"Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos." (2 Tm 3.1)[Comentário: Últimos dias, o momento desde a primeira aparição de Cristo até a segunda vinda;trabalhosos - Chalepos; Strong 5467: Severo; selvagem; difícil; perigoso; doloroso; feroz; cruel; difícil de lidar com. A palavra descreve uma sociedade que é desprovida da virtude, mas abundante em vícios. As pessoas serão caracterizadas por todos os tipos de perversão egoísta e artificial. Alguns conservarão um fingimento externo, usando o vocabulário do cristianismo, mas recusando a realidade que a fé cristã expressa e esta aparência é o que os torna tão perigosos (v.5).]

VERDADE PRÁTICA
O estudo da Escatologia bíblica traz ao coração dos salvos a esperança de um dia estarem para sempre com o Senhor Jesus Cristo.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 24.3 - A preocupação dos discípulos de Jesus a respeito da sua segunda vinda
Terça - Lc 12.40 - O Filho do Homem virá a qualquer momento
Quarta - At 1.7 - Não se pode especular quanto à segunda vinda do Filho de Deus
Quinta - 2 Pe 3.8 - O tempo de Deus não é o nosso tempo
Sexta - Mt 24.36 - Só Deus sabe o tempo da vinda de Jesus e o fim do mundo
Sábado - Mt 24.23-25 - Antes da vinda de Jesus surgirão falsos cristos e falsos profetas

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 24.4, 5, 11-13; 1 Tessalonicenses 1.10

Mt 24.4 -  E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane,
5 - porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.
11 - E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos.
12 - E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará.
13  - Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.
1 Ts 1.10 -  e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.

OBJETIVO GERAL
Explicar o real significado da Escatologia Bíblica.

HINOS SUGERIDOS: 442, 500,513, da Harpa Cristã.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

Definir a Escatologia;
Mostrar a preocupação do homem com os fins dos tempos;
Explicar algumas das diferentes interpretações escatológicas.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, neste primeiro trimestre do ano estudaremos a respeito das últimas coisas, pois em breve Jesus virá! Muitos já não creem na Segunda Vinda de Cristo, por isso, desprezam as profecias bíblicas. Todavia, Jesus virá como um ladrão, na hora que ninguém espera. Este glorioso dia não nos pegará de surpresa, pois somos do Senhor e aguardamos a sua vinda a qualquer momento.
O comentarista do trimestre é o pastor Elinaldo Renovato de Lima - autor de diversos livros, líder da Assembleia de Deus em Parnamirim, RN.
Que o estudo de cada lição possa trazer esperança ao seu coração, pois breve Ele virá e estaremos para todo o sempre em sua presença.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Neste trimestre teremos a oportunidade ímpar de estudar a respeito do tempo do fim. Nesta primeira lição, examinaremos a Escatologia bíblica. Para os salvos em Jesus Cristo este é um tema que traz esperança, pois não há nada melhor do que ter a certeza de que o Salvador voltará e que viveremos junto com Ele por toda a eternidade. No entanto, para os descrentes, a segunda vinda de Jesus não oferece motivos para regozijo. As previsões bíblicas para o futuro dos ímpios são aterradoras: "Os ímpios serão lançados no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus" (Sl 9.17). Porém, ainda é tempo para o arrependimento e a conversão. Por isso, a Igreja do Senhor tem a responsabilidade de anunciar Jesus, cumprindo a Grande Comissão (Mt 28.19,20). [Comentário: Iniciamos 2016 estudando a Escatologia Bíblica. Talvez alguém possa alegar que este assunto é de somenos importância, contudo, não podemos ter uma visão vaga sobre as verdades bíblicas. Na escatologia estão inseridas as principais doutrinas do Cristianismo: o céu, o inferno, a salvação, o arrebatamento, o juízo final, galardão dos salvos, a ressurreição, etc. Estudar escatologia é adquirir um panorama sólido de toda a Bíblia, pois a grande dificuldade na escatologia, por parte do nosso povo, é a falta de conhecimento amplo das Escrituras. O estudo da Escatologia requer muita atenção e cuidado para não entrar na classe dos falsos mestres que Paulo enfatizou que, nos últimos tempos surgiriam (1Tm 4.1). A Igreja precisa ser ensinada sobre esse assunto, não apenas porque a negligência produz um vácuo perigoso, mas também porque a escatologia é o ponto crucial e a coroa da teologia sistemática. Ainda no tempo dos apóstolos a segunda vinda de Cristo era negada (2Pe 3.4), e ainda hoje encontramos pessoas que negam a realidade desta doutrina. Por isso é necessário demonstrar, pelas Escrituras, a sua realidade. E por fim, durante este período a Igreja tem a incumbência de proclamar o evangelho antes que venha o "grande e terrível dia do Senhor"(Ml 4.5), que porá fim aos últimos dias, para inaugurar o "dia da vingança do nosso Deus"(Is 61.2b).] Let's think maturely Christian faith?
 

PONTO CENTRAL
O estudo da Escatologia Bíblica traz esperança para os salvos em Jesus Cristo.

I - O ESTUDO DA ESCATOLOGIA
1. Definição. A palavra escatologia tem origem em dois termos gregos: escathos, "último", e logos, "estudo", "mensagem", "palavra". O termo grego cognato é éschata, que significa "últimas coisas". Daí vem à expressão "estudo", ou "doutrina" das "últimas coisas". Portanto, escatologia é o estudo sistemático das coisas que acontecerão nos últimos dias ou a "doutrina das últimas coisas". A escatologia estuda os seguintes temas: Estado Intermediário, Arrebatamento da Igreja, Grande Tribulação, Milênio, Julgamento Final e o Estado Perfeito Eterno. [Comentário: Como o sub-tópico define, Escatologia é uma palavra de origem grega, formada pelos radicais εσχατος, "último", mais o sufixo logia, e significa "o estudo das últimas coisas" ou "doutrina das coisas finais". Muitas passagens das Escrituras empregam a palavra eschathos juntamente com heméra ‘dia’, assim temos ‘último dia’ (Jo 6.39; 7.37). A primeira ocorrência se refere ao último dia da ressurreição, um dia escatológico, enquanto que a segunda apenas faz alusão ao último dia da festa de casamento. O seu plural ‘escatai hmerai’ ocorre em At 2.17; 2Tm 3.1; Tg 5.3; Hb 1.2. Todas estas passagens aludem ao período de tempo entre a 1ª e a 2ª vindas de Jesus. É importante ressaltar que o período conhecido como ‘últimos dias’ iniciaram-se com a 1ª vinda de Jesus que, segundo Paulo, veio na "plenitude do tempo" (Gl 4.4), pois o tempo anterior da dispensação da lei já estava cumprido (Mc 1.15; Lc 16.16). Estamos vivendo os últimos dias. Esse período de tempo que a Bíblia chama de últimos dias, recebe ainda outras designações, tais como: "tempo aceitável... dia da salvação"(Is 49.8) ou "ano aceitável do Senhor"(Is 61.2a); "dispensação da plenitude dos tempos"(Ef 1.10) ou "dispensação da graça"(Ef 3.2) ou "dispensação do mistério"(Ef 3.9); "tempo da oportunidade", "tempo sobremodo oportuno", "dia da salvação"(2Co 6.2), "tempos oportunos" (2Tm 2.6), "tempos devidos" (Tt 1.3); "hoje" (Hb 3.7,15; 4.7,8); "fins dos séculos" (1Co 10.11), e "última hora"(1Jo 2.18).]

