quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Lição 01 escatologia o estudo das ultimas coisas 1 trimestre de 2016

Texto: (Mt 24.4-5; 11-13; I Ts 1.10)

INTRODUÇÃO
A lição deste primeiro trimestre de 2016 tem como título: “O Final de Todas as Coisas – Esperança e glória para os salvos”, onde teremos a oportunidade de estudar treze lições baseadas em uma das disciplinas da Teologia Sistemática – a Escatologia. Nesta primeira lição, introduziremos o assunto trazendo importantes informações sobre a Escatologia, tais como: definição, conteúdo, propósito; importância; quais povos são contemplados com a doutrina das últimas coisas; qual o método de interpretação mais fiel as Escrituras; quais aplicações práticas que temos com a Escatologia; e, por fim, veremos um resumo dos eventos escatológicos que estaremos estudando pormenorizadamente.

I – SOBRE A ESCATOLOGIA

1.1 Definição. Escatologia é a área da teologia sistemática que trata das últimas coisas. “O termo deriva de uma combinação das palavras gregas “eschatos”, que significa: “último; fim”, e “logos”, que significa: “palavra” (o sufixo português “logia” significa “estudo, ciência ou doutrina”). A escatologia lida com realidades extremamente pessoais, como a morte, a condição imediatamente posterior ao arrebatamento e a glorificação. Ela também aborda, contudo, questões mais cósmicas e gerais, como a segunda vinda de Cristo, o Milênio, o Juízo Final, recompensas e castigos eternos, novos céus e nova terra. A escatologia é tanto pessoal como universal, tanto individual quanto cósmica” (LAHAYE, 2010, pp. 167,168).

1.2 Conteúdo. A escatologia é essencialmente profética, ou seja, trata exclusivamente de predizer eventos futuros que já se cumpriram, estão se cumprindo ou irão se cumprir (Ap 1.19). “Cerca de vinte e cinco por cento da revelação divina têm natureza preditiva. Esse fato demonstra a importância do assunto. As teologias mais antigas negligenciavam o assunto; mas, nos tempos modernos, à medida que os eventos se aproximam, se desperta um interesse cada vez maior sobre a questão” (CHAMPLIN, 2004, p. 437 – acréscimo nosso).

1.3 Propósito. A Escatologia tem o propósito de revelar a soberania de Deus na história e sua presciência acerca dos eventos que estão porvir. “Na esfera da profecia, a capacidade divina é claramente vista como alguma coisa que transcende as limitações humanas. Deus parece ter prazer em seu poder de predizer o futuro; ao menos, esse poder é evidentemente usado, a fim de despertar a mente humana para as maravilhas do seu Ser. A parte da revelação divina, o homem nada sabe do que vai acontecer. Para Deus, o fim é conhecido desde o princípio” (CHAFER, 2003, p. 621).

1.4 Importância. Sem sombra de dúvida a importância da Escatologia se dá pelo fato de mostrar o que acontecerá no futuro com a humanidade. O homem é por natureza curioso com o porvir, podemos observar isso estampado na pergunta dos apóstolos, feita ao Senhor Jesus Cristo: “Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” (Mt 24.3). A mesma ansiedade também tinha os crentes de Tessalônica (I Ts 4.1-10). A Bíblia é o único livro que satisfaz plenamente os anseios do homem em todos os aspectos, até quanto ao que virá a acontecer no futuro.

II – O ALCANCE DA ESCATOLOGIA BÍBLICA
“A Escatologia Bíblica está relacionada com os três grupos de povos em que Deus mesmo divide a raça humana. Os povos da terra considerados sob o ponto de vista humano estão divididos nos mais diversos grupos étnicos, mas Deus, considerando a humanidade sob o ponto de vista divino, divide-a em três segmentos que são: Os judeus (Israel), os gentios, e a Igreja de Deus (1 Co 10.32): (a) A Igreja. Para com a Igreja, a descida do Senhor aos ares para ressuscitar os que dormem e transformar os crentes vivos é apresentada como constante expectação e esperança (1 Co 15.51,52; F1 3.20; 1 Ts 4.14-17; 1 Tm 6.14; Tt 2,13; Ap 22.20); (b) Os judeus (Israel). Para o povo escolhido, a vinda do Senhor é predicada para cumprir as profecias que dizem respeito ao seu ressurgimento nacional, a sua conversão, e estabelecimento em paz e poder sob o Pacto Davídico (Am 9.11,12; At 15.14-17); e, (c) Os gentios. A Bíblia nos mostra que para os gentios, isto é, as nações em geral, Jesus virá como o Rei dos reis e Senhor dos senhores, e Juiz, para julgá-las, e, após isso, reinar sobre elas com justiça (Sl 2.6-10; 96.13)” (GILBERTO, 2007, p. 09 - acréscimo nosso).

III – INTERPRETANDO A ESCATOLOGIA
A forma mais coerente de interpretação da Escatologia é a forma literal. O literalismo “é a interpretação bíblica que leva em conta o que, realmente, está escrito, sem quaisquer subterfúgios alegóricos. É a abordagem do texto em sua forma mais óbvia e concreta” (ANDRADE, 2006, p. 255). Esta forma de interpretação das Escrituras Sagradas são mais aceitas no meio cristão, por vários motivos, eis alguns: (a) Este sistema de interpretação é a maneira aceita em todas as línguas, povos e nações; (b) As Escrituras Sagradas só fazem sentido se interpretadas de forma literal; (c) Esta forma de interpretação respeita as parábolas, sonhos e simbologia – bem presente nos livros de Daniel, Ezequiel e principalmente, no Apocalipse; (d) No sentido literal de interpretação é possível fazer comparações com outros textos das Santas Escrituras; (e) Esta forma de interpretação considera todo o contexto e não só uma parte do texto isolado das demais; (f) O Senhor Jesus, os profetas e apóstolos, utilizaram esta forma de interpretação das Escrituras.