2. A escatologia e a volta de Jesus. O estudo da escatologia bíblica mostra que o crente tem de estar sempre alerta, vigilante, pois a volta de Jesus pode acontecer a qualquer momento: "Portanto, estai vós também apercebidos; porque virá o Filho do Homem à hora que não imaginais" (Lc 12.40). Muitos desprezam e desdenham das verdades bíblicas, mas Deus vela pela sua Palavra e em breve Jesus voltará e julgará a todos aqueles que amam a prática do pecado. [Comentário: Acredito que a razão por que poucos estão prontos para o julgamento é que a maioria não sabe que haverá um julgamento. Além de estarmos preparados, escatologia deve nos motivar a ajudar os outros a se prepararem também. Enquanto a obsessão pelas últimas coisas é perigosa, a omissão é ainda mais. A preocupação com o mundo presente está sufocando o interesse no mundo por vir, e acredito muitos crentes já não oram Maranta! Temos construído nosso céu aqui. O estudo da Escatologia mantém estas verdades vitais e finais à nossa frente e nos encoraja a olhar além deste mundo: para o céu na vida eterna com Cristo e o Seu povo. Ainda que pareça tardar, a volta de Jesus é Literal - Pessoal e Corporal (At 1.11; 1Ts 4.14-17); será visível (Ap 1.7,9-11; Mt 24.26,27,30; Lc 21.27; Tt 2.13; 1Jo 3.2,3; Is 52.8; Os 5.15). Sua vinda é súbita (Ap 22.7,12,20; Mt 24.27), iminente, do ponto de vista profético (Tt 2.13; Hb 9.28; 1Ts 1.9,10; Rm 13.11), próxima, do ponto de vista histórico (Lc 21.28; Mt 16.3;24.33;24.3). Se dará em duas Fases (Sf 2.3):
a) O arrebatamento da igreja, nos ares (1Ts 4.16,17; Jo 14.3); a parousia;
b) A revelação ao mundo, na terra (2Ts 1.7-9; 2.7,8; Cl 3.4; Ap 1.7; Jl 3.11; 1Ts 3.11; Zc 14.4,5; Jd 14).]

SÍNTESE DO TÓPICO I
A Escatologia Bíblica tem como objetivo estudar os assuntos relacionados às últimas coisas.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Embora lide com eventos futuros, a escatologia tem suas raízes tanto na vida, morte e ressurreição históricas de Cristo como em seu futuro retorno. Como afirma Berkouwer: 'Não é o desconhecimento do futuro, mas sim seu conhecimento que é fundamental na reflexão escatológica'. A verdadeira questão é 'se as expectativas bíblicas são certas ou incertas, duvidosas ou inevitáveis'. 
Eis uma verdade com a qual quase todos os teólogos evangélicos concordam: Jesus voltará. Os cristãos fundamentam sua esperança nesta promessa, que foi claramente firmada por Cristo (Mt 24.27-31). Nas parábolas dos dois servos (Mt 24.45-51), das dez virgens (Mt 25.1-13) e dos talentos (Mt 25.14-30), Jesus assegurou que voltaria. Ele virá sobre as nuvens (Mt 26.64; Ap 1.7), à vista de todos (Mt 24.30), chegará ao mesmo lugar do qual partiu (Zc 14.4; At 1.11) e em um momento que apenas o Pai conhece (Mc 13.32).
Embora os estudiosos normalmente concordem que Jesus voltará, existem diferentes opiniões sobre os detalhes das circunstâncias que levarão ou se seguirão ao retorno de Cristo. Estas diferentes opiniões estão relacionadas à sequência dos eventos do fim, à Grande Tribulação, ao Milênio e ao futuro de Israel" (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 208, p. 168).

CONHEÇA MAIS
*Escatologia bíblica
"O termo escatologia (gr. eschatos), significando 'a teologia das últimas coisas', tem sido usado desde o século XIX para designar a divisão da teologia sistemática que lida com tudo que era profeticamente futuro na época em que foi escrito, isto é, profecias que já se cumpriram, como também profecias que ainda se cumprirão. Importantes assuntos de profecia incluem predições com relação a Jesus Cristo, tanto em sua primeira vinda como na segunda, Israel, os gentios, Satanás, cristianismo, os santos de todas as eras, a futura Grande Tribulação, o estado intermediário, a ressurreição dos mortos, o reino milenial, o juízo final e o estado eterno.
Estes temas podem ser classificados como a revelação divina do programa quádruplo de Deus para: (1) Israel; (2) os gentios; (3) a igreja e (4) Satanás e seus anjos caídos." Leia mais em Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, p. 662.

II - A PREOCUPAÇÃO COM OS FINS DOS TEMPOS
1. Os discípulos de Jesus. Certa vez, os discípulos de Jesus fizeram a seguinte indagação ao Mestre: "[...] Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo? (Mt 24.3). Tanto os discípulos quanto os cristãos do primeiro século desejavam saber a respeito do fim dos tempos, pois este é um assunto que chama a atenção de crentes e não crentes. Já no primeiro século algumas pessoas não acreditavam mais na segunda vinda de Jesus, pois Pedro fala sobre os "escarnecedores" que dizem: "Onde está a promessa da sua vinda?" Infelizmente, hoje muitos também continuam achando que a Palavra de Deus não se cumprirá e que o fim não virá (2 Pe 3.3,4). [Comentário: Em seus ensinamentos particulares no monte das Oliveiras, Jesus respondeu a três perguntas relacionadas à destruição do Templo, à sua segunda vinda e ao fim. Esses temas estão interligados e algumas vezes é difícil determinar qual acontecimento está sendo descrito. Essa dificuldade é parcialmente resolvida quando se percebe que a maioria das profecias é capaz de um cumprimento tanto próximo como remoto. É importante lembrar que, em Mt 24.14, Jesus liga o testemunho universal do evangelho à sua segunda vinda. Os discípulos reunidos aos pés de Jesus no monte das Oliveiras o indagam acerca do tempo do fim e a resposta do Mestre é que veriam algumas daquelas coisas ensinadas, acontecendo em um período relativamente curto (perseguição, abominação no Templo de Jerusalém e sua destruição), mas também deixou claro que haveria um lapso de tempo antes que tudo isso começasse a acontecer. Toda a revelação aponta para o futuro. O futuro consiste num plano traçado por Deus para que a Igreja caminhe neste mundo “pela fé a esta graça, na qual estando firme, gloria-se na esperança da glória de Deus” (Rm 5.2).]

2. As previsões falsas sobre o futuro. O homem sempre se preocupou com o fim dos tempos, por isso, o grande número de falsos profetas e falsas previsões quanto ao futuro da humanidade. São inúmeras seitas e falsos profetas que já marcaram a data da segunda vinda de Jesus e o fim de todas as coisas, pois todos erram. [Comentário: O apóstolo Paulo escreve aos Efésios para argumentar o fato de que nós somos o alvo da revelação divina: “nos elegeu antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele. Em amor nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade” (Ef 1.4,5). O Eterno é maravilhoso para com aqueles que são santos e Seus filhos e somente estes têm o privilégio de ter a revelação das coisas que em breve hão de acontecer. Em contraste, o mundo irregenerado, que não tem a revelação de Deus, se fecha num ciclo de falsas expectativas em relação ao futuro. Filosoficamente, a humanidade descrente vê com grande otimismo a era que está por vir e vislumbra um fantástico progresso material e científico; Contudo o apóstolo Paulo nos adverte: “quando andarem dizendo: paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição” (1Tm 5.3). O Site CACP.ORG transcreve um artigo do Jornal “Chamada da Meia Noite” (1995), de autoria de José Marcílio da Silva, onde ele escreve o seguinte: “Aos olhos dos franceses do final do século XIX, o novo século parecia uma espécie de Idade de Ouro. Mas o entusiasmo durou até 1914, quando a 1ª Guerra Mundial pôs fim ao sonho dourado. Outra parte da humanidade certamente adentrará o 3º milênio cheia de superstições, medo, insegurança e pessimismo; preocupada com desgraças, desemprego, violência e caos social. A história registra que, na passagem do ano 999 para 1.000, a maior parte da Europa não conseguiu comemorar a data, pois esperava o “Apocalipse”. Segundo o historiador Frederick H. Martins, um sentimento de terror dominou a multidão amontoada na imensa Basílica de São Pedro, em Roma, na noite de 31 de dezembro de 999. Inclusive o Papa Silvestre II parecia aterrado. Isso aconteceu porque o povo não tinha acesso à Bíblia. Quem conhece a revelação sabe que o mundo irá de mal a pior, mas não se desespera. E o Senhor Jesus profetiza: “homens desmaiarão de terror, na expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo… e quando estas coisas começarem a acontecer, fiquem firmes e levantem a cabeça, pois a vossa redenção está próxima, Lc. 21.26,28.” (Disponível no link:http://www.cacp.org.br/escatologia-biblica/)]

3. Falsos profetas.  Certo pastor, marcou o arrebatamento da Igreja para o ano de 1993, e o início da Grande Tribulação, considerando que o ano 2000 seria o fim do sexto milênio. Outro "profeta", baseado em cálculos matemáticos, somando ou subtraindo referências bíblicas e utilizando a contagem bíblica dos tempos, assegurou que o Anticristo seria revelado em 13 de novembro de 1986 às 17horas em Jerusalém! Marcou o "fim do mundo" para março de 1987. Mais um falso profeta foi desmoralizado. [Comentário: Não faz muito tempo, uma autodenominada ‘apóstola’ afirmou que a vinda de Cristo será em 2017 ou 2018 (veja aqui). A autora desta declaração se coloca em grau de superioridade a Jesus Cristo, pois Ele mesmo afirmou nas Escrituras que quanto à sua vinda nem Ele mesmo sabia, somente o Pai do Céu. Muitos outros já tentaram prever esta data anteriormente. Não podemos concordar, absolutamente, com estas tentativas de anunciar uma data possível para a vinda de Jesus. Não é preciso raciocinar muito para afirmar que isso não passa de alarme falso. Basta ler o que Jesus deixou escrito no sermão profético de Mateus 24.36: “Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai.” Entre as muitas outras profecias falsas sobre a vinda de Jesus está a declaração de Joseph Smith, fundador do Mormonismo, feita em 1835. Profetizou ele que Cristo voltaria dentro de 56 anos, e que muitos dos que então viviam “não provariam a morte até que Cristo voltasse”. Nem seria preciso dizer que ele morreu e Jesus ainda não. Charles Taze Russell declarou que a segunda vinda de Cristo tinha ocorrido invisivelmente em outubro de 1874, e que o Senhor estava verdadeiramente presente, e, que, em 1914, os fiéis (os 144.000) seriam trasladados para o céu e os ímpios destruídos. Profetizou que a Batalha do Armagedom, que começara em 1874, terminaria em 1914 com a derrubada geral dos governantes da Terra e o fim do mundo. No começo da década de 20, as Testemunhas de Jeová distribuíram nas ruas e de porta em porta na América do Norte, um livro intitulado Milhões Hoje Vivos Jamais Morrerão, que anunciava: “O ano de 1925 é uma data definitiva e claramente marcada nas Escrituras, ainda mais clara que a de 1914… podemos esperar confiantemente que o ano de 1925 marcará o retorno de Abraão, Isaque e Jacó e dos fiéis profetas antigos… na condição de perfeição humana.” As Testemunhas de Jeová chegaram a construir uma casa na cidade de San Diego, Califórnia, na qual os patriarcas deveriam morar, e tentaram passar a escritura em nome do Rei Davi. Esta casa foi discretamente vendida em 1954. “Quando o profeta falar em nome do SENHOR, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o SENHOR não falou; com soberba a falou aquele profeta; não tenhas temor dele.” (Dt 18.22).]

SÍNTESE DO TÓPICO II
Os discípulos de Jesus sempre se preocuparam com os fins dos tempos. Tanto os discípulos quanto os cristãos do primeiro século desejavam saber a respeito do fim dos tempos, pois este é um assunto que chama a atenção de crentes e não crentes.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

"Marcos 13.32 assinala que apenas o Pai conhece o momento do retorno de Cristo. Mateus 24.42 alerta: 'Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor'. Paulo escreve: 'porque vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite' (1 Ts 5.2). Estas passagens indicam que Jesus pode retornar a qualquer momento advertindo-nos para estarmos prontos. Já outras passagens trazem sinais que precederão a volta de Cristo. O próprio Jesus mencionou sinais que marcariam o fim dos tempos como lemos em Mateus 24.1-14)" (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 208, p. 169).

III - INTERPRETAÇÕES ESCATOLÓGICAS
Existem diferentes interpretações escatológicas a respeito do fim. Não podemos estudar todas em uma única lição, porém  estudaremos algumas: [Comentário: Este assunto não tem unanimidade no meio evangélico. No século XIX, surgem novas abordagens teológicas fazendo com que a Igreja adotasse novos rumos a fim de responder aos desafios da época. Foi nesse período que surgiram as Escatologias Contemporâneas - Escatologia Consistente de Schweitzer e a Escatologia Realizada de Dodd. Temos ainda, o Amilenismo Agostiniano, Amilenismo Clássico, Pós-Milenismo, Pré-Milenismo Histórico, e o Pré-Milenismo Dispensacionalista, esta última, adotada pela maioria dos evangélicos brasileiros (Para um estudo sobre cada escola, sugiro uma leitura do artigo ‘Escatologia Reformada’, no site Monergismo.com, seguindo este link:http://www.monergismo.com/textos/escatologia_reformada/escatologia_reformada.htm). Veja também o artigo ‘Correntes da Escatologia Protestante’, por Elias Medeiros, disponível no mesmo site: http://www.monergismo.com/textos/escatologia_reformada/correntesescato.htm]

1.Futurista. Essa interpretação considera que a maior parte das profecias ainda vai se cumprir, começando com o arrebatamento da Igreja e demais fatos subsequentes. Sem dúvida, é a mais adequada à realidade das profecias sobre os últimos tempos.  Essa corrente, porém, subdivide-se em: [Comentário: Contrapondo a interpretação Preterista, o Futurismo lê as profecias apocalípticas como Futuras e, em alguns casos iminentes, com cumprimento literal do texto em eventos reais. Tudo o que é profetizado no livro de Apocalipse a partir do capítulo 4 tem a ver com os últimos dias, sem nenhuma aplicação na história da igreja. O ponto de vista futurista divide-se em duas correntes: A Moderada (ou Pré-Milenarismo Histórico) e a Extrema (ou Pré-Milenarismo Dispensacionalista). Embora haja grandes divergências de interpretação entre essas duas vertentes hermenêuticas, elas concordam que o propósito do livro de Apocalipse é descrever a consumação do propósito redentor de Deus no fim dos tempos. O ponto de vista moderado não vê razão, como o extremo, de fazer uma diferença tão definida entre Israel e a Igreja. O povo de Deus que sofre a perseguição feroz e a igreja. Também não vê razão para reconhecer nas sete cartas uma predição de sete períodos da história da igreja. Não há qualquer evidência interna para tal interpretação, há apenas sete cartas para sete igrejas históricas. Os teólogos se dividem em três diferentes correntes:]
a) Pré-tribulacionista. Esta corrente afirma que o Senhor Jesus arrebatará sua Igreja antes da Tribulação de sete anos (Jo 14.1-3; 1 Ts 4-5). Segundo Tim Lahaye, aqueles que "interpretam a Bíblia literalmente encontram razões fortes para crer que o arrebatamento será pré-tribulacional". O ensino a respeito do arrebatamento é uma doutrina fundamental, porém, o povo de Deus não precisa estar dividido quanto a tal assunto. O importante é que Jesus voltará para buscar a sua Igreja. É importante ressaltar que a corrente pré-tribulacionista está mais de acordo com o livro de Apocalipse (Ap 4.1-2). Para os pré-tribulacionistas os crentes serão guardados da Tribulação. Segundo esta corrente o propósito da Tribulação não é preparar a Igreja para estar com Cristo, mas, preparar Israel para a restauração do plano de Deus.[Comentário: O Arrebatamento pré-tribulacional ensina que, antes do período de sete anos conhecido como Tribulação, todos os membros do corpo de Cristo (tanto os vivos quanto os mortos) serão arrebatados nos ares para o encontro com Jesus Cristo e depois serão levados ao céu (1Ts 4.13-18). Nessa passagem Paulo informa seus leitores de que os crentes que estiverem vivos por ocasião do Arrebatamento serão reunidos aos que morreram em Cristo antes deles. No versículo 17 a palavra "arrebatados" traduz a palavra grega harpazo, que significa "dominar por meio de força" ou "capturar". Essa palavra é usada 14 vezes no Novo Testamento Grego de várias maneiras diferentes.]
 b) Pré-milenista. Essa corrente conclui que a Vinda de Cristo ocorrerá antes do milênio, quando Cristo virá reinar sobre a Terra. Grande parte dos cristãos do primeiro século, eram pré-milenistas. Segundo o pastor Claudionor de Andrade  "tal posicionamento foi duramente combatido por Orígenes que, influenciado pela filosofia grega, passou a   ensinar que o Milênio nada mais era que uma referência alegórica à ação do Evangelho na vida das nações".[Comentário: O pré-milenismo, ou pré-milenialismo, é a visão de que a segunda vinda de Cristo ocorrerá antes do Seu Reino Milenar e que esse reino será um período literal de 1000 anos. Para que possamos compreender e interpretar as passagens nas Escrituras que lidam com os eventos do fim dos tempos, há duas coisas que precisamos claramente entender: um método apropriado de interpretar as Escrituras e a distinção entre Israel (os judeus) e a Igreja (o corpo de todos os crentes em Jesus Cristo).]
c) Midi-tribulacionistas Os midi-tribulacionistas entendem que a Igreja será arrebatada no meio da Tribulação. [Comentário: Os defensores desta opinião acreditam que a igreja vai passar pela primeira metade da tribulação, e será arrebatada no meio (mid) dos dois períodos de três anos e meio cada. Seus defensores citam At 14.22 para fundamentar esta opinião e considerando que a Grande Tribulação propriamente dita inicia apenas no meio dos sete anos, com a retirada da Igreja, deixando o Anticristo livre apara manifestar-se ao mundo:
- a Primeira Metade da Tribulação consiste em:
a) Aliança de Israel com o Anticristo (Dn.9:27; Jo.5:43; Is.28:14-18).
b) As duas testemunhas (Ap.11;3).
- A Segunda Metade da Tribulação: Chamada de grande tribulação ou angústia de Jacó (Mt.24:21; Jr.30:7; Dn.12:1).
a) Perseguição aos judeus (Ap.11:2;12:6,14).
b) Perseguição aos convertidos (Ap.7:13,14).
c) A besta política, o Anticristo (Ap.13:1-10).
d) A besta religiosa, o Falso Profeta (Ap.13:11-18)
e) Os 144.000 judeus (Ap.7:4-8;14:1-5).
f) Abominação desoladora (Dn.9:27;12:11; Mt.24:15; Ap.13:14,15; IITs.2:9).]
d) Pós-tribulacionistas. Os pós-tribulacionistas pregam que a Igreja vai passar pela Grande Tribulação. No entanto, esse ensino não tem base sólida na Palavra de Deus. Jesus disse à igreja de Filadélfia, que representa a igreja fiel, que iria guardá-la "da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra" (Ap 3.10). A Igreja não estará mais na Terra quando começar a Grande Tribulação. Paulo ensina que devemos "[...] esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura" (1 Ts 1.10).[Comentário: Estes acreditam que a igreja passará por todo o período da tribulação, e será arrebatada apenas após a tribulação, por ocasião da segunda vinda de Cristo. Eles não distinguem a segunda vinda em duas fases. Reese, um dos principais expoentes dessa teoria, declara assim sua proposição: “A igreja de Cristo não será retirada da terra até o segundo advento de Cristo, bem no final desta presente era: o arrebatamento e o aparecimento ocorrem no mesmo momento de transição; consequentemente, os cristãos desta geração serão expostos às aflições finais sob o anticristo.” (Alexander REESE, The approaching advent of Christ, p. 18)]