IV – A IMPORTÂNCIA PRÁTICA DA ESCATOLO
4.1 Esperança. Nada proporciona mais consolo a alma do fiel que saber que um dia Deus “aniquilará a morte para sempre, e assim enxugará o Senhor DEUS as lágrimas de todos os rostos, e tirará o opróbrio do seu povo de toda a terra [...]” (Is 25.8). Confira ainda (Ap 21.4). “Na natureza da fé cristã, uma firme esperança quanto à escatologia é essencial. Um cristianismo sem futuro não seria autêntico. Em contraste, entretanto, com a escatologia das religiões pagãs, que pintam um quadro sombrio do futuro, a esperança do cristianismo é límpida e brilhante, e oferece ao cristão a verdade fundamental de que, para ele, a próxima vida é melhor que a presente (Rm 12.12; 15.4; II Co 1.7; Cl 1.5; Tt 2.13)” (WALWOORD, 2002, p. 08 – acréscimo nosso).

4.2 Vigilância e santidade. A Escatologia exorta-nos a vigilância e a santificação. “O verbo vigiar significa ficar acordado, alerta, dar total atenção, para evitar que por negligência ou indolência algumas calamidades destrutivas atinjam a vida de alguém (Mt 24.42; 25.13; Ap 16.15), ou ainda para evitar que alguém negue ou abandone a Cristo (Mt 26.41) ou caia em pecado (1 Ts 5.6; 1 Co 16.13; 1 Pe 5.8; Ap 3.2)” (WYCLIFFE, 2010, p. 2018). De igual forma a santificação é condições indispensável para estarmos aptos à entrada nos céus (Mt 5.8; Mc 13.33,35; Lc 21.36; Hb 12.14; I Jo 3.2). A santificação é um ato divino, que também inclui a participação humana (Jo 17.19; Ap 22.11).

4.3 Serviço e recompensa. O NT promete que os crentes fiéis receberão galardão em reconhecimento dos seus serviços em prol do Reino de Deus. Biblicamente esse evento é denominado de Tribunal de Cristo. A certeza dessa volta iminente e da recompensa pelos nossos serviços nos impele a trabalhar com afinco e incansavelmente na obra do Senhor (Rm 14.10; I Co 15.58; II Co 5.10; Hb 6.10,11).

V – QUAIS OS TEMAS ESTUDADOS NA ESCATOLOGIA
Em que ordem às últimas coisas devem acontecer? Apresentamos abaixo uma sequencia geral acompanhada de passagens bíblicas, para que, estudando-as, tenhamos em mente todo o cenário escatológico. Seria muito útil ao estudioso dessas doutrinas, examinar com cuidado, em meditação, cada referência mencionada na relação abaixo:
EVENTOS ESCATOLÓGICOS SEGUNDO A CRONOLOGIA BÍBLICA

O Arrebatamento da Igreja
Nos ares; antes da Grande Tribulação (I Ts 4.16,17; 1.10). Esse rapto dos salvos desencadeara uma serie de eventos.
O Tribunal de Cristo
Este julgamento não tem como propósito condenar nenhum crente ao inferno, mas recompensar os que procederam de forma firme, constante e abundante na obra do Senhor (Rm 14.10).
A Grande Tribulação
Na Terra, por sete anos (Dn 9.25-27); e as Bodas do Cordeiro, no Céu (Ap 19.1-9).
A Vinda em glória de Jesus na Terra
Em poder e glória, para a batalha do Armagedom (Zc 14.1-4; Jl 3.2; Ap 16.13-16).
O fim do Império do Anticristo
Na segunda fase da segunda vinda, Cristo aniquilará o iníquo (Ap 19.19-21).
O julgamento das nações
Nesta ocasião, Cristo Jesus, julgará as nações que socorreram ou não a nação de Israel durante o período da Grande Tribulação (Jl 3.12-14; Mt 25.31-46).
O Milênio
Após a prisão de Satanás, o reinado de Cristo será implantado na terra durante mil anos literais (Ap 20.1-6).
A revolta do diabo e seu julgamento
Após o Milênio, o Inimigo será solto por pouco tempo, pois logo ele – em última instância – e suas hostes serão julgados (Ap 20.7-10; Jo 16.8-11; Rm 16.20).
O juízo final
A este julgamento serão submetidos os mortos ressuscitados, na consumação de todas as coisas (Ap 20.11-15).
Novos céus e nova terra
Nesse momento a terra será completamente restaurada de todo mal decorrente do pecado e da influência de Satanás (Ap 21-22; 2 Pe 3.7).


CONCLUSÃO   
Deus, em seu infinito conhecimento, deixou-nos em Sua Palavra o registro dos acontecimentos futuros a fim de que entendamos que Ele é soberano sobre a história e que, no tempo certo, tudo convergirá para que o seu eterno propósito seja estabelecido por meio de Jesus Cristo, Seu Filho. Tal esperança nos trás consolo de que um dia o mal terá seu fim, e o bem será estabelecido para sempre. Maranata! Ora, vem Senhor Jesus!

REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
GILBERTO, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
CHAFER, Lewis Sperry. Teologia Sistemática. CPAD.
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Profecia Bíblica. CPAD.
WALWOORD, John F. Todas as profecias da Bíblia. VIDA.



Fonte: http://www.ieadpe.org.br/index.php/departamentos/escola-dominical/1056-licao-01-escatologia-o-estudo-das-ultimas-coisas-1-trimestre-de-2016

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