2. Histórica. Considera que o Apocalipse é um livro histórico, cujos fatos já se cumpriram na sua maior parte. Mas tal entendimento não corresponde à realidade bíblica. [Comentário: Esta interpretação toma como base que os fatos que João descrevia tinham lugar durante a história da igreja e insinua que todos os fatos já teriam acontecido quando olhamos para trás na história da humanidade. Obviamente, seria muito difícil encaixar todas as profecias do livro de Apocalipse em fatos históricos que já aconteceram. Simplesmente, isto faz com que esta interpretação não tenha fundamento.]

3.Preterista. Os preteristas entendem que o Apocalipse já se cumpriu totalmente na época do Império Romano, incluindo a destruição de Jerusalém, no ano 70 a.C. Entretanto, as profecias bíblicas sobre os fins dos tempos indicam que diversos eventos escatológicos ainda não se cumpriram, como o Arrebatamento da Igreja (1 Ts 4.17), a Grande Tribulação ou "a hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo" (Ap 3.10),  a Vinda de Cristo em glória (Mt 16.27) e o milênio (Ap 20.2-5). [Comentário:Esta interpretação considera que João teria escrito Apocalipse antes da destruição do Templo em 70 d.C. e que estas profecias seriam fatos que aconteceram na mesma época de quando o livro foi escrito. Esta posição é praticamente insustentável, porque basta retrocedermos na história, tentando encaixar os eventos de Apocalipse que veremos que as profecias ainda não aconteceram. Nem mesmo os imperadores romanos, conhecidos por sua maldade, se encaixariam no perfil descrito para o anticristo. Também vemos que a profecia da profanação do Templo descrita em 2 Tessalonicenses 2.3-4 ainda não aconteceu.]

4. Simbolista. É também chamada de interpretação idealista ou espiritualista. Tudo é "espiritualizado", simbólico; nada é histórico, mas apenas uma alegoria da luta entre o bem e o mal. Nessa linha de pensamento, há o ensino amilenista, segundo o qual não haverá um período literal de mil anos para o reinado de Cristo. Ensinam que a Igreja está vivendo um milênio simbólico, mas as referências que indicam que o milênio será literal são muitas (Ap 20.2-5; Hc 2.14). Há os pós-milenistas que pregam que Jesus só voltará depois do milênio. Os textos bíblicos, porém, indicam uma ordem diferente dos acontecimentos escatológicos. A ressurreição dos mortos salvos ocorrerá na vinda de Cristo (1 Ts 4.13-17). A volta de Jesus é tão literal quanto o foi a sua Ascensão (cf. At 1.9,11).  O pré-milenialismo é a opinião escatológica de que Jesus Cristo voltará literalmente para estabelecer o seu reino na terra por mil anos. [Comentário: Esta interpretação considera todo o conteúdo do livro em sentido figurado e/ou metafórico. Esta interpretação supõe que João estaria falando de um conflito espiritual e não de uma experiência física e real. Esta interpretação tem sempre a tendência de considerar que o mundo estaria cada vez mais perfeito e que estaríamos todos ingressando em um novo reino e que as profecias seriam apenas o conflito espiritual pessoal de João. Porém, todos os acontecimentos dos séculos XX e XXI mostram que o mundo tem somente piorado, promovendo uma verdadeira degeneração da raça humana. Isto prova que esta interpretação não tem o menor fundamento.]

SÍNTESE DO TÓPICO III
Existem várias interpretações escatológicas a respeito do fim.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
 "Os termos pré-milenismo, amilenialismo e pós-milenialismo existem porque Apocalipse 20 fala sobre um reinado milenial de Cristo, que terá lugar logo após o seu retorno (retratado em Apocalipse 19). Uma teologia sólida deve ser desenvolvida a partir da própria Bíblia e as Escrituras ensinam apenas um ponto de vista. O amilenialismo e o pós-milenialismo não são encontrados em nenhuma parte, mas o pré-milenialismo é percebido ao longo de toda a Bíblia. A força do pré-milenialismo está no texto das Escrituras"
O pré-milenialismo é a opinião escatológica de que Jesus Cristo voltará literalmente para estabelecer o seu reino na terra por mil anos. Isso ocorrerá após o período da Tribulação e antes do estabelecimento de um novo céu e uma nova terra (Ap 20).
Ryrie observa: 'Todas as formas de pré-milenialismo entendem que o Milênio segue à segunda vinda de Cristo. A sua duração será de mil anos; a sua localização será na terra; o seu governo será teocrático com a presença pessoal de Cristo reinando como Rei'.
Dentro do pré-milenialismo, em geral, existe uma variedade de pontos de vista acerca do arrebatamento da Igreja, os quais incluem o pré-milenialismo pré-tribulacional, e pós-tribulacional. Em outras palavras, os pré-milenialistas estão divididos quanto as suas opiniões de quando o arrebatamento ocorrerá em relação à Tribulação e ao Milênio" (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 208, p. 348).

CONCLUSÃO
Defendemos a interpretação futurista, que se revela como a que melhor ajusta-se à boa hermenêutica sagrada, segundo a qual a Bíblia interpreta-se a si mesma. Nos livros escatológicos, podemos identificar algumas profecias que já se cumpriram e também entendemos que há linguagem simbólica nos livros escatológicos. Mas, em relação aos fins dos tempos, face à volta de Jesus, cremos que esta se dará antes da Grande Tribulação. [Comentário: Portanto, vemos que a única interpretação aceitável para o livro de Apocalipse é a futurista. Isso não quer dizer que não haja na Bíblia profecias que já se cumpriram ou estão se cumprindo hoje e/ou que não haja linguagem simbólica. Mas, em se tratando da volta de Jesus, a posição com maior apoio bíblico é a pré-tribulacionista - “Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei ‘da hora da tentação’ que há de vir sobre o mundo, para tentar os que habitam na terra” (Ap 3.10). Note o leitor que Jesus não deixou de ensinar sobre uma era vindoura perfeita e Apocalipse 21 e 22 descrevem as glórias deste estado eterno. A cidade de Jerusalém, a celestial, baixará de vez sobre a Terra. A nova terra tem seu relevo totalmente diferente. Quem preparou esta cidade foi o próprio Jesus, onde não haverá mais noite, nem precisará da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre os seus e reinarão pelos séculos dos séculos e Deus mesmo enxugará de nossos olhos toda a lágrima. Conheceremos as águas límpidas do Rio da Vida e sentiremos o gostoso sabor do fruto da Árvore da Vida! Maranata! Ora, vem Senhor Jesus!“NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,



PARA REFLETIR
A respeito da Escatologia Bíblica, responda:

Defina "escatologia".
A palavra escatologia tem origem em dois termos gregos: escathos, "último", e logos, "estudo", "mensagem", "palavra". O termo grego cognato é éschata, que significa "últimas coisas". Daí vem à expressão "estudo", ou "doutrina" das "últimas coisas".
Quais os temas estudados pela escatologia?
Estado Intermediário, Arrebatamento da Igreja, Grande Tribulação, Milênio, Julgamento Final e o Estado Perfeito Eterno.
Quando se dará a volta de Cristo?
A qualquer momento Cristo poderá voltar.
Cite três interpretações escatológicas a respeito do fim.
Pré-tribulacionista, Pré-milenista, Midi-tribulacionistas.
O que a corrente Preterista entende a respeito do Apocalipse?
Os preteristas entendem que o Apocalipse já se cumpriu totalmente na época do Império Romano, incluindo a destruição de Jerusalém, no ano 70 a.C..

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 65, p. 36.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição.

SUGESTÃO DE LEITURA

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Arrebatamento Pré-Tribulacionista

Há cinco diferentes visões a respeito do Arrebatamento. As diferenças estão em quando ele acontecerá e quem será arrebatado.
São elas:
A 'Grande Tribulação' e a 'Segunda Vinda de Cristo' são os temas centrais.  Muitos afirmam que haverá um período, em que uma Tribulação será mais severa, mais intensa e que assolará a Terra.
A grande discussão é: a Igreja (os salvos em Cristo)  passará ou não por esse período de Tribulação?
Essa discussão, em torno de uma Tribulação, faz parte da teologia dos Milenistas, principalmente nos Dispensacionalistas.
Os Amilenistas não se preocupam com essa discussão, pois apesar de crer da Segunda Vinda de Cristo não crêem que haverá um Milênio e uma Tribulação literais.
 
Definições:
Milenistas – Trata-se da interpretação dos mil anos de reinado de Cristo sobre a terra. Existem três visões básicas sobre o milênio: pré-milenismo, pós-milenismo e amilenismo.
Dispensacionalistas – Doutrina teológica e escatológica que afirma que a segunda vinda de Jesus Cristo será um acontecimento no mundo físico, envolvendo o arrebatamento e um período de sete anos de tribulação, após o qual ocorrerá a batalha do Armagedon e o estabelecimento do reino de Deus na Terra. A palavra "dispensação" deriva-se de um termo latino que significa "administração" ou "gerência", e se refere ao método divino de lidar com a humanidade e de administrar a verdade em diferentes períodos de tempo.
Amilenistas -O amilenismo clássico crê num milênio que iniciou-se com a primeira Vinda de Cristo, representando o período do Evangelho, que segue entre a Ressurreição de Cristo e a Segunda Vinda de Cristo.

Introdução
Arrebatamento do grego harpazo (αρπαζω), que significa: 1) pegar, levar pela força, arrebatar; 2) agarrar, reivindicar para si mesmo ansiosamente; 3) arrebatar.
"… depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor." (1 Tes 4:17)
"… salvai-os, arrebatando-os do fogo; quanto a outros, sede também compassivos em temor, detestando até a roupa contaminada pela carne." (Jd 23)
Essa palavra não aparece na Bíblia, mas é usada para descrever a “rápida trasladação para cima”, “arrebatar do fogo”,  “puxar com força para cima”.
Foi usada para descrever  o arrebatamento de Filipe de uma cidade para outra, após a conversão do eunuco etíope:
"Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, não o vendo mais o eunuco; e este foi seguindo o seu caminho, cheio de júbilo." (At 8:39).
Isso é exatamente o que Cristo vai fazer com os cristãos, a Noiva do Cordeiro!

Conceito
Resumidamente a linha escatológica do Pré-Tribulacionismo defende que Cristo virá buscar seus fiéis, a Igreja, no chamado “Arrebatamento”.  Os Pré-Tribulacionistas crêem que Cristo tirará a Igreja antes da Grande Tribulação e que esta tem como propósito encerrar o tempo dos gentios e preparar o povo de Israel para a restauração no milênio, governado por Cristo.
O Dispensacionalismo (Dispensação) ensina que há um tratamento diferente entre dois povos: judeus e gentios, visto que são grupos distintos, haverá um plano de Deus exclusivo tanto para Israel como para a Igreja, sendo que a Grande tribulação é uma Dispensação onde Deus tem como objetivo trabalhar com Israel e não com a Igreja, que já teve o seu período de salvação na Dispensação da Graça.  A igreja é um mis­tério não-revelado no Antigo Testamento.  Esse plano de mistério deve ser completado antes que Deus possa retomar seu plano com Israel e completá-lo. Essas considerações surgem do método literal de interpretação.
Neste caso, seria incoerente a Igreja passar pela Grande Tribulação devido esses propósitos, ou seja, o propósito da Grande Tribulação é preparar a conclusão do plano geral de Deus para a humanidade e não purificar ou testar a Igreja.
O Pré-Tribulacionismo acredita que Cristo voltará a qualquer momento para buscar sua Igreja. (Rm 8: 19-25; ICo 1:7; Fil 4:5; Tt 2:13; Tg 5:9; Jd 21: I Ts 4:18; etc).

Alicerces Bíblicos e Teológicos
  • Interpretação Literal das Escrituras – A interpretação literal da Bíblia, significa explicar o sentido do texto apenas com o uso normal do texto, levando em consideração a gramática, o contexto histórico e o contexto da passagem. (Leia o artigo sobre  Interpretação Literal e Alegórica aqui)
  • Pré-Milenismo – Ensina que Jesus Cristo voltará antes do período milenar.
  • Futurismo – Crença que todos os eventos ocorrerão no futuro, durante a Grande Tribulação, na Segunda Vinda e no Milênio. (Leia o artigo sobre o Futurismo aqui)
  • Diferença Entre Israel e a Igreja – Israel e a Igreja são vistos como dois organismos diferentes pela Bíblia, se fosse um apenas não haveria necessidade de restauração de Israel.

Principais Características
  • O Método de Interpretação é Literal e não Alegórica;
  • A Grande tribulação é a última das Setentas Semanas de anos de Daniel 9:24-27, portanto a Grande Tribulação terá a duração de sete anos.
  • As Setenta Semanas de anos de Daniel 9:24-27 estão determinadas para Israel, e não para a Igreja, portanto a Igreja não passará pela Grande Tribulação.
  • O Dispensacionalismo (Estudo das Dispensações) tem grande influência nas posições defendidas pelos Pré-Tribulacionistas, e pelos Pré-Milenistas, por crer que Deus não mistura as coisas, pelo contrário, ele tem um objetivo diferente em cada uma das Dispensações, e na Grande Tribulação seu maior objetivo é Repreender, castigar e educar a Israel com vara de juízo, preparando os Judeus para enfim aceitarem a Jesus Cristo como o Messias prometido, Ezequiel 20:37, Deuteronômio 4:30, visto que Israel não aceita a Jesus Cristo, mas fará acordo com o Anticristo Isaías 28:15, João 5:43, II Tes 2:3-4.
  • A Grande Tribulação é conhecida como tempo da 'Ira de Deus', ou seja, o período em que Deus irá derramar a sua Ira sobre os gentios que não aceitaram o amor de Cristo, oferecido durante a Dispensação da Graça, e tratar com o povo Judeu pela rejeição do Messias, Jesus Cristo (I Tes 1:10 e 5: 9 e Apocalipse 6:16-17). Neste contexto, Deus não iria derramar a sua Ira sobre a Igreja, que aceitou o amor de Cristo, a ponto de ser comparada a sua Noiva

Argumentos Essenciais
1 – O método literal de interpretação
A controvérsia básica entre amilenistas e pré-milenistas é a questão do método de interpretação empregado no tratamento de profecias:  interpretação literal x interpretação figurada. Caso o método literal de interpretação das Escrituras for o certo, então a interpretação pré-tribulacionalista é a correta.
Dessa maneira, a doutrina da volta pré-tribulacionalista de Cristo para instituir um reino literal resulta de métodos de interpretação literal das promessas e das profecias do Antigo Testamento. E natural, portanto, que o mesmo método básico de interpretação deva ser empregado na interpretação do arrebatamento.
2 – As Setenta Semanas de Daniel
Existem várias palavras usadas no Antigo e no Novo Testamento em referência ao período da septuagésima semana, as quais, quando examinadas em conjunto, oferecem a natureza essencial ou o caráter desse período:
1) ira (Ap 6.16,17; 11.18; 14.19; 15.1,7; 16.1,19; l Ts 1.9,10; 5.9; Sf 1.15,18);
2) julgamento (AP 14.7; 15.4; 16.5-7; 19.2);
3) indignação (Is 26.20,21; 34.1-3);
4) castigo (Is 24.20,21);
5) hora do julgamento (Ap 3.10);
6) hora de angústia (Jr 30.7);
7) destruição (Jl 1.15);
8)  trevas (Jl 2.2; Sf 1.14-18; Am 5.18).
Essas referências abrangem todo o período, não apenas parte dele, de modo que todo o período é assim caracterizado.
Esse período testemunhará o derramamento da ira divina por toda a terra, embora esteja em questão toda a terra, esse período é particularmente dirigido a Israel. Jeremias 30.7, que chama esse período "tempo de angústia de Jacó", confirma isso. Os acontecimentos da septuagésima semana são acontecimentos do "Dia do SENHOR" ou "dia de Jeová". O uso do nome Jeová indica o relacionamento de Deus com a nação de Israel.
Esse período está sendo profetizado em Daniel 9: "Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade" (v. 24). Todo esse período faz, então, referência ao povo de Daniel, Israel, e à cidade santa de Daniel, Jerusalém.
Visto que muitas passagens do Novo Testamento como Efésios 3.1-6 e Colossenses 1.25-27 mostram claramente que a Igreja é um mistério e sua natureza como um corpo composto por judeus e gentios não foi manifestada no Antigo Testamento, a Igreja não poderia estar nessa e em nenhuma outra profecia do Antigo Testamento.
Já que a igreja não teve sua existência senão depois da morte de Cristo (Ef 5.25,26), senão depois da ressurreição de Cristo (Rm 4.25; Cl 3.1-3), senão depois da ascensão (Ef 1.19,20) e senão depois da descida do Espírito Santo em Pentecostes, com o início de todos os Seus ministérios a favor do crente (At 2), não poderia constar das primeiras 69 semanas dessa profecia. Já que a igreja não faz parte das primeiras 69 semanas, que estão relacionadas apenas ao plano de Deus para com Israel, ela não pode fazer parte da septuagésima semana, que está, mais uma vez, relacionada ao plano de Deus para Israel, depois que o mistério do plano de Deus para a Igreja for concluído.
A Bíblia indica que existem dois propósitos principais a ser cumpridos na septuagésima semana.
1. O primeiro propósito está declarado em Apocalipse 3.10: "Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra". Esse período tem em vista "os que habitam sobre a terra", e não a Igreja. A mesma expressão ocorre em Apocalipse 6.10; 11.10; 13.8,12,14; 14.6 e 17.8. Na sua utilização, João oferece não uma descrição geográfica, mas sim uma classificação moral.
"A palavra "habitam" do grego 'katoikeo' é usada para descrever a totalidade do Deus que habitava em Cristo (Cl 2.9); é usada para a moradia permanente de Cristo no coração do crente (Ef 3.17) e dos demônios retornando para obter posse absoluta de um homem (Mt 12.45; Lc 11.26). Ela deve ser diferenciada da palavra 'oikeo', que é o termo geral para "habitar", e de 'paroikeo', que tem a idéia de transitório, "visitar". O termo 'katoikeo' inclui a idéia de permanência. Dessa maneira, o julgamento referido em Apocalipse 3.10 dirige-se aos habitantes da terra daquele dia, aos que se estabeleceram na terra como se fosse sua verdadeira casa, aos que se identificaram com o comércio e a religião da terra. (Henry C. THIESSEN, Will the church pass through the tribulation?, p. 28-9.)"
Visto que esse período está relacionado com os "que habitam a terra", os que se estabeleceram em ocupação permanente, não pode ter nenhuma referência à Igreja, que seria sujeita às mesmas experiências se estivesse aqui.
"Uma segunda consideração é o uso do infinitivo' peirasai' (tentar) para expressar propósito. A definição dessa palavra diz que Deus é o seu sujeito ao "infligir males a alguém para provar seu caráter e sua constância na fé". Como Deus vê a Igreja em Cristo e nEle aperfeiçoada, esse período não pode ter nenhuma referência a ela, pois sua legitimidade não precisa ser testada." (Henry C. THIESSEN)
"Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do SENHOR; ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que eu não venha e fira a terra com maldição." (Malaquias 4.5,6)
O profeta declara que o ministério desse Elias seria preparar para o Rei que estava prestes a vir. Em Lucas 1.17 promete-se que o filho de Zacarias "irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias" para atuar nesse ministério e "habilitar para o Senhor um povo preparado". Com respeito à vinda de Elias que deveria ter sido um sinal para Israel, o Senhor declara:
"Então, ele lhes disse: Elias, vindo primeiro, restaurará todas as cousas; como, pois, está escrito sobre o Filho do homem que sofrerá muito e será aviltado? Eu, porém, vos digo que Elias já veio, e fizeram com ele tudo o que quiseram, como a seu respeito está escrito". (Mc 9.12,13).
Jesus mostra a seus discípulos que João Batista tinha o ministério de preparar o povo (de Israel) para Ele.  "E, se o quereis reconhecer, ele mesmo é Elias, que estava para vir" (Mateus 11.14).
Então o primeiro ministério de João Batista era preparar a nação de Israel para a vinda do Rei (Jesus). Só podemos concluir, então, que Elias, que está por vir antes do terrível Dia do Senhor, tem um único ministério: preparar um remanescente em Israel para a chegada do Senhor (A Segunda Vinda de Cristo).
Concluindo: esses dois propósitos, a provação dos habitantes da terra e a preparação de Israel para o Rei, não têm nenhuma relação com a Igreja. Essa é a evidência complementar de que a Igreja não estará na septuagésima semana.
Há ainda outra consideração.
A última Semana de Daniel 9 é dividida em duas partes de três anos e meio cada, porém a natureza e o caráter da Semana é uma só, formando uma totalidade. Logo não há como admitir a permanência da Igreja na primeira metade da última Semana (teoria Meso-Tribulacionista), pois como ela estaria isenta septuagésima semana (70a. semana de anos) e permanecer na primeira metade da semana?
A impossibilidade de incluir a igreja na última metade torna igualmente impossível incluí-la na primeira parte, pois, embora as Escrituras dividam o período da semana, não fazem distinção a respeito da natureza e do caráter das duas partes.
3 – A natureza da Igreja
Há distinções entre a Igreja e Israel e são claramente demonstradas nas Escrituras.
  • Igreja e o Israel Nacional: a igreja é composta por aqueles que confessam a fé em Cristo e que tenham nascido de novo.  Israel nacional baseia-se em nascimento físico, e todos os que pertencem a esse grupo e não forem salvos serão sujeitos à ira da tribulação.
  • Igreja e o Israel Espiritual: Antes de Pentecostes, existiam indivíduos salvos, mas não existia Igreja, e eles faziam parte do Israel Espiritual, não da Igreja. Depois do Pentecostes e até o arrebatamento encontramos a Igreja, corpo de Cristo, mas não encontramos o Israel Espiritual. Depois do arrebatamento não encontramos a Igreja, mas novamente um Israel verdadeiro ou Espiritual.
  • Igreja – mistério não-revelado: não era mistério que Deus proveria salvação para os judeus, nem que os gentios seriam abençoados com esta salvação. O fato de que Deus formaria de judeus e gentios um só corpo nunca foi revelado no Antigo Testamento e constitui o mistério citado por Paulo em Efésios 3.1-7, Romanos 16.25-27 e Colossenses 1.26-29.  Todo esse novo plano não foi revelado até a rejeição de Cristo por Israel. É depois da rejeição que o Senhor faz a primeira promessa da futura igreja (Mateus 16.18). É depois da rejeição da cruz que a igreja tem seu início, em Atos 2. É depois da rejeição final de Israel que Deus chama Paulo para ser apóstolo aos gentios, e por meio dele o mistério da natureza da Igreja é revelado. Pode-se dizer que a Igreja é uma interrupção do plano de Deus para Israel, que não foi iniciada até que Israel rejeitasse a oferta do reino. Segue-se, logicamente, que esse plano de mistério deve ser concluído antes que Deus possa retomar Seu trato com a nação de Israel. O plano do mistério, tão distinto no seu início, certamente será separado na sua conclusão. Esse plano deve ser concluído antes que Deus retome e complete Seu plano para Israel. O conceito da Igreja como mistério leva, inevitável, ao arrebatamento pré-tribulacionista.

Evidências de um Arrebatamento Pré-Tribulacional
1 – Promessa de livramento da Ira de Deus
A Grande Tribulação é também chamada de  “O Dia da Ira do Senhor”.
“O Dia da Ira do Senhor” vai chegar para o mundo inteiro (Sl 110:5; Is 13:6-13 e Ap. 6:16-17). Os cristãos sempre foram sujeitos à perseguições, porém será diferente na Grande Tribulação. As perseguições são causadas por homens maus e pelo diabo, enquanto que na Grande Tribulação de sete anos será um período referente à ira divina. (Ap. 6:16-17; 14:10).
Alguns acreditam que a Igreja (todos os cristãos que formam a Noiva de Cristo) não será poupada no tempo da Ira, mas será salva através da mesma. Porém a Bíblia revela que os que estiverem na Terra durante a Grande Tribulação não escaparão da Ira:
"Pois quando estiverem dizendo: Paz e segurança! então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão". (1 Tess 5:3)
A Bíblia promete o livramento da presença da Ira:
“Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas estas coisas que hão de acontecer, e de estar em pé diante do Filho do homem” (Lucas 21:36).
Desse forma, a Igreja deverá ser, fisicamente, removida da Terra, caso contrário, teria que suportar o dia da Ira. Deus promete a remoção em Apocalipse 3:10:
“Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra”.
Este verso não diz que Deus vai guardar a Igreja através da provação, mas livrá-la dela.
2 – O Arrebatamento é iminente
Qual é a definição bíblica de iminência?  Um acontecimento iminente é aquele que está sempre "pairando acima de alguém, constantemente prestes a vir sobre ou a alcançar alguém; próximo quanto à sua ocorrência" (Dr. Renald Showers – The Oxford English Dictionary, 1901, V. 66).
Assim, a iminência traz consigo o sentido de que algo pode acontecer a qualquer momento. Outras coisas podem acontecer antes do evento iminente, mas nada precisa acontecer antes que ele aconteça. Se alguma coisa precisa acontecer antes de determinado evento ocorrer, tal evento não é iminente. Em outras palavras, a necessidade de que algo ocorra antes destrói o conceito de iminência.
Cristo ensinou isto em Mt 24:42, 44; 25:13 e Mc 13:30.
Paulo ensinou isto em Fl 4:5 (“Perto está o Senhor”); Tt 2:13.
Tiago ensinou em Tg 5:8-9.
Pedro ensinou na 1 Pe 4:7.
A Igreja primitiva vivia na expectativa da volta de Cristo (1 Tes. 1:9-10). O apóstolo Paulo assim instruiu a igreja em Tessalônica:
“MAS, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva; porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão. Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão; porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas. Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios; porque os que dormem, dormem de noite, e os que se embebedam, embebedam-se de noite. Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor, e tendo por capacete a esperança da salvação; porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tes. 5:1-9).
A igreja não está aguardando o aparecimento do Anticristo, mas a volta do Filho de Deus.
3 – Igreja, mistério não revelado no Velho Testamento (Ef 3:1-11)
A Igreja não faz parte da cronologia dos eventos narrados pelos profetas do Velho Testamento. Eles profetizaram claramente a Primeira Vinda de Cristo, o Seu miraculoso nascimento, Sua vida, morte, ressurreição e ascensão. Os mesmos profetas descreveram a Segunda Vinda de Cristo em glória, precedida por um tempo de tribulação mundial, seguida pelo estabelecimento do glorioso reino messiânico, a partir de Jerusalém. Porém, esses profetas não viram o mistério da Igreja:
“O qual noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas” (Efésios 3:5).
Entre a Primeira e a Segunda Vindas, existe um intervalo que não foi visto pelos profetas do Velho Testamento. Este intervalo é a 'Era da Igreja'. Os profetas do VT não viram que Israel seria deixada, temporariamente, em compasso de espera, enquanto Deus iria chamar, entre todas as nações, um corpo especial de pessoas. Após ter completado este intento, e quando o tempo dos gentios chegar ao fim, Deus vai restaurar o relógio profético de Israel e cumprir todas as promessas do Velho Testamento em relação à Sua antiga nação escolhida, pois:
“…o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. (Rm 11:25).
A Grande Tribulação diz respeito a Israel, não à Igreja. Este período atual do mistério vai terminar com a remoção da Igreja da Terra. Então, o Senhor executará o Seu plano para a nação de Israel, quando cumprirá as profecias do Velho Testamento sobre o tempo das dores de Jacó, a vinda do Messias e o estabelecimento do reino messiânico.
4 – O Apocalipse mostra que a Igreja não estará na Terra durante a Grande Tribulação
  • A igreja não é vista na Terra nos capítulos 4 a 18 do Apocalipse.
  • Israel será a testemunha de Deus durante a Grande Tribulação e não a Igreja. (Apocalipse 7).
  • As orações dos santos em Apocalipse 8 são de julgamento. Somente Israel faz orações deste tipo. A Igreja é ensinado a orar pelos seus inimigos e não contra eles (Lc 9:51-56). As orações do Apocalipse são as orações dos Salmos, embasadas nas promessas feitas a Abraão, de amaldiçoar os que amaldiçoassem Israel (Gn 12:1-3).
  • Os gafanhotos com poder de escorpiões do Apocalipse 9 receberam permissão para atormentar os habitantes da Terra, exceto os judeus que tiverem na testa o sinal de Deus, colocado pelo anjo do Apocalipse 7. Se a Igreja estivesse na Terra estaria sujeita a este horrendo castigo de Deus.
  • Apocalipse 10 identifica os eventos de Apocalipse 4 a 18 com os eventos profetizados pelos profetas do Velho Testamento – os dias da Grande Tribulação e o Dia do Senhor. A Igreja nunca esteve na visão destas profecias do Velho Testamento, pois era um mistério oculto. A Igreja tem um propósito e um programa diferentes da nação de Israel. Esta nação é que está focalizada nas profecias do Velho Testamento e em Apocalipse de 4 a 18.
  • O ministério das duas testemunhas de Apocalipse 11 identifica-as com a nação de Israel e com as profecias do Velho Testamento sobre o “Dia do Senhor”. Estas duas testemunhas ministrarão em Jerusalém, a capital de Israel. A Igreja não tem Jerusalém como capital; sua cidade é celestial, não terrena (Cl 3:1-4; Fl 3:17-21). As duas testemunhas estão vestidas de pano de saco, o que é típico de Israel. Em parte nenhuma, a Igrejas se veste de pano de saco.  Apocalipse 11:4 identifica as duas testemunhas com a profecia do Velho Testamento, Zacarias 4:3, 11, 14 (As duas Oliveiras) se refere a Israel, não à igreja. Além disso, as duas testemunhas invocam julgamento sobre os inimigos (Apocalipse 10:5-6). Jesus repreendeu os Seus discípulos por desejarem isto e instruiu os crentes da Igreja no sentido de que deviam orar pelo bem-estar dos seus inimigos, não pela sua destruição. (Lucas 9:54-56; Romanos 12:14; 17-21).
  • O diabo persegue Israel, não a igreja, durante a Tribulação (Apocalipse 12). Não pode haver dúvida alguma de que a mulher neste capítulo é identificada como a nação de Israel. O verso 5 mostra uma mulher dando à luz Cristo; é óbvio que Jesus foi dado à luz por Israel, não pela igreja(Isaías 9:6-7; Romanos 9:5). Além disso, os símbolos de Apocalipse 12:1-2 lembram a familiar tipologia de Israel no VT, onde Israel é apresentada como uma mulher (Isaías 54:4-5). O sol, a luz e as doze estrelas lembram o sonho de José relativo a Israel (Gênesis 37:9). As palavras de Apocalipse 12:2 são quase uma exata citação de Miquéias 5:3, referindo-se ao trabalho de parto, que deu à luz o Messias. Estes símbolos não são usados nas Igrejas do Novo Testamento.
5 – A Purificação de Israel
A maioria das profecias sobre o Período da Tribulação encontra-se no Antigo Testamento e, portanto, é claramente destinada a Israel.
O Período da Tribulação objetiva fazer a purificação (ver Apocalipse 7:9 e 14:4) e preparar a conversão nacional de Israel (comparar com Ezequiel 20:37-38; Zacarias 13:1,8-9).  Até mesmo esse mais terrível de todos os tempos será usado por Deus para o bem final, e levará a história em direção ao fim que Ele planejou.  Apesar de todos os horrores desse tempo terrível, o objetivo é claro que ele levará ao livramento:
"Ah! porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante; e é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será salvo dela." (Jr 30:7).
6 – Casamento Judaico e a Igreja
Os paralelos entre o costume hebraico do casamento e o arrebatamento da igreja são inegáveis! A Noiva (a Igreja) deve esperar a vinda do Noivo (Jesus Cristo) na casa de seu pai (este mundo, controlado por Satanás). Quando o Noivo volta após um período de separação de dois anos (2.000 anos?), a Noiva é levada para a casa do Pai do Noivo (a casa do Pai Celestial) onde ocorre a cerimônia de casamento. A lua-de-mel na nova casa (as "moradas" de João 14:2) dura sete dias (corresponde aos sete anos do Período da Tribulação aqui na Terra).

Ataques ao Arrebatamento Pré-Tribulacional
A Doutrina do Arrebatamento Pré-Tribulacional tem estado em grande ataque nestes últimos anos. Alguns exemplos de personagens influentes da Igreja Emergente atual:
  • Brian McLaren - pastor e fundador da 'Cedar Ridge Community Church' – zomba das “expectativas fundamentalistas” sobre a Segunda Vinda literal de Cristo com os Seus respectivos julgamentos sobre o mundo e admite que o mundo vai continuar conforme está, por centenas de milhares de anos (A Generous Ortodoxy, p. 305).  Ele chama o literal e iminente retorno de Cristo como “Escatologia Pop-Evangélica” (Ibid, p. 267) e “Escatologia do Escapismo” (Entrevista do Planet Preterist, em 30/01/2005. Ver o site http://planetpreterist.com/news-2774.html ). Mclaren diz que o Livro do Apocalipse “não trata de um futuro distante”, mas de “um meio de falar sobre os desafios do imediato presente” (The Secret Message of Jesus, 2007, p. 176). Ele diz que frases como “a lua se tornará em sangue” não podem ser tomadas mais literalmente do que as frases que lemos nos jornais de hoje em dia” (The Secret Message of Jesus, p. 178).
  • John Baker da Grace Church em Londres, Inglaterra. Rejeita o dispensacionalismo como sendo a “teologia da escapologia” e defende que “os cristãos devem investir na cultura atual, não ficando à espera, até que chegue o tempo” (Emerging Churches, pp. 78-79).
  • Tony Jones – Escritor e Pastor da Colonial Church of Edina.  Diz que a Igreja Emergente, ao contrário do ponto de vista dispensacionalista, caracteriza-se pela “escatologia da esperança” (An Emergent Manifesto of Hope, p. 130). Ele diz: “O que eu quero dizer é que as pessoas engajadas na igreja emergente tendem a ver a bondade e a luz no futuro de Deus, não trevas e ranger de dentes. Conquanto possa parecer óbvio a alguns seguidores de Deus, a teologia-pop de hoje está encarando o outro lado. Os novelistas e teólogos que lhes proveem o seu material tem a visão de que estamos numa espiral descendente e que, quando as coisas aqui em baixo estiverem bastante ruins, Jesus voltará em glória. Mas nós, que estamos representados neste livro, temos uma visão diferente. As promessas de Deus para o futuro são boas e nos aguardam, sinalizando para a frente”.
  • N. T. Wright – Professor e ex-Bispo da Diocese de Durham, Inglaterra.  Tem grande influência na Igreja Emergente, admoesta que a doutrina de um iminente Arrebatamento é perigosa, pois ela interfere na construção do reino e nas atividades ambientais. “Se vai acontecer um Armagedom, e todos nós estivermos no céu, tendo sido antes arrebatados, não interessa se vamos ter uma chuva ácida ou um derramamento de gases venenosos… Ou que nos interessa se bombardeiam civis no Iraque? Tudo que realmente importa é salvar almas para este céu despovoado” (Christians Wrong About Heaven, diz o Bispo “Time”, 07/02/2008).
  • Tony Campolo – Fundador e presidente do 'Evangelical Association for the Promotion of Education'.  Diz “Quero dizer que todo esse estofo (sobre a iminente vinda de Cristo e uma literal Tribulação) não provém apenas do fundamentalismo. Ela provém do dispensacionalismo, uma bizarra forma de fundamentalismo, a qual teve início uns 50 anos atrás. Acho que precisamos desafiar o governo a realizar a obra do reino de Deus, fazendo o que é correto aos olhos do Senhor. Toda essa visão de que o arrebatamento vai acontecer a qualquer momento é usada como uma fuga, para os cristãos não se comprometerem com os principados, os poderes e as estruturas políticas e econômicas de nossa época”. (Baptist Press, 27/06/2003).
  • Marc Driscol – Pastor do Mars Hill Church. Refere-se ao Arrebatamento Pré-Tribulacional como um “dispensacionalismo pessimista” (Litening to the Beliefs of Emerging Churches, p. 146). Ele avisa que os cristãos mentalmente ligados à Escatologia não são bem-vindos em sua igreja”.

A Importância do Arrebatamento Pré-Tribulacional
Cristo, Paulo, João e Pedro ensinaram que a volta de Jesus seria iminente e deveria ser esperada a qualquer momento (Mt 24:44; Fl 4:5; Tg 5:8-9 e 1 Pe 4:7). Os cristãos primitivos viveram na expectativa da volta de Cristo como um cumprimento literal das profecias:
“Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro, e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura” (1 Tes. 1:9-10).
A doutrina de um Arrebatamento Pré-Tribulacional motiva à purificação da vida pessoal do cristão:
  • Ela encoraja o crente nas tribulações e perseguições:
“Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras (1 Tes. 4:17-18).
  • Ela coloca o foco da igreja na Grande Comissão (Mt 28:18-20; Mc 16:15; At 1:8). Ela nos ensina a pregar o evangelho, a ganhar pessoas para Cristo e a estabelecer igrejas, pois “a igreja do Deus vivo [é] a coluna e firmeza da verdade” (1 Tm 3:15), como o assunto mais urgente. D. L. Moddy estava certo quando disse: “Vejo este mundo como um barco destruído. Deus me deu um bote salva-vidas e me disse: ‘Moody, salve tantos quantos você puder’”.
  • Ela nos motiva a trabalhar na obra do Senhor (1 Co 15:58).
  • Ela nos motiva a uma vida obediente (1 Tes 5:4-7; 1 Jo 3:1-3).
  • Ela nos motiva a nos separarmos do mal (Tt 2:13-14).
  • Ela mantém os crentes longe da heresia e da apostasia (2 Tm 4:3-4 e 1 Jo 2:24-28).

Conclusão
Alguns proponentes dessa escatologia são: John Walvoord; J.Dwight Pentecost, John Feinberg, Herman Coyt, Charles Ryrie, Rene Pache, Henry c. Thiessen, Leon Wood, Hal Sindsay, Jonh Sproul, Richard Mayheu e outros como boa parte dos fundamentalistas.


Leia também:
Para saber mais:

Fontes:
www.wayoflife.org – “The Pre-Tribulation Rapture” – David Cloud
www.espada.eti.br
www.wikipedia.org
Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost
Dicionário Bíblico Strong – Hebraico/Aramaico/Grego
Bíblia de Estudo das Profecias
www.acts17-11.com/portuguese/
www.chamada.com.br
www.solascriptura-tt.org
- See more at: http://geracaomaranata.com.br/2011/04/arrebatamento-pre-tribulacionista/#sthash.NHvSNQRT.dpuf